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Capítulo 0913 - Virando o Jogo

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Tenham uma boa leitura!]


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O clima em Niflheim permanecia carregado de tensão. O grande salão do trono ecoava com murmúrios enquanto os Krovackianos e os orcs trocavam olhares desconfiados. Nenhuma das raças ali presentes estava confortável com a situação, mas a guerra iminente e a necessidade de alianças forçavam até os mais orgulhosos a se sentarem à mesma mesa. O próprio Yanor, mesmo sendo o anfitrião daquela reunião, sentia o peso do que estava por vir.


O salão do trono de Niflheim era uma câmara fria,e estava repleto de figuras que raramente compartilhavam o mesmo espaço sem que houvesse sangue derramado entre elas. O som do vento gélido das intrigas ecoava pelas colunas de pedra maciça, mas não era ele que tornava o ambiente tão tenso. Era a presença de orcs, Krovackianos e elfos, cada um com suas próprias desconfianças, cada um calculando os benefícios e riscos daquela aliança.  


Os orcs estavam particularmente inquietos. Além da presença dos Krovackianos, havia algo que queriam discutir, algo que os incomodava mais do que qualquer outra coisa naquela reunião. O líder deles, avançou alguns passos, com o peso de seus passos ecoando pelo salão enquanto se aproximava de Yanor.


“Yanor, nós ouvimos muitos rumores sobre a sua guerra contra Jhora…” Ele começou, com sua voz trovejante chamando a atenção de todos antes de prosseguir: “Sabemos que você lutou com suas próprias forças, mas sabemos também que não estava sozinho.”  


Ao escutar aquilo o gigante permaneceu calado, estudando os rostos ao seu redor, pois ele sabia para onde aquilo estava indo.  


Depois do embate verbal inicial, os líderes das facções finalmente começaram a discutir as condições de um possível acordo. Mas antes que qualquer aliança fosse formalizada, aquele orc tinha um assunto delicado a tratar.


“Os rumores dizem que você teve ajuda na sua guerra contra Jhora…” Ele continuou, com sua voz grossa ecoando pelo salão: “E não falo apenas de aliados de sua própria raça. Falam que humanos estavam ao seu lado, e que um deles, um usuário da luz, lutou ao seu lado. Isso é verdade, rei gigante?”


O salão ficou subitamente silencioso. Não um silêncio comum, mas um que parecia prender a respiração de todos os presentes. Os Krovackianos se entreolharam,  com seus olhos capturando a mínima reação dos gigantes. Os elfos franziram a testa, visivelmente perturbados pela simples menção de algo que, para muitos, era impossível.  


O líder Krovackiano, que até então permaneceu calado durante a fala do orc, inclinou-se ligeiramente à frente, analisando Yanor com um olhar predatório.  


A simples menção a um usuário da luz fez com que os Krovackianos se entreolhessem com interesse renovado, e os elfos franzissem o cenho em confusão. 


O elemento que ninguém mais pensou existir e sequer era falado nos dias atuais estava sendo mencionado naquela reunião, e era óbvio que algo tão grande assim não seria deixado de lado pelos visitantes de Niflheim.


Entre os elfos, havia uma mistura de medo e esperança ao escutar sobre um humano usuário da luz; Entre os orcs e Krovackianos, o impacto de algo assim era tão grande quanto, mas para além dos mitos e histórias, significava algo igualmente sério… Era a comprovação de um possível envolvimento direto dos humanos em batalhas que não eram suas.


Yanor, sentado em seu trono, manteve a postura firme enquanto era praticamente interrogado. Ele já esperava esse questionamento e sabia que qualquer resposta poderia moldar o futuro imediato de Niflheim.


“Os humanos realmente me ajudaram!” Yanor então afirmou afirmou, com sua voz firme, mas se controlou ao explicar: “Quando fui traído por meu pai e oferecido como oferenda para Zeus, foram os humanos que me libertaram.”


“Eu fui a peça de um zoológico por anos, vivendo em cativeiro e sendo torturado ao bel prazer daquele deus imundo!”


“Eu nunca negarei que tive a ajuda deles, porque quando eu estava lá, sem esperanças de ter uma vida, foram eles que quebraram as grades da minha prisão e me ajudaram a recuperar o controle de minha própria vida!”


Yanor foi direto em suas palavras, e essa revelação fez com que alguns dos presentes murmurassem entre si. Os orcs, mesmo após escutarem sobre a vida de cativo de Yanor, ignoraram completamente a história do novo rei gigante e pareciam ainda mais desconfiados, enquanto os Krovackianos apenas observaram, atentos ao que poderia sair daquela conversa.


Como todos ali, com exceção de Yanor, queriam, o orc que fez a pergunta estreitou os olhos e insistiu.


“Eu entendo sua história, mas que nos interessa, no entanto, não são os exércitos. Não são os humanos que vieram te resgatar quando seu próprio pai te vendeu como escravo para Zeus.” Ele fez uma pausa, como se estivesse preparando o impacto do que viria a seguir: “O que nos interessa… É aquele que dizem ter lutado ao seu lado. O usuário da luz.”


Yanor, por sua vez, não hesitou em responder, mas escolheu suas palavras cuidadosamente: “Havia muitos guerreiros no campo de batalha. Quando se está em meio a uma guerra, as chamas das técnicas e as explosões de energia podem criar ilusões de grandeza. Talvez alguém tenha visto algo e interpretado como fruto de um usuário da luz.”


Ele então olhou diretamente para os orcs e os Krovackianos, enquanto completava: “Mas digo a vocês… Na guerra contra Jhora, o que me manteve vivo foi minha própria força e minha determinação. Sim, os humanos tiveram seu papel, mas Niflheim permaneceu de pé porque lutamos por ele.”


A resposta pouco convincente de Yanor não os satisfez completamente, mas também não dava margem para um confronto imediato. O líder dos Krovackianos soltou um som baixo de desdém, como se não acreditasse completamente na explicação, mas escolheu não insistir mais.


“Seja como for…” O Krovackiano disse, como se encerrasse o assunto do usuário da luz, por enquanto, e logo em seguida prosseguiu: “Isso nos leva à nossa exigência final. Exigência que, acredito eu, também é compartilhadas pelas outras raças aqui, principalmente pelos orcs…”


Os orcs e os Krovackianos se entreolharam e acenaram em acordo, e então, juntos, eles declararam: “Se quiser nosso apoio, deve romper todos os laços com os humanos.”


A afirmação causou um impacto imediato. Os elfos, embora também desconfiados dos humanos, não gostaram da imposição. Yanor, no entanto, manteve sua expressão séria, mas internamente refletia sobre o que aquela exigência significava.


Enquanto isso, um dos orcs se adiantou e disse: “A verdade, rei gigante, é que não confiamos neles. Humanos são traiçoeiros. Sua lealdade muda com o vento, e sabemos que sua aliança com eles não passará de um acordo temporário até que encontrem algo mais vantajoso. Você pode confiar neles agora, mas quando precisar, eles podem não estar ao seu lado. A história já nos provou isso!”


O líder Krovackiano, chegando a um consenso difícil de acontecer entre eles, assentiu em concordância com as palavras do orc, e adicionou: “Além disso, os deuses os odeiam. Foram eles que começaram essa guerra, mais uma vez, e se ficarmos do lado deles, seremos alvos fáceis.”


O silêncio que se seguiu à declaração dos Krovackianos foi cortante. Os líderes das facções guerreiras mantinham seus olhares fixos em Yanor, esperando por sua resposta. Mas antes que o rei dos gigantes pudesse dizer qualquer coisa, o orc que havia falado antes retomou a palavra, agora com um tom ainda mais pesado.


“Você não entende, Yanor.” Ele balançou a cabeça, com os olhos carregados de uma convicção feroz: “Os humanos são a raça mais perigosa do universo! Sempre foram! Não são os deuses, não somos nós, orcs, nem os Krovackianos… É a humanidade!”


Os Krovackianos assentiram em uníssono, e um deles, um guerreiro de asas escuras e pupilas faiscantes, cruzou os braços e acrescentou: “Enquanto permaneceram em Decarius, ninguém se importava com eles. Eles viviam e morriam em seu mundo, presos às suas próprias guerras insignificantes. Mas agora… Agora eles se espalham pelo universo como uma infecção. Contaminam todos os lugares, se infiltram onde não deveriam estar.”


Os orcs rosnaram em concordância, e o líder Krovackiano tomou a palavra com um sorriso predatório: “E o pior de tudo, Yanor… Eles fazem isso enquanto fingem ser vítimas. Enquanto fingem ser os fracos e os mocinhos. Mas veja bem… Uma raça fraca não sobrevive contra os deuses! Uma raça fraca não inicia uma guerra contra entidades que reinam desde tempos imemoriais. Então eu te pergunto, Yanor… O que eles realmente estão fazendo?”


O líder orc esmurrou um pilar, fazendo o salão inteiro tremer com o impacto de seu punho e desabafou: “Isso não é rebelião! Isso é um pretexto! Eles estão se expandindo, e cada um de nós será tragado para essa guerra estúpida até que não reste nada além de humanos e cinzas!”


Ouvindo aquelas palavras, os elfos pareciam indecisos, mas ainda assim, era evidente que as palavras ressoavam com um alto grau de razão entre alguns deles. A presença humana sempre foi uma questão controversa entre as raças mais antigas. Agora, diante do avanço inesperado da humanidade, que tem se espalhado pelo universo, reunindo aliados para uma suposta defesa contra os deuses, antigos receios estavam sendo reacendidos.


Yanor, escutando tudo aquilo e enxergando a crença nos olhos dos orcs e Krovackianos, suspirou internamente. Ele já havia previsto esse tipo de argumento, mas precisava manter o jogo em andamento. Por isso, ele inclinou levemente a cabeça para o lado, como se ponderasse a questão, e então, com uma expressão séria, finalmente respondeu.


“Então me digam… Qual é a alternativa?” Sua voz grave cortou as discussões ao redor: “Se a humanidade representa essa ameaça crescente, o que vocês pretendem fazer? Matá-los? Varrer Decarius do mapa? Isso os impediria? Vocês conseguem fazer isso?”


Os orcs cerraram os punhos, mas não responderam de imediato. O líder Krovackiano, no entanto, sorriu, expondo os dentes pontiagudos enquanto respondia: “Exterminá-los? Não. Isso nunca foi necessário. Eles sempre foram controláveis… Até agora. Mas o que precisamos fazer é limitar sua influência antes que seja tarde demais.”


“E para isso…” O orc voltou a falar: “Precisamos que você se afaste deles. Você não percebe que, ao manter laços com os humanos, está permitindo que eles envenenem seu povo? Você está abrindo as portas de Niflheim para a mesma praga que se espalha por todo o universo.”


Yanor fingiu hesitação quando o orc terminou. Ele massageou o queixo, como se ponderasse as palavras dos guerreiros diante dele, mas argumentou: “Se eles são tão perigosos, como sobreviveram até agora sem o apoio de ninguém? Se fossem tão ardilosos, se fossem de fato uma ameaça ao universo, os deuses já teriam destruído Decarius há muito tempo.”


Um Krovackiano riu de forma seca antes de responder: “Os deuses não destroem Decarius porque querem brincar. Querem testar e humilhar os humanos por causa de tudo o que o Grande Arcanjo fez a honra deles. Eles querem ver até onde podem ir antes de esmagá-los completamente. Mas se deixarmos, Yanor… Se permitirmos que a humanidade continue com essa ‘rebelião’, se permitirmos que cresçam e se espalhem por nossos mundos, então um dia será tarde demais. Eles estarão entre nós, tomarão tudo e cada lar em nossas terras natais será um alvo para eles e para os deuses!”


De forma muito fluída ao pensamento do Krovackiano, o líder orc, impaciente, bufou, tentando abrir os olhos de Yanor: “Você não enxerga o padrão? Sempre que os humanos se erguem, há destruição. Olhe para os registros antigos! Eles foram responsáveis pelo maior número de guerras, pelo maior número de traições, e sempre… Sempre… Jogam uns contra os outros até que nada reste. Essa guerra contra os deuses é apenas mais uma desculpa para tomar o que querem. O que acontece quando vencerem essa guerra? Você acha que pararão por aí? Que a fome por poder será saciada?”


“Neste exato momento, tem um monstro que os humanos enviariam para intimidar cada orc que até ontem vivia em paz! Ele está zanzando de um planeta para o outro, mostrando livremente seu nível de poder absurdo, como se quisesse nos dizer que, caso decidam, eles podem nos destruir a qualquer momento!”


“Tudo isso começou com o desrespeito deles às nossas leis! Eles atacaram um planeta irmão, massacraram inocentes durante a tradição mais sagrada de nosso povo, e rejeitaram o direito deles à justiça!”


“Hoje somos, nós, orcs, o alvo das ameaças veladas deles, que sequer têm coragem de declarar uma guerra aberta e preferem praticar atos de terrorismo psicológico. Mas amanhã… Amanhã pode muito bem ser um de vocês que estará ao nosso lado!”


“Ele pregam rebelião contra a tirania dos deuses, mas mostraram, em pouco tempo, que a alternativa é trocar um tirano por outro!” O orc encerrou, expondo toda a sua raiva da humanidade.


Os olhos de Yanor permaneceram firmes durante cada palavra. Ele sabia que os orcs e Krovackianos estavam errados sobre os humanos, mas também sabia que esses argumentos não eram infundados. A história da humanidade realmente estava repleta de conflitos, e sua ascensão sempre esteve atrelada à conquista e ao sangue. Ele já conhecia esse discurso, porque já o havia escutado antes, vindo de seu próprio pai, quando ainda era criança.


Jhora acreditava que os humanos eram uma praga. Ele acreditava que a única maneira de preservar Niflheim era submetendo-se aos deuses e isolando-se da influência humana. Mas ele estava errado. O verdadeiro perigo não era a humanidade… Era a falta de escolha. Era permitir que o destino fosse decidido por medo ou por outra pessoa além dele mesmo.


Yanor não tinha medo, e ele já tinha feito a sua escolha. Contudo, naquele momento, ele precisava que os outros acreditassem que sim.


Ele suspirou, como se relutasse, como se estivesse considerando ceder à pressão. Seus dedos deslizaram no braço do trono, e ele olhou de relance para os elfos, que pareciam dividir sentimentos mistos sobre tudo aquilo.


“Se os humanos forem realmente um problema tão grande quanto dizem…” Yanor começou, com sua voz mais baixa desta vez, como se estivesse em reflexão: “Então não faz sentido que eu me coloque em risco por eles.”


Ao escutar aquilo, os orcs e os Krovackianos inclinaram-se para frente, atentos à resposta do rei gigante, que prosseguiu: “Mas… Eu preciso de tempo para reorganizar Niflheim. Se houver um espião humano infiltrado aqui, se houver influência externa, então preciso erradicar essa ameaça antes que eu possa sequer pensar em alianças.”


Os orcs assentiram em apoio e concordância, e o líder Krovackiano apenas sorriu.


“Então é isso?” O Krovackiano perguntou, antes de pedir uma confirmação mais clara: “Você finalmente entende o perigo que eles representam?”


Yanor apertou os punhos, com seu semblante rígido dominando sua face.


“Eu entendo que a sobrevivência de Niflheim vem primeiro!” Ele levantou o olhar e declarou com firmeza antes de prometer: “Se for necessário provar isso, então eu o farei!”


*Baaaaang.* O líder orc bateu o punho no pilar, dessa vez em aprovação, e elogiou: “Ótimo! Então comece agora. Corte seus laços com os humanos.”


Yanor fechou os olhos por um breve momento, como se refletisse, antes de responder: “Eu não sou estúpido, orc. Eu não declaro guerra sem garantias. Vocês querem que eu rompa com os humanos, mas eu pergunto… O que eu ganho com isso?”


Os orcs e Krovackianos se entreolharam e sorriram, percebendo que agora eram eles que precisavam negociar. Yanor havia se colocado em uma posição favorável em relação a eles.


Enquanto os orcs e os Krovackianos sorriam, o rei dos gigantes manteve sua expressão séria. Ele sabia que não cumpriria essa promessa, mas naquele momento, seu objetivo não era a verdade… Era sobreviver àquele jogo político e chegar ao possível contato do Olho entre aquelas raças.


Ele precisava do apoio deles, mas de forma momentânea, e manteria sua própria agenda intacta. Enquanto seus inimigos acreditassem que ele estava se afastando da humanidade, Zao Tian poderia continuar operando sem interferência.


A guerra, em geral, estava longe de acabar, mas naquele salão, Yanor havia acabado de virar uma peça-chave no tabuleiro.




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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