Capítulo 0851 - Sentimentos Revelados
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O corpo do clone de Yang Hao, deixado aos pés de Zargoth por Shara'Kala, desencadeou uma reação imediata e perplexa na multidão. Orcs murmuram entre si, e uma onda de confusão atravessou a praça. Yang Chao, ao reconhecer a semelhança inegável de seu imperador, avançou, afirmando com firmeza: "Este é meu imperador Yang Hao! Esses clones são reais e são a verdadeira causa da desgraça que existe entre nossos povos. Cruz é apenas uma vítima, manipulado pelas forças do Olho. O verdadeiro imperador não está entre nós neste momento, ele está em uma anomalia espacial que chamamos de Singularidade. E mesmo que estivesse, essa coisa não tem nem a sombra da força do verdadeiro imperador da Dinastia Yang!”
Yang Chao foi emotivo em seu discurso, contundente em suas palavras e na transmissão de sua certeza, no entanto, a sua declaração enfrentou uma resistência imediata. Por ser um humano e defensor de Cruz, muitos orcs o viam com desconfiança, murmurando sobre sua falta de credibilidade e o possível interesse em distorcer a verdade para salvar seu aliado. E um dos anciãos, Khal'Dor, com voz alta e tom de descrença, declarou: "Esperamos que o defensor de um assassino traga uma prova convincente, não alegações vagas para iludir o nosso povo. Quem é ele para provar o que diz?"
Shara'Kala interveio enquanto apontava para si, reafirmando sua descoberta e tentando acalmar os ânimos, enquanto Grok se juntava a ela, reforçando que o peso das evidências devia ser examinado antes de qualquer veredicto.
E aproveitando-se do momento favorável, Grok ergueu o corpo do clone de Yang Hao e o exibiu ao público, reafirmando que qualquer dúvida devia ser esclarecida diante da justiça.
Enquanto isso, Zargoth observa a cena com ceticismo e aproveitava para instigar a dúvida do público, dúvidas que ele compartilhava.
Ele desafiou a legitimidade do clone, insinuando que Shara'Kala e Yang Chao poderiam ter planejado aquilo para confundir o julgamento. E com os olhos fixos em Shara'Kala, ele diz com desprezo: “Provas forjadas não servirão para iludir Uhr'Gal. Que o povo veja como estão tentando desviar nosso caminho da verdade e da honra.”
A multidão se agitou mais uma vez, dividida entre lealdade e desconfiança, enquanto o julgamento retomava um tom caótico.
A praça fervilhava em tensão enquanto Shara’Kala se preparava para enfrentar a multidão de orcs, consciente de que qualquer palavra sua poderia ser decisiva para o futuro de Uhr’Gal. A multidão, dividida entre as declarações de Yang Chao e as insinuações de Zargoth, mantinha-se em um murmúrio inquieto, e era visível a mistura de dúvida e lealdade nos olhares dos orcs que a rodeavam. Com o corpo do clone de Yang Hao exposto, Shara'Kala sabia que era o momento de apelar para o vínculo de confiança que construiu ao longo dos anos como candidata a Khan.
Ela ergueu a mão, pedindo silêncio, e quando a praça se acalmou, sua voz cortou o ar com clareza e firmeza.
"Orcs de Uhr’Gal…" Começou Shara’Kala, scom eus olhos fixos em cada um daqueles rostos ansiosos: "Vocês sabem quem eu sou. Eu lutei com vocês, estive ao lado de cada um de vocês. Minha vitória no Ghar’Kal é a prova de que fui escolhida por nossa própria tradição, pelo sangue e pela honra de nosso povo!”
Enquanto ela falava, alguns dos orcs se entreolharam, e uma parte da multidão assentiu, relembrando as batalhas e as vitórias que Shara'Kala trouxe a Uhr'Gal mesmo antes de ser a Khan. Contudo, Zargoth permaneceu imóvel, observando com olhos severos. A Khan sabia que, embora muitos estivessem ao seu lado, havia dúvidas que persistiam, e que só Zargoth poderia verbalizar da forma mais incisiva.
“Isso não podemos negar, Shara'Kala…” Zargoth interrompeu, reconhecendo a verdade na palavras de Shara'Kala, mas sua voz estava carregada de uma sinceridade quase dolorosa.
“Você venceu o Ghar’Kal e lutou com honra. Eu fui o primeiro a apoiá-la quando assumiu o posto de Khan e aceitei o meu exílio de bom grado, segundo as nossas tradições. No entanto…” Ele hesitou por um instante, como se estivesse se obrigando a dizer algo que o incomodava profundamente: “O que vejo diante de mim não é mais a Khan que eu reconheci naquele dia. Esta história absurda de clones e anomalias… O que aconteceu com sua imparcialidade, Shara'Kala? Desde quando nossos laços, nossa tradição e justiça podem ser influenciados por rumores?”
As palavras de Zargoth atingiram a Khan como um golpe. Ele não falava com a intenção de derrubá-la apenas por poder, mas com uma genuína preocupação pela honra de Uhr’Gal, o que fazia o conflito ainda mais doloroso. Zargoth realmente acreditava que Shara’Kala estava sendo enganada pelos humanos e que Cruz, o homem acusado de assassinar orcs, precisava pagar pelos crimes que testemunhas afirmavam ter presenciado.
Shara’Kala ergueu o queixo, decidida, e respondeu: “Zargoth, você sabe que minha lealdade a Uhr’Gal jamais será corrompida por mentiras. Os humanos não me manipulam, e acredite quando digo que não trago aqui uma invenção para tentar salvar Cruz. Eu vi a verdade sobre o Olho e o que ele é capaz de fazer! Esse clone aos seus pés é a prova de que há forças além do que conhecemos, forças que nos traem e manipulam a guerra entre nossas raças para que lutemos entre nós enquanto eles observam e se beneficiam disso.”
Zargoth escutou, contudo, não parecia convencido, e sua voz endureceu enquanto ele respondia: “E como você espera que eu, ou qualquer outro orc de Uhr'Gal, acredite nisso? Que você desconfie de nossos anciãos e testemunhas, mas confie em palavras que vêm de humanos? E mais…” Ele hesitou por um instante, com sua expressão se suavizando por um momento, antes de prosseguir com um tom triste: “Você fala de imparcialidade, Shara’Kala, mas e os sentimentos que você desenvolveu por Cruz? A afeição que até mesmo os mais leais a você comentam ver com estranheza? Como você pode esperar que confiemos em seu julgamento quando seu coração está em jogo?”
“Você protegeu ele desde o dia em que ele pisou em Uhr'Gal, e todos viram isso; Você passou mais tempo conversando com ele do que qualquer outro orcs jamais pensou em passar.”
“Me responda com sinceridade, Shara'Kala… Pela honra que você jura defender… O que você sente pelo prisioneiro Cruz?”
A multidão silenciou completamente. O eco das palavras de Zargoth ressoava no ar, e alguns orcs sussurravam em concordância. A acusação era delicada e poderosa, pois atacava diretamente a integridade de Shara’Kala como líder. Ela, contudo, permaneceu imóvel por um instante, absorvendo o impacto daquelas palavras. Shara’Kala sabia que o vínculo que formou com Cruz era uma questão delicada, e que sua imparcialidade estava realmente sendo posta à prova de uma maneira brutal, intencionalmente ou não.
Respirando fundo, ela decidiu ser honesta, permitindo que todos vissem a verdade em seus olhos.
“Sim, é verdade que nutro um sentimento por Cruz.” Shara'Kala confessou, fazendo com que todos ali ficassem chocados, e seu rosto ficasse avermelhado. Cruz, na jaula, agarrou as barras e olhou para ela com um misto de retribuição e tristeza por vê-la sendo obrigada a revelar algo assim na frente de um público tão grande e que com certeza pensaria o pior dela. Contudo agora que Shara'Kala já tinha confessado, ela deu seguimento à sua fala, justificando: “Mas isso não define meu julgamento, e muito menos a justiça de Uhr'Gal! Minhas decisões são guiadas pela honra e pela verdade, e não pelos sentimentos. E se afirmo que há uma conspiração, é porque tenho provas! Vocês conhecem o peso da palavra de um Khan. O que eu digo é verdade, e essa verdade salvará nosso povo de um erro fatal!”
As respostas de Shara'Kala causaram um burburinho na multidão, e os olhares se dividiam entre respeito, dúvida e a perplexidade de escutar um absurdo como o que foi dito por ela. Uma orc, principalmente a Khan de Uhr'Gal, se apaixonando por um humano… E pior… Um genocida… Isso era uma completa loucura.
Alguns orcs, reconhecendo a honra e a verdade que a Khan defendia depois de confessar algo tão forte, ficaram firmes ao lado dela, enquanto outros se deixaram levar pelo discurso de Zargoth. Mas era evidente que Shara'Kala estava determinada a lutar pelo que acreditava ser justo.
Zargoth, por sua vez, deu um passo à frente, em desafio, e sua voz reverberou pela praça: “Eu reconheço que você é uma guerreira honrada e que acredita estar dizendo a verdade, Shara'Kala. Mas permita-me discordar de sua decisão. O que vejo diante de nós é um humano, um inimigo que matou nossos irmãos e irmãs, e que deve pagar por isso. Eu não me curvarei a histórias de clones ou anomalias, nem permitirei que Uhr'Gal se ajoelhe perante ilusões de um inimigo antigo!”
Vendo a situação vulnerável da Khan, Grok interveio, apoiando Shara'Kala e tentando apaziguar a situação: “Zargoth, você é um guerreiro valoroso, e ninguém aqui duvida da sua lealdade a Uhr'Gal. Mas se há uma chance de que Cruz seja inocente, então devemos examiná-la com cautela. O que Shara'Kala trouxe aqui é uma prova concreta de que há algo maior em jogo. Será que nossa sede de vingança vale o risco de condenar alguém inocente? Esqueça os sentimentos e atente-se aos fatos… Dê a si aos orcs uma chance de enxergar a verdade.”
Zargoth olhou para Grok, e sua expressão oscilou entre respeito e frustração. Era evidente que ele considerava Grok um aliado digno, mas a dúvida e a descrença que sentia em relação a Shara’Kala e Cruz continuavam a nublar sua mente.
“Grok…” Disse Zargoth, com a voz carregada de sinceridade: “Eu admiro sua função no nosso planeta… Mas, para mim, este julgamento não é apenas sobre Cruz. É sobre a influência que permitimos em nosso mundo, sobre as alianças que aceitamos, que eu aceitei quando era o Khan de Uhr'Gal e dei a abertura para que tudo isso acontecesse. Nossa Khan não deveria ter que defender um estrangeiro perante seu próprio povo. E, no entanto, aqui estamos, divididos por causa de um homem que trouxe morte a Uhr'Gal.”
Aquelas palavras aumentaram a tensão entre os presentes. Alguns orcs assentiram, outros murmuraram em tom de questionamento, mas o dilema era inegável. Ambos defendiam os seus posicionamentos com sinceridade.
Shara'Kala, após ficar em silêncio por alguns momentos, respirou fundo, e em um tom mais calmo, mas firme, dirigiu-se a todos: “Eu sei que há dúvidas. Eu sei que muitos de vocês questionam minhas ações e minha imparcialidade. Mas lembrem-se de quem eu sou. Lembrem-se das batalhas que travamos juntos e das vitórias que conquistamos para Uhr'Gal. Eu nunca traí e nunca trairei meu povo.”
Logo após dizer aquilo, ela ergueu o braço, apontando para o clone caído no chão, e completou: “Se este for o único indício da verdade, então que o examinemos! Que investiguemos tudo o que ele representa antes de fazermos um julgamento sem volta. Não podemos nos permitir o erro de agir com pressa e cegueira.”
Zargoth, mesmo relutante, diante de uma insistência irredutível de Shara'Kala, parecia considerar as palavras dela, embora sua expressão permanecesse rígida. Ele deu um passo atrás, olhando para os anciãos que o apoiavam, e então, com um suspiro pesado, respondeu: “Muito bem, Shara'Kala. Se esta é a sua decisão, que assim seja. Mas saiba disso… Se qualquer verdade que nos apresente se provar falsa, se alguma traição ocultar-se em suas palavras, então eu mesmo exigirei sua queda como Khan. Uhr'Gal não perdoa aqueles que enganam e manipulam por interesses próprios.”
As palavras de Zargoth pairaram no ar como uma ameaça solene, e a multidão, mesmo dividida, assentiu em silêncio, percebendo que, por ora, a liderança de Shara'Kala mantinha alguma chama. Grok, ao lado dela, assentiu com um aceno firme, e Shara'Kala, ainda de olhos firmes sobre seu povo, agradeceu Zargoth com um acenou de cabeça.
Depois de um breve momento, a Khan deu um último olhar a Zargoth, reconhecendo a dor e a desconfiança em seus olhos, e respondeu com uma voz calma e incisiva: “Que assim seja, Zargoth. A verdade prevalecerá, e Uhr'Gal saberá que nunca traímos nossa honra. Que nosso julgamento seja um reflexo de nossa justiça e de nossa força. Por Uhr'Gal e por tudo o que defendemos.”
Zargoth acenou de volta, mas a sua expressão mostrava que não seria fácil convencê-lo. Contudo, ele respondeu com sinceridade: “Eu espero que você me prove que estou errado, Shara'Kala!”
