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Capítulo 0847 - Sozinho

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Tenham uma boa leitura!]


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A multidão em Uhr'Gal estava em estado de completa fúria após as duras palavras de Yang Chao. O julgamento de Cruz havia alcançado um ponto crítico, e o apelo de Yang Chao em nome de Shara'Kala não foi bem recebido. A atmosfera, já carregada de hostilidade, ficou ainda mais inflamável, enquanto gritos eclodiam de todas as direções, pedindo por sangue.


No centro daquele caos, um rugido potente ecoou, silenciando temporariamente os gritos dos orcs. A figura imponente de Zargoth, o antigo Khan de Uhr'Gal, avançou entre os anciãos. Seus olhos estavam fixos em Yang Chao, e sua presença trazia uma gravidade que ninguém ali podia ignorar. Convocado pelo conselho de anciões, ele havia retornado para garantir que o julgamento ocorresse, e agora, vendo Yang Chao defender Cruz, a ira de Zargoth parecia imensurável.


"Yang Chao!" Zargoth rugiu, com sua voz reverberando pela praça, como um trovão que abalava as próprias fundações de Uhr'Gal.


Após descobrir o que realmente motivou os anciões a convocá-lo, o massacre do povo que há pouco ele era o protetor, Zargoth se amaldiçoava, irado por ter sido o Khan que abriu as portas de Uhr’Gal para os humanos, que fez com que os orcs baixassem a guarda perante uma raça que historicamente traiu e enganou. E Zargoth não amaldiçoava apenas a si, mas direcionava a outra metade de sua ira ao homem em quem ele erroneamente confiou… Yang CHao: "Eu confiei em você! Fui eu quem permitiu que o laço entre nossos povos fosse forjado! E agora você se atreve a proteger este... Monstro?! Como você pode olhar para nós e pedir que poupemos o responsável por tantas mortes?!"


Enquanto bufava, Zargoth caminhou até Yang Chao, com passos pesados que pareciam fazer o solo vibrar. A multidão, agora silenciada pelo impacto da intervenção de Zargoth, observava com atenção cada movimento e palavra proferida.


"Eu acreditei que você fosse diferente dos outros humanos!" Zargoth continuou, com a voz baixa, mas cortante: "Eu apostei no seu valor, na sua honra! Mas aqui está você, defendendo o indefensável…"


Yang Chao respirou fundo, sentindo o peso da acusação de Zargoth cair sobre os seus ombros. Aquele não era um desafio que ele esperava enfrentar, e a decepção nos olhos de Zargoth o atingiu de maneira profunda. Contudo, ele sabia que não poderia recuar agora, que sua missão ali era mais do que simplesmente defender Cruz. Era sobre provar sua lealdade e continuar fiel ao juramento que havia feito quando a aliança entre os orcs e a humanidade de Decarius foi selada.


"Zargoth…" Yang Chao começou, com uma calma calculada, tentando abafar as chamas da revolta que se espalhava pelo povo: "Eu compreendo sua dor. Eu compreendo a raiva que todos vocês sentem. Mas eu juro, pelo juramento que fiz a você, que minha lealdade permanece inabalada! Quando forjei a aliança entre nossos povos, foi com o compromisso de proteger a verdade, a justiça e a liberdade, não de ceder à vingança cega."


Enquanto aquelas falas soavam, Zargoth estreitou os olhos, observando cada palavra de Yang Chao. Seu olhar frio estava totalmente convencido de que fora enganado, e sua voz, carregada de rancor, externou isso: "Justiça? Você ousa falar de justiça aqui, enquanto defende o homem que matou milhares dos meus?! O que aconteceu com sua noção de justiça quando nossos filhos, mulheres e guerreiros foram assassinados por Cruz? Não existe justiça sem retribuição, Yang Chao! E não há perdão sem arrependimento!"


“Se esse homem sequer pode confessar o que fez, significa que ele não se arrepende! Talvez, ele queria se safar das consequências dos seus atos, mas isso não acontecerá aqui… Isso não acontecerá sob a minha vigília!”


A multidão, encorajada pela postura de Zargoth, voltou a clamar por justiça, com os gritos se intensificando novamente. As palavras de Zargoth inflamaram o povo, acendendo em todos uma chama de raiva misturada com o orgulho de ser um orc e de ser um filho de Uhr’Gal.


Sob xingamentos e acusações quase tão pavorosas quanto às que Cruz sofria, Yang Chao ergueu a mão, pedindo silêncio, embora soubesse que o controle sobre o julgamento estava escapando rapidamente. E mesmo que as vozes não se calassem completamente, ele respondeu: "Eu não estou negando o sofrimento de vocês… Eu não estou aqui para ignorar as perdas de seu povo. Mas, escutem-me, Cruz não é o monstro que vocês acreditam que ele seja. Ele também foi manipulado pelo Olho, usado como uma marionete. O homem que vocês veem diante de vocês é uma vítima, assim como muitos de vocês!"


Zargoth, invocado de ter o seu povo comparado à Cruz, as suas vítimas comparadas ao autor, soltou um grunhido, cruzando os braços enquanto afirmava: "Manipulado ou não, ele é o responsável! Ele estava lá. Ele executou o massacre. E você não tem nenhuma prova concreta de que clones ou qualquer outro truque desse Olho tenha sido o culpado."


Enquanto a multidão se calava sob o peso de suas palavras, o olhar de Zargoth se tornou ainda mais duro, com sua confiança inabalável na verdade que ele acreditava ser a correta: "Você fala de clones, Yang Chao, mas nada do que você disse pode justificar o massacre que aconteceu aqui. Cada testemunha aqui presente o identificou como o assassino. Não podemos ignorar isso… Não com uma justificativa que insulta as nossas inteligências!"


As palavras de Zargoth, apoiadas pelos anciãos, tiveram um efeito devastador. A multidão estava em um frenesi, com orcs gritando pela cabeça de Cruz, exigindo uma execução imediata. O apelo de Yang Chao pela razão parecia se perder em meio à raiva e à sede de vingança, enquanto as palavras e a voz de seu antigo líder tocavam profundamente nos sentimentos dos orcs. Naquele momento, sem ter intenção nenhuma de manipular, mas sim por causa da raiva genuína que sentia, Zargoth tinha Uhr’Gal em suas mãos e podia conduzir a multidão da forma que bem entendesse.


Yang Chao, no entanto, não desistiria tão facilmente. O seu apelo para o bom senso continuava, e ele também reconhecia a ausência de maldade no olhar de Zargoth, que estava apenas defendendo o que acreditava ser o certo: "Zargoth, você é um líder respeitado, e eu compreendo sua necessidade de respostas. Mas a verdade é que o Olho manipula seus peões, seus instrumentos, de maneira que poucos de nós podemos sequer compreender. Eles estavam vários passos à nossa frente… Pense… Se Cruz fosse o verdadeiro culpado, ele não estaria aqui, enfraquecido e sem defesas. Ele teria lutado com toda a força contra vocês, assim como o clone lutou!"


Zargoth, por sua vez, balançou a cabeça em negação, recusando-se a ceder à lógica de Yang Chao, enquanto respondia: "Isso é uma ilusão, Yang Chao. Um truque para nos enganar e mexer com as nossas mentes. Mesmo que suas palavras fossem verdadeiras, o que o povo de Uhr'Gal precisa agora não é mais desculpas. Eles precisam de justiça, de um encerramento desse tormento que faz cada orc aqui chorar durante as noites!"


"Abram os olhos! Se vocês matarem Cruz…" Yang Chao imediatamente respondeu, com a voz elevada para que todos ouvissem: "Não estarão encontrando justiça. Estarão se tornando o que mais temem. O verdadeiro culpado escapará, e a morte dele será apenas mais uma mancha no ciclo de violência que o Olho criou entre nós!"


Já perto de Yang CHao, Zargoth deu mais um passo à frente, com seu rosto agora a poucos centímetros de Yang Chao, e sussurrou para ele: "Não se atreva a me ensinar sobre honra e justiça, Yang Chao. Eu vivi mais batalhas do que você pode imaginar, e cada uma delas foi travada em nome de meu povo. A morte de Cruz é o que trará paz a Uhr'Gal, não seus discursos vazios!"


Yang Chao sentiu o peso das palavras e da ira de Zargoth, mas, ao mesmo tempo, sabia que sua missão não poderia terminar ali. Ele respirou fundo e fez um último apelo enquanto olhava nos olhos de Zargoth: "Eu peço apenas que reconsiderem até que Shara'Kala, a verdadeira Khan, retorne. Ela deve ouvir o caso antes que qualquer decisão final seja tomada. Por favor, pela honra de Uhr'Gal e pela justiça que vocês tanto prezam, deem a ela a chance de participar da dicisão do destino de Cruz."


Enquanto os dois olhavam dentro dos olhos um do outro, os anciãos trocavam olhares curiosos em relação ao que eles estavam conversando, e, por um breve momento, a multidão pareceu hesitar. Zargoth, no entanto, não estava disposto a esperar ou dar a Yang Chao a chance de ter Shara’Kala como uma marionete dos jogos humanos.


"A justiça não pode mais ser adiada. Cruz deve pagar por seus crimes hoje!" Zargoth afirmou.


“Um inocente não morrerá pelos crimes de outro, Zargoth!” Yang Chao, de forma firme e olhando para os olhos de Zargoth, fez uma afirmação que demonstrava a sua disposição a impedir aquela condenação a todo custo, logo antes de completar: “Você se lembra do que eu fiz para provar a minha honra… E o que eu fiz naqueles dias não é nem a sombra do que eu sou capaz de fazer!”


Zargoth, sem medo algum de Yang Chao, não desviou o olhar enquanto devolvia a ameaça: “Ambos temos capacidades que não são do conhecimento um do outro… Não queira testarmos meus limites, Yang Chao! Continue tentando defendê-lo com palavras, porque se você optar por fazê-lo com os punhos, isso não terminará bem para você!”


“Isso já não está bom para nenhum de nós, Zargoth!” Yang Chao retrucou, com a voz baixa para não causar uma comoção geral, antes de avisar: “Cruz se entregou para evitar uma guerra, porque ele tem convicção de sua inocência! Vocês e esse julgamento não estão selando o destino dele, mas sim o de Uhr’Gal!”


“Você continua ameaçando o meu povo… Mesmo depois de tudo o que ele sofreu…” Zargoth, se segurando para não começar uma luta com Yang CHao ali mesmo, sussurrou.


“Não é uma ameaça, Zargoth…” Yang Chao, tentando demonstrar que não tinha intenções algumas contra Uhr’Gal, respondeu, logo antes de finalizar: “Eu estou apenas dizendo o que faria se estivesse no lugar do nosso inimigo! Uma guerra entre orcs e humanos é tudo o que eles querem… Porque isso diminui a força da aliança contra os deuses e dá tempo ao Olho de se preparar para engolir tudo, inclusive Uhr’Gal!”


“Nossos inimigos…” Zargoth escutou tudo o que Yang Chao disse e respondeu com um murmúrio de desprezo, antes de finalizar: “Eu só vejo um inimigo aqui… E ele está bem na minha frente!”




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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