Capítulo 710 - O Filho da Dor
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Tenham uma boa leitura!]
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Enquanto a tempestade de areia engolia uma parte muito grande do deserto, a voz fria de Hakim anunciou a sentença dos líderes de castas que se reuniram para tramar a sua queda.
A morte estava à espera deles, mas alguns dos homens e mulheres mais influentes, poderosos e gananciosos de Gard não aceitariam aquele destino sem resistir, então, visto que não tinham mais como fugir, eles tentaram derrubar Hakim ali mesmo.
Não era para as coisas acontecerem daquela forma. Os planos deles deveriam acontecer em um cenário mais adequado e favorável a eles, mas, agora que eles foram descobertos, os conspiradores foram forçados a enfrentar Hakim e valer-se da oportunidade de tê-lo só diante deles.
“Não recuem!” Dentro da paisagem turva que a tempestade de areia criou, Layla gritou para os outros, logo antes de avisar: “Se ele sair vivo daqui, não haverá um futuro para nenhum de nós ou para as nossas famílias!”
Tão logo a voz de Layla caiu, Soren completou: “Nada mudou! Nós mataremos Hakim aqui e agora!”
“Não foi apenas ele que usou a Singularidade para aumentar o seu poder! Nós também não somos os mesmos de antes!” Jafar gritou, a fim de incentivar os outros a lutar e esquecer o que eles viram acontecer com Khalid, afinal, eram muitos deles que estavam ali, e Hakim não levou apoio algum consigo.
“Aaaaaaaaaaaaarrgh…” De repente, enquanto os líderes de castas inflavam os peitos, decididos a enfrentar e matar Hakim, a voz de Khalid soou em um grito aterrorizante. A dor que aquele homem parecia sentir era excruciante, porém, ninguém conseguia vê-lo, apenas escutar os seus gritos que, de vez em quando, intercalavam com sons de um choro que vinha do fundo de sua alma.
“Os seus gritos serão transmitidos para todo o reino… Para que todos possam ver que Gard não tolerará mais ninguém que traia o seu povo e insulte a nossa nação!” Quando os gritos de Khalid pausaram por um breve instante, Hakim fez a sua voz ser ouvida por todos ali, enquanto nas principais cidades de Gard, grandes telas começavam a transmitir tudo o que estava acontecendo.
Aquelas cidades pararam quando tudo começou. Em frente às telas, cada pessoa que estava naqueles locais foi para fora, para ver Hakim enfrentar os líderes das altas castas de Gard, transformando as ruas em verdadeiros formigueiros.
Um sentimento de apreensão surgiu nos corações daqueles que começaram a ter alguma dignidade após as mudanças de Hakim, enquanto que, para os membros das castas cujos líderes estavam prestes a enfrentar o rei, acontecia uma grande movimentação que visava localizá-los e apoiá-los na luta.
“Por favor, não perca, Rei Hakim!” Nas ruas de uma das cidades, uma menininha que estava agarrada a uma boneca suplicou para que Hakim não perdesse a batalha.
A boneca nas mãos da menina era usada, mas ainda assim lhe trazia muita felicidade, pois pela primeira vez em sua vida, ela teve a oportunidade de ter algum bem e tempo para poder brincar. Ela era filha de um casal sem casta, e no regime que Gard viveu até hoje, mesmo crianças tinham que trabalhar, revirando lixo, para encontrar algo para comer e sobreviver ao próximo dia.
Graças à abolição do sistema de castas, a vida daquela criança mudou. Mesmo que ainda fosse muito pobre, ela não precisava mais procurar ou comer o lixo dos outros, pois os seus pais estavam trabalhando para o reino e ganhando um salário digno agora.
Os olhos puros e em súplica daquela garotinha refletiam os sentimentos dela e de todos aqueles que estavam em uma situação semelhante. Agora que tudo tinha começado a mudar, Hakim não podia perder. O rei tinha que vencer e levar a frente os seus novos planos para aquele reino amaldiçoado, trazendo, enfim, uma luz que finalmente erradicaria as trevas que pairavam sobre Gard e todo o seu povo.
Até mesmo algumas castas mudaram os seus pontos de vista quando Hakim retornou e começou a implementar aquelas mudanças. E apesar da grande maioria dessas castas serem de baixo a médio nível, elas somavam, juntas, uma enorme população de pessoas com pensamentos opostos aos homens e mulheres que enfrentavam Hakim.
“As nossas tradições não têm mais significado! Nem mesmo Pemma Wangchuck acreditava nelas… Então por que continuar lutando por isso?”
“Se o próprio fundador de Gard rechaçou e renunciou às tradições que tanto cultuamos, não tem sentido continuar vivendo essa mentira!”
O fator mais impactante na mudança de opinião dos membros daquelas castas foi a renúncia que Hakim trouxe em suas costas, que foi feita pelo próprio Pemma Wangchuck. Por causa dela, aqueles que realmente viviam as tradições de Gard e acreditavam que elas tinham algum propósito, abriram os olhos para o quão sem sentido eram as mentiras que eles viviam.
Apesar dessas mudanças terem acontecido em muitas casas, mesmo entre algumas das grandes castas, aqueles cujos líderes estavam dispostos a dar um golpe de Estado para manter os seus poderes sobre os outros eram irredutíveis e preferiam morrer a perder uma única gota do prestígio e dominância que possuíam.
Enquanto movimentos diversos aconteciam em Gard, no coração do deserto turbulento, as areias giravam violentamente ao redor dos conspiradores e de Hakim, criando um véu de opacidade e perigo iminente. A areia, impulsionada por um controle elemental feroz que fazia ela girar muito rápido, era uma arma tanto quanto qualquer espada ou lança.
Ser tocado pelas areias de Hakim era incômodo. Pequenas perfurações surgiam nas peles dos líderes das castas que procuravam pelo rei de Gard naquele ambiente totalmente controlado por ele, porém, o que se escutava eram apenas os gritos de Khalid que, quando parou de gritar, precedeu um estalo alto que com certeza veio de alguns ossos sendo partidos.
*Craaaaaaaaaack…* “Khalid, da casta Najar Siruf, está morto!” Hakim anunciou após o estalar de ossos.
*Pooof…* Logo em seguida, o som de um corpo caindo ao chão pôde ser escutado, mas ninguém se aproximou dele para conferir, temendo que aquilo fosse uma isca jogada por Hakim.
“Deveríamos ter te matado bem antes de você ter usurpado o trono, Hakim!” Layla murmurou enquanto localizava Hakim naquela tempestade de areia e se arrependia de não ter acabado com ele quando ainda era um pretende ao trono.
Manipuladora da terra, principalmente do metal, Layla levantou os braços e o solo debaixo deles tremeu. Placas de aço se ergueram como escudos, e estacas metálicas afiadas brotaram do chão, disparando em direção a Hakim numa tentativa de perfurar o rei indomável.
Hakim, com uma calma sobrenatural, observou as estacas avançarem, enquanto que, com um movimento de suas mãos, suas adagas flutuantes foram lançadas para todos os lados e interceptaram cada uma das estacas.
*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaassshhhh… Craaaaaaaaaaaaaaaaassshhhh…* Como se não houvesse resistência alguma aos seus avanços, as adagas cortaram a estacas de aço, fatiando-as em pedaços minúsculos que, carregados pela tempestade de areia, desapareceram de vista em um piscar de olhos.
Enquanto isso, Soren, que manipulava o fogo, conjurou uma tempestade de chamas que se entrelaçou com a areia, criando um turbilhão incandescente que elevou a temperatura ambiente a níveis extremos. As chamas, que avançavam em espirais violentas, buscavam envolver Hakim em um abraço mortal e literalmente assá-lo vivo.
Hakim, contudo, respondeu com a liberação rápida de uma alta quantidade de gelo que, após surgir ao seu redor, abafou as chamas e criou uma barreira entre ele e o fogo. E o contraste entre o calor das chamas e o frio do gelo criava uma névoa espessa, aumentando ainda mais o caos visual.
Jafar, agora avançando, também, chamou um dilúvio do ar úmido, transformando-o em jatos de água cortantes, cada um afiado como qualquer metal. Ele lançou um ataque coordenado, tentando penetrar a defesa de gelo e areia de Hakim.
As lâminas de água, ao tocarem a área gélida criada por Hakim, param muito rápido, e o Rei, que também manipulava a água, imediatamente reverteu o fluxo dos jatos, enviando-os de volta contra um desprevenido Jafar, que mal teve tempo de evocar uma barreira aquática para se proteger.
*Vuuuuup…* De repente, enquanto a sua mente se sentia aliviada por ter se defendido no último instante de um ataque que se voltou contra ele, Jafar percebeu alguém chegar ao seu lado esquerdo e, quando olhou, ele viu os olhos frios de Hakim que, segurando duas adagas, cravou a primeira delas em sua panturrilha esquerda.
*Splaaaaaash…* Sem ter como reagir a velocidade incrível com que Hakim se aproximou dele, Jafar sentiu a sua panturrilha ser atravessada pela adaga, antes de sentir o mesmo acontecer nas suas costas, que também foram perfuradas pela outra adaga de Hakim.
*Splaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…* Em um movimento rápido e sem nenhum pingo de clemência, Hakim moveu as adagas para cima e para baixo, levando uma de encontro a outra e, pelo caminho, rasgando o corpo de Jafar da panturrilha até às costelas.
“Aaaaaaaaaaaaarrgh…” O homem berrou de dor. A laceração profunda que Hakim causou em seu corpo era agonizante e jorrava sangue como uma cachoeira.
*Splaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…* Logo em seguida, Hakim deslizou, de novo, as adagas pelas costas de Jafar, dessa vez, dilacerando-o das costelas esquerdas até o ombro direito.
*Swing. Swing. Swing. Swing. Swing…* Antes que um novo grito pudesse sair de sua boca, Jafar foi esfaqueado dez vezes, tendo cada um dos seus principais órgãos perfurados.
*Splaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…* O corpo de Jafar caiu pesadamente ao chão. sua vida estava esvaindo rapidamente entre os grãos de areia que, impiedosamente, pareciam querer engolir o sangue derramado. Contudo, ele ainda respirava para sofrer pelos próximos minutos, pois era assim que Hakim queria que ele ficasse, para que a razão de ele ser chamado de O Filho da Dor fosse a última coisa que Jafar se lembrasse de sua vida e do seu miserável fim.
No cenário brutal que rapidamente se instaurou, a ferocidade de Hakim estabelecia um novo padrão de combate. Ele se movia com uma velocidade inalcançável e precisão cirúrgica, com cada golpe levando consigo a certeza de uma morte bastante dolorosa.
Ele era a tempestade personificada, o olho calmo no centro do caos.
Com Jafar fora de combate, a confiança dos outros líderes de casta começou a vacilar. A realidade de que poderiam ser os próximos a cair sob o poder devastador de Hakim fez com que um medo tangível tomasse conta de seus corações. No entanto, a ordem de Layla para não recuar ainda ecoava em suas mentes, impelindo-os a continuar a luta.
Layla, vendo a queda de Jafar, seu aliado mais próximo, sentiu uma fúria crescente. Com as mãos trêmulas de raiva e poder, ela canalizou uma quantidade massiva de energia espiritual, fazendo com que enormes espinhos de metal irrompessem do solo diretamente sob os pés de Hakim.
Hakim, no entanto, antecipou o movimento. No ar, ele girou, lançando uma série de adagas contra Layla, que teve que se proteger com uma cúpula metálica rapidamente formada.
Enquanto Layla se defendia, Hakim não desviou dos espinhos. Ele, segurando um par de adagas em suas mãos e com mais cinco delas flutuando ao seu redor, girou o corpo de forma muito rápida, fatiando cada um daqueles projéteis de aço que se aproximavam dele.
Enquanto isso, Soren, embora abalado pela queda rápida de Jafar, sabia que precisava agir. Concentrando-se, ele invocou uma série de tornados de fogo, tentando cercar Hakim e forçá-lo a se defender em múltiplas frentes. O ar ao redor deles aqueceu perigosamente, as chamas se torceram e rugiram com uma intensidade crescente.
Hakim, em resposta, criou uma barreira de areia e gelo, uma combinação de elementos que desafiava a própria natureza. A barreira também girou ao redor dele, interceptando as colunas de fogo e transformando parte do calor em vapor, enquanto pedaços de gelo afiados disparavam de volta na direção de Soren.
Soren mal teve tempo de reagir. Ele ergueu uma parede de fogo para desviar os projéteis, mas ele ainda foi atingido nas pernas e no braço direito.
Os outros atacaram, também, e a batalha continuou com uma ferocidade indomável. Hakim, no centro dela, parecia um deus da guerra. Sua expressão era impassível, enquanto seus movimentos pareciam dança mortal que nenhum dos líderes conseguia igualar.
De volta às cidades de Gard, a população assistia, horrorizada e fascinada, à demonstração de poder e determinação de seu rei. As telas mostravam cada detalhe da batalha, e muitos começaram a entender que a era das velhas castas estava chegando ao fim.
As vozes dos cidadãos começaram a se elevar, primeiro em sussurros, depois em clamores abertos.
"Viva o Rei Hakim!" gritavam eles, seus corações pulsavam com uma mistura de medo e admiração.
O Filho da Dor se apresentava ao seu povo, dessa vez, como uma nova pessoa, um novo rei. E apesar de toda a brutalidade das cenas que ele transmitia a todos, um forte sentimento de orgulho e esperança surgia em seu povo, pois agora, ninguém duvidava mais do rei. Hakim tinha conquistado o seu lugar não apenas em um trono dentro de um palácio, mas nos corações das pessoas, também.