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Capítulo 0882 - Revelações e Impaciência

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Tenham uma boa leitura!]


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O vento continuava a uivar pela paisagem desértica, levantando redemoinhos de areia que se dissipavam tão rápido quanto surgiam. Gold estava parado, imponente e imóvel, observando o horizonte como se o próprio deserto pudesse lhe oferecer algo mais interessante do que a garota mutilada ao seu lado. Sua postura relaxada contradizia a tensão evidente no ar, mas o brilho intenso de seus olhos traía sua paciência no limite.


Amara, deitada na areia quente, finalmente sentia algum controle voltando a seu corpo. Seus dedos tremiam enquanto ela tentava reunir forças para se mover, mas cada tentativa era recebida com um protesto agonizante de seus ossos quebrados e músculos lacerados. Apesar disso, uma necessidade crescente de falar crescia dentro dela, uma urgência que sobrepunha a dor excruciante que pulsava em cada célula de seu corpo.


Ela sabia que Gold estava ali, que ele não a deixaria morrer, ainda não. Contudo, o peso de seu olhar anterior e a lembrança das palavras que ele lançara como lâminas serrilhadas deixavam claro que sua presença não era por compaixão. Ele não a salvou… Ele apenas a condenou a algo pior… Enfrentar sua própria insignificância.


“Hufff…” Gold suspirou, sem nem ao menos olhar para Amara. Ele cruzou os braços, com sua expressão transparecendo tédio, mas com uma tensão oculta que poucos conseguiriam identificar.


“Eu pensei que você já tivesse desistido, pirralha.” Ele murmurou, sem qualquer emoção em sua voz, logo antes de pedir: “Se for para morrer, morra logo. Se for para viver, levante-se. Esse meio-termo me irrita.”


“Uuuurgh…* Amara tentou responder, mas sua voz saiu como um gemido fraco. O som chamou a atenção de Gold, que finalmente moveu os olhos para ela, mas sua expressão não mudou. Ele permaneceu parado, esperando, sem oferecer qualquer ajuda.


“Você vai tentar falar agora, é isso?” Ele perguntou, levantando uma sobrancelha em um gesto de puro desdém. 


“Deixe-me adivinhar… Vai dizer que sente muito? Que você cometeu um erro? Que você não quis fazer o que fez?” Ele riu, mas o som era seco e vazio: “Economize sua saliva. Eu não quero ouvir suas desculpas patéticas.”


Amara, por sua vez, apertou os dentes, ou o que restava deles. A dor era insuportável, mas a necessidade de explicar, de fazer com que ele entendesse, a empurrava além de seus limites.


“Não… é isso…” Ela finalmente conseguiu murmurar, com sua voz trêmula e rouca, quase inaudível.


Gold inclinou a cabeça ligeiramente, como se estivesse tentando decidir se valia a pena escutá-la. Ele deu um passo mais pra perto dela, cruzando os braços novamente.


“Então o que é, pirralha?” Ele perguntou, com seu tom repleto de sarcasmo: “Vai me dizer que tudo isso foi um grande mal-entendido? Que você foi provocada ou que o verdinho e o chimpanzé só estavam no lugar errado na hora errada?” Ele bufou, claramente sem paciência.


Amara respirou fundo, uma tarefa monumental para seus pulmões machucados. Ela sabia que precisava falar com clareza, mas cada palavra era como uma navalha rasgando sua garganta.


“É… uma Singularidade…” Ela finalmente disse, mas cada palavra era arrastada e ofegante.


Gold parou, com seus olhos estreitando-se enquanto ele processava o que acabara de ouvir. Ele não falou imediatamente, mas a mudança sutil em sua postura indicava que ela tinha sua atenção.


“E daí?” Ele finalmente respondeu, com sua voz agora fria, mas sem sarcasmo: “O que isso muda, pirralha? Você acha que só porque é uma Singularidade, suas ações não têm peso? Que o sofrimento que você causou é menos real? Que você não deixou de ser tudo o que eu disse que é?”


Amara fechou os olhos por um momento, tentando reunir forças para continuar. Sua respiração era irregular e cada tentativa de falar era uma dor sem fim, mas ela sabia que precisava esclarecer antes que Gold perdesse o interesse, ou a paciência, e alguém de fato morresse naquele dia.


“O Gigante…” Ela começou, referindo-se a Momoa: “Ele… Pode morrer… Definitivamente.”


Quando escutou aquilo, Gold piscou lentamente, com sua expressão permanecendo impassível, mas a intensidade em seus olhos aumentou. Ele deu um passo à frente, abaixando-se levemente para ficar mais próximo do rosto de Amara.


“Explique.” Ele disse, com sua voz agora cortante, como uma lâmina prestes a cair.


Amara engoliu em seco, com aquele simples gesto enviando uma onda de dor por todo o seu corpo. Ainda assim, ela continuou.


“Nós… Estamos presos… Em um loop.” Ela disse, pausando para respirar entre as frases: “Tudo… Volta… Exceto… Ele.”


Gold inclinou a cabeça, com um brilho de entendimento cruzando seu olhar, mas ele não deu qualquer sinal de aprovação. Ele ficou em silêncio, processando as informações enquanto Amara lutava para terminar.


Ele já sabia que aquela era a Singularidade de Momoa, que dentro dela, apenas Momoa poderia morrer de verdade. Sendo assim ,tudo o que Amara estava dizendo não era nenhuma novidade para ele. Contudo, ele queria ver o que a garota tinha a dizer… Ele queria ver até onde a surra e o desprezo despertaram algo próximo de uma empatia em Amara.


“Momoa… É diferente…” Ela continuou, com sua voz quase inaudível agora: “Ele… Não é daqui… Se morrer… Não volta…”


Gold endireitou-se lentamente, cruzando os braços enquanto olhava para o horizonte com um olhar pensativo. Ele não falou por um longo momento, deixando o silêncio preencher o espaço entre eles.


Finalmente, ele suspirou, com um tom mais frio do que nunca.


“Você acabou de confirmar o óbvio.” Ele disse, com sua voz cortante: “O chimpanzé é um idiota. E você? Você é pior. Vocês dois são um desastre ambulante, e agora eu tenho que limpar essa bagunça.” 


Depois de dizer aquilo, ele olhou para Amara novamente, mas sua expressão era tão gélida quanto antes:. “Se ele morrer, pirralha… A culpa será toda sua.”


Amara sentiu seu coração afundar com aquelas palavras. Ela tentou dizer mais alguma coisa, mas Gold já havia se afastado, com sua atenção claramente voltada para algo mais importante do que suas explicações.


Ele olhou para o horizonte novamente, murmurando para si mesmo.


“Preciso ter uma conversa com o verdinho…” Ele disse, mais para si do que para Amara, antes de desaparecer em um piscar de olhos, deixando a garota sozinha no deserto, com suas dores e sua culpa como única companhia.


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O chão rachava sob os passos pesados de Halfkor enquanto ele se aproximava de Momoa, agora uma figura indistinguível de dor e cansaço. Cada respiração do gigante era um esforço monumental, um som rouco que misturava dor e determinação de viver. Apesar disso, a regeneração insistente de Momoa continuava, pequenos brilhos verdes dançando ao redor de seus ferimentos mais graves, tentando consertar o que parecia irreparável.


“Você é patético, chimpanzé.” Halfkor rosnou, com seus olhos brilhando com uma raiva quase irracional. Ele se agachou ao lado de Momoa, segurando sua cabeça pelos cabelos ensanguentados, forçando-o a encará-lo: “Você acha que essa regeneração vai te salvar? Acha que me impressiona? Eu já vi insetos que lutam melhor pela vida do que você.”


Momoa tentou dizer algo, mas o som que saiu foi um murmúrio incoerente. Seus olhos estavam turvos, mas havia uma centelha de algo ali… Teimosia ou esperança, talvez. E isso apenas irritou Halfkor ainda mais.


“Você não aprende, não é?” Halfkor perguntou, com sua voz transbordando desprezo. Ele jogou a cabeça de Momoa contra o chão com força, criando uma pequena cratera no impacto, logo antes de dizer: “Muito bem. Vou te ensinar o que significa desespero.”


Halfkor ergueu o pé e o desceu brutalmente contra o peito de Momoa, esmagando qualquer progresso que sua regeneração pudesse ter feito. 


*Baaaaaaaaaang.* O som dos ossos quebrando ecoou pelo campo, seguido por um gemido abafado de dor vindo de Momoa.


“Você vai viver, chimpanzé.” Halfkor disse, inclinando-se para perto, com seu tom se tornando mais sombrio: “Eu vou garantir isso. Não vou matar você… Ainda. Não até que outros que sofreram por sua causa tenham a chance de arrancar a pele da sua carne.”


Ele se levantou, chutando o corpo de Momoa para o lado como se fosse um saco de lixo. O gigante rolou algumas vezes antes de parar, com seu corpo agora imóvel. Mesmo assim, os brilhos verdes da regeneração continuavam a tentar restaurar o que restava dele.


Halfkor caminhou até Momoa novamente, inclinando-se para agarrar seu tornozelo. 


“Você está respirando, não está? Ótimo. Isso significa que posso continuar.” Ele começou a arrastar Momoa de volta, deixando um rastro de sangue e poeira enquanto avançava.


A marcha funebre foi interrompida apenas quando Halfkor parou de repente, com seus olhos semicerrados. Ele sentiu algo, uma presença que parecia surgir do nada, mas que instantaneamente dominou o ambiente. Era como se o próprio ar tivesse se tornado mais pesado, mais carregado, trazendo uma tensão que fazia até mesmo o Rei Esmeralda hesitar.


“Afaste-se do chimpanzé.” A voz de Gold cortou o ar como uma lâmina afiada, fria e imponente.


Halfkor congelou por um momento, antes de se virar lentamente, ainda segurando o tornozelo de Momoa. Seus olhos encontraram Gold, que estava parado a poucos metros de distância, com os braços cruzados e uma expressão de desdém absoluto.


“Você de novo.” Halfkor rosnou, com sua voz carregada de irritação: “O que quer agora? Já salvou a pirralha. Está aqui para defender outro erro?”


Gold não respondeu imediatamente. Ele permaneceu imóvel, com seu olhar fixo em Halfkor como se estivesse analisando cada aspecto de sua existência. Finalmente, ele suspirou, balançando a cabeça como se estivesse lidando com uma criança particularmente teimosa.


“Solte-o.” Gold ordenou, com um tom calmo, mas inegociável.


Halfkor apertou os dentes, com sua raiva fervendo sob a superfície: “E por que eu faria isso? Esse chimpanzé merece tudo o que está recebendo. Ele destruiu meu reino. Ele massacrou meu povo ao lado daquela garota. Não vou parar até que ele pague por cada vida que tirou.”


Gold ergueu uma sobrancelha, como se estivesse entediado com a resposta. 


“Você terminou?” Ele perguntou, antes de dar um passo à frente, com seu olhar brilhando de forma ameaçadora, e avisar: “Porque, se não terminou, posso garantir que o próximo a pagar será você.”


Halfkor largou o tornozelo de Momoa lentamente, mas não sem antes lançar um olhar furioso para Gold.


“Você é rápido para proteger aqueles que não merecem.” Halfkor disse, com sua voz cheia de sarcasmo e ódio, logo antes de questionar: “Mas me diga, Gold, você realmente acredita que eles têm algum valor? Que esses dois não são apenas ferramentas de destruição que deveriam ser quebradas e descartadas antes que se tornem um mal maior?”


Gold deu outro passo à frente, com sua presença esmagadora fazendo o ar ao redor vibrar. 


“Eu não estou aqui para discutir moralidade com você, menino esmeralda.” Ele disse, com seu tom agora mais severo: “Estou aqui para evitar que você faça algo estúpido. De novo.”


Halfkor imediatamente cerrou os punhos, com sua raiva borbulhando à superfície. Aquele insulto foi como jogar gasolina em uma fogueira, mas ele sabia que não estava em posição de desafiar Gold diretamente. Mesmo assim, ele não pôde deixar de lançar mais uma provocação.


“Então o que você sugere?” Ele perguntou, com um sorriso frio: “Que eu perdoe? Que eu esqueça? Tudo isso por que você não quer que eu consiga o que é meu por direito?”


Gold inclinou a cabeça ligeiramente, com um sorriso quase imperceptível, mas carregado de desdém.


“Eu sugiro que você viva.” Ele respondeu, com sua voz baixa, mas carregada de poder: “Porque, se você continuar, não terei problema algum em garantir que você não tenha essa oportunidade.”


Halfkor ficou em silêncio por um momento, lutando contra sua raiva e o reconhecimento de que, diante de Gold, ele não era nada. Finalmente, ele deu um passo para trás, soltando um grunhido de frustração.


“Você só está adiando o inevitável.” Ele rosnou, antes de se virar para começar a se afastar: “Mas lembre-se disso, Gold… Um dia, até mesmo você terá que escolher um lado. E quando esse dia chegar, talvez você veja o quão errado foi proteger esses dois.”


Gold não respondeu, simplesmente observando enquanto Halfkor se afastava, deixando Momoa no chão, destruído, mas ainda respirando. Ele esperou até que Halfkor estivesse fora de vista antes de se virar para Momoa, cruzando os braços novamente.


“Você é realmente um idiota.” Gold murmurou, mais para si mesmo do que para o gigante inconsciente, antes de desaparecer tão rapidamente quanto havia chegado, deixando Momoa sozinho, cercado por seu próprio fracasso.


O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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