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Capítulo 633 - Uma Verdade Torturante

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Tenham uma boa leitura!]


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Ares teve um aumento de força tremendo, mas durante aquela luta corpo a corpo contra Gins, todo esse poder não tinha serventia alguma, pois de nada adiantava ser forte se ele não conseguia atingir o inimigo. 


Mesmo no espaço, sem um chão para se apoiar, Gins se movia como se estivesse em terra firme e a sua agilidade e treinamento criavam uma enorme distância, em termos de habilidades de luta, entre ele e Ares.


*Bang. Bang. Bang. Bang…* Para Ares, não adiantava fazer nada contra Gins. Se ele batia em cima, o inimigo se abaixava e revidava com um golpe por baixo; Se ele batia embaixo, Gins se esquivava e contra-atacava em regiões aleatórias; Se ele tentava dar uma falsa brecha para Gins, a fim de se aproveitar de um erro para acertá-lo, o humano já estava dois passos à frente dele e fintava, para que assim fosse Ares que enganasse a si mesmo.


Cada golpe que Gins dava em Ares era extremamente pesado. A afinidade elemental que ele tinha com a vida era aproveitada de uma forma muito eficaz e hábil, dando a cada golpe uma força capaz de fazer o deus da guerra se questionar quanto a se ele queria continuar lutando.


As infinitas lanças explosivas que Ares estava criando e lançando a reveria eram inúteis àquela distância. O ponto fraco de uma arma como aquela era a proximidade e sem ter margem para movimentar a arma ou sequer mirar Gins, Ares segurava algo que mais atrapalhava do que ajudava naquela situação.


O boxe… Uma arte marcial criada há milênios pelos humanos estava sendo apresentada para Ares por alguém que tinha se transformado em um mestre quando o assunto era dar socos.


*Bang. Bang. Bang. Bang…* Todos os movimentos de Gins eram leves e imprevisíveis. Os punhos dele acertavam Ares em diferentes regiões e o impediam até de pensar em uma forma de afastá-lo dele.


A frustração de Ares e raiva que ele estava sentindo por estar levando um surra de um humano era outro fator que contribuiu muito para essa falta de visão, pois isso feria o seu orgulho e tornava impossível aceitar que um humano era melhor do que ele em alguma coisa, então ele queria vencer o Gins em uma arte na qual ele não tinha a perícia de um novato e chance alguma de ser bem sucedido.


“Incrível!” Enquanto a sua perna parava de sangrar e ele procurava por Zao Tian, para obter um tratamento de emergência, Ye Yang ficou abismado com a surra que Gins estava dando em Ares, um oponente extremamente poderoso que, quando o pegou de surpresa, custou-lhe uma perna e uma dor insuportável.


*Bang. Bang. Bang. Bang. Baraumm…* Queixo, rosto, nariz, costelas, abdômen, ombros e até os braços de Ares eram massacrados pelos golpes contundentes de Gins enquanto o deus da guerra tentava acompanhá-lo sem sucesso. E agora que a aproximação de Gins tinha criado uma brecha entre ele e os ataques do deus, Ragnar se juntou ao companheiro de luta e aumentou ainda mais a pressão sobre o inimigo.


*Dzzt… Bang. Bang. Bang. Bang. Crack. Bang…* Agora com dois inimigos atacando, Ares ficou completamente entregue à sorte. Gelo e relâmpagos se misturavam nos ataques da dupla e trabalhavam de forma harmônica para potencializar cada golpe deles.


Outra coisa que ficou crítica foi a capacidade de reação de Ares e a oportunidade que ele uma hora teve para se afastar e manter uma luta à distância, pois agora, mesmo que ele quisesse explodir em chamas, como fez da última vez, os ataques congelantes dos dois usuários da água selavam o fechamento daquelela janela de oportunidade que foi desperdiçada por ele.


A uma distância bem razoável do seu irmão, Balder, que se sentou após ser preso por Zao Tian e Joster e ficou apenas esperando pela chegada dos seus irmãos, para que eles acabassem com a regeneração das paredes que o cercavam, se levantou com uma extrema surpresa e olhou para o horizonte, onde Ares estava sendo destroçado por Gins e Ragnar.


“Isso é patético, Ares!” Balder xingou o seu irmão que estava envergonhando todos os Grandes Deuses naquela luta, mas vem lá no fundo, guardado à sete chaves em um lugar onde ele não apresentaria para ninguém, existia um sentimento de derrota nele, pois mesmo que ele desaprovasse a derrota do irmão, Balder, vendo como aqueles dois lutavam, principalmente o Gins, sabia que ele também não seria capaz de acompanhar os inimigos.


Tudo o que passava na mente de Balder era aquela terrível sensação de porquê.


Por que aqueles humanos estavam atacando? Por que eles eram tão fortes? Por que eles eram mais habilidosos do que os deuses?


Era difícil para um deus aceitar, com todo o orgulho que a sua raça tinha, que havia alguma criatura no universo melhor do que eles em alguma coisa. E se não fosse pelo seu dom que ainda não tinha sido inteiramente desvendado pelo grupo de humanos, Balder muito provavelmente estaria como Ares àquela altura da luta.


Ares tentava afastar Gins e Ragnar dele, mas quando ele tentava recuar, os dois o controlavam, e quando ele tentava acender as suas chamas para explodir de forma rápida, Gins e Ragnar imediatamente apagavam as suas chamas, matando-as pelas raízes.


“Ajude o Ares, Kitsune!!!” trancado naquela prisão de diamantes feita por Joster, Balder gritou com urgência para a sua irmã, Kitsune, pedindo para que ela fosse ao auxílio de Ares.


Em um momento tão impactante quanto aquele, mesmo um Grande Deus teve medo, e por mais que jamais fosse confessar, Balder preferia continuar preso ali por mais um tempo do que continuar assistindo o seu irmão apanhar, porque cada golpe que ares levava não feria apenas ele, mas o orgulho dos deuses e autoconfiança de Balder.


Era como se uma verdade escondida que refutava tudo o que eles acreditavam estivesse sendo escancarada bem na cara de todos e reforçada a cada segundo.


Os deuses não eram mais os escolhidos do universo! A criação não existia para servi-los! 


Balder descobria isso de uma forma torturante que, apesar de não exercer nenhuma dor física a ele, fazia o deus sofrer.


*Swooooooooooosh…* Enquanto Balder pedia socorro por Ares, Kitsune cruzava o espaço em direção ao seu irmão em apuros. A raposa de nove caudas tinha sofrido danos significativos de Zao Tian, mas assim como ele previu e sentiu quando deu o último golpe, ela estava de volta à luta.


*Tssssssssssssssssssssssssssssssssssss…* As caudas da deusas queimavam intensamente, demonstrando que ela estava preparando um grande ataque enquanto se movia.


*Whooooooooooooooooooooooooooommm…* Kitsune estava, de fato, com um ataque muito forte engatilhado, mas enquanto ela se movia, o espaço ao redor dela balançou de forma estranha e os pontos que ela via à frente ficavam cada vez menores, apesar dela estar seguindo em frente e vendo-os.


“O que está acontecendo?” Kitsune estava enxergando Ragnar, Gins e Ares, e ela estava certa de que seguia na direção correta, para onde eles estavam, mas por mais que ela tentasse avançar, os três ficavam mais distantes, e se acelerasse, eles se afastavam na mesma velocidade.


Não havia nenhuma força atuando sobre a Kitsune. Ela não conseguia sentir nada que fosse capaz de empurrá-la para trás naquele momento, mas tudo estava acontecendo, e isso confundiu a deusa.


Kitsune continuava avançando e se afastando dos alvos, a velocidade dela era muito alta, porque ela acreditava que poderia vencer aquela bizarrice com isso, mas essa estratégia se demonstrou bastante equivocada, uma vez que, a alta velocidade e sem nem ver o que estava a sua frente, Kitsune viu os três objetivos desaparecerem e darem lugar a um punho que estava bem na sua frente, incapaz de ser defendido…


*Baaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang…* Kitsune rodopiou pelo espaço, o seu rosto amassou e ela ficou sem rumo por alguns instantes após levar o golpe.


*Swooooooooooosh…* Assim que recobrou o mínimo de consciência, a deusa, que estava vendo os três, de novo, retomou a aproximação, mas em vão, pois a mesma coisa continuava acontecendo.


*Baaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang…* Outro soco esmagou o peito da deusa.


*Baaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang…* *Baaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang…* E outro, e outro, e outro!


Kitsune parecia estar em um loop de erros e punições no qual toda vez que tentava chegar a Ares, Gins e Ragnar, ela era atingida por um golpe.


*Vuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuup…* Mais uma vez, como se não tivesse aprendido a lição, a deusa raposa avançou, mas diferente de antes, naquele instante derradeiro no qual o seu instinto de autopreservação aflorou, ela freou bruscamente e se abaixou.


*Vuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuup…* Kitsune pôde ver o braço do Cruz passar sobre a sua cabeça.


*Swoooosh.* “Então era você!?” Kitsune saltou para trás e acusou o Cruz por ser o responsável pelo que estava acontecendo.


“Sim!” Cruz confirmou enquanto parecia ter uma vontade esmagadora de bater em um deus até deixá-lo todo quebrado, logo antes de dizer: “Mas eu não vou te contar o meu segredo! Se quiser sobreviver, descubra por si mesma!”

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