Capítulo 651 - Fantasmas
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Tenham uma boa leitura!]
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Depois de se encontrar com Drake e se mostrar disposto a abrir os olhos para o mundo externo e ser enxergado, também, Daren precisava fazer a próxima visita, e para essa visita, além de Star, outros cinco membros do Esquadrão da Noite foram acionados…
“Shadow…”
“Silence…”
“Void…”
“Moon…”
“Nocturne…”
Daren citou aqueles nomes e à medida que fazia isso, cinco figuras que estavam espalhadas por Gard simplesmente pararam o que estavam fazendo e ficaram todas as suas atenções àquela voz.
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Em uma cidade bastante movimentada, um ferreiro mediano, mas que tinha alguns clientes fiéis, deixou o metal que estava para forjar esquecido dentro do forno e soltou o seu martelo.
“Chefe… O que deu no senhor?” Preocupado, o ajudante do ferreiro perguntou.
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Em outro lugar, um soldado que patrulhava a fronteira parou de andar, deixando os seus companheiros confusos.
“O que você está fazendo, Noah?” Um dos companheiros, que claramente não gostava muito dele, perguntou.
“O turno apenas começou e você já está cansado?!” Outro guarda ironizou.
“É isso que dá implantar essas ideologias reformistas no exército!” Outro guarda afirmou com um certo nojo no seu semblante.
“Esses sem casta… Eles foram iludidos para pensar que podem ser iguais a nós, mas jamais serão! E esse fraco é mais uma prova disso!” O último guarda, que parecia ser o líder do grupo, zombou, logo antes de ordenar: “Mexa-se logo, Noah!”
O soldado permaneceu parado, ignorando até mesmo as ordens do seu superior e o toque de um dos seus ‘companheiros’ que tentou empurrá-la e forçá-lo a andar.
Por mais que fizesse força, o soldado não conseguia fazer Noah se mover sequer um milímetros, e sem reagir, Noah permaneceu parado, esperando a voz dizer as próximas palavras.
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Em outra cidade, uma dona de casa que estava servindo o jantar ao seu marido, um viúvo do primeiro casamento, e os dois filhos dele, simplesmente parou de fazê-lo e congelou como se o tempo tivesse parado.
“Ingrid… Você está bem?” O marido, muito preocupado, perguntou.
“Tia Ingrid… O que aconteceu?” O filho mais velho também perguntou, enquanto o mais novo dizia: “A senhora está me dando medo, tia Ingrid…”
Atenta a algo que não era aquela família, Ingrid continuou parada como uma estátua.
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Em um túnel repleto de guerreiros, seguranças do líderes das grandes castas de Gard, dentro de um gigantesco salão subterrâneo, um leiloeiro estava no meio dos seus trabalhos e tentava vender um lote de armas profanas, roubadas de uma família nobre que foi atacada e saqueada, se calou no momento em que os lances estavam frenéticos.
Grande parte do submundo de Gard e de outros continentes estava presente naquele leilão, seja com um líder ou com algum representante, e no momento em que o leiloeiro apenas parou de falar e travou, o lugar inteiro ficou mudo por alguns segundos, antes de virar uma loucura.
“Mas que merda é essa?”
“Eu ganhei?! O último lance foi meu, então eu ganhei, não foi!?”
“Cale a sua boca! Você acha mesmo que vai levar essas armas por um preço tão baixo?!”
“Eu estava prestes a dar mais um lance, mas aquele idiota parou!”
“Isso é algum tipo de armação?!”
“Que esquema vocês estão armando aqui?”
Um leilão que era aguardado há meses por todos os presentes fora paralisado de uma hora para a outra, tudo por causa de um homem, então muitos quiseram tirar vantagem da situação, inventar supostas conspirações ou apenas desabafar e xingar o verme responsável por isso.
Os clientes estavam irados, mas os fornecedores, aqueles que passaram um ano inteiro coletando os itens que só por causa daquela confusão seriam arrematados por valores muito menores, estavam prontos para matar o maldito leiloeiro.
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Por fim, um pedinte que quase ninguém notava e muito poucos davam-lhe algumas moedas, estava sentado, com um capuz sobre a cabeça e o rosto apontado para baixo quando o seu nome foi chamado.
O homem apenas permaneceu como estava… Um silêncio em meio à gritaria e à agitação… Invisível aos olhos daqueles que o enxergavam, mas não se importavam em reparar nele… Só mais uma sombra sem rosto em meio a tantas outras.
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Daren continuou, sua voz ecoou como um sussurro que alcançava cada um deles, independente da distância. "Reúnam-se e juntem-se a mim!”
Como se impelidos por uma força invisível, cada membro do Esquadrão da Noite, Shadow, Silence, Void, Moon, e Nocturne, deixaram suas atividades imediatas, despedindo-se de suas vidas temporárias sem dar uma palavra. Para eles, o chamado de Daren era uma convocação que não podia ser ignorada, um dever que transcendia qualquer outra obrigação.
O ferreiro, conhecido como Shadow, sem dar explicações ao seu ajudante confuso, simplesmente vestiu seu manto escuro e saiu, desaparecendo nas sombras da oficina como se nunca tivesse estado lá.
“Chefe…?” O ajudante arregalou os olhos em surpresa, logo antes de começar a esfregá-los e procurar pelo seu mestre nas sombras da oficina, mas sem êxito.
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Noah, o soldado na fronteira, reconhecido entre os seus como Void, finalmente se moveu, mas não para obedecer às ordens de seus superiores. Ele se virou, caminhando em direção oposta, deixando para trás o desdém e o desprezo de seus companheiros.
“Você quer morrer?!”
“O que diabos você está fazendo, seu maldito…” Os soldados começaram a repreender e ameaçar Void, que esticou a mão direita e falou: “Afastem-se!”
Aquela foi soou e foi uma ordem, e os outros soldados não gostaram nem um pouco disso, principalmente o líder, que deu alguns passos à frente enquanto cerrava os punhos para espancar Noah, e dizia: “Eu vou acabar com a sua…”
*Booooooooooooooooooooooooooooooooooomm…* A ordem de Void era também um conselho aos outros guardas, porque enquanto tentava se aproximar e bater nele, o líder foi brutalmente jogado para trás para longe pela força que ele usou para disparar ao céu.
*Baaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang…* Todos os soldados bateram violentamente em obstáculos enquanto olhavam para cima e sequer viam algum sinal do soldado mais fraco que tinha entre eles.
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Ingrid, a dona de casa que atendia pelo codinome Moon, finalmente quebrou seu transe, olhando uma última vez para sua família adotiva com um misto de amor e pesar.
"Cuidem-se!" ela sussurrou, antes de se afastar, sair pela porta e disparar ao céu com tanta velocidade e força que a casa tremeu e vidraças do bairro inteiro foram quebradas.
“Papai…?” Os filhos do homem que Ingrid deixou para trás ficaram totalmente perdidos e buscaram uma resposta do pai, que estava ainda mais desnorteado do que eles.
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No leilão subterrâneo, o leiloeiro conhecido por Nocturne, retomou sua voz apenas para anunciar seu próprio abandono: "Este leilão está encerrado!"
Aquele declaração causou um alvoroço ainda maior, mas ele já não estava mais lá para testemunhar, sua existência se esvaindo na agitação como se fosse apenas um fantasma.
Os membros do submundo ficaram completamente perdidos quando um mero leiloeiro desapareceu de um local fortemente guardado e deixou para trás uma confusão que ele mesmo causou.
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Por último, o pedinte, Silence, levantou-se lentamente, sua postura foi mudando de uma figura curvada e insignificante para a de um guerreiro imponente, revelando a verdadeira força que sempre esteve escondida sob o manto da invisibilidade. Sem que ninguém percebesse, ele se misturou à multidão e desapareceu.
Ninguém reparou o seu desaparecimento, assim como ninguém nunca reparou que ele sempre esteve lá.
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Os cinco foram guiados pela aura de Daren e convergiram para um ponto em comum, para o lugar onde a pessoa mais importante do continente estava… A Singularidade.
“Senhor…” Quando aquelas auras se revelaram, um dos conselheiros reais de Gard, que estava ao relento e sentado no chão, porque o seu líder atual não gostava de tronos, tentou alertá-lo, porém, o seu líder já estava se levantando e sacudindo a mão enquanto dizia: “Eu sugiro que você comecei a correr…”
Enquanto o homem corria sem pensar duas vezes, Momoa ostentava um largo sorriso e estufava o peito para dizer: “Então você finalmente resolveu sair da caverna…”
Ainda longe, mas com seis membros do Esquadrão da Noite seguindo atrás dele, Daren respondeu: “Eu já estive preso em uma caverna, garoto… E eu garanto que isso nunca mais aconteceu comigo!”
Momoa ergueu o cenho, demonstrando ter reconhecido uma boa resposta, mas respondeu: “Hahaha… Eu agradeço pelo que fez por todos ao conceder a Singularidade ao mundo, mas essa demonstração de força que você está tentando fazer só me faz querer bater em alguém! É que eu não gosto de ser intimidado, entende…?!”
Daren, se lembrando de outra pessoa igualzinha ao Momoa, disse: “Tal pai, tal filho… Assim como Halfkor, você parece que só abaixa a cabeça quando é subjugado…”
Momoa, por sua vez, deu de ombros e respondeu: “É… Eu tenho que reconhecer os meus defeitos…”