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Capítulo 821 - Um Coração Enganado

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Em Uhr’Gal, sob a pressão do relógio, Jaha e Ye Yang se aproximaram da jaula onde Cruz estava preso. O clima estava pesado e as palavras de Grok ecoavam em suas mentes, lembrando-os da importância de cada minuto daquela conversa. 


Yang Chao, que finalmente foi autorizado a fazer algo, se posicionou ao lado de Cruz, e começou a realizar um tratamento rápido e humano nele, curando alguns ferimentos visíveis e invisíveis a olho nú.


Cruz parecia desgastado, e seus olhos refletiram um misto de confusão e fadiga quando ele viu o seus amigos se aproximarem, mas ele se esforçava para se manter firme.


Assim que Jaha e Ye Yang se aproximaram e ficaram bem perto dele, a tensão se intensificou. Cruz olhou para eles com uma expressão de alívio que logo se transformou em preocupação, porque os dois não tinham caras nada boas.


Cruz não entendia o porquê daquelas caras, afinal, ele sabia que era inocente e confiava que seus amigos provariam isso e o tirariam rápido daquela jaula.


Ye Yang, contudo, foi direto ao ponto, pois sabia que o tempo era curto: “Cruz, precisamos que você nos conte tudo sobre sua namorada. Quem é ela? Onde vocês se conheceram? Onde se encontravam? Qualquer detalhe pode ser importante.”


Cruz respirou fundo, claramente incomodado com o assunto. A sua namorada era um assunto que não dizia respeito a ninguém, mas os seus amigos estavam perguntando a ele sobre isso… Por que isso estava acontecendo?


“Como assim… Vocês descobriram sobre ela? Como? E por que vocês foram atrás dessa informação?” Cruz questionou, com uma confusão genuína em sua voz e linguagem corporal.


Ye Yang, por sua vez, sacudiu a cabeça, indicando que não tinha tempo para responder perguntas, e pediu: “Cruz, por favor, nos diga o que precisamos saber. Nós não temos tempo para responder suas perguntas agora, e precisamos que você confie na gente e nos diga a verdade.”


Cruz ficou ainda mais preocupado e confuso. Aquela postura tensa não condizia com o Ye Yang que ele conhecia. Para estar assim, seu amigo deveria estar muito preocupado e sob uma enorme pressão, então, mesmo à contragosto das suas vontades e desejos por respostas, Cruz começou a falar, com um pingo de tristeza em sua voz: “Ela se chama Catarina. Nós nos conhecemos em uma festa de comerciantes no Vale da Esperança. Ela era diferente, sabe? Me tratava bem, era carinhosa, elegante, interessante, e... Eu pensei que ela realmente gostava de mim.”


Enquanto Cruz falava, Jaha franziu o cenho, anotando mentalmente os detalhes, antes de perguntar: “E onde ela mora? Vocês se encontravam com que frequência?”


“Ela morava em um bairro nobre na cidade de Edênia, próximo do Vale da Esperança. Eu nunca fui lá, então a gente se encontrava no Vale sempre que ela estava na cidade, em uma casa pequena, mas bem cuidada, que ela alugava, no centro do Vale.” Cruz respondeu, ainda meio atordoado e envergonhado, completando logo em seguida:  “Nos víamos sempre que podíamos, mas nunca suspeitei de nada errado com ela. Ela era uma dançarina que vivia na estrada, e era boa comigo, nunca pediu nada estranho e nunca me fez fazer algo contra minha vontade. Ao contrário disso, ela ria bastante do meu jeito e tentava me ajudar a manter-me concentrado quando a minha mente estava bagunçada demais.”


Ye Yang trocou um olhar com Jaha, percebendo que Cruz não tinha ideia do que estava acontecendo. E até agora, com os relatos que Cruz estava fazendo sobre essa namorada, ou melhor, Catarina, não tinha nada de suspeito nela além do fato de ela viver na estrada.


Os dois, que tinham pressa em ter alguma informação concreta que pudessem dar a Zao Tian, não podiam continuar conduzindo aquele ‘interrogatório’ de forma tão tranquila, então, Ye Yang foi ainda mais direto, para dar ao Cruz uma noção da atual situação em que estava, dizendo: “Cruz, eu vou ser sincero com você…  Todos estamos tão surpresos e confusos quanto você ficará, mas… Há indícios que apontam para você como o autor do ataque em Uhr’Gal. Encontramos vestígios de sua energia espiritual e DNA no local. Eu mesmo vi a sua assinatura espiritual em alguns pontos do ataque, e Jaha testou pessoalmente o DNA que encontramos, e ele era seu!”


Cruz ficou em silêncio por um momento, travado e boquiaberto como se suas palavras tivessem se perdido no vazio que se formava em sua mente. Ele balançou a cabeça lentamente, incrédulo, e seus pensamentos ficaram turvos enquanto segurava os cabelos e tentava encontrar alguma memória do ataque em sua sua mente, mas não tinha nada lá.


“Isso não faz sentido... Eu nunca faria isso!” Cruz falou repetidamente aquelas palavras, tentando convencer até ele mesmo disso, pois dentre todos ali, o mais suscetível à confusão era ele, e agora, ele estava tão confuso que duvidava de si.


“Cruz… Pense… O que você estava fazendo naquele dia? Tem alguma coisa que não se encaixa nas suas memórias? Ou alguém que possa te ajudar a provar que não esteve aqui?” Jaha, tentando manter Cruz calmo e são, perguntou. Ele estava buscando orientar a busca por memórias de Cruz, mas infelizmente, para todos, bem lá no fundo de seu tom de voz, havia uma dúvida também, um lado que acreditava, por mais que não quisesse, que Cruz perdeu o controle e atacou Uhr’Gal.


Cruz sentiu a dúvida de seu companheiro, e isso o deixou ainda mais perturbado. Ele revirava a sua mente tentando encontrar memórias daquele evento que estava sendo acusado de protagonizar, mas mesmo brigando com as vozes em sua cabeça e exigindo respostas claras e imediatas, uma única e bem viva memória vinha à sua mente… Uma memória simples, dolorosa, e que não ajudava em nada.


“Eu... Eu estava em Hill naquele dia, em uma pequena cidade entre Edênia e o Vale da Esperança.” Cruz, com uma voz e semblante visivelmente abatidos emocionalmente, comentou, logo antes de explicar: “Eu estava lidando com problemas pessoais naquele dia. Eu terminei com Catarina pouco antes de ser trazido para cá… Eu fui procurá-la em Edênia, para fazer uma surpresa, lhe dar um presente, conhecer a sua família e pedir para que ela se tornasse minha noiva, mas descobri que ela era casada… E que tudo entre nós foi uma mentira.”


Yang Chao, enquanto continuava a tratar dos ferimentos, olhou para Cruz com uma expressão preocupada. Estava na cara do Cruz que ele ainda sofria por causa do término do namoro e de tudo o que aconteceu, mas tendo que ser um tanto quanto insensível naquele momento, ele perguntou: “Por que você não contou isso a ninguém? Nem mesmo aos seus amigos?”


Cruz parecia perdido em seus pensamentos, a revelação ainda doía. Ele revivia, mais uma vez, aquele dia de euforia que logo se transformou em um trauma sempre que pensava em Catarina. E quando a sua resposta veio, ela saiu do fundo de seu coração, explicando não só os seus sentimentos, mas os planos que ele tinha para aquele dia que deveria ser um dos melhores da sua vida: “Eu estava envergonhado... Eu ia pedi-la em noivado e aí sim contaria para todos sobre ela… Eu queria que todos soubessem apenas quando estivéssemos sérios a esse ponto, porque acreditava mesmo que ela não poderia ser tratada como um caso qualquer. Doeu demais… Eu senti que fui enganado por tanto tempo e, quando tudo veio à tona, já era tarde demais. Contudo, apesar de mentir sobre ter um marido, Catarina nunca demonstrou que poderia estar envolvida em algo assim. Ela sempre foi atenciosa, gentil e pacífica... Eu não vi nada que sugerisse o contrário.”


Jaha, percebendo a profundidade da manipulação pela qual Cruz passou, apertou os punhos e questionou, quase como se fizesse uma pergunta retórica: “Então, você acredita que Catarina nunca teve nada a ver com o que está acontecendo? Você não acha que isso é coincidência demais?”


Cruz fechou os olhos, lutando contra a crescente sensação de traição e confusão em sua mente, e respondeu com muita sinceridade: “Eu... Não sei mais. Ela me enganou sobre o casamento, mas nunca pediu que eu fizesse algo perigoso ou que sequer machucasse alguém. E naquele dia eu também entendi que ela mantinha os nossos encontros em segredo porque era casada... Se ela está envolvida, foi sem eu perceber… A minha cabeça está confusa… Ela dói e não estou pensando direito, mas eu tenho certeza que depois que terminei com ela me afastei de tudo e todos, porque não queria ver ninguém.”


Ye Yang, tentando juntar as peças e ajudar o seu amigo de alguma forma, perguntou: “Onde você estava no dia do ataque? Você consegue se lembrar exatamente onde esteve?”


Cruz esfregou o rosto, tentando se concentrar e organizar as suas memórias, antes de responder: “Eu estava em uma casa que aluguei temporariamente na cidade que eu falei… Eu acho que o nome dela é Norvovick… Não será difícil encontrá-la. Eu só fui para lá, porque não queria ficar na minha própria casa... Eu prrecisava de espaço… Então, passei dias trancado lá, sozinho. Eu juro, Ye Yang, eu não saí de Hill. Eu não poderia ter estado em Uhr’Gal!” Cruz finalizou com uma certeza de partir o coração, porque seus amigos, por causa dos seus transtornos, sentiam que ele estava apenas sendo enganado pela sua mente.


Jaha analisava cada palavra, cada hesitação de Cruz, procurando por qualquer sinal que sugerisse que ele estava escondendo algo. Mas tudo que ele via era confusão e desespero. Nada nele dizia o contrário do que suas palavras expressavam. Ou ele estava sendo inteiramente verdadeiro, ou ele foi manipulado a um nível que beirava o controle mental e lavagem cerebral.


“Cruz, vamos investigar essa Catarina. Precisamos descobrir quem realmente ela é e se está envolvida. Onde podemos encontrá-la?” Jaha perguntou.


“As agendas delas eram cheias, mas ela sempre as compartilhou comigo, para o caso de eu querer encontrá-la em um dos seus shows…” Cruz respondeu de forma rápida, antes de dar a Jaha os locais que ela se apresentaria nos próximos dias.


Jaha anotou esses lugares em sua memória, e com uma dúvida latente em sua mente, falou com Cruz: “Meu amigo, não saia dessa jaula como culpado se você realmente não fez nada. Se você tem certeza de sua inocência, não deixe que uma autopunição ou qualquer sentimento depressivo te conduza a um abate injustificado!”


Cruz assentiu, com seus olhos ainda cheios de incertezas, mas com uma centelha de esperança que talvez ainda pudesse ser inocentado, mesmo após tudo o que escutou: “Eu... Eu só quero que a verdade venha à tona. Não quero que ninguém mais sofra por algo que eu não fiz, então vou esperar até o último momento para tomar qualquer decisão.”


Enquanto Yang Chao terminava o tratamento, ele olhou para baixo e viu que os orcs já estavam impacientes, então, ele olhou para Cruz e depois para Jaha e Ye Yang, e falou: “Temos pouco tempo. Se vamos conseguir algo mais com essa conversa, precisamos ser rápidos e precisos. Não podemos dar chance para dúvidas.”


Ye Yang, sabendo que a janela para salvar Cruz estava se fechando, falou: “Cruz, vamos atrás dela. Precisamos de qualquer outro detalhe que possa nos levar até Catarina, ou a qualquer um que possa ter manipulado tudo isso.”


Jaha olhou para Cruz, com uma expressão de seriedade e empatia, e avisou: “Você está em um ponto crítico, Cruz. Se há uma chance de provar sua inocência, ela está em nos dizer tudo que você sabe. Mesmo que ache insignificante.”


Cruz, lutando contra a dor de suas recentes descobertas e o medo de ser condenado por algo que não fez, olhou para eles e respondeu: “Eu confio em vocês... Não deixem que eu caia ou que uma guerra comece por algo que não fiz. Tudo o que disse é verdade, pelo menos é tudo o que eu me lembro. Foi apenas isso o que aconteceu naqueles dias.”


A reunião chegou ao fim quando Shara’Kala, que esteve observando tudo, do solo, acenou para os três, indicando que o tempo deles tinha terminado.


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