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Capítulo 0887 - O Som da Determinação

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Tenham uma boa leitura!]


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O som rítmico e distante continuava a ecoar pela floresta, com cada batida ressoando como uma intrusão na calmaria do lugar. Momoa olhava na direção de onde vinha o barulho, franzindo a testa com curiosidade.


Depois de escutar uma breve explicação sobre quem estava fazendo aquilo, Momoa arqueou uma sobrancelha, inclinando-se levemente para Amara enquanto repetia, com um tom de surpresa: “O moleque?”


Amara abriu os olhos, lançando-lhe um olhar que misturava exaustão e tédio: “Sim, o moleque. Ele é um pirralho que não entende o significado de desistir e ser enganado, mesmo quando deveria.”


A resposta parecia ser completa para Amara, mas não satisfez Momoa, e ele cruzou os braços, olhando na direção do som, que parecia ter se intensificado levemente.


“E quem exatamente é esse moleque?” Ele insistiu, com sua curiosidade agora completamente desperta.


Amara suspirou, balançando a cabeça levemente antes de responder: “É só um garoto… Um pirralho irritante que Gold decidiu enganar.”


“Enganar?” Momoa franziu a testa enquanto olhava para Amara, com seu tom agora misturando confusão e ceticismo: “Como assim?”


Amara inclinou a cabeça contra a árvore, olhando para cima como se tentasse buscar forças e paciência para explicar: “Gold deu uma missão impossível para ele. Algo que ele nunca deveria sequer tentar. Foi só um jeito de tirar o moleque do pé dele, para que parasse de importuná-lo com pedidos de treinamento.”


Momoa piscou, surpreso com a existência daquele moleque, mas nem um pouco impressionado com a atitude de Gold: “E ele acreditou, mesmo sabendo que era impossível?”


“Sim.” Amara respondeu, com sua voz carregada de incredulidade: “O garoto levou aquilo tão a sério que está lá, tentando cumprir essa missão há... Nem sei quanto tempo. É patético, mas, ao mesmo tempo, tenho que admitir que ele tem uma determinação absurda.”


Momoa ficou em silêncio por um momento, processando a informação. Ele olhou novamente na direção do som, que parecia mais claro agora que ele se concentrava nele. O ritmo constante das batidas indicava um esforço repetitivo, quase mecânico, mas também inabalável.


“E o que exatamente é essa missão impossível?” Ele perguntou, com seu tom cauteloso.


Amara deu uma risada curta, que logo se transformou em um gemido de dor: “Ah, isso eu não sei exatamente. Gold nunca me contou, e eu não me importei o suficiente para perguntar. Mas seja lá o que for, deve ser algo insanamente cruel. Gold é um mestre em criar desafios que ninguém deveria tentar. E também, se ele mesmo disse que era impossível, então pode acreditar que é impossível.”


“Hum… E ele ainda está tentando?” Momoa perguntou, com sua voz cheia de incredulidade: “Depois de todo esse tempo… Ele já deveria ter percebido que não conseguirá…”


Amara assentiu, com um sorriso irônico surgindo em seus lábios enquanto respondia: “É o que eu disse. O garoto não sabe o significado de desistir. Ele é irritante, impulsivo e provavelmente vai acabar morto… Mas tem algo nele que sustenta todas essas burrices. Uma teimosia que, de algum jeito, é quase admirável.”


Momoa não respondeu imediatamente. Ele continuou olhando na direção do som, tentando imaginar quem seria esse garoto que parecia estar preso em uma missão impossível, mas que ainda assim se recusava a desistir.


Amara, percebendo o silêncio dele, soltou outro suspiro, desta vez mais leve: “Se você for inteligente, não se envolva com ele.” Ela disse, com um tom de advertência: “Gold já o descartou. Se você começar a prestar atenção nele, vai acabar se distraindo do que realmente importa.”


Momoa voltou seu olhar para ela, com seus olhos brilhando com uma serenidade inspirada: “E o que realmente importa, Amara?”


Ao perceber que aquela pergunta era praticamente uma lição de moral, Amara deu de ombros, fechando os olhos novamente enquanto respondia, como se encerrasse o assunto: “Sobreviver. Evoluir. E, no seu caso, provar que pode superar o seu pai. Todo o resto é só barulho.”


Enquanto escutava aquela resposta, Momoa olhou novamente na direção do som, que agora parecia mais vivo, mais insistente. Ele sabia que Amara estava certa em partes, mas algo sobre aquele ritmo, sobre a ideia de alguém lutando contra o impossível, mexia com ele. Havia algo que ele precisava entender… Algo que ele precisava ver por si mesmo.


“Talvez você esteja certa.” Ele disse, embora sua voz traísse com uma leve dúvida: “Mas eu acho que preciso ouvir mais desse barulho.”


O som das batidas continuava ecoando pela floresta, incessante e hipnotizante. Momoa escutou por algum tempo e lançou um último olhar para Amara, que estava encostada contra a árvore, com os olhos semicerrados, mas claramente curiosa.


“Você não quer ver isso?” Ele perguntou, com um leve sorriso no rosto, tentando esconder sua própria curiosidade: “Não está nem um pouco interessada em saber o que esse moleque está fazendo?”


Amara abriu um olho, olhando para ele de canto, e deu um suspiro aborrecido antes de responder: “Não. Já sei que é algo estúpido e impossível, e ele provavelmente está se matando à toa. Não preciso ver para acreditar.”


Momoa cruzou os braços, inclinando a cabeça enquanto a encarava com um sorriso provocador: “Então, se você não está nem um pouco curiosa, não vai se importar se eu for sozinho.”


Amara fechou os olhos novamente e cruzou os braços, mas seu corpo entregava que ela estava tentando esconder a curiosidade. Depois de alguns segundos de silêncio, ela finalmente bufou, com um toque de irritação em sua voz: “Tá bom, talvez eu queira ver… Um pouco. Mas é só porque quero ter certeza de que ele ainda está vivo.”


Momoa sorriu, estendendo a mão para ela, e disse: “Vamos lá, então. Eu te levo.”


Amara olhou para a mão estendida, hesitando por um momento, mas acabou segurando-a. Com um leve impulso, Momoa a levantou e, em seguida, a carregou nos braços antes de levantar voo. Apesar de suas queixas ocasionais, ela não resistiu enquanto ele os guiava pelo céu, seguindo o som rítmico que crescia em intensidade.


A paisagem abaixo passava rapidamente enquanto eles sobrevoavam a floresta. Momoa se sentia cada vez mais intrigado, enquanto Amara parecia dividida entre o cansaço e o desejo de descobrir o que estava acontecendo.


Finalmente, depois de alguns minutos, eles avistaram a origem do som. No meio de uma região aberta, cercada por pedras gigantescas, estava o tal garoto. Ele era jovem, talvez uns doze anos, com a pele negra brilhando de suor e sangue. Seu corpo era impressionantemente esculpido para alguém tão jovem, com cada músculo claramente definido pelo esforço contínuo. Contudo, ao mesmo tempo, ele estava coberto de arranhões, hematomas e sangue seco que se misturava ao sangue fresco em sua testa marcada por feridas abertas, algumas velhas, outras bastante recentes.


O garoto estava ajoelhado no chão duro e pedregoso, com as mãos firmemente plantadas ao lado de seu corpo. Sua cabeça balançava para trás e para frente em um ritmo constante, batendo contra o chão com força repetitiva. Cada impacto fazia um som surdo, seguido por um pequeno tremor no solo.


*Thump.*  


*Thump.*  


*Thump.*


Momoa pousou suavemente em um ponto alto, colocando Amara no chão, e ambos ficaram observando em silêncio o que estava acontecendo. A cena era tão brutal quanto absurda. A cada batida, o garoto soltava um xingamento entre seus dentes, com sua voz rouca e cheia de frustração.


“Maldito… Velho… Irritante… Arrogante…” Ele murmurava, bufando de raiva a cabeçada que dava contra o chão: “Você… Vai… Pagar… Por isso… Desgraçado!”


De sua perspectiva, Momoa cruzou os braços, surpreso com a loucura que o garoto estava fazendo, enquanto olhava para um círculo que ele estava tentando escavar. Ele inevitavelmente franziu a testa, entendo o que parecia ser, mas tentando entender a lógica daquela missão. 


O círculo que o garoto escavava era profundo e incrivelmente preciso, apesar das condições terríveis e da impossibilidade da tarefa. Cada cabeçada parecia fazer um progresso mínimo, mas o garoto não parava. Ao redor de onde ele estava, muitos outros círculos quase perfeitos formavam uma série de símbolos que ficavam cada vez mais rústicos à medida que se afastavam do garoto. 


Não precisava ser um gênio para entender o que estava acontecendo ali. O garoto estava tentando escavar um círculo perfeito, que nas primeiras tentativas foram grotescos e até interrompidos, mas que, à medida que o tempo passou e novas tentativas foram feitas, começaram a ficar cada vez mais bem feitos, porém, ainda imperfeitos.


Uma quantidade absurda de círculos estava esculpida no solo, e Momoa sentia dores de cabeça só de pensar em quanto tempo aquele garoto estava fazendo aquilo. Contudo, da outra parte, alheio a tudo, o garoto apenas continuava desferindo cabeçadas contra o chão, buscando acertar cada milímetro e grau.


“Ele está… Escavando um círculo com a testa?” Momoa perguntou, incrédulo, olhando para Amara.


Ela deu de ombros, mas sem conseguir esconder o leve toque de admiração em sua voz: “Parece que sim. E ele está nisso há dias. Não sei como ele ainda não desmaiou.”


O garoto, por sua vez, deu mais uma cabeçada, deixando um pequeno rastro de sangue no chão, antes de parar por um momento, ofegando pesadamente. Neste momento, ele balançou a cabeça para clarear a mente e voltou a murmurar: “Estúpido… Cercado por idiotas… Com alunos fracos… Eu vou mostrar a você… Gold… Filho da…”


Momoa arqueou uma sobrancelha, claramente impressionado, mas também chocado com a cena diante dele. Ele olhou para Amara, que parecia estar se segurando para não rir da situação.


“Você o conhece?” Momoa perguntou.


Amara assentiu, cruzando os braços enquanto observava o garoto: “Sim, já o vi algumas vezes. Ele é tão irritante quanto parece, mas tenho que admitir… A determinação dele é surreal.”


O garoto deu outra cabeçada, dessa vez mais forte, e cambaleou para trás, claramente tonto. Ele balançou a cabeça violentamente, como se estivesse tentando se recompor, e murmurou algo que os dois não escutaram, antes de voltar à tarefa.


*Thump.*  


*Thump.*  


*Thump.*


“E ele vai continuar até desmaiar?” Momoa perguntou, sem desviar os olhos da cena.


“Provavelmente.” Amara respondeu, com um tom casual: “Mas não se preocupe, ele vai acordar e não vai parar. Esse moleque é feito de algum tipo estranho de teimosia e insanidade.”


Quase hipnotizado, Momoa não respondeu. Ele simplesmente continuou observando, tentando entender o que motivava alguém a se forçar até esse ponto sem ter nenhuma garantia e claramente sendo enganado. A determinação do garoto era impressionante, e havia algo de profundamente inquietante naquela cena. Momoa simplesmente conseguia desviar o olhar. Se Amara o surpreendeu com um imenso poder em tão tenra idade, o garoto o fez sentir inveja de sua teimosia que, apesar de não parecer, pelo menos não naquele momento, a longo prazo era algo ainda mais poderoso do que o talento inato de Amara.



O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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