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Capítulo 0888 - Obstinação Obsessiva

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Tenham uma boa leitura!]


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O som das batidas continuava, rítmico e ininterrupto, como uma melodia torturante. Momoa simplesmente não conseguia desviar o olhar do garoto. Cada cabeçada que ele dava contra o chão era um misto de esforço absurdo e determinação que beirava a loucura. E de lá, ele estreitou os olhos, observando alguns detalhes muito importantes para a cena.


O círculo que o garoto estava tentando esculpir no chão era notavelmente simétrico, mas o nível de precisão necessário tornava a tarefa claramente impossível. Ao olhar mais atentamente, Momoa notou algo que aumentou ainda mais sua incredulidade.


“Ele não está usando as mãos…” Momoa murmurou, mais para si mesmo do que para Amara. 


O garoto estava com sérios ferimentos na cabeça, mas as suas mãos estavam intactas. Mesmo que fosse possível criar o círculo perfeito que ele aparentemente estava tentando criar, usar as mãos era o óbvio a se fazer, seja para amenizar os ferimentos, preservar a capacidade de visão e raciocínio, ou para atingir uma precisão maior. Isso deixava muito claro que a missão do garoto não era apenas esculpir o círculo, perfeito, mas fazer isso usando apenas a cabeça.


Amara, que observava com os braços cruzados, deu uma risada curta e seca enquanto dizia. “Claro que não está. Você acha que Gold tornaria isso fácil? Ele deve ter dito que a única ferramenta que o garoto podia usar era a cabeça. Literalmente.”


Momoa franziu a testa, cruzando os braços enquanto analisava o garoto. De fato, não havia um único arranhão nas mãos do menino, mas sua testa estava em um estado lamentável. Cortes profundos, hematomas inchados e sangue seco misturado ao fresco cobriam a área, criando uma visão que era tanto impressionante quanto inquietante. Em um olhar rápido, ele parecia um guerreiro que havia passado por batalhas intermináveis, mas a única batalha que ele lutava era contra o chão.


“Mas… por quê?” Momoa perguntou, balançando a cabeça: “Por que não usar as mãos? Seria muito mais fácil.”


“Porque Gold provavelmente disse que não podia.” Amara respondeu, com um toque de sarcasmo em sua voz: “Veja todos os outros círculos… Parece que a missão dele é escavar um círculo perfeito no chão com a testa, e o círculo precisa ter exatamente 3.14159 metros de diâmetro. Nenhum milímetro a mais, nenhum a menos. Se ele errar, tem que começar tudo de novo.”


Momoa piscou, incrédulo e observou, chegando à mesma conclusão que Amara: “Você está me dizendo que ele tem que fazer isso… com essa precisão absurda? Com a testa?”


Amara deu de ombros e respondeu: “Bem-vindo ao mundo de Gold. Ele não faz nada pela metade. Se vai ser impossível, então tem que ser impossível de verdade.”


Momoa voltou a olhar para o garoto, que continuava sua tarefa insana. Cada impacto contra o solo fazia seu corpo inteiro estremecer. Ele respirava pesadamente entre as batidas, soltando xingamentos abafados enquanto o sangue escorria pela sua testa e entrava em seus olhos, dificultando a visão. Ele parava apenas para limpar rapidamente o sangue com o ombro ou a camisa suja, antes de continuar com a tarefa.


*Thump.*  


*Thump.*  


*Thump.*


Cada batida parecia ecoar pela região, carregada de uma determinação tão absurda que chegava a ser inspiradora. Momoa sentiu um forte aperto no peito enquanto observava. Não era apenas a força física que o garoto demonstrava, mas uma resiliência mental que parecia desafiar qualquer lógica.


“Há quanto tempo ele está nisso?” Momoa perguntou, com um tom que misturava curiosidade e preocupação.


Amara inclinou a cabeça, pensando por um momento antes de responder: “Difícil dizer. Ele já estava fazendo isso quando eu cheguei aqui, e parece que ele não para. Dorme pouco, come menos ainda, e só continua batendo a cabeça no chão. Literalmente.”


Momoa ficou em silêncio por um momento, tentando processar a situação. Ele observou o círculo que o garoto estava esculpindo, notando como ele parecia incrivelmente preciso. Mas havia pequenas imperfeições, quase imperceptíveis, que indicavam que ele não havia alcançado a perfeição necessária. Aquilo significava apenas uma coisa… Ele teria que começar de novo. De novo e de novo, até que estivesse perfeito.


Pouco tempo depois, as batidas cessaram e o garoto parou por um momento, cambaleando enquanto limpava o sangue da testa com o antebraço. Ele observou a sua obra e respirou fundo, ofegante, antes de soltar outro xingamento.


“Droga… Isso está torto…” Ele xingou, balançando a cabeça em frustração: “Gold… Filho da… Eu vou… Mostrar a você… Seu psicopata de terceira idade…”


E com isso, o garoto se levantou levemente, seguiu para um local intocado, e voltou a desferir cabeçadas contra o chão.


*Thump.*  


*Thump.*  


*Thump.*


“Ele vai morrer se continuar assim.” Momoa disse, finalmente quebrando o silêncio. Ele olhou para Amara, esperando algum tipo de concordância, mas ela apenas deu de ombros novamente.


“Talvez.” Ela respondeu, com um tom neutro: “Mas, honestamente? Se alguém pode realmente fazer isso, é ele. Eu não gosto de admitir, mas esse moleque… Ele tem algo que poucos têm. Algo que talvez nem Gold esperava… Ele é tão obstinado quando dizem que Gold foi.”


Momoa ficou em silêncio novamente, observando o garoto. Ele sabia que Amara tinha razão. Havia algo naquele moleque que desafiava qualquer lógica. Algo que o fazia continuar, mesmo quando todos os sinais apontavam para o fracasso.


Enquanto continuava observando, Momoa sentiu uma mistura de sentimentos. Admiração pela determinação do garoto. Frustração pela crueldade de Gold. E, acima de tudo, uma curiosidade crescente. Quem era aquele moleque? E por que ele estava tão determinado a cumprir uma missão que todos sabiam ser impossível?


“Qual elemento ele controla? Vida e terra eu sei que não é…” Momoa finalmente perguntou.


Amara virou o olhar para Momoa, que continuava fixado no garoto. Ela suspirou, sabendo que sua pergunta apenas levaria a mais discussões.


“Luz.” Ela respondeu, com um tom direto e sem rodeios: “Ele é um usuário da luz. E, francamente, um dos piores que eu já vi.”


Momoa arqueou uma sobrancelha, surpreso, e olhou novamente para o garoto, que continuava desferindo cabeçadas contra o chão com uma determinação inabalável, como se cada impacto fosse uma declaração de guerra contra o impossível.


“Luz?” Ele repetiu, com um tom de incredulidade: “E ele está... fazendo isso? Parece tão... Bruto para alguém que manipula a luz...”


Amara deu um sorriso fraco, que parecia carregar tanto cansaço quanto um toque de diversão.


“Você não está errado.” Ela disse, ajustando sua postura contra a árvore: “Mas ele é diferente, ele está fazendo isso por pura obstinação. E é isso que o torna tão... Peculiar.”


Momoa franziu a testa, claramente intrigado. E ele cruzou os braços enquanto observava o garoto, agora com uma nova camada de curiosidade em seus pensamentos.


“E como ele acabou... Aqui? Fazendo isso?” Ele perguntou, com um tom ainda mais curioso.


Amara riu baixinho, balançando a cabeça.


“Ah, essa é uma longa história.” Ela começou, com um tom quase irônico e impaciente: “Esse moleque tem perseguido Gold há cerca de um ano. Aparecendo onde quer que ele esteja, e exigindo que Gold o treine.”


“Exigindo?” Momoa repetiu, surpreso.


“Sim.” Amara confirmou, cruzando os braços enquanto observava o garoto a reafirmava: “Não pedindo, não implorando. Exigindo. Ele aparece do nada, olha para Gold e diz algo como: ‘Você vai me treinar, velho! Eu sou o melhor que você vai encontrar!’”


“Rs…” Momoa não conseguiu conter um sorriso que saiu de sua boca, embora ainda estivesse claramente confuso quanto ao fato de alguém que falou com Gold daquele jeito ainda estivesse vivo.


“E Gold... O que ele faz?” Ele perguntou.


Amara deu de ombros, com seu sorriso agora carregado de sarcasmo e riu penosamente.


“O que você acha? Gold ignora, zomba, ou... Faz coisas como isso.” Ela apontou para o garoto, que continuava batendo a cabeça contra o chão com uma ferocidade quase assustadora: “Uma vez, Gold atravessou o mundo com ele em um piscar de olhos e o abandonou em algum lugar do outro lado. Ele achou que isso o faria desistir. Mas adivinha só?”


“O moleque voltou.” Momoa completou, com um tom que misturava diversão, surpresa e respeito.


“Exatamente.” Amara respondeu, balançando a cabeça com um sorriso quase incrédulo: “Não só voltou, como apareceu dias depois, gritando e xingando Gold por tê-lo deixado para trás. Chamando-o de velho, psicopata, e sabe-se lá o que mais.”


Momoa riu baixinho, não conseguindo evitar a imagem de Gold sendo confrontado por um garoto tão jovem, mas tão cheio de coragem… Ou teimosia.


“E Gold não faz nada sobre isso?” Ele perguntou.


Amara deu um sorriso irônico antes de responder: “Ah, ele faz. Ele tenta de tudo para se livrar do moleque, mas nada funciona. E acho que é isso que mais irrita Gold. Ele não consegue se livrar dele. Não importa o que faça, o garoto encontra um jeito de voltar, mais determinado e chato do que nunca.”


Momoa ficou em silêncio novamente, observando o garoto com uma nova perspectiva. Ele podia imaginar o quão frustrante isso deveria ser para alguém como Gold, que estava acostumado a controlar tudo e todos ao seu redor. E, ao mesmo tempo, ele não conseguia deixar de admirar a resiliência do garoto.


“É como uma força do destino.” Ele murmurou, mais para si mesmo do que para Amara.


“É exatamente isso.” Amara respondeu, com sua voz agora mais séria: “Ele não para. Não importa o que Gold jogue contra ele, ele continua. E, honestamente, eu não sei se isso é coragem ou pura estupidez.”


Momoa voltou seu olhar para Amara, com uma expressão pensativa, e disse com um sorriso leve: “Talvez seja os dois.”


Amara deu de ombros, mas não respondeu. Ela sabia perfeitamente que Momoa estava certo. 


“Ele tem um nome?” Momoa perguntou.


“Com Gold, ninguém tem um nome…” Amara respondeu com um fundo de raiva em seu tom, não de Momoa ou da pergunta, mas de Gold, logo antes de completar: “Mas além de ‘moleque’, parece que ele se chama… Zaki.


O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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