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Capítulo 650 - Cicatrizes

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Tenham uma boa leitura!]


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Daren caminhava ao lado de Hatori, seus passos resolutos em direção à casa que abrigava o pelotão dos Renegados. O silêncio entre eles era pesado, carregado de antecipação pelo que estava por vir. Ao chegarem, foram recebidos por uma atmosfera opressiva, a aura de sofrimento e desespero quase palpável no ar.


Daren, parando à porta, voltou-se para Hatori. "Estou prestes a entrar em um santuário de almas quebradas. Sua fé em mim é suficiente para permitir isso?"


Hatori assentiu, a confiança em seus olhos era inabalável. "Se há uma chance de você aliviar o fardo deles, então sim."


Então, Daren abriu a porta…


A sala estava sombria, as cortinas cerradas barrando a luz do sol. Bakari, Yareni, Diablo e Gigante estavam agrupados, com seus olhares vazios e perdidos. Ao perceberem Daren, um silêncio tenso os envolveu.


O visitante desconhecido entrou, e à medida que Daren adentrava o refúgio sombrio que abrigava o Pelotão dos Renegados, a atmosfera carregada de desolação e perda envolvia cada passo seu. Bakari, Yareni, Diablo, e Gigante, cada um perdido em seu próprio labirinto de dor, mal levantaram os olhos para o recém-chegado.


Daren, com uma presença que desafiava a escuridão ao seu redor, aproximou-se lentamente, reconhecendo a profundidade dos traumas enfrentados por essas almas atormentadas. "Vocês foram forjados nas chamas de batalhas inimagináveis," ele começou, sua voz soava como um bastião de força e calma. "As cicatrizes que carregam são testemunhas não apenas do que perderam, mas também do que sobreviveram."


Bakari, o líder, ergueu o olhar, a desconfiança mesclada com desesperança o deixava acuado e de saco cheio da própria vida e das tentativas de fazê-los querer viver: "E o que sabe sobre nossas cicatrizes?"


Bakari não acreditava que alguém poderia entendê-los, que alguém poderia compreender pelo que eles passaram.


"Sei que cada uma delas conta uma história." respondeu Daren, olhando nos olhos de cada um, enquanto apontava para a cicatriz em seu rosto e logo em seguida completava: "Histórias de dor, mas também de resistência. Minha presença aqui não é para reabri-las, mas para reconhecer a força que cada uma representa."


Um silêncio reflexivo se instalou. Parecia que aquele homem entendia o que era sofrer… Dava para escutar, no seu tom de voz, que Daren também possuía os seus próprios traumas e pesadelos.


O silêncio, que durou por algum tempo, foi quebrado apenas quando Diablo, sempre o mais cético, desafiou: "E suas palavras, o que podem realmente fazer por nós?"


"Palavras sozinhas pouco podem." Daren admitiu, logo antes de explicar: "Mas a compreensão e o reconhecimento podem ser o início de uma jornada de cura. Não posso apagar seus passados, mas posso oferecer minha força e o meu exemplo para ajudá-los a construir um futuro."


Havia compreensão ali. Daren, antes de ser libertado por Gold, sofreu horrores como um escravo e excluído da sociedade. Ele foi torturado, humilhado, forçado a trabalhar e fazer coisas que o rebaixavam à condições sub humanas que jamais sairiam das suas memórias, lembranças que ele carregava consigo o tempo inteiro e canalizava-as em forma de determinação. Uma determinação imensurável de nunca mais sofrer ou ver alguém sofrendo o que ele sofreu.


A conversa se desenrolou com uma intensidade crescente, cada palavra de Daren estava impregnada de uma sinceridade crua, refletindo a profundidade de seu próprio sofrimento passado. O silêncio dos Renegados começou a dar lugar a um vislumbre de curiosidade, talvez até de esperança, enquanto eles absorviam a empatia oferecida por alguém que, apesar de seu título temível, compartilhava de suas dores e medos.


"Como você encontrou forças para seguir em frente?" Yareni, cuja voz raramente se elevava acima de um sussurro, perguntou, olhando diretamente para Daren.


Daren se ajoelhou para estar no mesmo nível dela, um gesto de igualdade e respeito, antes de responder: "Através da aceitação! Eu aceitei que as cicatrizes são parte de mim, mas não me definem. Elas são lembretes das batalhas que enfrentei, das lições que aprendi. E mais importante, me lembram que, apesar de tudo, eu sobrevivi."


Bakari, Yareni, Diablo, e Gigante trocaram olhares entre si, a mensagem de Daren ressoava em seus corações. A ideia de aceitação, a possibilidade de encontrar força em suas próprias histórias de sobrevivência, começava a penetrar a escuridão que os envolvia.


"Mas e a dor?" Gigante questionou, sua voz grossa vibrava com a carga emocional de suas próprias batalhas internas: "Como você lida com a dor que parece nunca desaparecer?"


Daren permaneceu ajoelhado, contemplativo, enquanto respondia: "A dor, assim como as cicatrizes, pode não desaparecer completamente, mas podemos aprender a conviver com ela, a não deixar que ela controle nossas vidas. Encontramos novas razões para lutar, novos sonhos para perseguir. E, em algum momento, a dor se torna apenas mais uma parte de nossa história, não o capítulo inteiro."


Havia um silêncio carregado de reflexão enquanto cada um dos Renegados digeria as palavras de Daren, considerando a possibilidade de que a vida poderia ser mais do que apenas a sombra de suas dores passadas.


Daren conseguiu tocar os corações dos quatro. Uma vítima sabia reconhecer a outra. Contudo, a superação ainda não estava ao alcance do pelotão dos Renegados, não ainda. Era cedo demais para isso.


O visitante que estranhamente mostrou empatia ao grupo amedrontado sabia que precisava deixá-los digerir aquelas palavras e refletir sobre o que queriam e o que podiam fazer naquele momento. Às vezes, poucas palavras podem ser muito mais esclarecedoras do que alguns dias de diálogos.


Sabendo que era a hora de partir, Daren se levantou, olhando para cada um deles com uma mistura de respeito e compaixão. "Vocês têm uns aos outros, e agora, têm a mim também. Não prometo uma jornada fácil, mas prometo estar ao lado de vocês, para enfrentar os desafios que vierem."


“Apenas sejam felizes agora! Se agarrem a esse fino fio de vontade de viver e não soltem ele!”


“Se quiserem continuar lutando, lutem, mas se quiserem desistir desse modo de vida, desse caminho… Desistam e sejam felizes, mas não desistam de viver!”


“Cada batida dos nossos corações significa que aqueles que nos fizeram mal não conseguiram nos vencer!”


Quando terminou de dizer aquilo, Daren se lembrou de como foi resgatado por Gold e sentiu o quão triste, mas gratificante, era estar naquela posição, na condição de ser capaz de fazer pelos outros aquilo o que fizeram por ele.


Ao sair da casa, Daren deixou para trás um silêncio reflexivo, mas também uma faísca de esperança. Hatori, que esperava do lado de fora, notou uma mudança sutil na atmosfera ao redor da casa. "Parece que você conseguiu tocar os corações deles…" 


Daren apenas assentiu com seu rosto marcado por uma expressão de determinação e empatia. "A jornada deles apenas começou, assim como a minha. Juntos, talvez possamos encontrar um caminho para a cura e redenção."


“Infelizmente, não nada que possa curar as mentes deles de forma rápida e efetiva… A maior parte da vida deles foi um inferno, e ninguém conseguirá apagar isso para sempre!”


À medida que Daren e Hatori se afastavam, o alvorecer começava a envolver o mundo ao redor, simbolizando o fim de um dia e o início de outro. Para o Pelotão dos Renegados, era o amanhecer de uma nova fase em suas vidas, um caminho lento e incerto em direção à luz, guiados pelas palavras e pela presença de alguém que conhecia profundamente a escuridão e a dor, mas que escolheu se erguer acima delas.


Após essa troca intensa, mas silenciosa de experiências, Daren encontrou-se com Drake, fora dali, sob o céu que começava a clarear. Estava na hora de conversar com o líder interino de Kaos.


Drake sentiu quando a aura de Daren surgiu ali, mas ele não foi de encontro ao seu antigo líder. Talvez por vergonha, ele esperou que Hatori fizesse o primeiro contato com o Demônio da Escuridão e retornasse com algumas respostas.


Quando Daren se dirigiu até onde Drake estava, a tensão entre os dois era palpável. Um confronto de histórias e ressentimentos antigos estava prestes a acontecer. 


A caminhada lenta do visitante trazia boas recordações a Drake… quantas vezes ele admirou aquele homem, aquela forma de andar, de conversar e de se expressar de forma pura e firme…


Contudo, a nostalgia também trazia à tona a inevitável raiva que ele sentiu quando foi provado de voltar ao seu lar.


"Drake," Daren iniciou quando os dois olhares firmes se cruzaram: "Sua trajetória desde nosso último encontro é notável. De capataz a uma posição de liderança aqui."


Drake, com um olhar endurecido pelo tempo e pelas provações que sofreu após ser banido da sua terra natal, respondeu: "Fui forçado a crescer, a evoluir. Não tive outra escolha."


"O banimento foi duro, mas necessário…" Daren explicou com sinceridade em sua voz. "Não foi apenas um castigo, mas uma chance para refletir e mudar. E você mudou!"


Drake contemplou as palavras, o peso de cada uma delas, mas respondeu: "Mudei... mas ao custo de muito. Ainda assim, agradeço a oportunidade de redenção. Foi por sua causa, por não ter me deixado voltar, que eu abri a mente para o mestre Chihuo e a minha luta agora é pela justiça, não pela vingança."


Daren assentiu, reconhecendo a transformação diante de si. "A verdadeira força vem da capacidade de mudar e adaptar-se. Seu caminho de redenção é prova disso. E quando chegar a hora, saberemos que tipo de justiça o Cruz buscará."


Daren foi direto ao ponto, tocando na ferida e falando sobre o ‘elefante na sala’.


Daren retomou, pausando para medir suas palavras: "Devo reconhecer a força do Cruz. Sua determinação, mesmo diante de adversidades inimagináveis, foi uma surpresa para todos nós, não foi!?"


Drake, com uma expressão complexa, misturando admiração e uma ponta de remorso, concordou: "A determinação dele... é algo que transcende a minha compreensão. Ao executarmos a ordem contra sua mãe, subestimamos a profundidade de sua resiliência e o poder de sua vontade."


Daren refletiu sobre essa revelação, o peso daquelas escolhas passadas pesando em seu semblante: "Isso... Isso foi o meu maior erro… E eu acho que ambos podemos confessar que o sentimento é mútuo. Em nossa busca de garantir a liberdade dele, criamos inadvertidamente um adversário formidável. Alguém cuja força nasceu das cinzas de nossa própria criação."


"Há ironia." Drake confessou, antes de dizer: "Na possibilidade de que, ao tentarmos garantir os direitos dele e as nossas crenças, plantamos as sementes de nossa possível ruína."


Daren assentiu, sua expressão era de compreensão: "Sim, a ironia não me escapa. E essa possibilidade me faz ponderar sobre o ciclo de ação e consequência. A determinação do Cruz, alimentada pelo nosso próprio ato, é um lembrete de que o futuro é imprevisível e que as figuras que moldamos podem, um dia, se voltar contra nós."


"Então…" Drake perguntou: "Como você irá proceder, sabendo que o Cruz pode buscar vingança?"


"Com cautela, Mas sem medo!" Daren respondeu. "Devemos estar preparados para enfrentar as consequências de nossas ações passadas. E, talvez, encontrar uma maneira de redimir nossos erros, não através de conflito, mas por meio do entendimento e da compaixão. O futuro ainda não está escrito, e as escolhas que fazemos agora podem oferecer um novo caminho para todos nós."


“Eu não me deixarei ser morto, mas se ele tiver a força para conseguir se vingar, eu não ficarei triste!” Daren finalizou.


A conversa entre Daren e Drake, agora envolvida em nuances de reflexão e possibilidade, terminou com um acordo tácito de que ambos enfrentariam o futuro com uma perspectiva alterada. As decisões do passado, embora irrevogáveis, não determinariam o tom de suas ações futuras. Ao invés disso, eles escolheriam abordar os desafios vindouros com uma mistura de prudência, esperança e uma vontade inabalável de buscar a redenção.


Drake era o elo que ligava o seu povo ao mundo externo, e Daren, dessa vez, precisava muito da ajuda de seu conterrâneo.


Enquanto Daren se afastava, desaparecendo na escuridão crescente da sua técnica, Drake permanecia contemplando o horizonte distante. A conversa havia semeado em seu coração uma mistura de temor e esperança pelo que o futuro reservava. Era um futuro incerto, sem dúvida, mas também repleto de possibilidades para mudança, crescimento e, talvez, reconciliação.


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