Capítulo 844 - Lenda Viva

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Tenham uma boa leitura!]

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Em Niflheim, após uma batalha praticamente unilateral, Zao Tian acabara de derrotar brutalmente o clone de Yang Hao. A figura de Zao Tian, um lendário cultivador da luz, trouxe uma virada inesperada e dramática na guerra. Gigantes e criaturas poderosas, aliados do Rei Jhora, se prostravam diante dele, não por medo apenas, mas por respeito. Sua presença imponente já era o suficiente para quebrar a moral de muitos soldados que estavam do outro lado. A força e brutalidade de Zao rapidamente transformaram o campo de batalha, fazendo com que vários inimigos abandonassem suas armas e desistissem de lutar.

À medida que Zao Tian olhava para o campo, sua aura brilhante parecia inspirar aqueles que estavam ao seu lado, enquanto os oponentes, ao verem a magnitude de sua força, tremiam de hesitação. Para muitos, a luta não fazia mais sentido. Alguns guerreiros largaram suas espadas, aceitando que lutar contra Zao era como desafiar uma força imbatível da natureza ou até mesmo os princípios que defendiam, enquanto outros simplesmente desistiram por causa daquilo que ele simbolizava.

A mudança de atmosfera era visível. Antes da chegada de Zao Tian, os exércitos do Rei Jhora estavam confiantes, acreditando na vitória certa sobre os rebeldes de Niflheim. No entanto, com a queda do clone de Yang Hao, e a exibição esmagadora do poder de Zao, essa confiança foi destroçada. O medo, que antes não existia entre os aliados de Jhora, começava a se alastrar como uma doença.

As forças do Olho, enviadas para apoiar Jhora contra Yanor, também pararam. E enquanto alguns deles fugiam para os braços da organização, a maior parte do exército, formado de escravos, ficou imóvel, sentindo que a ligação da marca de controle da alma que lhes fazia obedecer ao Olho sob pena de uma morte instantânea, foi cortada naquele momento. 

Aquele bloqueio, por mais que Zao Tian tivesse a capacidade de fazer algo semelhante, não estava sendo executado por ele, mas, sim, por Ming Xiao, que apenas com a sua energia espiritual, sem desenhar símbolos ou qualquer coisa do tipo, envolveu todo o campo de batalha em uma gigantesca matriz de selos de onde nenhuma conexão externa podia entrar.

Os escravos caíram de joelhos, sentindo-se livres pela primeira vez em muitos anos. Dentro daquela matriz, nenhuma voz falava em suas mentes, ninguém podia lhes dizer o que fazer, e melhor… Ninguém era capaz de matá-los.

Enquanto os escravos caíam de joelhos, aliviados pela primeira vez em anos, o campo de batalha ficou em completo silêncio. Shara'Kala, que antes havia se impressionado com a força brutal de Zao Tian, agora observava Ming Xiao com olhos arregalados. Ela não era uma guerreira qualquer… Era a líder dos orcs de Uhr’Gal, uma figura poderosa e experiente em combates e estratégias. Mas o que via diante de seus olhos estava além de tudo o que já tinha testemunhado.

“Ming Xiao...” Shara'Kala murmurou para si mesma, sentindo a energia espiritual ao seu redor mudar completamente. Aquela matriz que Ming Xiao havia criado, sem um único gesto ou símbolo visível, bloqueava as conexões externas, algo que exigiria um nível de compreensão da energia espiritual da vida que Shara'Kala só havia ouvido falar em lendas. Ela ficou ali, observando a uma pequena amostra das habilidades que Ming Xiao possuía, enquanto os escravos, anteriormente controlados pelo Olho, se libertavam das correntes invisíveis que os prendiam.

Grok, ao lado dela, estava igualmente perplexo. Ele era um guerreiro veterano, com experiência em várias batalhas, mas a escala dos poderes que estavam sendo mostrados superava tudo. Ele olhou para Shara'Kala, tentando processar o que estava acontecendo, enquanto murmurava: “Isso... Está além do que eu podia imaginar…Zao Tian é forte, eu reconheço… Mas esse Ming Xiao também é um monstro...”

Shara'Kala, ainda observando o campo, completou: “Ele é um selo vivo. Isso... Não deveria ser possível.”

O silêncio de admiração coletivo foi interrompido quando um dos escravos libertos começou a chorar de alívio, e sua emoção se espalhou rapidamente entre os outros. Um murmúrio começou a surgir no meio do exército dos libertos. Para eles, não era apenas uma libertação física… Era um renascimento. Muitos haviam perdido a esperança, mas naquele momento, cercados pela força de Zao Tian e Ming Xiao, eles sentiram que um novo caminho havia sido traçado, que uma nova oportunidade de viver estava sendo dada a eles.

Ming Xiao, por sua vez, flutuava acima do campo, com sua energia brilhando intensamente ao redor dele. O campo de batalha parecia pequeno diante do alcance de seu poder. E ele não precisou dizer nada para que todos compreendessem que o equilíbrio havia mudado.

Enquanto isso, Zao Tian, com passos lentos e controlados, avançou pelo campo de batalha. Sua presença por si só paralisava aqueles que se opunham a ele. Era como se Zao fosse uma lenda viva, alguém cuja história havia transcendido o tempo.

Um grupo de gigantes, que antes liderava o avanço sob as ordens de Jhora, agora hesitava em continuar. Um deles, o maior entre eles, deixou cair seu machado no chão com um estrondo ensurdecedor, que ecoou por toda a planície. Seus olhos, que antes ardiam com ódio e determinação, agora estavam cheios de dúvida.

"Ele... Ele é um deus entre os homens…" Murmurou o gigante, com sua voz grave e carregada de reverência.

Zao Tian, percebendo a hesitação e respeito entre seus inimigos, ergueu uma mão, convocando a Bloody Mary um gesto simbólico. Não era mais uma questão de força… Sua mera presença transformou a batalha em uma questão espiritual e moral. Muitos dos guerreiros presentes já não estavam dispostos a lutar, e ele se aproveitou disso.

Os mais leais ao Rei Jhora, no entanto, se enrijeceram em suas posições. Esses guerreiros, alimentados pelo fanatismo ou por laços e acordos antigos, não cederam ao medo ou aos mitos, e mantiveram-se com suas armas em punho.

Zao Tian, percebendo a lealdade dos últimos guerreiros de Jhora, decidiu acabar de vez com qualquer resquício de resistência. Com um simples aperto na Blody Mary, ele convocou algo que deixaria claro quem ele era.

*Wiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiish…* No mesmo instante, a atmosfera ao redor dele mudou drasticamente. Uma aura dourada e branca envolveu seu corpo, e a armadura Gabriel, surgiu. As asas de arcanjo, feitas de relâmpagos, se estenderam atrás dele, enquanto a espada que ele segurava parecia uma manifestação física de um relâmpago prestes a ser desencadeado.

Os olhos de todos os presentes estavam fixos em Zao Tian. A armadura Gabriel não era apenas uma exibição de poder, mas sim uma lembrança viva do legado de Gold, o Grande Arcanjo. Para muitos dos guerreiros presentes, ver Zao Tian naquela forma era como testemunhar o próprio mito ganhando vida. Sua presença quase divina deixava claro que ele não era apenas uma coincidência do tempo, mas o herdeiro de uma força ancestral que transcendia eras.

Os que ainda estavam dispostos a lutar sentiram suas mãos tremerem enquanto seguravam suas armas. O campo de batalha, coberto por um silêncio absoluto, teve esse clima quebrado apenas pelos trovões distantes que emanavam da espada de Zao Tian. E ele avançou lentamente, com cada passo seu carregado de uma presença sufocante e esmagadora.

“Uaaaaaaaaaaaaaaaaaah…” Um guerreiro, dos mais leais a Jhora, gritou em desespero, avançando contra Zao Tian, mas o ataque foi inútil. 

*Baraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaum…* Zao Tian, calmo e frio, ergueu sua espada, e com um movimento tão rápido quanto o relâmpago que a formava, cortou o ar à sua frente. A energia elétrica disparou em direção ao guerreiro gigante e, num clarão brilhante, o golpe o atingiu com uma força que sacudiu o campo de batalha. 

*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…* O soldado foi lançado para trás, seus gritos abafados pelo estrondo da energia que o atingiu.

Aquele ataque, apesar de brutal, não era mortal. Zao Tian estava controlando a força de Gabriel para quebrar a moral de seus oponentes sem matar desnecessariamente. Ele sabia que aquela luta não era apenas física, mas espiritual. Sua presença como o herdeiro de Gold era o que fazia seus inimigos hesitarem. Cada golpe, cada movimento, tinha que ser uma mensagem para todos: Resistir era inútil.

Ao ver isso, muitos dos guerreiros restantes largaram suas armas. Os gigantes que ainda mantinham suas posições recuaram, com seus olhos, antes cheios de raiva, agora estavam tomados pela reverência ou impotência. Mesmo aqueles que eram fanáticos por Jhora, ou presos por juramentos antigos, começaram a vacilar. Lutar contra Zao Tian era o mesmo que desafiar a morte.

Shara'Kala, assistindo à cena, respirou fundo. Ela, que já havia lutado contra adversários muito fortes, nunca tinha visto uma demonstração de poder tão majestosa e controla. Ming Xiao ao seu lado continuava flutuando, mantendo a matriz que bloqueava as forças do Olho, mas até ele lançou um olhar para Zao Tian, reconhecendo a grandeza do seu cunhado.

"Ele... Realmente é o herdeiro do Grande Arcanjo..." Shara'Kala sussurrou para Grok, que assentiu silenciosamente, ainda impressionado com o que testemunhava.

A batalha, que outrora parecia estar fadada a ser um conflito longo e sangrento, estava chegando a fim totalmente inesperado, não por causa da destruição em massa, mas porque o espírito de luta de seus inimigos estava sendo dilacerado pela presença impactante de Zao Tian. Eles não lutavam mais contra um homem… Lutavam contra a própria história.

Zao Tian, agora em sua armadura, ergueu a espada em direção aos céus e, com uma voz que ressoava como trovão, declarou: "Aqueles que ainda seguem Jhora, abaixem suas armas e poupem suas vidas. Esta luta termina agora!"

O silêncio que se seguiu era quase tão ensurdecedor quanto o estrondo dos golpes anteriores. As forças de Jhora, os gigantes, os soldados, e até mesmo as criaturas poderosas sob o controle do Olho, começaram a recuar, abaixando as armas em rendição. Eles sabiam que continuar a luta seria tolice.

Se alguém acredita que um homem não pode mudar o mundo, isso é porque não testemunhou Zao Tian naquele dia. Ele, sozinho, havia virado o curso da batalha não apenas com sua força física, mas com a presença de uma lenda que ganhava uma nova vida nele.