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Capítulo 0894 - Ecos de Hostilidade

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Tenham uma boa leitura!]


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Depois de deixar o salão do conselho de anciões em Gralkor, Hatori sentia o peso do fracasso em seus ombros enquanto se afastava do planeta que há pouco tempo ele tentou recrutar para a aliança contra os deuses. Ele sabia, desde os eventos em Uhr’Gal, que a aliança entre humanos e orcs estava cada vez mais distante, e que os eventos recentes haviam deixado feridas profundas demais para serem curadas facilmente.


Conforme ele atravessava o espaço à velocidade de um cometa e suas vestes esvoaçando como um rastro de energia espiritual, Hatori mantinha seus sentidos aguçados como se fosse a pessoa mais desconfiada do mundo. Algo estava errado desde o momento em que ele partiu de Gralkor… Uma sensação incômoda o acompanhava do planeta até onde ele estava agora, como se estivesse sendo observado.


"Eles acham que eu não percebi…" Hatori murmurou, com um leve sorriso amargo e pesaroso em seu rosto. Ao sentir outras presenças tentando se manter ocultas atrás dele, ele soube exatamente o que estava acontecendo.


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Hatori, após voar por mais alguns minutos decidiu fazer uma parada repentina em um planeta próximo, um mundo estéril e abandonado que orbitava um pequeno sol vermelho. O chão daquele lugar era coberto por pedras negras e poeira fina, e a atmosfera, embora hostil para a maioria das criaturas, era facilmente suportável para um cultivador de seu nível.


Ele pousou suavemente em uma planície deserta, com seus pés tocando o solo escuro enquanto uma leve brisa carregava partículas de poeira pelo ar extremamente quente que assolava o planeta. 


"Se querem me seguir, eu vou poupá-los do trabalho…" Hatori murmurou, olhando para o horizonte vazio que, para os olhos da maioria, não tinha ninguém.


Desde que pousou, Hatori permaneceu imóvel, com sua energia espiritual se expandindo de forma sutil, mas precisa, como um radar. E então, ele sentiu. Não eram apenas dois ou três indivíduos que estavam no seu encalço... Eram muitos. Mais de cinquenta presenças, todas no nível Santo, escondidas nos arredores, observando-o de longe.


Mediante a parada sem sentido de Hatori e sua postura fria e ao mesmo tempo preparada para um confronto, os perseguidores perceberam que haviam sido descobertos, e tudo ficou ainda mais claro quando quando Hatori virou-se diretamente para a área onde a maior parte deles estava escondida. 


Ele encarou o vazio, ergueu a voz, e com um tom calmo, mas carregado de autoridade, avisou: “Saiam das sombras! Se pretendem me emboscar ou me enfrentar, tenham ao menos a dignidade de mostrar suas caras.”


Houve um silêncio tenso após aquelas palavras, que foi seguido pelo som de pousos e passos pesados. Junto com esses sons, um grupo de orcs começou a emergir das sombras, sendo que cada um deles estava envolto em uma aura opressora de energia espiritual. Eles usavam armaduras tribais ornamentadas e possuíam corpos maciços, decorados com runas e cicatrizes que ostentavam como vitórias de suas batalhas passadas.


O líder do grupo, um orc de pele acinzentada e olhos carregados com uma intensidade quase selvagem, deu um passo à frente do grupo que cercava Hatori. Ele segurava um machado massivo, cuja lâmina brilhava com uma luz sinistra que se misturava ao vermelho da estrela sobre eles. 


O orc seguiu alguns metros, parou encarando Hatori, e sua voz ecoou pelo deserto: “Hatori... Você é mais perceptivo do que imaginávamos, para um humano. Poucos, mesmo entre os orcs, seriam capazes de nos detectar, especialmente de tão longe.”


Ao escutar aquele elogio misturado com um profundo desmerecimento de sua raça, Hatori estreitou os olhos, mantendo sua postura relaxada, mas alerta, enquanto respondia: “Pelo que eu vejo, tudo o que vocês imaginam está errado, e tudo o que planejam está fadado ao fracasso... Quem são vocês, e por que me seguem?”


O líder, depois de escutar uma resposta tão firme e completamente ausente de intimidação por parte de Hatori, deu um sorriso que não demonstrava alegria, Ele esperava que Hatori começasse a entrar em um estado de hiperalerta ou pânico, mas a frieza do humano era algo muito mais próximo do desprezo do que do medo.


Se os números não bastavam para acuar Hatori, o líder do grupo resolveu se apresentar, como forma de impor sua importância: “Humano ingênuo… Somos os verdadeiros guardiões do legado orc. Não aqueles tolos que se sentam no conselho de Gralkor, negociando com humanos como você. Nós somos o Círculo Escarlate! E nossa missão é simples… Preservar a pureza de nosso povo, eliminando qualquer um que ameace corrompê-la, sejam elas externas ou internas.”


“Nunca ouvi falar de seu grupo e nem de sua missão…” Hatori, mantendo-se totalmente avesso às tentativas de intimidação do orc, respondeu com um tom de desdém misturado com naturalidade. E enquanto olhava para o orc e dava aquela resposta, ele manteve sua voz controlada, embora o tom de desafio ficasse mais claro a cada palavra, até que ele finalmente perguntasse: “Vocês podem lutar pelo que quiserem em Gralkor, mas vocês têm certeza que isso inclui me perseguir?” 


“Você não entende, humano estúpido…” Outro orc interveio com impaciência, com sua voz tão carregada de rancor quanto a do líder. Ele apontou para Hatori como um acusador, antes de completar: “Os humanos foram a causa de nossa queda. Quando os deuses foram derrotados e estavam controlados, foi por causa de Zaki que Gold nos abandonou. Ele deixou todos para trás, mergulhando nosso povo em milênios de desespero e reconstrução!”


Hatori respirou fundo, fechando os olhos por um momento, enquanto percebia que estava lidando com um grupo extremistas de orcs, fanáticos que não se importam com a razão, apenas com suas crenças e julgamentos pré concebidos.


“Tolos… Vocês realmente acreditam que podem resolver isso me matando? Que os erros do passado serão corrigidos com mais sangue?” Hatori murmurou em um tom de aviso e pena ao mesmo tempo. Dava para sentir que, em suas palavras, ele não buscava fazer com que os orcs mudassem de ideia em relação ao que pensavam, mas, sim, que eles poupassem de um derramamento de sangue sem sentido.


“Hahahahahaha…” O líder riu diante da postura intransigente de Hatori e confiante demais para a situação desvantajosa em que estava. Ele acreditava, de verdade, que a calma de Hatori era um blefe que visava fazê-los desistir de matá-lo.


“Você é apenas o começo. Agora, nossa cruzada não é contra você, mas contra tudo o que os humanos representam. Você foi escolhido porque ousou se envolver em assuntos que não lhe dizem respeito e porque precisamos dar um exemplo a todos os outros que pensarem em pisar em um mundo orc de novo. Mas não se preocupe... Vamos garantir que você nunca seja esquecido, e que o que sobrar de você possa ser enterrado em alguma vala onde alguém se importe.”


O líder orc voltou a gargalhar de forma sombria após dizer aquilo, certo de que Hatori não passava de mais um humano arrogante, tentando encobrir sua impotência com palavras frias. Ao redor, os guerreiros do Círculo Escarlate observavam a cena com olhares atentos, com suas mãos prontas para desembainhar armas ou invocar técnicas ao menor sinal de resistência. Contudo, Hatori permanecia imóvel, como uma pedra em meio à tempestade.


“Vocês têm tanta certeza...” Hatori começou, com sua voz baixa, mas clara o suficiente para ecoar entre os orcs. Ele ergueu os olhos com serenidade, e a brisa do planeta árido começou a ganhar intensidade ao seu redor, carregando poeira no ar quente que ficava turbulento ao se aproximar dele: “Vocês têm certeza de que conhecem o peso das suas escolhas?! Eu acredito que, no final, a única coisa que conhecem é o ódio e um conceito deturpado de preservação do passado, mas você entendem mesmo o que encontrarão ao retirarem as suas armas e apontarem elas contra mim?.”


O líder parou de rir rapidamente, e suas feições foram endurecendo ao sentir algo diferente na postura de Hatori. O humano não estava blefando. Não havia hesitação em seus olhos, palavras, e nem medo em sua voz. Ele era uma presença sólida, como uma montanha que não se move diante do vento.


“Você fala como se já tivesse enfrentado algo como nós antes…” O líder orc zombou, segurando seu machado com mais firmeza enquanto avisava: “Mas eu posso garantir, humano, que o que você está prestes a enfrentar será a última coisa que verá.”


Hatori fechou os olhos por um instante, como se buscasse alguma memória distante. Ele se lembrou de sua vida antes da Singularidade, das incontáveis batalhas travadas sob o comando de Yan Chihuo, e de como foi moldado pelo sangue e pelo aço. Ele também se lembrou do inferno que enfrentou dentro da Singularidade, onde cada dia era uma luta para sobreviver, aprimorar-se e superar o impossível.


*Vuuuuuuuuuuuuuu…* Ele então abriu os olhos, e algo mudou. Sua presença, antes discreta, agora era assoladora. O vento ao seu redor começou a girar em espirais visíveis, criando uma pressão que fez os orcs mais próximos darem um passo para trás em receio.


“Vocês não são nada mais do que ecos de um passado que nem sequer entendem…” Hatori declarou, com sua voz ganhando peso à medida que sua postura ficava mais ameaçadora, apesar dele não se mover: “Se acham que ameaças e delírios de vocês podem me abalar, então permitam-me corrigir essa ilusão.”


Ele moveu a mão direita lentamente, pousando-a no cabo de sua Sourigawa, que estava embainhada em sua cintura. A arma parecia reagir ao toque, liberando uma energia sutil que fez o vento ao redor rugir ainda mais alto.


“Vocês falam do mestre Gold como se o conhecessem...” Hatori continuou, dando um passo à frente, antes de completar: “Eu treinei sob a tutela dele. Eu caminhei pelo inferno daquela Singularidade e saí mais forte do que nunca. E se acham que cinquenta de vocês podem me parar... Eu desafio vocês a tentarem.”


As palavras de Hatori cortaram o ar como uma lâmina, e os orcs ficaram extremamente tensos. Eles podiam sentir algo diferente. O humano à sua frente não era um guerreiro comum. Ele não era apenas mais um cultivador. Ele era uma força que lutava para se manter controlada, uma tempestade contida que estava prestes a ser liberada.


O líder do Círculo Escarlate, entretanto, rangeu os dentes, irritado pela confiança de Hatori e palavras que soavam como blasfêmias: “Você acha que seus títulos e histórias vão nos deter? Eu não me importo com quem você foi, humano. Aqui, você é apenas mais um inimigo. E eu vou ter o prazer de esmagá-lo.”


Hatori inclinou a cabeça levemente, como se estivesse avaliando o orc, e finalmente disse: “Você é bem-vindo a tentar. Mas, antes disso, saiba de uma coisa...”


“Meu nome é Hatori, o Demônio da Espada.” Ele disse, com uma voz firme que parecia cortar o ar como sua lâmina, e finalizou com uma explicação: “Eu treinei ao lado do Grande Daren e sob a tutela da maior entidade marcial que já pisou neste universo. Então fiquem aliviados quando chegarem ao outro lado, porque nenhum de vocês morreu pelas mãos de um qualquer…”


Depois daquela afronta e desafio de Hatori, o líder orc gritou, levantando seu machado e apontando para Hatori: “Matem-no!”


Os guerreiros do Círculo Escarlate avançaram instantaneamente, com suas energias espirituais explodindo em ataques que cortaram o espaço entre eles e Hatori. Contudo, o humano não se moveu. Ele fechou os olhos por um momento, ouvindo o rugido do vento e sentindo o fluxo da batalha ao seu redor, enquanto se lamentava: “Vocês realmente não entenderam nada...”


O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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