Capítulo 799 - A Sombra da Morte
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Muito longe de Decarius, Hatori iniciava a sua investigação ao atentado ocorrido em um planeta orc que foi recrutado há pouco pela humanidade.
O vazio do espaço cedia lugar à visão sombria do pequeno planeta Uhr’Gal, conforme Hatori e Grok se aproximavam em silêncio. A superfície do planeta era marcada por cicatrizes profundas, que se estendiam como feridas abertas em uma paisagem outrora vibrante. Ao longe, os resquícios de uma civilização arrasada podiam ser vistos… Edifícios derrubados, campos queimados e rios de lama negra misturada com o sangue dos orcs que ali viviam. Hatori sentiu um aperto no coração ao presenciar a destruição, enquanto Grok, ao seu lado, mantinha a expressão dura e os punhos cerrados, encarando o humano ao seu lado.
Uhr’Gal, embora pequeno em comparação a Gralkor, possuía uma importância simbólica imensa para os orcs. Este era um local onde ainda ocorria o Ritual do Ghar’Kal, a cerimônia sagrada de troca de coroa, na qual o título de Khan, o líder supremo daqueles orcs, era disputado em um combate ritualístico. A cada década, orcs de todo o universo se reuniam em Uhr’Gal para assistir o desafio. E este ano, a cerimônia tinha um significado ainda mais especial, pois, pela primeira vez na história, uma orc fêmea, Zar’Kali, estava entre os desafiantes ao título de Khan e tinha boas chances de consegui-lo.
Era para ser um dia sagrado, mas a esperança e o orgulho que emanavam dessa ocasião haviam sido esmagados pela brutalidade de ataque covarde e premeditado.
O céu estava encoberto por nuvens escuras, como se o próprio planeta estivesse de luto pelo massacre. O cheiro de carne queimada e sangue seco era forte, uma lembrança constante da violência que havia ocorrido ali. Quando Hatori e Grok aterrissaram, eles foram imediatamente cercados por um grupo de orcs sobreviventes, cujos olhos estavam cheios de desconfiança e raiva escancarada.
“Humano!” Um dos orcs gritou, aproximando-se de Hatori com os dentes à mostra e os olhos flamejando de ódio: “Por que você está aqui? Não foi o suficiente destruir nosso lar e profanar nosso santuário?!”
Aqueles orcs estavam verdadeiramente propensos a atacar Hatori sem sequer deixá-lo responder.
Grok, percebendo que a situação poderia sair do controle rapidamente, deu um passo à frente, erguendo a mão em um gesto de paz, e pediu: “Esperem, meus irmãos! Este é Hatori, embaixador de Decarius. E embora eu também tenha as minhas dúvidas, ele está aqui para descobrir quem foi o responsável por este massacre e trazer justiça ao nosso povo.”
Os orcs hesitaram por um momento, com seus olhares variando entre Hatori e Grok. A tensão no ar deixava a atmosfera densa, e o menor movimento errado poderia desencadear um ataque. Hatori permaneceu em silêncio, com sua postura serena, enquanto esperava que as palavras de Grok tivessem algum efeito.
Vendo que nada tinha mudado, Hatori com as mãos sobre as coxas, se ajoelhou perante os orcs que buscavam vingança e baixou a cabeça em sinal de respeito, compaixão e paz.
Finalmente, um orc mais velho, cujas vestes e cicatrizes indicavam que ele era um líder local, deu um passo à frente e falou: “Grok, nós respeitamos sua força e seu julgamento, mas confiar em um humano agora? Depois do que aconteceu aqui?”
A voz do orc era rouca, carregada com o peso da dor e da perda de centenas de milhares de famílias.
“Este humano aparentemente veio em paz, Eldrak!” Grok respondeu, com sua voz firme, logo antes de explicar: “Parece que ele não sabia do ataque e está aqui para ajudar.”
Eldrak olhou longamente para Hatori, sua expressão endurecida pelo sofrimento, e mesmo que aquele humano estivesse de joelhos na frente dele, ele berrou: “Ajuda? Onde estava sua ajuda quando precisávamos? Quando nossas crianças e anciãos foram massacrados como animais, enquanto os guerreiros estavam no ritual? O que você pode fazer agora, além de oferecer palavras vazias e mentiras sobre uma falsa aliança?”
Hatori inclinou a cabeça em um gesto de respeito típico de sua tribo, antes de falar: “Não posso desfazer o que aconteceu aqui, Eldrak… Mas posso prometer que farei tudo o que estiver ao meu alcance para encontrar o responsável por este ato e garantir que ele enfrente a justiça. Peço que me deixem investigar o que ocorreu, para que juntos possamos evitar que algo assim aconteça novamente.”
Os orcs permaneceram em silêncio por alguns momentos, trocando olhares e ponderando sobre as palavras de Hatori. Eldrak foi o que mais pensou, mas finalmente assentiu, embora sua expressão ainda estivesse carregada de desconfiança: “Muito bem, humano. Por consideração ao Grok, eu permitirei que você prossiga, mas saiba que estaremos observando. Se trair nossa confiança, não hesitaremos em buscar vingança.”
Hatori aceitou a responsabilidade com a gravidade que ela exigia e seguiu Eldrak e Grok pelo que restava de Uhr’Gal. À medida que sobrevoaram o planeta, os sobreviventes os olhavam com um misto de dor e raiva. Cada passo revelava a extensão da devastação. As aldeias queimadas, os corpos que ainda não haviam sido enterrados, as crianças órfãs chorando nos escombros… Era horrendo.
Ao chegarem ao centro do planeta, Hatori viu o que restava do local sagrado onde ocorreria o último ato do Ritual do Ghar’Kal, a coroação do novo ou nova Khan. O altar central, onde o Khan anterior entregava a coroa ao seu sucessor, estava em ruínas, destruído por uma força nefasta que deixou marcas profundas na terra. A energia que emanava do local era opressiva, como se a própria terra estivesse sofrendo e a sombra do responsável pelo ataque ainda cobrisse tudo.
“Foi aqui que começou!” Grok murmurou, com sua voz grave, antes de continuar: “O ataque foi rápido e implacável. Planejado previamente. Quando os guerreiros ficaram sabendo dele e retornaram do ritual, encontraram apenas a morte e a destruição. Aquele que fez isso não tinha honra. Ele esperou até que eles estivessem vulneráveis, em um dia sagrado, para desferir o golpe e fugir.”
Hatori ajoelhou-se novamente, tocando o solo escurecido com a mão, sentindo a energia residual do ataque. Ele fechou os olhos e concentrou-se, permitindo que a energia da Sourigawa fluísse por seu corpo, conectando-o às forças que ainda persistiam naquele lugar. E o que sentiu foi perturbador… Uma presença maligna, algo que manipulava as trevas com uma perícia notável esteve ali. Ainda dava para sentir os traços e flutuações gravitacionais, embora muito fracas depois de tanto tempo.”
“Esse poder... Ele é raro entre os meus conterrâneos. Poucos manipulam a escuridão entre o meu povo.” Hatori comentou com os orcs, antes de afirmar: “Isso realmente não foi um ataque aleatório. Quem fez isso sabia exatamente como causar o máximo de dano com o mínimo de resistência e sabia como e quando fugir sem deixar rastros.”
Grok, que havia se aproximado, franziu a testa e questionou: “Você reconhece essa energia?”
Hatori balançou a cabeça negativamente, com sua expressão séria, antes de responder: “Não. Mas sei que quem fez isso é um gênio. Essa escuridão... Ela é poderosa demais para deixar tantos resquícios mesmo após dias. Quem fez isso não é um Santo qualquer. Ele ou ela com certeza é único e não tem qualquer pingo de sanidade ou empatia.”
“Vendo o rastro da destruição ocorrida aqui, eu posso praticamente afirmar que quem fez isso estava completamente louco e não tinha um alvo específico. Apenas queria destruir e matar sem nenhum ressentimento.”
Eldrak, que ouvira a conversa, aproximou-se dos dois e falou: “Nós tentamos entender o que aconteceu, mas a dor e a perda são grandes demais. Não sabemos como rastrear esse poder, mas se você puder, Hatori, terá nosso apoio.”
Hatori olhou ao redor, observando os orcs, agora reunidos em torno deles. Ele sabia que a confiança deles era frágil, mas também sabia que havia algo mais em jogo: “Vou precisar de acesso aos locais mais afetados, para tentar rastrear essa energia. E se houver sobreviventes que viram o atacante, preciso falar com eles.”
Eldrak assentiu lentamente enquanto apontava em uma direção e dizia: “Há alguns que sobreviveram aqui perto, mas estão traumatizados. Vou levá-lo a eles, mas saiba que será difícil qualquer um querer falar com um humano.”
“Compreendo…” Hatori respondeu, levantando-se e prometendo: “Farei o possível para ser respeitoso e cuidadoso. Este ataque não pode ficar impune.”
Grok, vendo que Hatori estava realmente sentindo a dor dos orcs, colocou a mão no ombro de Hatori e falou: “Você tem minha palavra, Hatori… Se conseguirmos descobrir a verdade, todos nós estaremos unidos para trazer justiça aos que morreram aqui.”
Os três seguiram em direção aos abrigos improvisados onde os sobreviventes estavam sendo cuidados. No caminho, Hatori não pôde deixar de sentir o peso do que havia ocorrido em Uhr’Gal. A escuridão que havia passado por ali não era apenas física, era algo que ameaçava consumir o espírito dos orcs, algo que poderia destruir tudo o que eles eram se não fosse enfrentado.
Ao chegarem ao primeiro abrigo, uma pequena construção que havia sobrevivido à destruição, Eldrak conduziu Hatori até uma jovem orc que estava sentada no canto, com os olhos vazios e a pele pálida: “Esta é Mara’Kha. Ela estava na vila quando o ataque começou. É uma das poucas que conseguiu escapar, mas perdeu toda sua família.”
Hatori aproximou-se lentamente, ajoelhando-se diante da jovem. Seus olhos estavam cheios de dor, mas também de uma força silenciosa que Hatori respeitava.
“Mara’Kha…” Hatori disse suavemente: “Meu nome é Hatori, e estou aqui para descobrir quem fez isso e garantir que ele seja punido. Sei que é difícil, mas pode me contar o que aconteceu?”
Mara’Kha olhou para ele, com sua expressão inicialmente distante, mas aos poucos, ela começou a falar em voz baixa e entrecortada pela emoção: “Foi como um pesadelo... O céu escureceu de repente, e então veio a escuridão profunda... Era como uma sombra viva. Ela engoliu tudo... Ninguém teve chance. Eu... eu vi um homem… Um humano… Ele estava no meio da escuridão... E ele ria enquanto tudo queimava e todos gritavam. A minha família… Eles foram esmagados…”
Hatori sentiu um arrepio na espinha ao ouvir as palavras da jovem. A dor e o pavor que ela sentia eram contagiantes. Contudo, para ter uma chance de chegar a uma identidade, Hatori teve que perguntar: “Um homem? Você conseguiu ver como ele era?”
Ela balançou a cabeça, com as lágrimas começando a escorrer, e disse aos prantos: “Eu... eu não consegui ver muito. Ele estava envolto na escuridão, como se fosse parte dela. Mas... seus olhos… Eram estranhos… Parecia que tinha alguém falando com ele, mas ele estava sozinho. Ele… Ele tinha um cabelo escuro, longo, e muitos desenhos pelo corpo... Era como se estivesse se divertindo com o que fazia.”
Hatori assentiu, absorvendo cada palavra. A descrição era vaga, mas havia algo nela que lhe dava uma pista: A presença de um Santo que manipulava a escuridão com tamanha maestria e as tatuagens era algo com o qual ele poderia trabalhar.
“Mara’Kha, sua coragem em me contar isso é algo que não será esquecido!” Hatori disse, com sua voz cheia de respeito: “Prometo que farei tudo o que estiver ao meu alcance para trazer justiça a você e a todos que sofreram aqui.”
A jovem orc assentiu, e Hatori levantou-se, trocando um olhar significativo com Grok e Eldrak.
“Eu gostaria de falar com o atual Khan… Isso é possível?” Hatori perguntou. Ele queria explicar para o Khan que tudo aquilo não teve qualquer ligação com a aliança de Decarius e mostrar pessoalmente a sua disposição a encontrar o responsável.
Quando escutou, Eldrak coçou e fez uma expressão de pesar, antes de responder: “Sobre isso… Eu acho que vocês têm um problema…”