Capítulo 0716 - Eles Chegaram

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Tenham uma boa leitura!]

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Enquanto os Grandes Deuses se aproximavam de Decarius, Daren, responsável pela barreira que protegia o planeta, sentiu uma perturbação no campo de energia que circundava uma vasta área ao redor da galáxia. Uma presença avassaladora, poderosa e inconfundível estava se aproximando. 

Na verdade, eram quatro presenças que rumavam a Decarius.

“Eles estão vindo…” Murmurou Daren para si mesmo naquele mesmo instante, sentindo o peso das divindades se aproximando. Ele sabia que precisava alertar os líderes humanos e preparar as defesas. 

Com um gesto rápido, Daren ativou uma série de comunicações urgentes para os pontos estratégicos de Decarius.

Uma mensagem gravada foi enviada para cada líder de cada cidade existente no mundo, para que estes levassem seus cidadãos para um local seguro.

Um sentimento de angústia assolou a humanidade. Por mais que eles tivessem se preparado fisicamente e mentalmente para aquele dia, eles estavam com muito medo, pois era inevitável para eles sentirem que ainda faltava muito para que tudo estivesse pronto, e que aquele momento chegou cedo demais.

Todos sabiam que seria uma questão de poucos anos até a chegada dos deuses. Antes, a humanidade esperava por um milagre, porque era humanamente impossível eles se prepararem para enfrentar os deuses em tão pouco tempo. Contudo, quando a Singularidade entrou em jogo, as coisas mudaram bastante. A humanidade, que antes não tinha chance alguma, viu as suas possibilidades de vitória ou sobrevivência crescerem, vencendo algo que nem mesmo deuses podiam vencer, a passagem do tempo.

Esperançosos, os humanos treinaram por décadas, séculos, e para alguns, milênios. Muitos morreram no começo, no meio ou até no final de suas jornadas, mas cada um daqueles que voltavam se tornava um símbolo de esperança, amenizando as angústias e pessimismos das pessoas. 

Para o mundo atual, ter tantas pessoas em níveis bem mais altos de poder do que eles estavam acostumados era perigosamente satisfatório, porque alguns poderiam se acomodar com isso e ficar convencidos de que aquilo era o suficiente.

Por mais que a história que todos testemunharam nas Singularidades mostrasse que os deuses eram extremamente poderosos e perigosos, a maioria daqueles que enfrentaram os deuses, principalmente um Grande Deus, morreu em batalha ou tentando fugir depois de perceber que não tinha condições de enfrentar uma coisa daquela magnitude. E por mais que os avisos quanto a necessidade de crescer mais fossem constantes, sempre existiam aqueles que os ignoravam e arrogantemente posavam como prontos para uma guerra.

Contudo, mesmo aqueles que se julgavam prontos tremeram quando os alertas começaram a soar e as evacuações começaram. Alguns deles foram os primeiros a correr para os abrigos e deixar que outros que não fossem eles lidassem com a situação.

“Os deuses estão se aproximando. Precisamos estar prontos para qualquer eventualidade.” Enquanto os líderes menores cumpriam os seus papéis de levar os cidadãos para locais seguros, Daren com uma voz firme comunicou-se diretamente com Momoa, Hakim, a Dinastia Yang e Drake: “Não sabemos exatamente quais são suas intenções e porquê eles vieram, mas não podemos subestimá-los.”

Momoa, Hakim, a Dinastia Yang e Drake receberam a mensagem de Daren com uma gravidade que refletia o perigo iminente. Cada um deles sentiu o peso da responsabilidade sobre seus ombros aumentar. Momoa, conhecido por sua natureza impulsiva, imediatamente sacudiu os braços e apertou os punhos com força, preparando-se para o possível confronto. Hakim, com sua mente estratégica, começou a delinear planos de contingência para várias eventualidades, enquanto a Dinastia Yang e Drake se preparavam para fortalecer suas defesas e proteger seus povos.

"Estamos à beira de uma guerra que pode decidir o destino da humanidade." Começou Hakim com uma voz calma e firme: "Não podemos nos dar ao luxo de cometer erros. Cada movimento deve ser calculado e cada decisão deve ser ponderada. Se tivermos alguma chance de adiar essa luta, devemos optar por isso."

"Concordo." Respondeu Momoa, mas com os olhos faiscando de vontade de lutar, ele expressou que, talvez, essa oportunidade não estivesse no cardápio, dizendo:. "Mas também não podemos hesitar. Se eles nos atacarem, precisamos estar prontos para contra-atacar com toda nossa força. Se matá-los for a nossa chance de ganhar tempo, que assim seja."

"Estamos lidando com deuses, Momoa…" Drake interrompeu com sua voz carregada de preocupação, logo antes de dizer: "Não podemos subestimá-los. Eles têm poderes que nós ainda não conseguimos decifrar e mensurar. Precisamos usar nossa inteligência e nossas alianças, não os punhos."

Yang Gengi, ouvindo atentamente a discussão, interveio: "Essa guerra terá muitas batalhas. Nós não podemos agir de forma precipitada e acelerar um processo que ainda pode ser postergado.” 

Yang Feng completou o raciocínio de seu companheiro: “Precisamos identificar suas intenções antes de tomar qualquer ação drástica. Se conseguirmos dialogar, ou mascarar o que está acontecendo aqui, talvez possamos evitar um confronto direto."

Momoa soltou um suspiro de frustração enquanto falava num tom de pena: "Diálogo? Com deuses? Vocês não têm ideia de que tipo de seres eles são… Eles não vão nos ouvir. Eles nos vêem como um rebanho que deve ser conduzido para onde eles querem, e se alguma ovelha tentar fugir, eles acabam com ela, para que ela não possa influenciar as outras. É assim que os deuses agem!"

Estava claro para todos que Momoa nutria um grande rancor pelos deuses, um sentimento profundo de ódio que não deixava-o enxergar cenário algum em que os deuses não fossem um inimigo a ser eliminado.

"Talvez, mas não podemos perder a esperança, ainda." disse Hakim, logo antes de explicar: "Grande parte das nossas forças está ausente neste momento, e partir para um confronto direto não nos dará sequer a chance de esperá-los voltar."

Enquanto a pressa se tornava um sentimento comum da humanidade, os visitantes de Decarius, extremamente preocupados com os alertas de aproximação dos deuses, evadiram do planeta ou se esconderam nos locais mais profundos e difíceis de serem detectados que eles poderiam encontrar.

O medo de que os deuses os vissem no planeta humano e atacassem as suas terras natais, também, abalou momentaneamente o sentimento de união e cooperação que parecia ter surgido entre todas aquelas raças.

E enquanto tudo isso acontecia… Enquanto Momoa e os outros líderes decidiam que abordagem usar, e os outros tentavam se esconder ou esperavam alguma ordem, Daren se tornou uma voz ausente na discussão, mas não porque ele estava com medo ou em dúvida sobre algo, e sim, porque ele já estava indo ao encontro dos deuses.

“Por enquanto, eu posso lidar com ambas as possibilidades. Apenas esperem até que eu dê algum retorno, e não venham para cá!” Daren, com uma voz tranquila como se estivesse a caminho de um passeio no parque, informou aos outros líderes qual era a sua decisão.

Daren seguiu sozinho até os deuses, porque ele queria manter a situação no mundo humano oculta dos inimigos.

Tinham muitos segredos em Decarius que Daren queria manter como estavam. Os níveis de poderes atuais da população, os principais líderes, bem como as suas forças, mas a coisa mais importante que precisa permanecer oculta era a existência da Singularidade.

Deixar os deuses se aproximarem de Decarius revelaria aquele segredo de treinamento que estava em processo, deixando-os desesperados para terminar logo com a guerra contra os humanos. Isso causaria um número imensurável de baixas, fazendo a humanidade perder recursos humanos que têm muito potencial, mas ainda não amadureceram.

A confiança de Daren em sua força era tamanha que, por todo o caminho, ele nem se preocupou em ser percebido ou atacado. Ele apenas seguiu calmamente na direção dos convidados indesejados.

A aproximação ‘calma’ de Daren, para os deuses, foi percebida como estar na mira de uma bala. O objeto, ou melhor, a pessoa que se aproximava deles, era extremamente rápida e foi prontamente identificado como não sendo Zeus.

“O que é isso?” Hefesto, com o seu amuleto que captava distúrbios mínimos na energia espiritual, foi o primeiro a ter uma breve mensuração do quão poderoso era o ser que viajava até eles. Enquanto o seu amuleto ficava louco a ponto de ter que ser guardado, o deus da forja soltou um breve, mas alto, comentário de espanto.

“Esse aí definitivamente não é Zeus!” Hades, olhando para Loki e tentando ler em sua expressão se o deus da mentira sabia daquilo, exclamou.

Loki, por sua vez, escondeu o seu espanto com uma expressão de razão, enquanto dizia: “Eu disse que tinha algo muito estranho acontecendo naquele planeta!”

Athena, de posse de uma lança dourada que repentinamente surgiu em sua mão direita e um escudo, também dourado, que da mesma forma surgiu em sua mão esquerda, alertou: “Ele tem afinidade com a escuridão, mas ainda esconde a sua verdadeira força!”

Apreensivos, os deuses, que nunca imaginaram que alguma coisa além de Zeus poderia fazê-los diminuir o ritmo, pararam perante a aproximação de Daren. Eles estavam congelados e nem sabiam porquê estavam assim.

Instinto, precaução, desejo de fuga, medo… Esses sentimentos raros e, para alguns, jamais sentidos antes, começaram a aflorar nos corações dos quatro deuses que, naquele momento, tiveram um vislumbre de uma estrondosa verdade… Eles não eram os seres mais poderosos do universo!