Capítulo 837 - Que a Justiça Seja Feita
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Enquanto Niflheim vivia momentos decisivos em sua história, em Uhr’Gal, uma reunião de extrema importância ocorria com os anciões do planeta. A câmara estava tomada por uma tensão tangível enquanto o ancião mais antigo, Tharak’Thul, transmitia a notícia sombria que havia recebido de uma fonte anônima… Shara'Kala havia se unido aos humanos e estava se dirigindo a Niflheim para lutar em uma guerra que não tinha ligação direta com os orcs.
“Meus companheiros… Eu tragos a vocês uma mensagem de alguém que observa de perto nossos movimentos." Anunciou Tharak’Thul, com sua voz grave e séria ecoando pela sala circular, feita de pedra negra adornada com símbolos antigos: "Shara’Kala, nossa Khan, está a caminho de Niflheim, acompanhando um grupo de humanos para a guerra.
“Quem me deu essa informação manteve o anonimato, mas independentemente de sua identidade, uma pergunta inevitável fica no ar… O que ela busca se envolvendo em um conflito que não é nosso?”
A notícia caiu como uma bomba entre os outros anciões. Murmúrios inquietos rapidamente surgiram entre eles, que começaram a cochichar uns com os outros. O conselho de anciões, compostos por figuras poderosas e sábias, responsáveis pela criação das leis e diretrizes de Uhr’Gal, se viu confrontado com a decisão precipitada da Khan.
Um dos anciões, Vor’Gul, levantou-se rapidamente, com suas feições severas refletindo sua impaciência, e gritou: “Isso é um ultraje! Nós temos nossas próprias lutas para travar em nosso mundo! Como ela se atreve a desviar nossa liderança para conflitos que não nos dizem respeito? Nossos guerreiros precisam estar aqui, defendendo nosso povo! E a Khan, mais do que qualquer outro, deveria dar esse exemplo!”
Outros anciões acenaram em concordância, mas nem todos estavam prontos para agir com tanta pressa. Eldara, uma anciã cde face ponderada, levantou sua mão para silenciar os murmúrios, antes de dizer: “Nós não sabemos toda a verdade ainda… Shara’Kala é uma líder forte e nunca foi conhecida por tomar decisões levianas. Se ela está se movendo para Niflheim, deve haver uma razão profunda. Não podemos simplesmente condená-la sem entender o que a motivou.”
Tharak’Thul ergueu a mão, pedindo silêncio mais uma vez, e com um olhar grave, acrescentou mais uma revelação à discussão, uma que parecia ainda mais alarmante para o conselho: “Há mais... A voz anônima também insinuou algo sobre nossa Khan e o humano prisioneiro, Cruz. De acordo com essa fonte, há rumores de que uma... Relação afetuosa começou a se formar entre eles.”
Ao cair daquelas palavras, a câmara explodiu em murmúrios chocados e olhares perplexos. Eldara, que antes defendia Shara’Kala, ficou visivelmente tensa.
"Isso não pode ser verdade...!" Exclamou Eldara, com um tom de incredulidade: "Shara'Kala não agiria de maneira tão imprudente. Ela tem um dever ao nosso povo acima de tudo!"
Vor’Gul, no entanto, viu ali uma oportunidade para fortalecer sua posição: “Isso só confirma a falta de discernimento que ela está demonstrando. Nossa líder, envolvida com um humano que deveria ser julgado por seus crimes contra nós? Isso é inaceitável!”
Os anciões murmuravam entre si, enquanto a revelação levantava ainda mais dúvidas e temores sobre a posição da Khan.
Tharak’Thul, ainda ponderando as palavras de Eldara, continuou: “Seja como for, a questão mais imediata que enfrentamos é o humano chamado Cruz. Com a Khan longe e envolvida nesse conflito, devemos tomar uma decisão sobre o julgamento dele. Não podemos esperar que ela retorne para resolver essa questão, especialmente se o conflito em Niflheim se prolongar.”
Vor’Gul aproveitou o momento para insistir em sua posição: “O julgamento deve começar agora! Esse humano é uma ameaça. Devemos acabar com o mal pela raiz e deixá-lo vivo por mais tempo só nos coloca em mais perigo. A Khan está agindo contra o interesse de nosso povo. Com ou sem ela, devemos proceder com o julgamento.”
Eldara suspirou, balançando a cabeça, e respondeu: “Shara'Kala é nossa Khan, e o julgamento de um prisioneiro tão importante deve ser conduzido com seu conhecimento e permissão. Não podemos agir impulsivamente. Estamos em um ponto delicado da política externa e, se agirmos de forma precipitada, podemos trazer consequências desastrosas para o nosso povo.”
"Shara'Kala não está acima da lei!" Vor’Gul retrucou em voz alta, com seus olhos ardendo com uma determinação inflexível: "Ela é a executora das leis, mas nós, os anciões, somos seus criadores. Se tomarmos a decisão de que Cruz deve ser julgado agora, temos autoridade para fazer isso!"
Naquele momento, um silêncio pesado caiu sobre a câmara. O ponto levantado por Vor’Gul não podia ser ignorado. Embora Shara'Kala fosse a líder, era bem sabido que, em última instância, o conselho de anciões detinha o verdadeiro poder legislativo de Uhr'Gal. Eles eram os guardiões das tradições e os responsáveis pela aplicação das leis. A posição de Khan, por sua vez, era de natureza militar, uma liderança da horda em tempos de perigo.
Eldara, no entanto, permaneceu cética enquanto dizia de volta: “E o que faremos se a Khan descobrir que agimos à revelia dela? Isso poderia criar uma ruptura irreparável entre a liderança militar e o conselho. Vocês todos sabem como isso pode acabar!”
Foi então que um dos anciões mais antigos, Khal’Dor, que sempre esteve em silêncio, finalmente falou. Sua voz era grave e ponderada, e todos imediatamente pararam para ouvir ele dizer: “Se acreditamos que a Khan está colocando nosso povo em risco, devemos proteger nosso planeta. E se ela realmente se voltar contra nós? Há uma razão para nossos antepassados terem criado a tradição de exilar os Khans anteriores. Eles sabiam que, em tempos de crise, o poder não pode estar concentrado em uma única pessoa.”
Assim como alguns dos anciões presentes, Eldara pareceu surpresa com a sugestão. E com um olhar preocupado, questionou: “Você está sugerindo trazer o antigo Khan de volta? Sem nem ao menos dar a Shara’Kala o direito de se explicar? O que poderia ser mais traiçoeiro do que isso?”
“Não é traição!” Khal’Dor retrucou rápido, mas calmamente, antes de completar: “É uma salvaguarda. O antigo Khan, Zargoth, foi exilado, como manda a tradição, mas ele ainda serve ao nosso povo. Se precisarmos dele para controlar a situação, ele será convocado.”
A menção de Zargoth, o Khan anterior, gerou um burburinho inquietante entre os anciões. Zargoth havia sido um grande líder, implacável, conhecido tanto por sua força quanto por sua rigidez extrema. Ele havia governado Uhr'Gal com mão de ferro até sua deposição, pelas mãos de Shara’Kala, e o exílio. Trazer um ex-Khan de volta era algo praticamente inédito na história de Uhr’Gal, mas Khal'Dor sabia que Zargoth seria a única força capaz de conter Shara'Kala e seus possíveis simpatizantes, caso ela decidisse desafiá-los.
Tharak’Thul, depois de ouvir atentamente os anciões, assentiu lentamente e opinou: “Khal'Dor tem razão, mas Eldara também. Se tomarmos essa decisão, ela não pode ser revertida. A Khan pode muito bem nos desafiar por causa do que decidirmos aqui hoje, e, se isso acontecer, precisamos de uma figura forte para enfrentá-la. Eu acho que devemos chamá-lo.”
Assim que a voz de Tharak’Thul caiu, Vor’Gul foi o primeiro a apoiar a ideia: “Sim! Convocaremos Zargoth, e ele lidará com Shara'Kala, se necessário. Nosso povo precisa de estabilidade, não de uma liderança errática.”
Eldara, embora ainda hesitante, sabia que estava em minoria, então, ela cedeu, mesmo com relutância: “Se esse é o caminho que decidimos seguir, então que assim seja. Mas espero que todos aqui compreendam o peso dessa decisão. Estamos caminhando por uma linha muito tênue.”
Tharak’Thul, então, ergueu sua voz para encerrar a discussão, dizendo: “Está decidido. Cortem todas as comunicações com o exterior. Nenhuma palavra sobre o julgamento ou sobre Zargoth deve chegar até Shara'Kala. Iremos começar o julgamento de Cruz imediatamente.”
No fundo da câmara, uma figura sombria apareceu, um mensageiro orc com o amuleto de transmissão pronto. “A ordem será cumprida, ancião,” ele disse, antes de desaparecer nas sombras.
Enquanto a tensão permanecia espessa na câmara dos anciões, Yang Chao, que estava em Uhr’Gal, entrou apressadamente na câmara, com os olhos arregalados de preocupação. Ele havia ouvido rumores sobre o julgamento iminente e sabia que as coisas estavam tomando um rumo perigoso. Ele entrou na sala com passos rápidos e uma expressão grave quando viu que uma decisão tinha sido tomada.
“Anciões, eu imploro que reconsiderem! O julgamento de Cruz não pode acontecer agora! Vocês estão se precipitando!” Yang Chao tentou argumentar, com sua voz fervorosa intercedendo por Cruz.
Tharak’Thul olhou para ele friamente e respondeu: “Já tomamos nossa decisão, Yang Chao. A justiça será feita. O destino de Cruz será selado aqui, e você não pode mudar isso.”
Yang Chao, com o coração pesado, sabia que estava perdendo aquela batalha, que não tinha como convencer os anciões a mudar de ideia somente por ele, então, ele respirou fundo, buscando palavras que pudessem apelar à lógica dos anciões, e disse: “Se vocês fizerem isso, estarão rompendo com Shara’Kala, a Khan de Uhr’Gal. Ela não aceitará que uma decisão como essa seja tomada sem o conhecimento dela.”
Khal'Dor, mais uma vez, interveio: “Por isso mesmo que Zargoth será chamado! Ele garantirá que a Khan não interfira na aplicação das nossas leis. Você sabe tão bem quanto qualquer um de nós que o futuro de nosso povo está em jogo!”
Ao escutar que eles estavam tão decididos que planejavam chamar Zargoth de volta, Yang Chao cerrou os dentes, sem opções. O destino de Cruz estava selado, e ele não tinha mais escolha além de assistir, impotente, enquanto os anciões seguiam adiante com seus planos.
Naquele momento, a sala de anciões foi tomada por uma última declaração de Tharak’Thul, que botou um ponto final na discussão, anunciando para toda a região: “Que a justiça de Uhr’Gal prevaleça. O julgamento do prisioneiro começará ao amanhecer!”