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Capítulo 0917 - Frio Como o Aço

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Enquanto Ryuuji e o homem se encaravam, o silêncio pairava no ar como uma lâmina prestes a ser desembainhada. O ambiente ao redor estava em um estado de destruição quase total. Poeira e fragmentos de destroços ainda rodopiavam suavemente, como se o próprio ar estivesse respirando de maneira entrecortada, refletindo a tensão que se acumulava no campo. O homem que havia se revelado estava completamente imóvel, com sua postura firme e calculada, como uma rocha no meio de um furacão. Seus olhos percorriam cada um dos guerreiros ao seu redor com uma calma inabalável, como se ele estivesse vendo algo além do presente, talvez até do futuro. Mas foi sobre Ryuuji que sua atenção se fixou com uma precisão incomum. O brilho intenso e determinado nos olhos do espadachim parecia despertar algo em Hanzo, mas não como o interesse de um simples inimigo a ser derrotado. Havia algo mais, como se o olhar de Ryuuji carregasse o peso de um reconhecimento profundo, algo familiar que transcende o campo de batalha.


Ao escutar o nome ‘Hatori’ sendo mencionado, o homem ergueu levemente a sobrancelha, com um pequeno sorriso curvando seus lábios, como se uma memória distante estivesse surgindo em sua mente. Era um sorriso enigmático, de alguém que sabia mais do que estava disposto a compartilhar.


"Quase isso... mas não exatamente." Ele respondeu com uma voz profunda e fria, mas, curiosamente, sem nem um traço de hostilidade. Aquelas palavras, simples em sua estrutura, carregavam um peso incomum, como se cada uma delas fosse medida com precisão cirúrgica. Ele estava tão tranquilo que parecia imune ao clima de tensão que se acumulava ao seu redor. E sua apresentação também foi impactante e calma ao mesmo tempo: "Meu nome é Hanzo. Filho da Trindade. Membro da Tríade. Carrasco do Olho." O som de suas palavras parecia ecoar por um momento, reverberando no espaço vazio como se ele estivesse marcando o início de um novo capítulo naquela história.


Ryuuji manteve sua postura firme, com os músculos tensos e prontos para a ação, mas seu coração acelerou ao ouvir aquelas palavras. Não era apenas o nome ou os títulos mencionados e ostentados que o incomodavam. Era a maneira como Hanzo falava, como se cada palavra tivesse sido escolhida com uma precisão dolorosa. Havia uma confiança imensa em sua voz, algo que parecia transcender a mera segurança de um guerreiro. Era a confiança de alguém que já havia percorrido um caminho tão longo que nem as batalhas mais sangrentas podiam mais assustá-lo.


"Hanzo..." Ryuuji repetiu, com seus olhos fixos no homem à sua frente. Ele o observava com mais intensidade agora, tentando buscar algum sinal de vulnerabilidade. Contudo, o que encontrou foi apenas a mesma calma imperturbável. 


"Você... se parece com alguém que eu conheço. Alguém que me ensinou o verdadeiro significado da espada." Ryuuji comentou.


Hanzo inclinou levemente a cabeça, um movimento quase imperceptível, como se estivesse ponderando aquelas palavras. Seus dedos então tocaram a empunhadura de uma de suas katanas de maneira sutil, quase reverente, como se o simples ato de tocar a lâmina fosse uma saudação ao seu próprio espírito.


"Eu imagino." Ele respondeu, com sua voz um pouco mais baixa, como se estivesse falando de algo sagrado: "Minha linhagem não se limita ao sangue. E meu treinamento veio de um lugar que vocês conhecem bem. Um lugar onde a espada não é apenas uma ferramenta, mas um espírito poderoso." O tom de sua voz era carregado de uma sabedoria que parecia transcender o tempo, e ao mesmo tempo, havia algo sombrio em suas palavras, algo que outros além de Ryuuji não conseguiam entender completamente.


Os olhos de Ryuuji se estreitaram ao escutar aquilo. Ele sentia que estava diante de alguém que compartilhava a mesma tradição, alguém que possuía a mesma reverência pela espada que ele. Mas havia algo errado, algo distorcido na aura que emanava de Hanzo. O respeito de Hanzo pelas lâminas era inegável, isso era evidente. Ele segurava, empunhava e se referia à sua katana com a mesma reverência que Ryuuji e seu mestre Hatori tinham por suas próprias espadas. Mas o ar ao redor de Hanzo era diferente. Não havia hesitação nele, nenhuma dúvida. Ele estava tão pronto para matar quanto para conversar, como se ambas as ações fossem parte de um mesmo destino inevitável, entrelaçadas em uma dança mortal que não poderia ser evitada.


"Você foi treinado no mesmo clã que nós." Ryuuji afirmou, com sua voz agora carregada de tensão e desconfiança. Ele não queria acreditar nas palavras de Hanzo e não queria aceitar a possibilidade de que alguém como ele pudesse ter sido formado nas mesmas bases que ele, mas as evidências não deixavam dúvidas: "Isso explica sua postura. Sua respiração. A maneira como você encara sua lâmina..."


Hanzo assentiu lentamente, com seu corpo se curvando ligeiramente para frente, em um gesto que parecia simples, mas que carregava um significado profundo. Aquele era um cumprimento típico do clã de Ryuuji, algo que somente eles faziam. Era um reconhecimento tácito da tradição, um sinal de que ambos estavam unidos por um mesmo juramento, um mesmo código. E então ele respondeu com muita calma e até um certo grau de nostalgia: "O clã nos ensinou que a espada carrega nossas almas e que cada golpe reflete quem somos. A nossa habilidade reflete a nossa fé… Se você pode ver isso em mim... então sabe que não estou mentindo." 


Hanzo não precisava de mais palavras. O olhar fixo que ele lançou a Ryuuji era mais do que suficiente para transmitir a profundidade daquilo que ele acreditava.


Ryuuji respirou fundo, tentando manter a calma enquanto suas mãos se apertavam em punhos cerrados. Seu espírito estava em ebulição, mas ele se esforçou para não ceder à emoção.


"Se você realmente acredita nisso, por que está com eles? Por que serve ao Olho?" As palavras saíram com uma pontada de amargura, como se a dúvida e a decepção o estivesse corroendo por dentro.


Hanzo sorriu novamente, mas havia algo enigmático em sua expressão. Era um sorriso que não demonstrava alegria, mas uma espécie de compreensão sombria, como se ele tivesse visto algo que Ryuuji ainda não conseguia enxergar: "Porque o mundo já foi condenado há muito tempo. O Olho apenas vê o futuro inevitável. E nós apenas nos certificamos de que ele aconteça da maneira certa até que tudo esteja sob nossos pés, sob nosso jugo, para que assim, todos possam ver como é a face de um verdadeiro Deus!" 


As palavras dele caíram como um peso, e Ryuuji sentiu um arrepio subir por sua espinha. Aquilo não era apenas uma declaração de lealdade a uma causa. Era uma visão de mundo, uma fé tão profunda que desafiava qualquer lógica comum. Era o tipo de crença que poderia destruir ou salvar um homem, e agora estava claro que Hanzo havia escolhido seu caminho.


Ryuuji sentiu o peso daquelas palavras. Ele sabia que não podia simplesmente ignorá-las, que não poderia continuar a luta sem compreender totalmente a motivação por trás delas. Hanzo era mais do que apenas um adversário. Ele era um símbolo de tudo o que Ryuuji temia e admirava ao mesmo tempo: A obsessão por um destino inevitável, a crença de que a espada e a morte eram os únicos meios de alcançar a verdade.


Após declarar sua visão, Hanzo ergueu um dos pés e girou levemente, ajustando sua posição. Não era um movimento ofensivo, mas uma demonstração sutil de que ele estava sempre pronto, sempre alerta, pronto para qualquer ação. Como um animal de presa que observa sua vítima antes de dar o golpe fatal. Ele tocou levemente a bainha de sua katana, como se estivesse verificando se sua companheira estava onde deveria estar, em preparação para o que estava por vir.


"Vocês vieram me prender, certo?" Hanzo perguntou, desviando o olhar brevemente para Gu Ren, Ming Xue e os outros ao redor. Sua voz estava agora impregnada de um tom de desafio. 


"Eu entendo. Eu faria o mesmo. Mas saibam... se sacarem suas lâminas, não haverá volta. Eu não hesitarei, porque a espada não perdoa aqueles que hesitam." Aquelas palavras que saíram da boca dele tinham o peso de um juramento. Não eram apenas ameaças vazias. Hanzo estava ciente de que qualquer movimento em falso poderia resultar na morte, e ele parecia desejar isso com uma intensidade desconcertante.


O ar ao redor deles parecia mais denso agora. O campo de batalha que se desenhava parecia estar prestes a se transformar em um cenário de confronto mortal, onde a menor distração poderia significar o fim de alguém. Os membros do grupo estavam prontos para atacar a qualquer momento, mas Hanzo não parecia sequer preocupado com isso. Ele simplesmente permaneceu ali, imóvel, observando cada um dos seus oponentes. Seus olhos se fixaram novamente em Ryuuji, como se o espadachim fosse a porta para um passado distante ou um espelho de uma antiga versão sua.


"Eu posso ver nos seus olhos..." Hanzo disse, com um tom de curiosidade que era quase imperceptível.


 "Você ainda se pergunta... Quem sou eu de verdade? O que sou? Um reflexo do passado? Um erro? Ou talvez... algo que nunca deveria ter existido?" Suas palavras eram enigmáticas, mas estavam carregadas de um peso existencial. Ele não estava apenas desafiando Ryuuji a combatê-lo fisicamente. Ele estava desafiando a própria percepção de Ryuuji sobre o que era certo, sobre o que era real.


Ryuuji cerrou os punhos, com a dor de uma verdade amarga começando a se infiltrar em sua mente. Mas ele não respondeu de imediato. 


O silêncio pairava entre os dois, pesado como uma nuvem prestes a desabar. Porque, no fundo, ele também queria saber a resposta para essas perguntas. Quem era Hanzo? Por que ele nunca ouviu falar daquele nome? Por que um fanático como aquele foi treinado no clã?


Enquanto Ryuuji questionava aquilo de forma silenciosa, Hanzo então ergueu a mão e lentamente passou os dedos pela bainha da lâmina de sua katana em sua cintura. O som do metal sendo tocado parecia cortar o ar como uma afiada lâmina. 


"O destino é um fio afiado. Cedo ou tarde, todos teremos que escolher de qual lado da lâmina queremos ficar. Você já escolheu o seu?" As palavras dele eram um desafio aberto, como se ele soubesse que Ryuuji estava em um ponto de inflexão, onde a decisão teria consequências irreversíveis.


O silêncio que se seguiu foi avassalador. O primeiro movimento ainda não havia sido feito, mas a batalha já havia começado. Não com lâminas, mas com palavras tão cortantes quanto o aço.


*Gulp.* Ryuuji engoliu em seco, sentindo a tensão pressionar seus ombros. Ele sabia que cada palavra de Hanzo era carregada de um desafio oculto, de um convite para algo que ainda não havia sido dito em voz alta. Contudo, o samurai permaneceu firme, com seus olhos fixos no homem à sua frente enquanto respondia: "Se você acredita que o destino já está escrito, então não precisa lutar. Mas eu não sou como você, Hanzo. Minha fé continua firme e minha espada ainda defende o que é certo."


Hanzo então sorriu, um sorriso quase triste enquanto respondia: "A sua escolha é uma ilusão, e a espada não é um instrumento de defesa… Ela é uma portadora da morte. Mas eu entendo por que você ainda se agarra a ela. Isso faz parte de quem você é." E, pela primeira vez, o brilho nos olhos de Hanzo demonstrou algo que ninguém esperava… Uma espécie estranha e deturpada de respeito. Não por Ryuuji, mas pela sua convicção de acreditar em algo, mesmo que ambos não concordassem.



O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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