Capítulo 0747 - A Humildade do Mais Arrogante
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No caos da retirada desenfreada dos deuses, uma figura permanecia imóvel no espaço, envolta em um manto de tristeza e desilusão. Hércules, o mais orgulhoso dos deuses, olhava para o vazio, sentindo o peso esmagador da derrota e o abandono de seus irmãos divinos. Aquele momento era uma ruptura para ele, um ponto sem retorno, no qual ele não via mais motivos ou sentido na sua luta.
Diante dele, Daren, ainda observando o recuo dos deuses, olhou para a presença estática de Hércules. Com um movimento fluido e calmo, ele se aproximou, com seu olhar firme e indomável fixo no deus guerreiro.
"Hércules.." Daren começou, com sua voz grave ecoando pelo vácuo do espaço: "Você lutou bravamente hoje, mas parece que seus irmãos o abandonaram…"
Mesmo sendo um inimigo de Hércules, Daren conseguia sentir alguma empatia pelo deus e pela sua situação, afinal, ele estava disposto a se sacrificar para dar alguma vitória a sua raça naquele dia, mas honra não era um conceito claro para os deuses, e no fim, o mais corajoso e dedicado deles terminou sozinho no campo de batalha, rendido enquanto os seus semelhantes fugiam sem sequer se importar com ele.
Hércules não desviou o olhar, a amargura era evidente em seus olhos. A covardia dos seus irmãos era inaceitável, algo que ele nunca conseguiria aceitar em vida, e isso o levou a proferir palavras definitivas para Daren: "Eles fugiram como covardes... Eu não posso voltar para eles! Eu não posso lutar ao lado deles!
“Minha honra está manchada, Daren! Se você realmente me considerou um bom adversário, eu peço que você acabe com minha vida de forma honrada!" Enquanto dizia aquelas últimas palavras, Hércules se prostrava diante de Daren, enquanto a pele do Leão de Nemeia desaparecia do seu corpo e nenhuma intenção de defesa era esboçada por ele.
Daren ficou em silêncio por um momento, avaliando a sinceridade nas palavras de Hércules. Ele viu um guerreiro que, apesar de ser um inimigo, lutava com coragem e convicção, defendendo aquilo no que acreditava com cada fibra do seu ser. Naquele momento singular, o mais orgulhoso dos deuses foi, também, o mais humilde deles.
Com um aceno solene e um respeito profundo, Daren aceitou o pedido.
"Se é isso que você deseja, Hércules, eu cumprirei seu último pedido. Você merece uma morte honrada!" Daren respondeu, antes de desembainhar a sua espada, a Orgulho dos Renegados, que brilhava com uma luz sombria e radiante ao mesmo tempo.
“Eu nunca tive chance, não é!?” Hércules, quando viu aquela espada ser acordada, percebeu o quão inferior ele era e o quanto Daren respeitou a sua bravura, porque se ele tivesse usado aquela arma desde o começo, Hércules não teria durado nem um minuto.
Daren acenou em confirmação, enquanto nobremente dizia: “Não se envergonhe… Poucos tiveram!”
Depois de dizer aquilo Daren ergueu a Orgulho dos Condenados e se preparou para o golpe final, e Hércules, em um último gesto de bravura, ajoelhou-se, abaixando a cabeça em submissão.
"Obrigado, Daren!" Hércules murmurou, fechando os olhos e aceitando seu destino.
*Swiiiiiiiiiiiiing…* Com um movimento rápido e preciso, Daren desferiu o golpe final. A lâmina, cortando o espaço, atravessou o pescoço de Hércules.
O deus guerreiro tombou sem resistência, e sua vida se extinguiu em um ato de honra e respeito.
De todos os deuses que matou até hoje, Hércules foi o único que fez Daren sentir algo. Contudo, ele precisava morrer, porque o Demônio da Escuridão reconhecia que, se deixasse ele sair vivo, com a força de vontade daquele deus, ele poderia se transformar em um grande perigo no futuro.
“Eu espero nunca mais te ver!” Daren murmurou no final. Ele não se referia àquela entidade chamada Hércules, mas sim à personalidade que ele enfrentou.
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Enquanto o corpo de Hércules flutuava no espaço vazio e frio, os deuses que haviam recuado estavam em um estado de desespero e confusão. A derrota que sofreram foi catastrófica, e a notícia da morte de Hércules apenas aumentava o pânico entre eles.
Prometheus, o estrategista que não acertou nada, tentava manter a calma enquanto comandava a retirada: "Nós precisamos nos reagrupar e planejar uma nova estratégia. Isso ainda não acabou!"
Contudo os outros deuses não compartilhavam do mesmo otimismo que Prometheus. Anúbis e Hórus estavam visivelmente abalados, com suas expressões refletindo medo e incerteza.
"Como podemos enfrentar uma força como essa? Eles têm o Grande Arcanjo do lado deles!" Anúbis exclamou, com sua voz tremendo de medo, a menor lembrança do que aconteceu.
Hórus assentiu, com seu rosto pálido e voz tremulante: "Se até Hércules foi derrotado... o que nos resta agora?"
“Nós não temos números e nem força o suficiente para vencê-los!”
Enquanto aquele pânico se espalhava, os deuses retornavam ao Reino Divino, um lugar que antes simbolizava sua supremacia, mas agora parecia frágil e vulnerável. O pânico e a comoção eram generalizados. Os deuses, antes arrogantes e confiantes, estavam agora dominados pelo medo e pela incerteza.
A derrota que eles sofreram foi histórica. Um fato que aconteceu uma única vez, e que agora se repetiu, provavelmente, pelas mãos da mesma pessoa.
Os líderes divinos se reuniram em conselhos de emergência totalmente inúteis, pois suas vozes, que ecoavam pelos corredores dourados, nunca entravam em um consenso e eram incapazes de não transferir a culpa para outros que não fossem eles.
"Não podemos permitir que essa derrota nos defina.” Prometheus disse, tentando manter a compostura, mas as palavras de Prometheus pouco fizeram para acalmar o pânico crescente. O Reino Divino estava em tumulto, a sombra da derrota pairava sobre eles como uma nuvem sombria, e nenhuma luz no fim do túnel parecia existir.
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Enquanto os primeiros a chegar no Reino divino debatiam, a notícia da morte de Hércules se espalhou rapidamente pelo cosmos, causando um impacto profundo em todos. Hércules, o deus invencível, estava morto, e a confiança dos deuses estava abalada até o seu núcleo.
Belenus, um dos Grandes Deuses que não chegaram a tempo para a batalha, se lamentou profundamente pelo ocorrido: "Hércules... meu irmão... ele lutou até o fim, e nós o abandonamos."
Os outros deuses compartilharam o sentimento tardio de culpa e arrependimento. Suas mentes eram atormentadas pela imagem de Hércules enfrentando Daren sozinho, mas nada mais podia ser feito.
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Enquanto a comoção tomava conta do Reino Divino, uma figura sombria observava de longe, com seus olhos brilhando com uma determinação implacável…
Guardando o sono do Pai de Todos, Krishna, um dos deuses mais poderosos que existiam, sabia de tudo o que estava acontecendo lá fora, mas não podia sair do lado daquele ao qual era o seu dever natural proteger e servir.
“Eu espero que o senhor acorde logo, pai!” Olhando para Odin, Krishna murmurou, enquanto rezava para que sua voz chegasse às profundezas de seu sono: “Os seus filhos estão perdidos e precisam do senhor!”
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“Tragam aqueles dois para cá! Tudo isso é culpa deles!” Enquanto Krishna orava para o Pai de Todos, os deuses, perdidos em suas faltas de responsabilidade e senso de dever, continuavam tentando encontrar culpados, em vez de se concentrarem no problema real. E dessa vez, os bodes expiatórios deles eram Loki e Hades.
Loki tinha começado tudo. Ele deu a ideia e manipulou os outros deuses para investigar Decarius, então a maior parte da culpa recaía sobre ele. Hades, porém, nada fez além de sobreviver, mas isso, para os deuses que nem lutaram ou arriscaram as suas vidas, era motivo o suficiente para encontrar nele um motivo de culpa.