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Capítulo 0856 - Siga em Frente sem Esquecer o Passado

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Tenham uma boa leitura!]


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Depois de curar Cruz de uma ferida fatal para a maioria dos seres vivos, Zao Tian liderou o grupo no retorno para casa.


O cerco, desmontado após o objetivo ser alcançado, acabou tão rápido quanto começou, e quando todos se foram, o espaço ao redor de Uhr'Gal voltou a ser calmo e silencioso, deixando os sons de protestos apenas para orcs que estavam na superfície.


Quando os orcs seguiram Shara'Kala até Decarius em busca de vingança, Uhr'Gal acreditava ser capaz de causar sérios danos nos humanos e até vencer uma eventual guerra, porém, depois de serem cercados por um punhados de indivíduos altamente fortes que envolveram o planeta inteiro em um anúncio certeiro de morte, essa autoconfiança se perdeu como poeira ao vento, deixando apenas um amargo e indesejado sentimento de vulnerabilidade, uma impotência perante inimigos que não eram subjulgados por sua honra e que não se importavam em ir até às últimas consequências para salvar um amigo, seja ele um criminoso ou não.


O povo orc lançava palavras de ódio e revolta contra Zargoth, que de fato os impediu de agir, mas, na verdade, aquelas palavras eram mais para eles mesmos do que para o líder que recuou diante de um inimigo que não era capaz de enfrentar, muito menos vencer. O que eles diziam doía mais neles do que em Zargoth, que firme na sua decisão e acreditando que fez o certo, não dava ouvidos a nada que era dito ali.


Após a retirada do grupo, que agora tinha a Khan como acompanhante, a vasta imensidão cósmica envolvia Shara'Kala, o resgatado Cruz, e os demais enquanto seguiam rumo a Decarius. Shara'Kala mantinha-se levemente afastada dos outros, voando sozinha como se sua própria presença fosse uma sombra do passado ao qual agora não mais pertencia. Cada lembrança de seu planeta trazia consigo um peso que fazia seu peito afundar. Ela havia perdido mais do que a pátria… Ela perdeu a identidade que tanto a definia quando tomou a decisão de ajudar os humanos e libertar um prisioneiro de seu povo.


Voando ao lado dela, um pouco afastado, mas perto o bastante para mostrar que estava lá, Cruz percebia a tristeza em seu rosto e, após hesitar, decidiu aproximar-se em silêncio, respeitando a barreira invisível que Shara'Kala parecia impor. Ainda assim, ele não queria deixá-la só naquele momento.


Depois de um período de hesitação, segurando muito para dizer o quão grato  ele estava por ter sido salvo por ele, Cruz finalmente quebrou o silêncio. 


“Shara’Kala…” Ele começou, com a voz baixa e respeitosa, mas suficientemente forte para atravessar o espaço ao redor: “Eu sei que... deve parecer uma perda devastadora. Não há nada que alguém possa dizer para aliviar algo assim, mas... Talvez isso não seja o fim. Talvez você ainda encontre um caminho para fazer tudo valer a pena.”


Ela o observou de relance, com seu olhar cansado refletindo uma profunda vulnerabilidade, uma que raramente permitia que os outros vissem. No rosto de Cruz, ele enxergava um sentimento anormal que, mesmo sofrendo por tudo o que fez para salvar aquele homem, ela faria de novo, se fosse preciso.


“Para um guerreiro orc, perder a própria pátria é... Algo indescritível… Eu perdi a minha identidade…” Respondeu ela, voltando o olhar para o vazio enquanto continuava a desabafar: “Passei minha vida inteira lutando por Uhr’Gal, defendendo nossa honra, e lutando para conquistar o título de Khan, para guiar e proteger meu povo. Mas agora… Em uma questão de segundos, me tornei apenas uma forasteira. Um nome sem lar… Uma líder sem seguidores… Uma guerreira que não tem mais uma causa.”


Ao escutar aquilo e sentir o quanto aqueles sentimentos doíam em Shara'Kala, Cruz suspirou, compreendendo a profundidade da dor dela. 


“Eu sei que não é a mesma coisa e que você não acredita que isso possa acontecer…” Cruz comentou, escolhendo as palavras com cautela, antes de completar: “Mas, há momentos em que a gente descobre uma nova identidade quando menos espera. Uhr'Gal pode ter te banido, mas isso não significa que deixou de existir em você. Seu espírito ainda carrega tudo aquilo pelo qual você lutou. Você ainda é Shara'Kala, a Khan que venceu o Ghar'Kal e atravessou o universo em busca de justiça pelo seu povo. E você o fez!”


“Você, Shara'Kala, salvou um inocente de ser condenado e ainda pode trabalhar por Uhr'Gal, pela justiça que busca, indo atrás dos verdadeiros responsáveis pelos crimes contra o seu povo!”


Shara'Kala se surpreendeu com a intensidade nas palavras de Cruz, que eram muito mais profundas do que esperava de alguém como ele. Por um momento, ela quase se deixou levar pelo consolo e seus olhos brilharam para ele, mas a realidade voltou a pesar em um instante, e ela lamentou: “Você fala como se eu pudesse simplesmente continuar em frente, Cruz. Mas há coisas que um líder jamais pode deixar para trás. Uhr'Gal era minha razão de ser. Eu não posso buscar justiça para as leis que eu mesma infringi.”


Cruz permaneceu em silêncio por um instante, pensando no peso do que ela havia dito. Ele olhou para o vazio estelar ao redor e depois de um tempo, voltou a falar: “Talvez, Shara’Kala... Você ainda tenha uma missão. Talvez, mesmo longe de sua terra, você possa encontrar algo ou alguém que faça você se sentir viva, que te dê propósito.” Ele fez uma pausa, ponderando se deveria ir adiante, antes de prosseguir: “Sabe, mesmo no exílio, você ainda pode inspirar. Talvez possa ensinar a quem está ao seu lado agora. Talvez, até... em Decarius, você descubra um novo significado para sua força.”


Shara’Kala finalmente permitiu-se encará-lo novamente, e em seus olhos, havia uma estranha mistura de dor e gratidão.


“Decarius...” Ela murmurou, quase para si mesma, antes de erguer a cabeça, observando Cruz com atenção, e perguntar: “E você, Cruz? O que te move a seguir em frente? O que te faz ser... Tão sereno, mesmo quando tudo parece desmoronar?”


Cruz hesitou, e pela primeira vez em muito tempo, deixou transparecer um lado mais introspectivo de sua personalidade. Ele riu suavemente,com  um riso cheio de nuances, e respondeu: “Sereno? Eu estou longe de ser assim. Eu só aprendi que a vida é feita de momentos, Shara’Kala. Se você se agarra aos que machucam, você se perde. Mas, se você escolhe olhar para o que ainda pode conquistar, então há sempre uma chance de recomeçar.”


“Essas pessoas que estão conosco são a minha família. Eu os amo com todas as minhas forças e luto para protegê-los e proteger aqueles que são importantes para cada um deles. Talvez seja isso o que me motiva, o que me mantém seguindo sempre em frente, porque eu não quero ficar para trás. Se eu não acompanhá-los, pode ser que chegue o dia em que eles precisem de mim e eu não possa fazer nada, porque eu desisti no meio do caminho.”


Shara’Kala fitou-o, impressionada pela simplicidade, mas também pela profundidade que ele demonstrava. Aquele homem que antes era apenas um prisioneiro, agora parecia um amigo, um confidente, alguém que, de certo modo, entendia sua dor: “Então... Você está dizendo que eu devo seguir em frente, mesmo sem um lugar para chamar de lar?”


Cruz aproximou-se um pouco mais, com sua expressão suave e solidária transmitindo esperança para Shara'Kala.


“Sim.” Ele respondeu, em um tom sincero, antes de continuar: “Às vezes, um lar é mais do que um lugar. Pode ser um propósito, uma causa. Ou até mesmo... pessoas ao seu lado. Todos aqui perderam algo na vida… Sejam pessoas ou seus lares. Somos um grupo de renegados que apenas se esforçam para não perder mais nada.”


Mais uma vez, ela o olhou com surpresa, e um leve rubor tomou conta de suas bochechas. Embora ela nunca permitisse vulnerabilidade, naquele momento, a presença de Cruz a fazia sentir-se menos sozinha, menos perdida. Com um tom quase hesitante, ela murmurou: “Talvez… Talvez eu possa descobrir isso... Ao lado de pessoas que entendem o que é perder um lar.”


Cruz sorriu suavemente, sentindo uma conexão crescer entre eles. Ele a observou em silêncio, admirando sua força e, ao mesmo tempo, a fragilidade que ela agora revelava.


Depois de alguns instantes de silêncio, Cruz tocou no ombro dela e externou: “Eu estaria honrado de fazer parte dessa busca, Shara’Kala. Saiba que eu também sou uma alma perdida. Talvez… Quem sabe a gente possa reencontrar um caminho juntos…”


“Quero dizer… Cada um encontrar o seu.” Cruz ao perceber que foi um pouco invasivo para o momento, tentou se corrigir, mas sua mente logo se arrependeu e o forçou a sugerir: “Mas eu não me oponho a ideia alguma…”


Enquanto Cruz tentava aliviar o sofrimento de Shara'Kala, ele notava o brilho nos olhos dela intensificar-se, como se uma esperança oculta e inesperada emergisse sob a dor. Ela, que sempre fora uma líder imbatível, permitia-se agora se mostrar vulnerável, uma sombra de emoções antes contidas. O toque de Cruz em seu ombro, firme e reconfortante, trouxe uma sensação de calor a Shara'Kala, algo que ela não sentia desde que assumira o papel de Khan, onde o peso das responsabilidades sempre superava qualquer momento pessoal.


“Cruz…” Shara'Kala começou, depois de dar um riso contido por causa das palavras de Cruz, mas sua voz fraquejou. As palavras pareciam não expressar o que ela queria dizer. E ele esperou pacientemente, com seu olhar suave oferecendo o apoio que ela precisava.


“Você tem uma força que é rara…” Ela finalmente continuou, com a voz mais firme agora: “Uma força que não é só física, mas que parece iluminar os outros ao seu redor. Mesmo após o que enfrentou, a condenação, a dor… Você permanece em paz, como se nada tivesse realmente abalado seu espírito. Isso… Isso é admirável.”


Cruz sorriu gentilmente, tocado pela sinceridade dela. Ele coçou a cabeça de forma despreocupada, e respondeu: “Talvez seja mais simples do que parece… Eu apenas tento manter a esperança. E, quando tudo se torna difícil demais, confio naqueles ao meu lado. Às vezes, só de saber que não estou sozinho, consigo enfrentar qualquer coisa.”


Shara'Kala assentiu lentamente, absorvendo cada palavra, e sentiu que, naquele momento, talvez, não estivesse tão só quanto pensara. 


Cruz, por sua vez, continuou: “E você? Mesmo que tenha sido exilada, há uma força em você que ainda é visível. Uhr’Gal pode estar distante agora, mas tudo que você fez ainda vive em quem você é.”


Shara’Kala se permitiu um pequeno sorriso, e quando ela o encarou, o vazio do espaço parecia desaparecer. Ali, entre as estrelas e os companheiros distantes, ela começava a ver um novo lar surgir… Uma possível nova jornada, ao lado daqueles que, como ela, já haviam sofrido a perda de um lugar seguro.


Ambos ficaram em silêncio por algum tempo, voando lado a lado. A proximidade de Cruz era confortante, e Shara’Kala, sem perceber, relaxava. O peso do exílio parecia momentaneamente suspenso. Ela virou-se para ele, com uma expressão que revelava uma faísca de gratidão misturada àquilo que talvez se aproximasse de admiração, e disse: “Talvez, ao lado de pessoas como você, eu possa encontrar um propósito…”


Cruz sorriu, e a leveza em seu olhar parecia trazer um pouco de paz ao coração dela. Aquele sorriso era puro, e o dono dele estendeu o braço, tocando levemente a mão dela no ar, e disse: “Com certeza encontrará, Shara’Kala. Acredite, você já é muito mais para todos nós do que imagina. E se precisar de alguém para lembrar disso… Estarei ao seu lado!”


Shara'Kala corou levemente, uma vermelhidão rara para uma guerreira tão forte, mas que se tornou comum nos últimos dias. Ela não respondeu imediatamente, apenas assentiu, com um sorriso tímido e sincero, sem se afastar do toque, enquanto os dois seguiam lado a lado.


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Enquanto isso, observando a interação de longe, Ming Xue e Zao Tian trocavam olhares cúmplices. Ming Xue, com um sorriso brincalhão, deu uma cotovelada suave em Zao Tian e comentou: “Olha só... parece que o nosso prisioneiro e a executora estão se entendendo melhor do que esperávamos.”


Zao Tian riu, observando a cena com satisfação, e respondeu: “Talvez tenha sido mais do que um resgate para eles. Às vezes, nos nossos piores momentos, encontramos exatamente quem precisamos.”


“E convenhamos… Ela é a cara do Cruz… Me surpreenderia mais se ele arranjasse alguém normal. Rsrsrsrs…” Zao Tian finalizou, rindo de forma satisfeita, mas contida.


Enquanto Zao Tian rua, Ming Xue deu um riso mais profundo, e lembrando-se de quando Zao Tian salvou ela e sua família das garras da família Lin, ela respondeu de forma feliz, enigmática e agradecida: “Sim… Às vezes encontramos quem precisamos nos nossos piores momentos…”


O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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