Capítulo 664 - Além da Sobrevivência: O Chamado da Responsabilidade
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Depois de um discurso forte de Zao Tian e a exposição do tamanho do problema em que eles se enfiaram, o grupo acatou a liderança deles sem questionar. Muitos ali estavam até aliviados e satisfeitos por Zao Tian ter assumido aquela posição que estava sempre vaga e que em um time daquele tamanho não poderia ficar.
Por melhor que for a equipe, sem um líder adequado e à altura dela, a força do time cai pela metade.
A falta de sincronia, estratégia, padronização e entrosamento afetam muito quando se trata de batalhas ou a execução de algum plano em conjunto.
Regras também precisavam ser estabelecidas e alguém tinha que, além de ditá-las, fazê-las ser cumpridas. Caso contrário, outros problemas como o de Gins no primeiro ciclo, por exemplo, poderiam se repetir facilmente, haja vista que todos eles eram muito poderosos, respeitados, independentes até demais e possuíam gênios bastante fortes.
Quando se tem um time onde todos os jogadores são os melhores dos melhores, o capitão tem que ser o número um, ele tem que estar no topo e lá permanecer para mostrar quem deve ser seguido e respeitado.
Ninguém queria aquela responsabilidade e por mais arrogantes que eles pudessem ser, devido aos seus talentos fora da curva e experiências de vida únicas, nenhum deles se achavam preparado para liderar aquele grupo. Nem mesmo Ming Xiao, que era um Rei muito respeitado no Vale da Esperança, se atrevia a reivindicar aquele posto.
Com Zao Tian se escolhendo e os outros aceitando, novas regras foram estabelecidas para que houvesse uma padronização de condutas no grupo.
Se antes ninguém andava sozinho, agora ninguém andava em um grupo menor do que quatro pessoas. Essa era uma das formas de garantir que uma única pessoa agisse de forma a prejudicar o resto do grupo.
Cruz era o ativo principal do grupo, então, para garantir que ele nunca fosse exposto ou capturado, Zao Tian, Jaha, Ye Yang, Ming Xue e Gu Ren ficariam com ele o tempo inteiro, e a cada um foi dada uma função de vigilância específica e compatível com os seus talentos e afinidades elementais.
O grupo que cercava o Cruz era, também, composto pelos mais centrados do grupo e daqueles que podiam contribuir mais para auxiliá-lo na forma de encontrar uma saída da Singularidade.
O grupo que protegia o Cruz se moveria a cada sete horas, e só se comunicaria com os outros segundos antes de partir de onde estavam. Desse jeito, ninguém conseguiria entregar as suas localizações no caso de algum deles ser capturado.
Quando o grupo precisasse ir para Decarius, para testar alguma coisa na Singularidade, todos seriam convocados a fim de formar um corredor de segurança por onde o grupo principal poderia se deslocar de forma rápida e segura com o Cruz.
A punição para quem agisse por conta própria e colocasse em risco tudo o que já foi mencionado que estava em jogo era o abandono. A imprudência, agora, seria seria paga única e exclusivamente pela pessoa que cometeu.
Era difícil aceitar que eles se abandonariam depois de tudo o que passaram, mas ninguém estava disposto a pagar para ver se essa promessa seria cumprida.
Quando todas as regras terminaram de ser estabelecidas, o grupo logo teve que colocá-las à prova, pois era necessário localizar o Pipo, para estudá-lo e mantê-lo longe das mãos divinas, também.
Quando se reencontraram no cinturão de asteroides que Cruz e Ye Yang viram viram o Pipo, a besta e o seu dono potencialmente perigosos causaram uma cena muito estranha, na qual Cruz tentava abraçar a besta e mostrar que estava feliz em vê-la, e Pipo, apavorado por ver aquele humano que virou a sua vida de cabeça para baixo, tentava arranhar e morder o Cruz para se afastar dele o mais rápido possível.
E após a localização e captura do Pipo, porque foi necessário, o grupo inteiro voltou para o Tártaro, que se tornou a base de operações deles.
Agora, com uma organização muito diferente de antes, o grupo treinava estratégias de fugas, mapeava as estrelas para traçar rotas de fuga e criava, previamente, armadilhas para atrasar e confundir o inimigo.
As armadilhas não duravam mais do que um ciclo, então montá-las era bastante trabalhoso, principalmente para Zao Tian, Gins e Ming Xiao, que eram os responsáveis diretos por criá-las.
A coesão, naquele momento, era mais importante do que qualquer outro treinamento, e enquanto todos trabalhavam juntos, Cruz, Jaha e Zao Tian se debruçavam nas pesquisas sobre o Pipo e a Singularidade.
A implementação dessas novas diretrizes transformou a dinâmica do grupo de forma significativa. Todos compreenderam a importância de cada medida, reconhecendo que qualquer deslize não colocaria apenas suas vidas em risco, mas poderia desencadear consequências catastróficas para além da Singularidade. A liderança decisiva de Zao Tian, apoiada por sua visão clara e determinação inabalável de tirar todos de lá em segurança, serviu como um farol, guiando o grupo através desses tempos incertos em que tudo, agora, dependia de Cruz, Jaha e Zao Tian.
Na preparação para os deslocamentos a Decarius, o grupo passou por rigorosos testes. Sob a tutela de mestres experientes e com a contribuição valiosa de cada membro, eles aprimoraram não apenas suas habilidades individuais, mas também suas capacidades de trabalhar como uma unidade coesa. A ênfase estava na precisão, na coordenação e, acima de tudo, na proteção mútua.
Até Gold e Elijah ajudaram na coordenação e correção dos protocolos de segurança do grupo.
Talvez, depois de ver que o grupo conseguiu, mesmo que por sorte, realizar o resgate que ele tanto se opôs que fosse tentado, Gold reconheceu o valor daquela conquista e resolveu mudar de postura, afinal, ele disse que não ajudaria a resgatar o pelotão dos Renegados, coisa que ele não fez.
Cruz, no centro desse círculo protetor, sentia simultaneamente uma carga sobre os ombros e uma forte inspiração para conseguir tirar todos de lá. A gravidade de sua condição e o potencial de seu poder pesavam sobre ele, mas o apoio incondicional e a confiança de seus companheiros impulsionavam-no a buscar o controle e a compreensão de suas habilidades.
"Eu não vou decepcioná-los!" Cruz prometeu a si mesmo, um compromisso não apenas com seus amigos, mas com o futuro de todos que eles lutavam para proteger.
O primeiro deslocamento a Decarius sob o novo protocolo foi um teste de fogo para as estratégias desenvolvidas. Com comunicação constante e vigilância intensa, o grupo principal com Cruz avançou pelo corredor de segurança criado por seus companheiros. A operação, embora tensa, foi um sucesso. Sem incidentes, eles alcançaram seu destino, realizaram as pesquisas necessárias e retornaram ao Tártaro sem atrair a atenção indesejada dos deuses ou de suas forças.
Esse sucesso solidificou ainda mais a confiança do grupo em suas estratégias e na liderança de Zao Tian.
A vida no Tártaro, embora nunca fosse fácil, tinha se tornado um símbolo de resistência e resiliência. O grupo, uma vez um conjunto de indivíduos poderosos, agora era uma família unida, um exército preparado para enfrentar qualquer desafio que viesse pela frente. Eles tinham encontrado um propósito comum maior do que qualquer ambição pessoal… Proteger o Cruz e, com ele, o destino de incontáveis vidas.
Enquanto se preparavam para as próximas etapas, a determinação do grupo era clara e a saudade das suas casa começava a pesar cada vez mais. Sob a liderança de Zao Tian, mas apoiados pela força e habilidade de cada membro, eles enfrentariam os deuses, desafiariam o destino e fariam tudo o que fosse necessário para encontrar uma saída da Singularidade. Eles eram guardiões não apenas um do outro, mas de todos os mundos ameaçados pela manipulação divina.
A cada dia que passava, o grupo se tornava mais adaptado às suas novas rotinas. Os treinamentos se tornaram mais intensos, as estratégias mais refinadas, e o espírito de equipe nunca esteve tão forte. A presença de Pipo, embora inicialmente fosse um lembrete das incertezas que enfrentavam, acabou se tornando um símbolo de esperança e da possibilidade de mudanças inexplicáveis e milagrosas dentro da Singularidade.
O Tártaro, uma prisão isolada de tudo, até mesmo da morte, era o palco ideal para treinamentos de combate que não chamavam atenções indesejadas. Contudo, a vigilância nunca descansava, não importava quantos ciclos passassem e a quanto tempo eles não viam um deus.
As pesquisas conduzidas por Cruz, Jaha e Zao Tian sobre o Pipo e a Singularidade começaram a dar frutos. Embora muitas perguntas permanecessem sem resposta, eles começaram a entender melhor as capacidades únicas de Cruz e como poderiam potencialmente usá-las a seu favor.
Cruz, de alguma forma, inseriu parte da sua assinatura de energia espiritual para o Pipo, e com a ajuda de Ye Yang, que analisou a energia espiritual, e os estudos de DNA que Zao Tian realizou, eles perceberam que uma parte ínfima do código genético do Cruz foi transmitida para o Pipo. Era algo quase imperceptível, que não causava nenhuma anormalidade aparente no funcionamento corporal da besta, mas a alteração estava lá.
Este conhecimento não só fortaleceu a posição deles contra os deuses, mas também abriu novas possibilidades para sua eventual fuga da Singularidade.
Em meio a esse cenário, surgiram novos desafios. O constante estado de vigilância e a pressão para proteger Cruz a todo custo começaram a pesar sobre todos. O estresse das responsabilidades compartilhadas testou os limites de sua unidade, mas também reforçou a compreensão de que apenas juntos eles poderiam superar as adversidades.
Numa tarde tranquila no Tártaro, se é que que isso pode existir, enquanto o grupo se reunia após mais uma sessão de treinamento, Zao Tian se levantou para falar: "Cada um de vocês tem sido mais do que eu poderia pedir. Sua dedicação, sua força, sua disposição para enfrentar o desconhecido... Vocês provaram que somos capazes de muito mais quando estamos juntos. Mas também precisamos reconhecer nossos limites e garantir que cuidemos uns dos outros, não apenas como companheiros de luta, mas como amigos, como uma verdadeira família!"
As palavras de Zao Tian buscavam reacender o sentimento de camaradagem e cuidado mútuo.
Ming Xue, para apoiar o marido e vendo que todos precisavam, propôs uma noite de descanso e confraternização, uma oportunidade para todos se reconectarem não apenas como guerreiros, mas como pessoas, para compartilhar histórias, risadas e, talvez, algumas lágrimas. Foi uma noite de renovação e fortalecimento dos laços que os uniam, um lembrete da humanidade compartilhada que transcendia suas missões individuais.
À medida que a noite avançava, eles compartilharam suas esperanças, medos e sonhos para o futuro. Foi um momento de vulnerabilidade e força, um testemunho do poder do espírito humano em face da adversidade. Cruz, especialmente, sentiu o peso de suas responsabilidades diminuir, cercado pelo apoio de seus companheiros.
Aquela foi uma ótima oportunidade para Ryuuji, Gins, Jaha, Gu Ren e os filhos de Thor conhecerem mais sobre os outros e deixarem que os outros os conhecessem melhor.
À medida que a aurora rompia o horizonte escuro de Tártaro, o grupo estava mais unido do que nunca. Eles enfrentariam o que viesse pela frente com uma nova determinação, prontos para desafiar os deuses e alterar o destino. Unidos em seu propósito e fortalecidos por sua união, eles não eram mais apenas um grupo de guerreiros perdidos na Singularidade… Eles eram uma família, determinada a lutar pelo futuro de todos os mundos.
“Está na hora de começar a lapidá-los, você não acha?!” Enquanto todos aproveitavam o momento, Elijah, em um papo entre espíritos, comentou com Gold num tom cruel.
“Eles não vão sair daqui tão cedo, então é melhor aproveitar esse tempo castigando eles do que ficar sentado, esperando que desvendam a técnica do Daren!” Gold, à sua maneira, concordou com Elijah.