Capítulo 0909 - O Segredo de Jhora
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Zao Tian permaneceu diante de Yanor, observando o gigante com atenção. Ele podia perceber que, mesmo após consolidar sua posição como rei de Niflheim, algo no semblante de Yanor carregava um peso silencioso. Era um fardo que poucos poderiam compreender, mas que para Zao Tian era evidente. Era a culpa de um ato necessário, mas brutal.
"Yanor, há algo que preciso saber sobre Jhora…" Zao Tian começou, escolhendo as palavras com cuidado antes de prosseguir: "Sei que ele era um tirano e um peão dos deuses, mas ele possuía algo quando morreu… Algum artefato, algo que não pertencia a ele?"
Yanor fechou os olhos por um momento, respirando profundamente antes de responder a pergunta.
"Jhora… Meu pai…" Ele disse, e sua voz reverberou pelo grande salão, carregada de um misto de rancor e algo que se assemelhava a um pesar que ele tentava esconder: "Ele era um cão dos deuses, um tirano que destruiu este reino e tentou vendê-lo para aqueles que nos escravizariam novamente. Ele vendeu seu próprio filho em troca de poder e da sua manutenção no trono… Mas ainda assim… Ele era meu pai."
Enquanto dizia aquilo, o gigante cerrou os punhos com força, com os nós de seus dedos estalando como montanhas arranhando umas nas outras. Ele não lamentava a morte de Jhora. Mas a ideia de ter sido ele a cravar a lâmina final em seu progenitor era algo que o corroía silenciosamente, como um veneno lento que minava qualquer sentimento de felicidade que ele pudesse ter.
"Ele me colocou nessa posição, Zao Tian…" Yanor continuou, agora com um tom mais grave, desabafando com sua voz carregada de um ressentimento amargo: "Se ele tivesse morrido por outras mãos, se tivesse sido punido por outro, talvez eu pudesse viver sem esse peso. Mas fui eu quem o matou. Meu próprio sangue. Ele me forçou a isso."
Depois de dizer aquilo, ele cuspiu no chão, como se quisesse expurgar da boca o gosto amargo daquele pensamento que não deveria estar em sua cabeça, mas esta: "Maldito seja, Jhora… Por ter me obrigado a ser aquele que te arrancaria deste mundo."
Zao Tian ouviu em silêncio o desabafo de Yanor. Ele sabia que não havia palavras que aliviassem aquela carga sobre ele, então permaneceu atento até que Yanor voltasse a falar.
Yanor queria ser ouvido por alguém que não o julgasse e que não fosse seu subordinado, para não dar margens à olhares que enxergassem fraqueza nele. Por isso, falar com Zao Tian era como botar para fora uma nuvem negra que o corroía por dentro, e ele precisava ter e aproveitar esta oportunidade.
Contudo, depois de falar o que sentia e se expor ao visitante, Yanor viu que tinha se desviado demais do assunto principal, e que, por mais que Zao Tian pudesse porventura estar se compadecendo, no fim, ele foi até Niflhem com um objetivo claro em mente, e seria uma grande falta de respeito deixar que seus sentimentos prejudicasse outro.
"Quando examinamos o corpo de Jhora, havia um amuleto de transmissão sonora com ele…" Yanor, após esfregar o rosto, revelou, finalmente voltando ao assunto: "Mas o curioso é que ele não responde a nenhum chamado. Nem mesmo os mais habilidosos entre nós conseguiram ativá-lo."
Zao Tian, ao escutar aquilo, arqueou uma sobrancelha e questionou: "Um amuleto de comunicação inativo?"
"Sim! Pelo menos é o que parece." Yanor confirmou, estendendo a mão para mostrar um objeto minúsculo para os padrões de um gigante, mas claramente projetado por mãos humanas ou parecidas. Ele entregou a Zao Tian, que o pegou e analisou de perto.
O amuleto que Yanor entregou era feito de um material metálico escuro, frio ao toque e que parecia carregar um peso que ia além do físico. Selos estavam entalhados ao longo de sua superfície, mas nenhuma deles brilhava ou emitia qualquer sinal de atividade. Zao Tian passou os dedos sobre as marcas e sentiu um leve resquício de energia espiritual, como se o objeto estivesse adormecido.
"Isso pode ter sido dado a ele por alguém do Olho…" Zao Tian murmurou, avaliando as possibilidades, que não se resumiam a um único inimigo: "Ou talvez por um deus. Mas se está inativo, pode ser que só responda a uma frequência específica, a uma energia específica ou a um comando que não conhecemos."
Yanor assentiu e então acrescentou: "Nós tentamos de tudo para ativá-lo, mas não tivemos sucesso algum. E isso não é tudo…"
O rei gigante fez um sinal para que dois de seus guardas entrassem no salão. E após suas entradas, deu para ver que eles carregavam um mapa rudimentar de Niflheim, onde um ponto marcado abaixo do salão do trono chamava a atenção.
"Após a morte de Jhora, enquanto vasculhávamos seus aposentos, encontramos um túnel que ele havia mandado escavar. Ele camuflou muito bem a presença daquela nova construção, e levou tempo para percebermos sua existência, mas ele se estende para as profundezas de Niflheim, bem abaixo do salão do trono."
Zao Tian olhou atentamente para o mapa e percebeu que, na figura feita pelos gigantes, o túnel levava a uma sala isolada.
"E o que encontraram lá?" Zao Tian perguntou, curioso sobre o que Jhora tinha feito de tão secreto que o forçou a esconder aquela sala.
Yanor bufou, demonstrando irritação, com seus olhos brilhando com fúria, enquanto respondia: "Equipamentos. Muitos deles. Mas não eram nossos. Nem mesmo de outras raças gigantes. As ferramentas, as cadeiras, os controles… Tudo ali era pequeno demais para nós. Era feito para humanos ou raças semelhantes a sua."
“Eu já vi algumas coisas parecidas com aquilo em Decarius, mais especificamente nas coisas que o Rei Hakim está implementando em Gard, mas ainda parece ser algo inferior em termos de estranheza.”
“As coisas que Hakim está construindo são quase todas autônomas, mas os equipamentos lá embaixo respondem a qualquer tipo de energia espiritual e precisam dela para funcionar.”
“Eu queria e fui aconselhado a destruir tudo aquilo, mas eu imaginei que, com a possível ligação dele com o Olho e nossa guerra contra os deuses, que está por vir, poderíamos tirar algum proveitos dos equipamentos, mesmo que seja apenas para conhecer um pouco mais sobre os nossos inimigos.”
Zao Tian estreitou os olhos enquanto escutava com calma e acenava em agradecimento. Se Yanor tivesse destruído tudo como pensou em fazer no seu primeiro impulso, informações cruciais dos deuses ou do Olho poderiam ter se perdido no cruel julgo do tempo.
"Então ele estava escondendo algo. Talvez algo que o Olho tenha deixado para ele." Zao Tian murmurou, ligando essa ‘tecnologia’ ao Olho, pois, até onde ele viu, esse tipo de engenharia era mais a cara do Olho do que dos deuses.
"Seja o que for, está lá embaixo." Yanor então fitou Zao Tian nos olhos, com sua expressão prestativa, e prosseguiu: "Se você quiser ver por si mesmo, eu mesmo o levarei."
Zao Tian respirou fundo, sentindo que algo muito maior estava para ser revelado e que, talvez, sua ida a Niflheim não tenha sido uma perda de tempo.
No começo, Zao Tian estava relutante em se afastar de Decarius, mas sabia que precisava fazê-lo para dar alguma chance ao plano de Jaha e Hakim. Ele escolheu seguir para Niflheim, porque Yanor precisava de alguma ajuda e porque este foi um dos locais onde um clone esteve e o exército de escravos do Olho lutou ativamente contra uma de suas forças aliadas. Essa era uma forma de não perder tempo esperando que outros executasse um plano, conseguindo alguma informação importante, também. Contudo, o tal túnel que Yanor citou o deixou controversamente feliz, fazendo com que sua empolgação fosse até mesmo inadequada para o momento.
"Vamos agora." Zao Tian respondeu a oferta de Yanor de forma imediata e com um sorriso que ele tentava conter em seus lábios.
O rei gigante girou, fazendo um gesto brusco para que seus guardas os acompanhassem enquanto seguia para a entrada do túnel.
O silêncio pesado que pairava no ar enquanto eles caminhavam pelo vasto salão do trono dava a entender que todos os presentes sabiam que podiam estar prestes a descobrir algo que poderia mudar o rumo da guerra.
Eles caminharam em silêncio, e ao chegarem à entrada do túnel, um odor de umidade e ferrugem atingiu Zao Tian. Lá dentro, as paredes eram ásperas e instáveis, mostrando sinais de que a escavação fora feita de maneira apressada e manual. Tochas foram acesas, iluminando um corredor longo e estreito que descia abruptamente.
"Jhora ordenou que esse túnel fosse escavado em segredo, usando servos capturados para a tarefa. Eles não usaram nenhuma gota de energia espiritual para fazer o serviço. Eu acredito que fizeram assim para evitar chamar a atenção daqueles que transitam pelo palácio." Yanor informou enquanto descia com Zao Tian logo atrás dele: "Os corpos dos servos estão logo no final do túnel, em uma sala onde eles apodreceram a anos."
Zao Tian não respondeu de imediato. Ele sentiu um calafrio percorrer sua espinha, um clima carregado vindo das entranhas do túnel. Algo naquele lugar parecia errado… Era como se a própria escuridão estivesse viva, sussurrando segredos enterrados há muito tempo.
“Este lugar já muito sofrimento…” Zao Tian murmurou.
Enquanto desciam mais fundo, os passos do grupo ecoavam de maneira estranha, reverberando como se o espaço fosse maior do que aparentava. Um dos guardas de Yanor hesitou por um instante, olhando para as sombras adiante, mas continuou sem dizer nada.
A certa altura, o túnel se abriu em uma grande câmara subterrânea. O teto era alto o suficiente para que um gigante ficasse de pé e saltasse. Haviam algumas portas lá , que levavam para salas distintas, mas o que chamava atenção era a estrutura metálica no centro do local. Havia mesas cobertas por estranhos instrumentos, tubos de vidro contendo substâncias desconhecidas e várias anotações espalhadas em pergaminhos.
Zao Tian se aproximou e pegou um dos papéis, franzindo o cenho ao ler símbolos que não reconhecia de imediato: "Isso não é da escrita dos gigantes… Nem humana."
Yanor se aproximou, com seus olhos ardendo de indignação enquanto perguntava: "Então o que meu pai estava fazendo aqui? Com quem ele estava lidando?"
Zao Tian virou-se para o rei gigante, segurando um dos frascos que continha um líquido escuro e denso, e respondeu: "Acho que estamos prestes a descobrir."
