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Capítulo 0915 - Virando o Jogo 3

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Tenham uma boa leitura!]


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O auditório de Gard estava em ebulição, mas Hakim precisava dar início ao ponto central daquela reunião, o esforço regionalizado de combate ao Olho e à ameaça dos clones.


“Senhores… Eu preciso que todos vocês prestem atenção no que precisamos fazer agora…” Hakim elevou a voz, e prosseguiu: “Nós já estamos trabalhando em formas de identificar os clones, e em breve, assim que isso for feito, todos terão acesso a essa informação e aos meios necessários para colocá-la em prática. Contudo, até que tenhamos uma estrutura funcional e eficaz, não podemos agir de qualquer maneira.”


Ele caminhou lentamente pelo centro do auditório, medindo cada um dos líderes com seu olhar sério: “A verdade, senhores, é que o Olho já provou sua capacidade de infiltração. Eles não precisam de exércitos, não precisam lançar ataques diretos. Eles nos fazem lutar entre nós. Essa é a estratégia deles, e a única maneira de reverter isso é através de um esforço conjunto, coordenado.”


Os murmúrios voltaram, mas desta vez menos caóticos. Os líderes estavam ouvindo.


Hakim prosseguiu: “Nossa solução não pode ser isolada. Cada região de Decarius precisa implementar seus próprios protocolos de identificação e controle, mas todos esses protocolos precisam seguir uma mesma base, um mesmo fundamento. Apenas assim garantiremos que a ameaça dos clones seja contida antes que ela se alastre ainda mais.”


Ele então olhou para Jaha, que deu um passo à frente e assumiu a palavra, com sua voz calma, mas carregada de precisão.


“A única forma confiável que temos no momento para identificar um clone é através da vigilância rigorosa e de interrogatórios meticulosos. Até que descubramos uma maneira mais eficiente de identificá-los, cada líder aqui presente terá que criar uma rede de confiança dentro de sua própria região. Apenas aqueles que forem devidamente examinados, interrogados e observados por períodos contínuos poderão ser considerados confiáveis.” Jaha explicou.


Aquela declaração trouxe inquietação a todos e um monte de perguntas. Um dos líderes, um homem de vestes escuras, bufou, cruzando os braços e resmungando: “Então está nos pedindo que fiquemos paranoicos o tempo todo? Que tratemos cada um dos nossos aliados como se fossem inimigos? Isso pode causar mais problemas do que soluções!”


Hakim assentiu, ciente das implicações, mas falou: “Eu entendo sua preocupação, mas essa é a única alternativa viável no momento. Se relaxarmos, o Olho tomará vantagem disso. Precisamos de um método padronizado para interrogatórios. Questionamentos consistentes, métodos de observação contínua… e mais importante: registros e sigilo. Apenas alguns poucos poderão saber como cada região faz essa distinção, e nunca, absolutamente nunca, essas informações podem ser compartilhadas com outros líderes, pois assim, caso algum lugar fique comprometido, conseguiremos agir diretamente nele.”


Outro líder, uma mulher de cabelos grisalhos e olhos afiados, ergueu a mão para interromper, perguntando: “E o que sugere? Algum tipo de triagem constante? Não podemos simplesmente prender e interrogar qualquer um sem motivos concretos.”


“Não estou sugerindo uma caçada desenfreada.” Hakim respondeu: “Mas cada líder aqui precisa estabelecer um grupo de observação dentro de sua região. Pessoas que terão a responsabilidade de analisar e testar aqueles que ocupam cargos estratégicos. Precisamos de vigilância sutil, mas ininterrupta.”


Os murmúrios aumentaram novamente. Alguns pareciam considerar a ideia, enquanto outros ainda estavam relutantes.


Contudo, foi Jaha quem falou desta vez, com sua voz calculada cortando o barulho: “Nós já temos um modelo funcional sendo aplicado em Gard. Criamos um protocolo de monitoramento onde nossos oficiais e comandantes passam por avaliações frequentes. Não invasivas, mas meticulosas o suficiente para que qualquer anormalidade seja detectada. Pequenos detalhes denunciam um clone: mudanças na forma de falar, lapsos de memória, inconsistências em padrões de comportamento.”


Um outro líder, mais jovem e impaciente, balançou a cabeça e respondeu: “Isso ainda não resolve um problema essencial. Se os clones forem feitos para se misturar, e se forem treinados para se passarem por nós… Como saberemos quando um dos nossos próprios observadores não for um deles?”


Hakim cruzou os braços, lançando um olhar firme para todos ali, e disse: “Essa é a realidade da guerra que enfrentamos. O Olho quer que duvidemos uns dos outros. Mas se não tomarmos medidas agora, será apenas uma questão de tempo até que nossos próprios lares sejam tomados de dentro para fora. A vigilância em camadas é a única coisa que pode prevenir isso.”


A tensão na sala aumentou. Muitos dos líderes sabiam que estavam entrando em um território perigoso, mas ao mesmo tempo, não podiam ignorar a ameaça.


*Creek. Creek.* Eles discutiam entre si, e antes que Hakim pudesse continuar, um som estranho percorreu o auditório.


Um estalo. Sutil no começo, mas crescente, começou a preencher o ambiente e a atrair a atenção de todos..


Os olhares percorriam o salão, procurando a origem do som, mas a reverberação atrapalhava sua localização.


“Que diabos é isso?” Um dos líderes exclamou, girando para observar as saídas.


*Tsssssssssss…* Então, uma vibração percorreu o chão, um tremor leve, mas estranho. As tochas que iluminavam o auditório tremularam, com suas chamas oscilando por um instante antes de explodirem e logo após isso, banhando tudo na penumbra.


Foi quando isso aconteceu que uma única voz se fez ouvir, calma e audaciosa.


“Finalmente… Estão todos reunidos.” Uma voz masculina, grave, soou.


O som ecoou de todos os lados, como se o próprio auditório tivesse sussurrado aquelas palavras.


Os líderes regionais, que antes discutiam entre si sobre as novas ideias apresentadas por Hakim, foram subitamente silenciados pelos eventos. Ninguém precisou dizer nada para perceber que aquilo não era um aviso comum, que algo estava acontecendo.


A energia espiritual na sala ondulou de forma anormal, não como um ataque, mas como se uma força invisível estivesse se espalhando pelo ambiente. O centro do auditório brilhou com um azul intenso, e então, uma imagem surgiu, ainda tremida e pixelada, mas que logo se estabilizou. No meio da projeção, um homem de vestes escuras e uma máscara metálica reluzia sob a luz pálida dos cristais que o refletiam.


Enquanto dizia aquilo, o homem fixava seus olhos na multidão. Sua aura não podia ser sentida, mas sua presença exalava algo pior do que força bruta: controle absoluto da situação.


O auditório mergulhou em um silêncio pesado e sufocante. A projeção do homem mascarado pairava no centro da sala, pulsando levemente com interferências sutis, como se o próprio espaço ao redor estivesse se ajustando à presença daquela figura. Os líderes regionais, há pouco fervilhando em debates acalorados, agora estavam imóveis, com seus olhos fixos na imagem distorcida.


A máscara metálica refletia as luzes azuladas da projeção, obscurecendo qualquer traço de humanidade em seu rosto. Mas havia algo na forma como ele estava ali, na maneira como seus olhos, ou a ausência deles, pareciam observar cada um dos presentes com um interesse frio e calculado.


Hakim, que já lidara com dezenas de ameaças ao longo de sua vida, manteve-se firme. Seus punhos se cerraram lentamente, com seus olhos afiados buscando qualquer anomalia na projeção que pudesse indicar de onde ela estava sendo transmitida. Jaha, por outro lado, não moveu um músculo, absorvendo cada detalhe daquele momento. O Olho raramente fazia exibições públicas como aquela. Isso significava que eles estavam confiantes. Confiantes demais.


O homem mascarado respirou fundo e o som foi amplificado pelo eco da sala. Quando voltou a falar, sua voz estava carregava uma certeza desconcertante.


“Vocês discutem como se tivessem escolha.”  As palavras pairaram no ar como lâminas. 


“Vejo vocês tentando construir um plano. Tentando lutar contra um inimigo que já está dentro de suas casas, dormindo em suas camas, caminhando ao lado de suas famílias. Vocês se acham senhores de suas próprias decisões, mas no fim... cada passo que dão, já foi previsto. Já foi manipulado.” O Homem afirmou


Depois de dizer aquilo, ele ergueu uma das mãos, e a projeção tremeu por um instante. Os cristais que sustentavam a projeção chiaram, e uma série de imagens começaram a ser exibidas ao redor da sala, projetadas no ar como visões de um futuro sombrio.


No meio daquelas imagens estavam cidades inteiras em chamas, líderes que estavam naquela sala sendo confrontados por exércitos de rostos familiares, mas vazios… Clones, idênticos a eles, estavam marchando contra suas próprias forças.  


“Vocês sabem o que acontece quando se luta contra algo que não se pode ver? Contra algo que já se tornou parte de vocês?” O homem falou, e o silêncio de antes foi quebrado. Vários dos líderes se levantaram, preocupados, e começaram a discutir entre si em murmúrios nervosos, tentando processar a mensagem daquele inimigo invisível.


Hakim, porém, deu um passo à frente e ergueu a voz com firmeza: “Se veio aqui apenas para semear o medo, pode ir embora. Nós já sabemos do que vocês são capazes. Não vamos nos dobrar a ameaças terroristas.”


O homem na projeção inclinou levemente a cabeça, como se estivesse intrigado, e respondeu: “Hakim, Hakim… Sempre tão obstinado. Sempre achando que sua força de vontade é suficiente para mudar o destino. Você não percebe que está dançando ao som de nossa música?”  


A imagem tremulou mais uma vez, e um novo conjunto de visões surgiu. Dessa vez, eram imagens mais próximas. Lugares familiares. Pátios de fortalezas, corredores de mansões, até mesmo partes de Gard e Hill… cenas registradas de locais que deveriam estar sob segurança absoluta.  


“Não precisamos estar dentro da sua casa para saber tudo sobre ela. Não precisamos de exércitos para fazer um império ruir. Só precisamos de tempo. E paciência. E acredite… temos ambos de sobra.” O tom de sua voz não era o de um homem exaltado, mas sim de alguém completamente seguro de que seu plano já estava em andamento.  


Hakim percebeu o nervosismo ao seu redor. Os líderes regionais já estavam sentindo o peso daquelas palavras. E era exatamente isso que aquele homem queria.  


“Se pensa que nos assustará com ameaças vazias, está perdendo seu tempo.” Hakim declarou, com sua voz cortando o auditório como um trovão: “Se queria nos dividir, errou o alvo. Se acha que vamos nos dobrar diante de algumas palavras e imagens, então não conhece quem somos.”  


A projeção oscilou levemente e o homem mascarado ficou em silêncio por alguns instantes, como se estivesse avaliando a resposta de Hakim.  


Então, ele riu. Baixo, discreto, mas carregado de algo profundamente perturbador.  


“Eu esperava mais de você, Hakim.” O Homem debochou, antes de prosseguir: "Sabe o que é mais patético em vocês?" 


“O fato de que vocês acham que podem desafiar os deuses? A ilusão que vocês nutrem de que essa aliança frágil pode durar tempo suficiente para fazer qualquer diferença?"


O auditório caiu em silêncio, absorvendo a presença inesperada do homem mascarado. Alguns líderes ergueram barreiras espirituais ao redor de seus assentos, enquanto outros se preparavam para qualquer eventualidade. Mas Hakim ergueu a mão, sinalizando para que ninguém fizesse nada precipitado.


A projeção se expandiu, e então, como um mapa se desdobrando, imagens flutuantes surgiram no ar. Eram documentos, mapas, estratégias e segredos que não deveriam estar acessíveis a ninguém fora daquela sala.


"Vocês acreditam que suas reuniões estão protegidas? Vocês realmente acham que têm controle sobre essa guerra?" O homem inclinou a cabeça ligeiramente, como se estivesse se divertindo com aquilo, e avisou: "Nós sabemos de tudo."


O impacto foi imediato. Os líderes se entreolharam, alguns com expressões de choque, outros com raiva contida. Entre os documentos projetados, estavam estratégias de guerra, movimentação de tropas e, números contábeis e até relações extra conjugais, e mais alarmante ainda, informações que comprometia diretamente a segurança de muitos dos territórios daqueles que estavam presentes ali.


"Quantos de vocês venderam suas lealdades antes mesmo de pisarem aqui?" O agente do Olho deixou a pergunta no ar, com sua voz fria como o vento noturno: "Quantos de vocês ainda acreditam que esta rebelião é algo mais do que um jogo de criança?"


O caos explodiu imediatamente. Alguns líderes apontaram dedos, acusando-se mutuamente de traição, enquanto outros começaram a exigir explicações de Hakim. Jaha permaneceu em silêncio, com seus olhos varrendo a sala, buscando qualquer indício de quem poderia ter facilitado aquela transmissão.


"Bastardo!" Um dos líderes rugiu: "Isso é um truque! Ele está jogando uns contra os outros!"


"Mas e se for verdade?" Outro contestou: "E se algum de nós realmente já estiver comprometido?"


Antes que as discussões pudessem sair do controle, o agente do Olho ergueu a mão e a imagem na projeção mudou. Agora, não eram mais apenas documentos. Agora, era uma cidade.


A imagem tremulou por um instante, e então se estabilizou, revelando ruas devastadas, construções desmoronando e moradores correndo em pânico. Uma cidade real, um ataque acontecendo em tempo real.


"Vocês querem resistir?" A voz do agente ganhou um tom levemente divertido: "Ótimo. Mas saibam que cada decisão que tomam aqui terá consequências diretas. E este... este é apenas o começo."


Do fundo do auditório, um dos líderes da região leste de Gard arregalou os olhos e se levantou bruscamente enquanto gritava: "Essa é minha cidade! Meu povo! Vocês malditos...!"


Antes que ele pudesse terminar, a transmissão foi cortada abruptamente. Os cristais de transmissão piscaram e explodiram em fragmentos, mas o estrago estava feito. O auditório foi tomado pelo silêncio absoluto. Ninguém ousava falar, pois todos estavam tentando processar o que acabaram de ver.


Hakim se moveu discretamente. Ele respirou fundo e olhou diretamente para Jaha, que deu um breve aceno, indicando que eles já estavam rastreando a origem da transmissão.


"Vocês querem lutar?" Hakim murmurou: "Então está na hora de vocês descobrirem como é lutar contra um oponente que bate de volta!"




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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