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Capítulo 813 - Vulneráveis

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Do outro lado da investigação de Ye Yang e Jaha, Cruz estava na jaula, sofrendo em silêncio enquanto o povo orc o atacava verbal e fisicamente, expressando sua indignação. Cada pedra arremessada e insulto proferido eram testemunhos do ódio que os orcs nutriam por ele. Cruz, fraco e machucado, mantinha a cabeça erguida, ainda acreditando que sua inocência seria provada.


Em determinado momento, Shara'Kala, que esteve lá, olhando para Cruz desde que tudo começou, voou até a jaula, com os olhos fixos no prisioneiro. O vento gélido de Uhr'Gal soprava entre eles, e a Khan, com uma expressão indecifrável, começou a questioná-lo.


"Cruz..." Ela começou. Sua voz era fria, mas havia uma nota de perplexidade nela. A Khan nem reparava mais na sua postura, ou melhor, falta dela, pois chamava Cruz pelo nome em vez de ‘humano’, que todos usavam de forma pejorativa: "Como pôde fazer o que fez? Como teve a audácia de matar tantos do meu povo e ainda aceitar ser levado como prisioneiro? O que está passando na sua cabeça?"


Cruz, com o rosto marcado pelo cansaço e dor, ergueu os olhos para Shara'Kala. Seus lábios estavam rachados, e sua voz, embora fraca, carregava uma convicção inabalável: "Eu não fiz isso, Khan Shara'Kala... Sou inocente! Fui incriminado, e a verdade vai aparecer, não importa o quanto isso pareça impossível agora!"


Shara'Kala o observou com uma mistura de incredulidade e frustração. Parte dela queria acreditar, mas a evidência contra Cruz era esmagadora. Ela havia ouvido as testemunhas, visto o reconhecimento nas faces dos sobreviventes. E mesmo assim, depois de ter olhado o terror tomar conta dos rostos daqueles orcs assim que olhavam para Cruz, para ela, ainda era difícil conciliar o homem que estava diante dela com o monstro que havia devastado seu povo.


"Inocente?" Ela repetiu, com amargura e pena, juntos: "Você foi reconhecido por muitos, Cruz. Até mesmo você deve saber que não há espaço para coincidências nesse caso. Como espera que eu acredite em sua inocência? Que tipo de tolo acreditaria que você sairá vivo disso?"


Cruz não hesitou, mesmo com a dor pulsando em cada parte do seu corpo. Ele olhou no fundo dos olhos da Khan, como se falasse com a alma dela, e respondeu: "Eu acredito, Shara'Kala. Eu acredito na verdade, acredito na justiça, e acredito que, apesar de tudo, você tem dúvidas sobre isso. Sei que você sente que algo não está certo. E eu acredito em você… Sei que você fará justiça, pelo seu povo e por mim!"


Shara'Kala balançou a cabeça, com um sorriso amargo se formando nos lábios, e comentou de todo o coração: "Você é realmente ingênuo ou está fingindo? Nenhuma verdade virá a seu favor. A justiça dos orcs é dura e rápida. E até eu, que comecei a duvidar por um instante, agora vejo que você está apenas jogando com palavras. Você se atirou aos leões por nada!"


Cruz fechou os olhos por um momento, respirando fundo, e quando os abriu, a serenidade em seu olhar era quase perturbadora. E ele, ainda conectado em seu contato visual com os olhos da Khan, respondeu: "Eu não estou jogando com palavras, Khan. Só peço que espere... Que espere até que tudo se revele. Mesmo que agora você tenha certeza de que sou culpado, deixe a verdade ser exposta antes que eu seja julgado por você."


“Eu não me importo com o que todos os outros pensam ao meu respeito, mas… Por algum motivo que nem mesmo eu sei dizer qual, eu me importo muito com o que você pensa de mim!” Cruz encerrou num tom emotivo e muito, muito confuso. O seu coração estava acelerado naquele momento, e mesmo que a dor e outras condições físicas fossem capazes de causar esse efeito, ele sabia que não era por nenhum desses motivos. A exata razão ele não sabia, mas sabia que era por causa de Shara’Kala.


Shara'Kala tremeu levemente ao escutar aquelas palavras. De repente, por um lapso de tempo, olhar para um humano não era tão desagradável quanto ela pensava. Cruz era de outra espécie, muito diferente dos padrões de beleza dos orcs, mas naqueles segundos, era bom olhar para ele… Shara’Kala queria continuar fazendo isso, porque ele gostou de fazê-lo.


Shara'Kala ficou imóvel, com seu olhar preso ao de Cruz. O mundo ao redor deles parecia desaparecer, deixando apenas o som do vento gelado e os batimentos acelerados de seus corações. Havia algo novo e estranho acontecendo entre eles, uma sensação que os deixava desconcertados.


Ela abriu a boca para falar, mas as palavras não saíram. Pela primeira vez, Shara'Kala, a implacável líder dos orcs que conquistou o seu status de poder através da batalha e da violência que a fizeram ser quem era, sentiu-se vulnerável diante de alguém. Cruz, mesmo enfraquecido e acorrentado, despertava nela algo que ela nunca havia sentido.


Cruz, por sua vez, não conseguia entender por que estava tão focado em Shara'Kala. Sua mente estava confusa, e embora ele soubesse que deveria se concentrar em provar sua inocência, o olhar da Khan o prendia de uma maneira que ele não conseguia explicar.


Cruz, envolvido por uma sensação que jamais experimentou, percebeu que não estava mais consciente do fato de Shara'Kala ser uma orc, um ser de uma raça completamente diferente da sua. O que antes era uma barreira óbvia e intransponível, agora parecia irrelevante. A aparência exótica, as cicatrizes de batalhas e os traços que definem os orcs não eram mais o que ele via. Em vez disso, ele enxergava apenas a intensidade do olhar dela, a força contida em suas palavras, e algo que os conectava de uma maneira inexplicável. Era como se a essência dela estivesse além da forma física, transcendendo as diferenças raciais que antes pareciam tão importantes.


O tempo parecia se estender enquanto eles permaneciam ali, trocando olhares. As emoções eram confusas, um misto de curiosidade, admiração e um medo sutil do que tudo aquilo poderia significar. Ambos eram guerreiros, acostumados a resolver seus problemas com força e imposição, mas agora, diante desse novo sentimento, eles estavam desarmados.


Shara'Kala finalmente quebrou o silêncio hipnotizante, mas sua voz estava mais suave, quase hesitante, quando ela comentou: "Por que você me faz sentir... isso? Eu deveria odiá-lo, desprezá-lo, e tenho o direito de sentir isso… Mas... Eu não consigo…"


Cruz, ainda confuso, respondeu: "Eu não sei, Shara'Kala. Nunca senti algo assim antes. Mas talvez... Talvez não seja algo ruim."


Os dois ficaram ali, envolvidos em um mistério que nenhum dos dois sabia como resolver. Não era apenas uma questão de culpabilidade ou inocência, mas algo muito mais profundo que estava nascendo entre eles. Ambos eram forasteiros naquele novo território emocional, incertos de onde isso os levaria e o que fazer naquele tipo de situação.


A sensação era como a de caminhar em uma névoa espessa, onde nada era certo, e cada passo podia levar a um destino desconhecido. Nenhum dos dois sabia a resposta para suas perguntas, mas ambos sentiam que estavam à beira de algo novo e poderoso, algo que poderia mudar tudo, para melhor ou pior.


A poderosa Khan de Uhr’Gal se viu diante de um dilema interno. A certeza com que Cruz falava, a maneira como ele enfrentava o sofrimento, a serenidade que ele mostrava apesar das acusações... Tudo isso a deixava desconfortável. Ela queria desviar o olhar, mas algo a impedia. E esse algo era a dúvida que insistia em ressurgir, mesmo diante das evidências.


A Khan cerrou os punhos, lutando contra o impulso de acreditar nele e continuar olhando para ele. Ela tinha vivido por muito tempo para saber que as aparências podiam enganar, mas por que Cruz insistiria tanto na inocência sabendo que a morte era certa?


Shara'Kala finalmente se afastou da jaula, olhando para o horizonte, e falou sem ter coragem de olhar para ele de novo, pelo menos não de tão perto: "Você é um enigma, Cruz. Se você está jogando, saiba que eu não gosto de ser manipulada. As coisas só vão piorar, para nós dois, se tudo isso se tratar de uma mentira."


Após dizer aquilo, Shara’Kala voou de volta, deixando Cruz sozinho com suas convicções. Mas dentro dela, a semente da dúvida continuava a crescer, junto com algo desconhecido, e a confusão que ela sentia aumentava a cada momento que passava, a cada vez que ela pensava em Cruz.


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