Capítulo 0853 - O Preço
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Assim que a lança se cravou no peito de Cruz, o caos tomou conta da praça em Uhr'Gal. Cruz, sem energia espiritual e confinado à jaula, estava à beira da morte, tossindo sangue e lutando para respirar. A multidão explodiu em um misto de euforia e choque, enquanto Zargoth e Shara'Kala se encheram de fúria, gritando para que o responsável pelo ataque se entregasse.
Zargoth rugiu em direção à multidão, com seus olhos fervendo de indignação. “Quem fez isso? Quem ousa interferir no julgamento sagrado de Uhr'Gal?”
“Vocês desonram nosso povo ao agir como bárbaros, ignorando nossa honra e tradição! Cruz é um prisioneiro, e o julgamento é um direito do conselho!” Zargoth afirmou em fúria.
Shara'Kala, também tomada pela raiva, ergueu o braço, impondo silêncio sobre a multidão enquanto olhava com desprezo para os orcs revoltosos: “Nosso povo não age à sombra da injustiça ou da covardia! Vocês negam tudo o que juramos proteger ao desonrar a justiça com esse ataque desleal!”
Os Khans estavam defendendo a honra orcs, no entanto, em vez de se acalmarem, os orcs na multidão começaram a se agitar mais. Movidos pela dor das perdas e pela desconfiança de que seus líderes estavam sendo iludidos por histórias sobre clones, uma revolta começou a se formar. Alguns gritaram exigindo a morte imediata de Cruz, enquanto outros incentivavam a multidão a tomar o poder com suas próprias mãos.
Um dos orcs mais exaltados, um guerreiro veterano chamado Borak, avançou, gritando para Zargoth e Shara'Kala: “Vocês estão sendo manipulados! Esses humanos trouxeram falsidades e se infiltraram em nossa justiça! É a morte de Cruz que fará justiça ao nosso povo, e não um julgamento!”
Muitos orcs ao redor de Borak o apoiaram, repetindo suas palavras, enquanto outros, ainda leais a Shara'Kala e ao conselho, tentavam acalmá-los. A tensão estava prestes a explodir em confronto direto entre os próprios orcs, e Zargoth percebeu que, se não agisse, a situação sairia completamente do controle.
Grok, percebendo a iminência de uma rebelião, avançou ao lado de Shara'Kala e bradou com autoridade: “Aqueles que levantarem armas contra seus líderes estarão violando a honra de Uhr'Gal! Este julgamento será mantido, e qualquer um que tente sabotá-lo enfrentará as consequências de suas ações, aqui ou em qualquer outro mundo orc!”
Grok falava por uma quantidade vasta de orcs que estavam espalhados por diversos mundos, contudo, a multidão ainda estava dividida, ignorando seus avisos, e enquanto isso, a voz de Borak ressoava como um apelo irresistível para aqueles orcs que queriam vingar seus mortos sem mais esperas. Em resposta a Borak, alguns dos orcs presentes começaram a avançar, ignorando completamente os avisos de Grok e da própria Shara'Kala.
Zargoth então se voltou para Shara'Kala, e em um sussurro urgente, disse: “Eles não vão ouvir palavras. A fúria deles está fora de controle! Se não agirmos agora, Uhr'Gal se dividirá ainda mais.”
A Khan assentiu e, numa decisão rápida, fez um sinal para que os guardas orcs formassem uma barreira ao redor da jaula de Cruz, protegendo-o dos manifestantes que se aproximavam. Mas, enquanto alguns obedeciam, outros hesitaram, divididos pela lealdade e pelo desejo de vingar o sangue dos companheiros.
Enquanto isso, Eldara, a anciã que coordenava o exame do clone de Yang Hao, também se pronunciou, tentando acalmar os ânimos da multidão: “Nós temos provas de que há algo além do que enxergamos. Deem-nos o tempo necessário para revelar a verdade!”
A voz de Eldara, porém, foi abafada pelos gritos dos revoltosos, e Borak, ainda mais encorajado, bradou para seus seguidores: “Se até os guardas não protegem nossa honra, somos nós que tomaremos o destino em nossas mãos!”
Ao mesmo tempo, Yang Chao irrompeu pela multidão de orcs, determinado a alcançar Cruz, que lutava para respirar com a lança atravessada no peito. O sangue jorrava da ferida dele, e a jaula, que deveria ser seu abrigo até o veredicto final, agora parecia seu túmulo. No entanto, guardas orcs bloquearam seu caminho, empurrando-o para trás.
“Parem!” Yang Chao gritou, com a urgência evidente em sua voz: “Ele precisa de ajuda agora! Se impedirem-no de ser socorrido, estarão decretando sua morte antes mesmo do julgamento terminar!”
Zargoth, que tentava controlar a multidão, olhou escutou Yang Chao, e com uma postura inflexível, ergueu a mão para os soldados e declarou em um tom firme: “O julgamento não foi concluído, Yang Chao. O destino de Cruz deve ser decidido pela justiça de Uhr'Gal. Interrompê-lo agora seria desrespeitar as nossas leis e tudo o que defendemos.”
Yang Chao discordou, respirando fundo, e encarou Zargoth com indignação: “Zargoth, essa situação já escapou do controle! O julgamento foi manchado pelo sangue de um inocente ferido e sem defesa. Se ele morrer agora, que tipo de justiça é essa? Uma justiça que prefere a morte silenciosa de um prisioneiro?”
A multidão ao redor ficava cada vez mais inflamada, e Shara’Kala, passando por cima da decisão de Zargoth, ordenou: “Tirem ele da jaula e deixem-no ser tratado! Isso é uma ordem da sua Khan!”
Assim que Shara’Kala deu a ordem para que Cruz fosse socorrido, um silêncio tenso pairou entre os guardas orcs. O dilema entre obedecer à Khan ou ao ex-Khan Zargoth se tornou visível. Alguns dos soldados trocaram olhares incertos, enquanto outros pareciam inclinados a seguir a voz de autoridade que representava a sua tradição mais rígida. Eldara, a mais ponderada dos anciãos, aproximou-se de Shara’Kala, mostrando apoio à ordem dela com um aceno firme, mas os outros anciãos se mantiveram ao lado de Zargoth.
Zargoth ergueu a voz, decidindo reforçar seu comando: “Soldados, lembrem-se da justiça que estamos aqui para preservar e de quem é o Khan de vocês agora! Esta não é uma questão de pressa, mas de honra e obediência aos nossos princípios mais básicos. As leis de Uhr'Gal não devem ser moldadas por pressões e emoções!”
Shara'Kala, no entanto, respondeu sem hesitar: “Justiça sem controle se torna apenas uma vingança. Se ele morrer agora, perdemos nossa chance de chegar à verdade e começaremos uma guerra.”
Enquanto os dois tentavam apelar para a obediência dos soldados, a tensão aumentou ainda mais com a chegada de Krom e Zhan, generais leais a Zargoth, que se dirigiram a Yang Chao para removê-lo da área e restaurar a ordem. Ao se aproximarem, Krom estendeu a mão para segurá-lo pelo ombro, e disse: “Saia do caminho, humano. Sua interferência não é bem-vinda aqui.”
Yang Chao, que até aquele momento havia se mantido passivo, fincou os pés no chão com uma força inesperada, e uma intensidade que os generais orcs subestimaram. Ele olhou diretamente nos olhos de Krom, com sua postura agora inabalável e carregada de certeza, e respondeu: “Não vou me mover, e não deixarei que Cruz morra aqui. Um julgamento manchado por uma tentativa de assassinato não pode ser justo!”
Zhan, ao lado de Krom, lançou-lhe um olhar de desprezo e empurrou o ombro de Yang Chao, mas foi surpreendido pela resistência inflexível dele. Os pés de Yang Chao não se moviam nem um centímetro, ele parecia enraizado ao solo, com sua energia espiritual se manifestando em uma intensidade assombrosa. Empurrá-lo era como tentar mover uma parede de concreto.
“Você é ousado demais, humano…” Murmurou Krom, irritado, tentando colocar mais força em seu empurrão, mas Yang Chao continuava imóvel, como uma muralha intransponível. Krom, em tom de ameaça, falou: “Não confunda nossa paciência com fraqueza!”
Yang Chao, mantendo o olhar firme, respondeu com serenidade, mas com uma resolução que nenhum dos orcs ali havia testemunhado antes: “Confundir a sede de sangue com justiça é o verdadeiro erro aqui, Krom! Agora, eu vou retirar Cruz daqui para que viva! A partir de agora, continuar esse julgamento será apenas um teatro do qual eu me cansei de participar.”
Nos olhos de Yang Chao, Krom podia ver uma chama de violência que ele jamais testemunhou antes. Aquele homem magro e de rosto pacífico, quase sempre com um sorriso, revelava a sua verdadeira natureza de forma sútil, quase subliminar, mas o general de Zargoth pôde muito bem entender o recado.
Enquanto isso, a multidão ao redor continuava em alvoroço, dividida entre apoiar Borak ou obedecer aos líderes. Alguns orcs sussurravam nervosos, impressionados pela coragem de Yang Chao, enquanto outros pediam a cabeça dele também. A tensão atingia um ponto insuportável, e tanto Shara’Kala quanto Zargoth compreendiam que aquela situação não poderia continuar sem consequências.
Eldara, em um apelo para que o povo voltasse á razão, deu um passo à frente e, com sua voz calma, mas firme, declarou: “Por anos, Uhr'Gal preservou a justiça, com líderes que colocaram o bem maior acima de interesses pessoais. Hoje, esse prisioneiro precisa viver para que possamos decidir com clareza. Zargoth, permita-nos honrar a verdade antes que a justiça se perca em sangue.”
As palavras de Eldara ecoaram, abalando a resistência dos demais anciãos e provocando uma leve hesitação em Zargoth. Contudo, do céu, uma promessa de sangue estava prestes a descer…
“Dispare, Joster!” Zao Tian, com um olhar frio e os dentes cerrados, ordenou em tom de retaliação.
Joster, cujas armas tinham se unido em um canhão, apontou para baixo e canalizou uma vasta quantidade de energia espiritual…
*Booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooom…* O disparo de uma grande esfera de diamante sacudiu o espaço e atravessou a distância até Uhr’Gal a uma velocidade exorbitante. Os orcs que tentavam bloquear Joster não conseguiram manter a coragem de permanecer na frente daquele tiro, e desviaram instintivamente, para salvar suas vidas.
*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…* Aqueles que olhavam para cima puderam ver o objeto cruzar rapidamente o céu, e tocar na terra com uma força avassaladora que estraçalhou o solo, levantando uma gigantesca nuvem de poeira, e arremessando rochas do tamanho de casas a quilômetros de distância.
Quando aquele tremor, seguido de um som ensurdecedor chegou à praça, todos imediatamente se calaram e inevitavelmente olharam para a direção do impacto. Eles viram a nuvem de poeira cobrir o horizonte como um manto arenoso e um prelúdio da extinção bater às suas portas.
“Eles atacaram…” Zargoth e Shara’Kala, perplexos, murmuraram em espanto. As ameaças de Zao Tian provaram não ser vazias, e o sangue de Cruz, ao que tudo indicava, foi pago com sangue, assim como ele prometeu.
A praça se afogava em um silêncio mórbido enquanto o som do fim do mundo reinava de forma soberana.
