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Capítulo 694 - O Preço da Guerra

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Tenham uma boa leitura!]


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Enquanto Yan Chihuo treinava sob a tutela rigorosa de Yang Zai, ambos iniciaram uma jornada pelas terras da Dinastia Yang, imergindo-se profundamente nas realidades da guerra contra o exército de dominação de Pemma Wangchuck. Esta viagem não era apenas parte do treinamento de Yan Chihuo, era uma revelação crua das consequências brutais do conflito que assolava a região.


Yan Chihuo pediu por aquilo, pois parte da sua missão naquele tempo era entender o seu segundo pai, e não havia outra maneira melhor de fazer isso que não fosse ver com os seus próprios olhos os primórdios da Dinastia Yang.


O objetivo era visitas todas as regiões afetadas pela guerra, conversar com as vítimas e familiares, e ver as entranhas podres que daquele conflito


Ao adentrar as zonas mais atingidas pelos confrontos, a devastação era visível e a desolação palpável. Vilarejos inteiros estavam reduzidos a cinzas, campos outrora férteis agora eram terrenos estéreis cobertos de sangue, metal de armas e corpos. Os olhos de Yan Chihuo, treinados para observar e absorver, não puderam ignorar o custo humano da guerra. FAmílias despedaçadas, crianças órfãs vagando entre os escombros, e guerreiros, tanto jovens quanto velhos, feridos em corpo e espírito.


Yang Zai, guiando Yan Chihuo por essas áreas, demonstrava um compromisso visceral com seu povo. Em cada parada, o imperador fazia questão de visitar os acampamentos de refugiados, as tendas de cura improvisadas, e até mesmo as linhas de frente, onde a esperança lutava desesperadamente contra a maldade. Sua presença era um reconfortante para muitos, uma promessa de que eles não estavam esquecidos pelo seu líder.


"Veja, Yan Chihuo…" Começava Yang Zai, enquanto ajudava a distribuir suprimentos a uma família que tinha perdido tudo: "A guerra é mais do que estratégia, motivos e conquistas. É sobre as pessoas. É sobre cada mãe que chora por seus filhos, cada pai que carrega o peso da impotência, e cada jovem que sonha com um amanhã melhor!”


“Minha devoção a eles não é por dever, mas por amor!" Yang Zai respondia, mesmo sem ser perguntado, as perguntas que Yan Chihuo tinha em mente.


Coisas como aquela se sucederam por dias, meses, ciclos e mais ciclos. Cada região afetada pela guerra, por mais isolada que fosse, estava no roteiro de Yan Chihuo. E essa jornada demorou muito, porque a guerra entre Pemma Wangchuck e a Dinastia Yang, que tentava salvar o mundo livre, alcançava regiões tão remotas que Yan Chihuo nem conseguia imaginar que podiam ser afetadas.


Enquanto percorriam outra vila, uma que havia sido recapturada recentemente das forças de Pemma Wangchuck, Yang Zai mostrou a Yan Chihuo as cicatrizes da batalha não apenas nos edifícios, mas nos corações e mentes dos sobreviventes. Eles pararam para ouvir as histórias de um velho que havia perdido seus netos na guerra. As palavras do homem, embora tristes, eram tingidas de uma resistência que parecia definir o espírito humano.


"É essa resiliência, essa capacidade de enfrentar as maiores adversidades com esperança no coração, que devemos proteger e fortalecer, Yan Chihuo!" Yang Zai dizia com a sua voz carregada de emoção: "Esta é a verdadeira força de nossa dinastia, a verdadeira força de qualquer nação."


Yan Chihuo escutava atentamente cada ensinamento de Yang Zai e observava com olhos de águia cada interação que o imperador tinha com o povo. A forma com que Yang Zai cuidava e se importava com todos era impressionante.


Yan Chihuo, no futuro, viu Yang Zai ser daquele jeito, apesar de ter que se esconder sob a figura naturalmente intimidante de Imperador da Dinastia Yang, porém, ali, na Singularidade, ele estava testemunhando uma forma de cuidado muito diferente. Uma forma de cuidado que envolvia o contato direto, a conversa franca e uma esperança compartilhada por todas as classes sociais.


Enquanto caminhavam pelo que restava de outra pequena vila, Yan Chihuo e Yang Zai encontraram uma menina, de cerca de oito anos, sentada sozinha entre as ruínas de uma casa destruída. Seu rosto estava sujo, e os seus olhos, embora grandes e luminosos, carregavam um peso de uma experiência que não condizia com sua idade. Ela segurava uma boneca desgastada, sinal evidente de um passado recentemente despedaçado.


Yan Chihuo, com sua personalidade gentil, se agachou ao lado dela com uma expressão suavizada pela tristeza ao perceber sua solidão, e perguntou: "Como você chama?" 


"Mei…" A menina respondeu com uma voz que tremia levemente: "Meu nome é Mei."


"Mei…" Yang Zai se juntou a eles com sua postura protetora naturalmente assumida e perguntou: "Pode nos contar um pouco sobre você? Como tem passado esses dias?"


A pequena Mei hesitou, mas a presença calma de Yang Zai pareceu lhe dar alguma segurança, então, ela respondeu num tom triste que partia o coração: "Minha família... Meus pais e meus dois irmãos... Eles morreram quando nossa casa foi atacada. Eu estava na escola na hora... E quando voltei, tudo estava em chamas e eles... eles já tinham ido."


A pequena Mei pausou, engolindo em seco, enquanto suas mãos, apertando a boneca com mais força, tentavam lidar com a dor profunda que ela sentia. Contudo, a menina, que era mais forte do que muitos adultos, continuou: "Desde então, eu tenho ficado com os vizinhos, ou dormido nas ruínas. Mas muitas vezes eu fico sozinha. É assustador à noite, com todos os sons e... E os gritos."


Quando Mei citou os gritos, ficou claro que eles não vinham das pessoas, mas sim de seus próprios pesadelos, medos e pânico noturno.


"Mas os soldados da Dinastia Yang vêm aqui, não é?" Yan Chihuo, tentando entender melhor como ela sobrevivia, perguntou. Ele estava sentindo a dor daquela menina como se fosse sua, porque um dia ele esteve na mesma situação que ela.


"Sim." Mei sorriu levemente enquanto um brilho de esperança passava por seus olhos: "Eles trazem comida e água, e às vezes brinquedos ou livros. Um dos soldados… Ele me ensinou a ler melhor e me conta histórias sobre heróis e heroínas que salvam o dia, toda vez que vem aqui. Eles me fazem sentir como se ainda houvesse algo bom no mundo, como se eu também pudesse ser forte."


Yang Zai ouvia atentamente, seu rosto estava endurecido pela dor dos relatos, mas suavizado pela resiliência da jovem. 


"Você é muito forte, Mei! E nós vamos garantir que você e outras crianças como você tenham um futuro melhor. Isso eu prometo." O imperador em pessoa estava fazendo aquela promessa para a pequena Mei enquanto segurava o seu ombro, mas a garota, inocente à guerra, não fazia ideia de quem era aquele homem. Mei apenas achava ele gentil e engraçado, pois ele era, a primeira vista, amedrontante devido ao seu corpo robusto, mas tinha um coração mole como gelatina.


Yan Chihuo observava a interação, tocado profundamente pela simples, porém poderosa, influência da Dinastia Yang nas vidas dos mais vulneráveis. O compromisso de Yang Zai com o seu povo realmente não era apenas uma questão de dever, era um vínculo de cuidado e amor que transcendia as expectativas normais de liderança.


A história de Mei, uma pequena narrativa no meio do vasto tecido de sofrimento e resistência, reforçava em Yan Chihuo a necessidade urgente de lutar não apenas para derrotar inimigos, mas para proteger e nutrir as vidas que dependiam deles. Ele levantou-se com sua resolução reforçada, com a imagem daquela criança corajosa gravada em seu coração como um lembrete perpétuo do verdadeiro custo da guerra e do verdadeiro propósito da luta de seu pai.


A cada visita, Yan Chihuo absorvia não apenas a dor, mas também a indomável determinação do povo de Yang Zai. Ele observava as práticas dos curandeiros que, utilizando tanto conhecimento antigo quanto novas técnicas, lutavam para salvar vidas. Em cada rosto marcado pela guerra, Yan Chihuo encontrava uma história que fortalecia sua própria vontade de lutar não apenas por vitórias militares, mas por um futuro onde tais horrores não fossem mais necessários.


Uma noite, ao redor de uma fogueira, enquanto os sons da noite teciam uma trégua temporária do caos diurno, Yang Zai e Yan Chihuo compartilharam um momento de introspecção.


"Imperador, como você mantém sua fé, sua esperança, diante de tanta devastação?" perguntou Yan Chihuo, sua voz baixa refletia a gravidade e reflexão de sua questão.


Yang Zai olhou para o fogo, vendo as chamas dançarem e lutarem contra a escuridão, enquanto respondia:"É uma escolha. Cada dia, eu escolho acreditar que nós somos mais do que nossas piores tragédias. Que cada pequena ação em nome do bem, cada vida que conseguimos tocar, constrói o caminho para a paz. Eu escolho, todos os dias, lutar por um mundo onde nossos filhos possam sonhar sem medo."


A jornada pelas terras da Dinastia Yang não apenas fortaleceu o corpo de Yan Chihuo, mas também seu espírito. Ao ver de perto o custo humano da guerra, sua determinação em proteger essas vidas e restaurar a paz tornou-se mais profunda do que nunca. Yang Zai, por sua vez, continuava a servir não só como um mestre nas artes marciais, mas como um exemplo vivo do líder que Yan Chihuo aspirava se tornar.


Com cada nova alvorada, enquanto a guerra ainda lançava suas sombras longas sobre a terra, a resolução de ambos os homens se solidificava, preparando Yan Chihuo não apenas para enfrentar Pemma Wangchuck, mas para liderar com a compaixão e a sabedoria que agora entendia serem essenciais para qualquer verdadeiro líder.


Yan Chihuo absorveu as palavras do Imperador, sentindo o peso de cada sílaba impregnada de lutas e esperanças passadas. Ele sabia que as lições aprendidas nas sombras da guerra eram duras, mas essenciais para forjar líderes capazes de conduzir as pessoas através da tempestade.


Na manhã seguinte, quando o sol emergiu tímido entre nuvens cinzentas de um céu ainda pesaroso, eles continuaram sua jornada. A próxima parada foi uma vila que, contra todas as probabilidades, tinha se tornado um ponto de resistência, um símbolo de esperança. Lá, Yan Chihuo testemunhou a incrível força de vontade do povo de Yang Zai.


Caminhando pelas ruas, eles foram saudados por rostos marcados pela guerra, mas inabaláveis em espírito. Yang Zai, com a familiaridade de quem conhece cada pedra de seu reino, parava para conversar com os aldeões, cada um com uma história para contar. Uma idosa, com as mãos calejadas pelo trabalho árduo, compartilhou como os soldados da Dinastia Yang haviam ajudado a reconstruir sua casa após ter sido destruída por uma coluna de chamas que desceu do céu.


"Não é só o que eles constroem com as mãos que nos mantêm firmes, é a esperança que eles semeiam em nossos corações!" Disse ela, com um brilho de determinação nos olhos e orgulho de estar na presença do imperador.


À medida que a tarde caía, Yan Chihuo sentou-se com um grupo de jovens que treinavam sob a orientação de um veterano, que lhes ensinava não apenas como manejar uma espada, mas como fazê-lo com honra. 


"A verdadeira batalha é aquela que lutamos dentro de nós mesmos, contra o desespero e a desumanidade." Explicava o veterano, antes de completar: “Nós só podemos enfrentar e erradicar o mal dentro dos outros, após sermos capazes de erradicá-lo dentro de nós mesmos!”


Yan Chihuo observou fascinado. A forma como as lições eram absorvidas, que a guerra tinha forjado nesses jovens uma maturidade precoce, mas também um forte senso de dever, era de encher os olhos. Era essa combinação de juventude e sabedoria, força e flexibilidade, que ele aspirava incorporar em sua própria jornada.


Ao anoitecer, quando o céu se pintava com as cores do crepúsculo, Yan Chihuo e Yang Zai se encontraram com um grupo de famílias que haviam perdido tudo, mas encontraram um novo começo graças ao apoio contínuo da Dinastia Yang. Uma mãe, segurando firmemente a mão de seu filho pequeno, contou como os soldados os resgataram de uma zona de conflito.


"Eu vi meu mundo desabar…" Ela começou com uma voz trêmula mas cheia de força, logo antes de prosseguir: "Mas foi a mão estendida do Imperador Yang Zai que nos tirou das ruínas. Agora, reconstruímos, não só nossas casas, mas estamos reconstruindo as nossas vidas."


Yan Chihuo sentia cada história ecoar profundamente dentro dele, moldando-o, preparando-o, fazendo-o perdoar. 


À luz de uma fogueira, enquanto compartilhavam uma refeição simples com os aldeões, Yang Zai voltou-se para Yan Chihuo com um olhar sério e perguntou: "Você entende agora, Yan Chihuo, por que cada decisão que tomamos deve refletir a esperança e a resistência dessas pessoas?"


Yan Chihuo, olhando para as chamas que iluminavam os rostos esperançosos ao redor, assentiu profundamente e deu resposta carregada de uma nova compreensão e um renovado compromisso: "Sim, Imperador. Mais do que nunca, eu vejo que sua luta foi justa e necessária. E eu irei me espelhar no senhor para lutar, não apenas como um guerreiro, mas como um guardião dessa esperança que você sustenta."


Aquela resposta era um entendimento que transcenderia o tempo e o espaço, um legado de coragem e compaixão que Yan Chihuo levaria consigo, gravado em sua alma. Naquela noite, sob um céu estrelado que prometia tanto desafios quanto triunfos, Yan Chihuo dormiu não como um homem triste pelos horrores da guerra, mas como um líder forjado pelo fogo da adversidade e pelo calor inabalável da humanidade.


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