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Capítulo 0910 - Herege

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Tenham uma boa leitura!]


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Zao Tian passou os olhos pela sala por alguns minutos, absorvendo cada detalhe dela. A presença daquela estrutura secreta em Niflheim era mais do que uma simples conspiração de Jhora. Era uma prova de que algo muito maior estava acontecendo nas sombras, algo que talvez nem mesmo os deuses tivessem previsto completamente.


Ele então se aproximou dos corpos empilhados em uma das salas adjacentes. A princípio, pareciam apenas restos deteriorados de servos, mas conforme ele usava seus sentidos aprimorados, sentiu algo incomum. Com sua percepção espiritual e seu conhecimento vasto de biologia, ele escaneou os ossos e tecidos restantes, e logo sua expressão se tornou mais sombria.


"Esses corpos… Não são apenas dos trabalhadores escravizados para escavar este lugar." Zao Tian afirmou enquanto olhava para os ossos.


Yanor, intrigado, franziu o cenho, observando enquanto Zao Tian pegava um dos crânios e passava a mão sobre ele, sentindo sua densidade e estrutura óssea.


"Veja isso…" Zao Tian continuou, apontando para pequenas fissuras e marcas nos ossos. Ele mostrava os sinais como se qualquer um pudesse perceber o que ele percebeu só de olhar: "Esses aqui pertenciam a cultivadores de alto nível. A densidade óssea, as microfissuras nos tendões, o desgaste das articulações… Esses eram artistas marciais que passaram anos treinando. Não eram apenas escavadores. Eles foram trazidos para cá por outro motivo."


Ao escutar aquilo, Yanor cerrou os punhos, com a fúria evidente em seu olhar. Ele queria bater na parede, mas temia que tudo ruísse se ele o fizesse, então ele se recolheu a algo mais contido de expor sua raiva, que era dizendo: "Meu pai… Jhora estava sacrificando cultivadores dentro do meu reino? Isso vai além de traição. Isso é uma atrocidade!"


Zao Tian escutou, mas não respondeu imediatamente. Ele já estava se movendo para os pergaminhos espalhados pelas mesas, analisando os símbolos desconhecidos que estavam ali. Passando os dedos sobre os escritos, ele percebeu que não pertenciam a nenhuma língua conhecida.


"Isso aqui não é uma linguagem normal." Ele murmurou, franzindo a testa enquanto deduzia: "Esses símbolos são códigos. Alguém criptografou essas anotações para que apenas certas pessoas pudessem lê-las."


Depois de dizer aquilo, ele estalou os dedos, liberando uma pequena faísca de sua mão, e a direcionou para os pergaminhos. As inscrições não reagiram, tudo ficou incomodamente quieto e ninguém viu nada acontecer, mas ele sentiu algo estranho na composição da tinta.


"Interessante…" Zao Tian murmurou enquanto olhava mais de perto, para conferir suas suspeitas: "A tinta utilizada aqui tem traços de energia espiritual condensada. Isso significa que pode haver uma chave de ativação, ou seja, alguém precisa canalizar uma assinatura específica para desbloquear essas informações."


Yanor, ao escutar aquilo, se aproximou, pegando um dos pergaminhos e o examinando com olhos carregados de ira.


O papel era minúsculo entre seus dedos, mas o gigante conseguiu ver o que Zao Tian estava dizendo, mesmo que ele precisasse guiá-lo a como fazê-lo. 


Yanor viu as observações de Zao Tian, desta vez, com seus próprios olhos, e resmungou: "Seja lá o que for, não era para ser lido por qualquer um. Jhora devia estar escondendo algo muito valioso."


“Sim… Mas receio que ele não era o beneficiário disso.” Zao Tian assentiu, mas logo sua atenção foi desviada para outra mesa, onde estavam alguns frascos de vidro contendo líquidos de cores distintas. Ele pegou um dos frascos, observando a viscosidade do líquido escuro que se movia lentamente dentro do recipiente.


"Aqui…" Ele disse, analisando os compostos com atenção: "Esse líquido foi projetado para manter seres em estado de inanição. Ele desacelera funções biológicas sem matá-los. É uma espécie de coma ou de preservação prolongada."


Yanor franziu o cenho e sacudiu a cabeça em desgosto. A cada palavra de Zao Tian, Jhora era acusado de uma nova atrocidade que deixava seu filho, que já o desprezava, com mais vergonha de ser seu descendente. Era só Zao Tian tocar em algo que uma nova pedrada surgia, e as repetições de afirmações soavam: "Preservação? Para quê?"


Zao Tian examinou outro frasco, este contendo um fluido esverdeado com pequenas partículas brilhantes.


"E este…" Ele murmurou, girando o frasco sob a luz fraca do ambiente como se sua próxima sentença fosse a resposta: "É um composto de recuperação forçada. Isso não é apenas um laboratório de pesquisa. Parece um local onde seres foram mantidos entre a vida e a morte. Isso pode ter sido um centro de experimentação."


Yanor se afastou, com nojo, olhando para as paredes frias daquela câmara subterrânea enquanto lamentava: "Meu pai permitiu que isso acontecesse sob seu comando… Covarde! Se há experimentos desse tipo aqui, o que mais pode estar escondido?"


Zao Tian, por sua vez, sentia o peso de suas palavras e constatações. Depois do que ele viu, a presença do Olho naquele local não era apenas uma possibilidade, era uma certeza. Contudo, a pergunta que ecoava em sua mente era: para quê? Para que precisariam de um laboratório secreto em Niflheim?


Eles estavam trabalhando em experimentos relacionados aos clones ou ao método que a Trindade usava para literalmente roubar energia espiritual de outros seres e transformá-las em suas?


Era certo que nenhuma das hipóteses era boa para eles. Entretanto, saber como eram feitas as pesquisas era de algo de imenso valor para alguém como Zao Tian, que com sua inteligência e conhecimento, era capaz de encontrar coisas que ninguém mais conseguiria. Algo que passasse despercebido por todos, para ele não seria ignorado; Engenharia reversa; Formas de sabotar ou usar os estudos contra eles mesmos… Zao Tian podia pensar em inúmeros outros usos para aquelas informações que o cercavam e gritavam para ele.


O que era misterioso e silencioso para alguns, era chamativo e escandaloso para Zao Tian.


"Se esses experimentos estavam acontecendo aqui, então há uma ligação direta com os eventos recentes em Decarius e os ataques à aliança." Zao Tian concluiu, coçando o queixo enquanto cravava: "Esses frascos, essas escritas, os corpos… Tudo se encaixa. Isso não é obra dos deuses, mas, sim, do Olho."


Sabendo quem era o inimigo do momento, Zao Tian olhou para Yanor e afirmou: "Precisamos levar esses documentos para que eu possa decifrá-los com calma. Se eu não conseguir, eu sei de alguém que tem muita experiência neste tipo de trabalho. Mas mais do que isso… Precisamos descobrir se alguém ainda está usando essas coisas, se esses equipamentos não estão fornecendo algum tipo de sinal para fora deste túnel."


Yanor assentiu, concordando e respirando fundo antes de ordenar a seus guardas: "Fechem esta câmara. Nada sai daqui até entendermos exatamente o que foi feito. Vocês ficam calados a partir de agora. Qualquer pergunta sobre esta sala ou sobre o que vocês viram aqui deve ser reportada a mim."


Enquanto isso Zao Tian segurava o frasco de líquido negro em sua mão e murmurava para si mesmo: "Jhora estava envolvido nisso até o pescoço… Mas por que? O que ele ganhava se juntando com o Olho? Para quem tem tanto medo dos deuses, por que trabalhar com humanos sabendo que isso seria uma heresia imperdoável?"


As respostas estavam ali, mais próximas, mas ao mesmo tempo, pareciam abrir portas para novas perguntas ainda mais sombrias. Como tudo desde o início do conflito contra o Olho, cada nova informação levava a um novo labirinto, e cada avanço levava a uma encruzilhada que o forçava a fazer uma escolha.


Zao Tian, que continuava segurando o frasco de líquido negro, o girou lentamente entre os dedos, observando a densidade do fluido. Ele conhecia substâncias de inibição biológica, mas aquela fórmula era diferente de tudo que já havia encontrado. Seu conhecimento sobre medicina e energia espiritual lhe permitia compreender a função e a composição de muitos elixires e compostos alquímicos, mas este… Este parecia ser um experimento avançado de manipulação vital.


Ele ergueu os olhos para Yanor, que ainda observava tudo com a expressão sombria de quem descobrira mais um fardo atrelado à sua linhagem. O novo rei dos gigantes continuava de pé, imóvel, com os punhos cerrados enquanto aguardava. A cada nova revelação, a imagem de Jhora descia ainda mais aos abismos do desprezo. Mas a pergunta que mais pesava sobre ele era: até onde essa traição se estendia?


“Se Jhora realmente trabalhou com o Olho e permitiu esse tipo de experimento aqui…” Zao Tian começou, escolhendo suas palavras com cautela, para não perder a concentração de Yanor: “Então isso não era apenas um posto de pesquisa. Pode ter sido uma base ativa para os interesses deles.”


Yanor inspirou fundo e exalou lentamente, com sua expressão tornando-se mais fechada enquanto ele pedia: “Diga-me, Zao Tian, se o Olho está por trás disso, o que eles poderiam estar tentando fazer? Esses líquidos… Esses equipamentos… O que exatamente estavam criando aqui?”


Zao Tian deslizou os dedos sobre uma das mesas, sentindo a energia residual presente na madeira. Era fraca, mas ainda tinha um pouco lá. Ele fechou os olhos por um instante, concentrando-se, e então respondeu com voz firme: “Eu já ouvi sobre esse tipo de tecnologia antes. Em Decarius e outros mundos pelos quais o Olho foi caçado, existem evidências do que a Trindade faz. Samir, Rachid e Amin… Eles não cultivam como nós. Eles roubam a energia espiritual de outros seres. Não absorvem de maneira convencional, mas arrancam brutalmente e armazenam para uso próprio.”


Yanor, perplexo, o encarou por um momento antes de murmurar, com uma mistura de surpresa e indignação: “Roubo direto de energia?”


“Sim. A Trindade sequestra cultivadores poderosos e extrai suas energias espirituais, drenando suas forças até não restar nada além de um corpo vazio. Os clones são um problema, mas o que me preocupa aqui é que… Esse laboratório pode estar relacionado a isso.” Zao Tian ergueu o frasco negro, observando-o à luz tênue das tochas: “Se essa substância for parte desse processo, significa que Jhora estava diretamente envolvido em algo muito pior do que pensávamos.”


Yanor então deu um passo à frente, com os olhos queimando com raiva e bufou: “Jhora aceitou ser um cão dos deuses, mas agora, descobrimos que ele também era uma peça para os humanos mais desprezíveis que já existiram. Isso significa que Niflheim, meu reino, foi comprometido por interesses que sequer eram dos deuses?”


Zao Tian assentiu lentamente antes de ser o portador de mais más notícias: “Os deuses não precisam disso. Eles nascem no auge do poder. Não há razão para que usem tecnologia mundana para elevar sua força, pois eles não têm interesse nesses métodos inferiores. Eles têm suas próprias formas de forçar um avanço, que são tão abomináveis quanto essa, mas, para eles, são mais ‘limpas’. Mas o Olho… O Olho quer se tornar algo que nem mesmo os deuses podem prever. Eles querem alcançar um nível de poder inimaginável e, para isso, estão dispostos a usar qualquer meio disponível.”


O silêncio que se instalou na câmara subterrânea era pesado. As paredes de pedra, os restos de corpos, os frascos misteriosos… Tudo ali gritava conspiração. O Olho estava mexendo suas peças em lugares que ninguém esperava.


“E há mais uma coisa…” Zao Tian continuou, com seus olhos brilhando com um entendimento repentino: “A família Shui está envolvida na produção de clones para o Olho. Isso já sabemos. Mas se esse lugar foi usado para experimentos de inanição e extração espiritual… Isso pode indicar que os clones e os experimentos da Trindade estão conectados.”


Yanor se virou para ele e perguntou: “O que você está dizendo?”


Zao Tian respirou fundo antes de explicar: “Tornar os clones dos Shui em armas é um processo que precisa de um suprimento constante de energia. Os clones não possuem as memórias de seus antecessores, mas precisam de uma fonte de poder para serem viáveis. Se a Trindade extrai a energia de cultivadores poderosos… E se essa energia estiver sendo utilizada para estabilizar os clones?”


Yanor não respondeu de imediato. Ele estava absorvendo tudo, tentando compreender o quão profundamente Niflheim havia sido envenenado por essa conspiração. O peso da traição de Jhora parecia crescer a cada nova revelação.


Zao Tian então apontou para a estrutura metálica no centro da câmara: “Eu preciso ver se isso ainda está funcionando. Se ainda houver fluxo de energia nestes equipamentos, significa que alguém pode estar monitorando este lugar.”


Yanor acenou para seus guardas, e um deles entregou a Zao Tian um pergaminho enrolado: “Isso foi encontrado junto aos equipamentos. Assim como os outros, nenhum de nós conseguiu decifrá-lo, mas esse parece ter uma forma de escrita diferente.”


Zao Tian pegou o pergaminho e abriu-o, com seus olhos percorrendo os símbolos codificados com outra forma de criptografia: “Eu posso não entender isso agora, mas conheço alguém que pode. Se essas anotações forem de fato instruções ou registros de pesquisa, então podemos desvendar exatamente o que estavam fazendo aqui.”


Depois de dizer aquilo, ele olhou para Yanor, e sua expressão endureceu enquanto ele avisava: “A primeira coisa que devemos garantir é que ninguém mais possa usar esse lugar. Depois, eu preciso levar essas informações para alguém que possa decifrá-las.”


Yanor cerrou os punhos e olhou ao redor, com seu olhar se tornando uma promessa silenciosa de que nunca mais permitiria que seu reino fosse usado dessa forma e sua boca proferindo uma afirmação que vinha do fundo de seu coração: “Você terá tudo o que precisar, Zao Tian. E quando descobrirmos o que foi feito aqui, vamos garantir que o Olho pague por cada vida tomada.”


Zao Tian acenou enquanto guardava os pergaminhos que ele enviaria para Jaha e ficava sozinho na sala por mais alguns momentos, pensando em como usar aquilo contra os seus próprios criadores.




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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