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Capítulo 601 - Um Dia Comum

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Tenham uma boa leitura!]


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A dura decisão de interromper a missão foi brutal para o grupo que esperava conseguir algo antes do prazo que pediram ao Daren. 


Nem o criador da Singularidade avisou sobre aqueles efeitos colaterais bizarros que surgiram, talvez porque ele também não sabia que eram possíveis, mas ninguém pode dizer que ele não avisou quanto à aleatoriedade de problemas que poderiam surgir e danos irreversíveis que atormentariam eles até o último ciclo.


Agora, a esperança de todos estava depositada na possibilidade de que os efeitos colaterais persistentes terminassem após alguns ciclos. Na melhor das hipóteses, eles tinham fé que, talvez, quando os seus corpos fossem desmontados e montados de novo, os danos seriam pelo menos mudados.


A única coisa que eles podiam fazer agora era ajudar Jaha e Cruz a estudar a Singularidade. Um grupo daquele tamanho teve que terminar com trabalho entediante do qual a maioria deles não tinha nenhuma ideia de como ajudar.


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Enquanto tudo o que restava ao grupo de resgate era a dedução de que quando a Singularidade fosse fechada e a luta entre o universo e a anomalia terminasse tudo voltaria ao normal, as vítimas que eles tentavam resgatar estavam no começo de um novo inferno que tinha se tornado uma rotina para eles…


Em uma cela fria, nús e amarrados de uma forma tão humilhante que era desumano, Yareni, Bakari, Diablo e Gigante estavam velhos, extremamente magros e fracos, e com olhares sem vida. 


Há anos e anos eles têm passado por uma repetição infernal de torturas e experimentos que machucavam-nos de todas as formas possíveis e até agora não tinha nenhum sinal de que algo poderia mudar aquele destino horrível que esperava por eles.


Àquela altura, depois de tudo o que passaram, os prisioneiros e cobaias de Heimdall estavam desejando a morte mais do que tudo. A vontade de viver já tinha partido dos seus corações há décadas, talvez séculos, e apesar de Yareni se manter enviando aquele sinal que prometeu na carta que ela já nem se lembrava direito de ter escrito, nem ela sabia porquê continuava fazendo isso.


A loucura já tinha dominado as mentes deles e Yareni passou, há algum tempo, a repetir aquele gesto por pura força do hábito, algo tão automático quanto abrir os olhos depois de acordar.


Tudo era turvo, incerto e angustiante, pois Heimdall sempre fazia uma coisa pior do que a outra, ele sempre conseguia se superar a cada novo ciclo. 


O método que Heimdall criou para enviar informações entre os ciclos funcionava, mas tinha se tornado bastante confuso depois que os corpos das cobaias ficaram completamente cobertos de marcas e recados. Sendo assim, muitas vezes ele repetia uma coisa ou outra e, para ter certeza de que não repetiria de novo, queimava as carnes deles para ‘apagar’ os recados e escrever algo novo sobre as cicatrizes.


Aos olhos de Heimdall, eles não eram humanos ou sequer seres vivos, eles eram coisas que ele precisava entender, peças de um quebra cabeça que ele tinha urgência em solucionar.


Heimdall viu, nas memórias de Rybur, que a sua raça foi quase exterminada e já não tinha mais o poder que os deuses têm na sua era.


Para alguém como ele, que nunca viveu um momento de frustração na vida ou conheceu a sensação da derrota, descobrir que a sua raça seria alcançada e talvez superada era aterrorizante, um futuro que ele precisava evitar a todo custo. 


Bem… Talvez não a todo custo, haja vista que Heimdall ainda não tinha tomado coragem para informar aos seus irmãos o que descobriu e principalmente informar que a sua onisciência não estava funcionando.


O medo que o Grande Deus onisciente tinha de perder para Geb quando a falha no seu dom fosse revelada era tão grande quanto ao do extermínio da sua raça.


Deuses eram egoístas a ponto de colocarem as suas vidas e não desejos acima de quase tudo e todos. Provavelmente esse quase só existe por causa de Odin, cuja existência era diferente de tudo e acendia dentro de cada deus vivo uma determinação incontrolável de protegê-lo. 


Se Odin estivesse acordado naquele tempo, Heimdall já teria dito isso ao Pai de Todos, mas a linha entre a proteção e a confiança era muito tênue quando se tratava do mais poderoso dos deuses. Heimdall não imaginava Odin perdendo uma luta, ele simplesmente não conseguia conceber a ideia de que alguém podia vencer o Pai de Todos.


A existência suprema do universo era, na cabeça de Heimdall, o responsável por ter impedido a eliminação total dos deuses quando a luta aconteceu.


As informações que Rybur tinha eram muito dúbias, apenas frutos de histórias que foram contadas através do tempo e em muitos pontos deturpadas e moldadas por aqueles que transmitiam-nas para os outros.


O que era lenda e o que era verdade não podia ser filtrado por Heimdall, que teve que tomar tudo como verdade e agir conforme as informações que tinha.


O período de paz a cada reinício de ciclo tinha terminado naquele dia. Heimdall chegou ao seu circo de horrores para ver os seus animais de estimação quando se deparou com aqueles humanos na cela  leu, nos corpos deles, as mensagens que tinha deixado para si.


Os corpos do Pelotão dos Renegados eram mapas de informações que guiavam Heimdall ao entendimento de tudo o que estava acontecendo e o que precisava ser feito.


Ao longo de vários ciclos e tentativas de desvendar a chave para transcender o tempo e dar um fim naquele plano da raça humana, Heimdall se aperfeiçoou várias vezes, corrigindo erros que cada eu dele cometia e desenvolveu uma nova abordagem de pesquisa… Ele passou a deixar instruções do que deveria ser feito para dar prosseguimento às pesquisas dele nos corpos dos humanos, dizendo exatamente o que precisava ser feito no próximo ciclo.


A arrogância de um Grande Deus superava tudo, até ele mesmo, porque por muitas vezes Heimdall ignorou as suas próprias instruções e fez coisas que ele já tinha tentado e fracassado.


Mas hoje, Heimdall estava seguindo o seu ‘antecessor’e daria prosseguimento ao último experimento que estava sendo feito antes do fim do último ciclo…


*Tap…Tliiiinng…* Dentro da cela, Heimdall pegou Bakari pelas pernas como se ele fosse um objeto e começou a arrastá-lo pelo chão. As correntes que prendiam o líder do Pelotão dos Renegados batiam contra o chão e causavam sons fantasmagóricos enquanto Bakari era levado para um mesa na qual foi jogado e bateu com as costas.


*Crack…* O homem estava tão frágil que os seus ossos quebraram com aquilo, mas ele não gritou, porque ele não tinha forças para fazê-lo.


Heimdall não dizia nada. Não havia nenhum sentimento de vingança ou prazer no que ele estava fazendo, porque ao olhos dele, Bakari não merecia sequer uma alteração emocional da sua parte.


A frieza de Heimdall era fruto da sua falta de empatia para com outros seres que não fossem deuses e a necessidade que ele tinha de ser bem sucedido no que estava fazendo.


De uma forma muito grotesca, Heimdall estava sendo profissional. Ele era um cientista, um pesquisador que só estava fazendo o que precisava ser feito para um ‘bem maior’. E sim, para Heimdall a existência dos deuses era esse ‘bem maior’.


*Swiiiiiiiiiiiiiiing…* Bakari estava preso naquela mesa, com as costas doloridas e ossos quebrados, quando Heimdall pegou uma faca e abriu a barriga do homem como se estivesse abrindo uma bolsa.


“Aaaaaaaaaaaaaaarrrgghhh…” Agora nem mesmo a falta de forças foi o suficiente para impedir que Bakari gritasse de dor. O homem velho que passou um vida sendo torturado ainda chorava quando sentia aquele tipo de dor e se via completamente impotente.


“Aaaaaaaaaaaaaaarrrgghhh…* Bakari berrava muito, porque obviamente Heimdall não usava nenhum anestésico nas cobaias. E enquanto ele gritava e chorava de dor a ponto de revirar os olhos, Heimdall arrancava um pedaço do seu fígado e das suas Veias Espirituais.


Uma das piores dores que um cultivador pode sentir na vida era de ter as suas Veias Espirituais danificadas. Essa era uma dor física e espiritual que reverberava por todo o seu corpo e dava-lhe uma sensação de estar sendo separado de tudo o que existia ao redor. Era quase como perder uma parte da alma.


O fígado se tornou o órgão predileto de Heimdall para os seus experimentos, pois aquele era um órgão capaz de se regenerar e ser usado sempre que ele precisasse.


Com aquele pedaço de fígado, Heimdall usaria as criaturas que mantinha presas e tinham afinidade com a escuridão para tentar desvendar uma forma de transmitir algo para além do loop temporal no qual estava preso.


Bakari, por sua vez, ficaria ali, naquela mesa com uma agulha e uma linha que ele deveria usar para costurar a sua própria barriga. E isso era algo que ele sabia que tinha que fazer rapidamente, pois além de parar o sangramento, ele precisava evitar que Heimdall olhasse para ele de novo, porque na maioria das vezes ele ficava tentado a pegar mais um pedaço do seu fígado.


Esse era apenas o começo de um dia para o Pelotão dos Renegados. Para eles, a interrupção da missão de resgate duraria muito mais do que alguns ciclos, porque cada ciclo parecia ser uma enternidade.

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