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Capítulo 839 - Zargoth

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Tenham uma boa leitura!]


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Enquanto os anciões discutiam sobre os próximos passos do julgamento e como iriam lidar com a possível resistência de Shara'Kala, em um planeta árido e distante, Zargoth vivia seu exílio sem fazer ideia do que de fato acontecia em Uhr’Gal.


O planeta onde ele estava era coberto por desertos de rocha vermelha e cinza. O ar era seco, e a vegetação escassa, mas era o suficiente para manter a vida. Zargoth estava sentado em uma colina de pedra, com seus olhos escuros fixos no horizonte inóspito. Ao seu lado estavam seus dois generais leais, Krom e Zhan, ambos exilados com ele após a queda de seu governo.


Ao fim do Ghar’Kal o Khan deposto é forçado a ser exilado junto com seus dois mais leais generais, aqueles que apadrinham e atestam a vitória ou derrota dele. Essa prática é feita para evitar uma violência sem fim no mundo orc. Cada ex Khan é enviado para um planeta específico, longe de outros orcs além de seus dois generais, e deve permanecer lá por toda a vida, até que ele seja chamado de volta para casa, seja como Khan ou como um soldado de Uhr’Gal ou do mundo orc que pertencer.


Seria fácil para qualquer Khan fugir ou desrespeitar o exílio, mas a honra dos guerreiros orcs era muito grande para viver com essa vergonha, e também, essa tradição era tão antiga e estava tão arraigada nos corações dos orcs que, um Khan de qualquer mundo orc que fugir do exílio jamais conseguirá o apoio dos seus semelhantes. Ele será visto como um pária, um fraco, um traidor que não merece ser ajudado, muito menos seguido.


Quando um Khan vai para o exílio, ele e seus generais embarcam em uma viagem sem volta, porque raríssimas foram as vezes que um ex Khan foi chamado de volta. E mesmo quando isso aconteceu ao longo da história, a vida de lutas dessas figuras simplesmente acabou, e o máximo que eles conseguiram foi um assento no conselhos de anciões, depois muito, muito tempo de exílio.


Aqueles três já tinham aceitado os seus destinos e estavam se habituando com tudo, sem sequer cogitar a ideia de fugir, mas uma comunicação inesperada chegou até aquele mundo esquecido, e jogou os três em um turbilhão de emoções.


Krom, um orc imenso de pele esverdeada e cicatrizes por todo o corpo, olhou para Zargoth, que tinha conversado com o remetente da mensagem, e quebrou o silêncio, perguntando: “Eles nos chamaram de volta?”


Zargoth, com uma expressão séria e muito concentrada, assentiu lentamente, antes de explicar: “Sim, os anciões querem que eu volte para conter Shara'Kala.”


Zhan, menor que Krom, mas de olhar afiado, deu um sorriso sarcástico e comentou: “Voltar assim, como uma sombra da Khan que te derrotou? Parece mais um truque do conselho do que uma necessidade, Zargoth.”


Zargoth apertou as mãos em punhos, com sua expressão endurecida pelas lembranças da derrota para Shara'Kala. Em seus braços, marcas negras muito profundas o faziam olhar constantemente para baixo de forma melancólica. Aquelas marcas eram fruto da perda das armas do Espírito que pertencem ao Khan de Uhr’Gal. Quando foi derrotado e teve que entregá-las para Shara’Kala, Zargoth ganhou algumas sequelas, resultados da entrega forçada de algo que estava diretamente ligado ao seu corpo, alma e energia espiritual.


Além das marcas que Zargoth carregaria para sempre, o orgulho ferido era palpável. Havia um certo rancor em relação a Shara’Kala bem lá no fundo de seu coração, mas mesmo assim, ele não estava pronto para aceitar a proposta dos anciões de retornar, não depois de ter sido derrotado tão recentemente.


“Eles me querem para fazer algum trabalho sujo…” Zargoth murmurou, com sua voz grave ecoando na colina desértica: “Eles não pediram por um novo Ghar’Kal, não há honra nisso! Os anciões estão tentando usar minha força contra Shara'Kala porque não têm coragem de enfrentá-la diretamente!”


Krom, de olhar impassível, cruzou os braços, e com sua voz baixa e poderosa, respondeu: “O Ghar’Kal é a única maneira de um Khan ser desafiado... E se os anciões querem que você volte sem realizar ritual, eles provavelmente estão preparando algo ainda mais sujo.”


Quando seu homem de confiança concordou com a sua forma de pensar, Zargoth levantou-se, com seus olhos escurecendo ainda mais enquanto olhava para o horizonte inóspito. Ele havia liderado Uhr’Gal com força e disciplina, mas a derrota para Shara'Kala o condenou ao exílio. Agora, voltar sem o ritual do Ghar’Kal significava se submeter à manipulação do conselho. Seria como admitir que ele não era forte o suficiente para desafiar a atual Khan.


“Não há honra em retornar como uma marionete!” Zargoth disse, com suas palavras carregadas de desdém pelos anciões e pelo seu lado que cogitava aceitar a ideia: “Eu fui derrotado em uma luta justa, e por isso aceitei o exílio. Se eu retornar agora, estarei traindo tudo o que defendi como Khan. Se Shara’Kala quiser lutar, que venha até mim para o Ghar’Kal.”


Zhan imediatamente balançou a cabeça, apoiando o que Zargoth dizia, e adicionou: “Você tem razão. Voltar sem o Ghar’Kal é aceitar a posição de ferramenta nas mãos dos anciões. Eles têm medo de Shara'Kala e agora estão tentando colocar você como um peão em algum jogo sujo.”


A raiva crescente nos olhos de Zargoth e seus generais era visível. Ele sabia que havia algo errado naquela convocação. A tradição dos orcs era clara: Um Khan só podia ser desafiado por meio do Ghar’Kal, e os anciões provavelmente estavam ignorando essa regra para atender a seus próprios interesses políticos.


“Eu fui derrotado em um combate justo!” Zargoth continuou, com sua voz grave: “Eu aceitei meu destino… Nós aceitamos esse destino! Shara'Kala é a Khan, ela lutou com honra e conquistou essa posição. Se os anciões acham que podem contornar isso, estão traindo as tradições de nosso povo!”


Zargoth estava certo de sua decisão quando pronunciou aquelas palavras, no entanto, Krom, que até agora concordava com o Khan que decidiu seguir mesmo até o exílio, finalmente falou que levou os três a pensarem como os anciões, se colocando no lugar deles e cogitando algumas hipóteses: “Mas Zargoth, nunca em toda a história houve uma tentativa de golpe do conselho de anciões. Por mais que a situação seja estranha, até hoje nenhum deles nos deu qualquer motivo para suspeitar de segundas intenções em relação a Uhr’Gal e seu povo. Existe mesmo uma possibilidade de um antigo Khan ser convocado… Por que, o que acontece se a Khan estiver indo contra o próprio interesse de Uhr'Gal? E se os anciões realmente acreditam que o planeta está em risco?”


Zargoth olhou para o seu general, com sua expressão endurecida, e respondeu: “Mesmo assim, Krom. Se Uhr'Gal está em perigo, eles deveriam iniciar um novo Ghar’Kal e deixar que Shara'Kala seja desafiada da maneira correta. Se ela realmente está comprometida, que eu a enfrente de novo, com as leis e tradições ao nosso lado.”


Zhan, sentindo-se no dever de assessorar Zargoth da melhor maneira possível, balançou a cabeça, concordando, mas acrescentou: “Você tem razão, Zargoth, mas não podemos ignorar que algo pode estar muito errado. Os anciões não fariam isso sem um bom motivo. Você sabe como são as intrigas do conselho… Eles discutem e discordam muitas vezes, e nunca fariam uma coisa assim sem que houvesse unanimidade.”


Após escutar aquilo, Zargoth olhou para os seus dois generais e se sentou novamente, com sua mente fervendo com a ideia de retornar para Uhr’Gal sem o Ghar’Kal. Ele acreditava que a política dos anciões estava envolvida, mas também sabia que a decisão que tomaria agora afetaria drasticamente o futuro de Uhr'Gal. Ele estava cansado, sem motivação para voltar, mas o chamado do conselho havia despertado algo adormecido em seu coração, mesmo que ele quisesse sufocar isso com tudo o que tinha.


Após alguns minutos de silêncio, Krom falou novamente, com um tom profundo e meditativo: “Zargoth, eu entendo seu ponto, mas talvez haja algo que não estamos vendo ou sabendo. Se os anciões estão prontos para tomar essa decisão extrema, pode ser que o perigo seja ainda maior do que imaginamos. Você tem o dever de proteger o povo, mesmo que seja um peão nas mãos deles.”


Zargoth encarou Krom, com suas palavras ecoando em sua mente. O dever de proteger seu povo era algo que ele jamais havia esquecido, mesmo no exílio. Ele sabia que os anciões poderiam estar manipulando-o, mas também sabia que, se Uhr'Gal estivesse realmente em perigo, ele não poderia simplesmente ignorar.


Enquanto Zargoth ponderava sobre as palavras de Krom, Zhan acrescentou o seu ponto de vista: “Se Shara’Kala for uma ameaça, nós estaremos ao seu lado para lidar com ela. E se os anciões representam algum perigo, cabe a nós ajudar a Khan atual a restabelecer as leis e estabilidade em Uhr’Gal. Seja como for, nós só conseguiremos saber o que deve ser feito se voltarmos, Zargoth.”


Finalmente, após alguns minutos de contemplação, Zargoth respirou fundo e olhou para seus generais, com uma expressão decidida, e anunciou: “Tudo bem… Eu retornarei… Mas não por causa dos anciões. Eu voltarei porque sou um guerreiro de Uhr’Gal. Se Shara'Kala realmente está indo contra o interesse do nosso povo, eu a enfrentarei no Ghar'Kal, e tomarei de volta o que é meu por direito. Mas se ela estiver certa… Então vou lutar ao lado dela!”


Após aquele anúncio, Krom e Zhan trocaram olhares breves, antes de assentirem em silêncio, aceitando a decisão de seu líder. Eles sabiam que aquela escolha carregava implicações profundas. Zargoth estava pronto para retornar, mas ele não estava disposto a ser usado como uma marionete do conselho.


“Preparem-se!” Zargoth disse, com um tom autoritário que seus generais conheciam bem: “Vamos ver até onde os anciões estão dispostos a ir!”


Enquanto os três orcs se preparavam para deixar aquele planeta árido, Zargoth não pôde deixar de pensar nas consequências que sua volta traria. Ele sabia que sua presença em Uhr'Gal causaria agitação, e que sua batalha com Shara'Kala, caso acontecesse, seria um confronto que determinaria o futuro de toda sua raça.


Uma guerra civil poderia ser iniciada por causa do seu retorno, mas com a mente carregada de pensamentos e incertezas, Zargoth estava pronto para servir Uhr’Gal.



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