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Capítulo 0922 - Novos Termos

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Tenham uma boa leitura!]


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Enquanto em Decarius uma vitória era conquistada, em Niflheim o salão do trono estava mergulhado em uma tensão palpável. O ar gelado carregava mais do que apenas a umidade cortante do planeta gelado; havia algo mais ali, algo invisível, mas potencialmente mortal. Os orcs, com suas posturas rústicas e musculaturas imponentes, não eram criaturas de sutileza ou paciência. Seus olhos brilhavam com o fogo de uma batalha que não estava acontecendo, mas que para eles podia surgir a qualquer esquina. Cada movimento deles era como um predador se preparando para um ataque, como se tudo ao redor fosse hostil. 


Já os krovackianos, também naturalmente agressivos, altivos e gananciosos, exalavam um ar de supremacia bastante incômodo para os outros, mas natural para eles, como se a mera presença deles em um ambiente já fosse uma conquista para os outros.


Os elfos, inteligentes e misteriosos, transmitiam uma sensação mais sutil de perigo, mas não menos ameaçadora. Suas intenções e ameaças não eram explícitas, mas havia, nos olhos deles, uma malícia ou uma astúcia desconfortável. Era como se eles estivessem a todo momento analisando tudo, à espreita, esperando o momento certo de dar o bote e acabar com todos ali em uma única jogada.


A aliança forçada entre essas raças nunca havia sido uma questão de confiança mútua. Ela era sustentada apenas pela dissuasão e pelo risco de aniquilação assegurada entre eles. 


Eles não se atacavam abertamente, porque havia um certo equilíbrio de poder entre eles, mas ao menor sinal de fraqueza de uma das partes, era certo que os outros tirariam proveito da situação, para esmagar de uma vez por todas uma das pedras em seus sapatos.


Diferente dos elfos, tanto os orcs quanto os krovackianos eram expansionistas e conquistadores. O poder era a única moeda de troca que realmente importava para eles, e Yanor sabia disso. Se eles estavam ali, era porque viam Niflheim como uma peça estratégica, um terreno a ser dominado ou um escudo contra a guerra interminável que se desenrolava pelo universo.


Seja contra os humanos ou contra eles mesmos, aquelas raças vivem em um constante estado de guerra.


E agora, no centro de tudo estava Yanor, o rei dos gigantes. Sentado no trono titânico, ele mantinha uma expressão indecifrável, observando os guerreiros diante dele com a frieza de um monarca que não se curva diante de pressões externas. Seus olhos, no entanto, estavam atentos a cada nuance de movimento, a cada gesto de impaciência dos orcs e aos olhares calculistas dos krovackianos e elfos.


Foi então que o líder dos orcs deu um passo à frente.


"Yanor!" Sua voz retumbou como um trovão: "Já ouvimos o suficiente de desculpas e respostas evasivas. Você precisa decidir agora: está conosco ou contra nós?"


Em um consenso raro, os krovackianos assentiram. E líder deles completou a fala do orc: "O que os orcs querem dizer, de forma mais direta, é que sua hesitação é irritante. Não estamos aqui para discussões filosóficas, estamos aqui para selar um pacto de guerra. Se pretende se aliar a nós, então corte seus laços com os humanos. Expulse-os de seus domínios e impeça qualquer posto avançado deles próximo a Niflheim. Caso contrário, seremos obrigados a considerar você como um problema futuro que precisa ser erradicado antes que cresça demais."


A ameaça era velada, mas a intenção era óbvia. Yanor, porém, manteve-se impassível. Sua mente trabalhava rapidamente. Ele sabia que aqueles guerreiros não estavam acostumados com negociações longas. Para os orcs, poder era demonstrado com sangue. Para os krovackianos, conquistas eram seladas com destruição. Se ele quisesse convencê-los, teria que falar a língua deles.


Com um suspiro, Yanor se inclinou ligeiramente para frente em seu trono. E sua voz reverberou pelo salão com a mesma imponência de um trovão distante: "Entendo suas preocupações. Vocês querem garantias de que não abrirei as portas de Niflheim para os humanos, que não serei um traidor em potencial quando a guerra chegar." Ele fez uma pausa calculada, deixando as palavras se assentarem antes de continuar: "Mas me digam, orc, krovackiano… Vocês acham que sou fraco? Acham que preciso de um exército humano para governar minha própria terra?"


Os orcs resmungaram em irritação, mas não responderam. O líder krovackiano apenas arqueou uma sobrancelha, intrigado, e os elfos esboçaram um sorriso contido. Yanor aproveitou o momento e prosseguiu.


"Vocês vieram aqui exigindo submissão. Querem que eu me curve e me livre dos humanos apenas porque suas línguas amaldiçoadas acreditam que eles são uma ameaça. Mas vocês se perguntaram o que EU quero? Se eu fosse um covarde, não teria matado meu próprio pai para tomar este trono. Se eu tivesse medo de influência externa, não teria esmagado os generais de Jhora e lançado seus corpos ao abismo."  


Ao cair daquelas palavras, os orcs trocaram olhares, avaliando aquelas palavras. Eles entendiam o que Yanor estava fazendo. Ele não estava aceitando uma posição de fraqueza. Estava reafirmando que sua aliança seria feita em seus próprios termos, e não porque foi coagido.


"Então, vocês querem que eu declare guerra aos humanos? Muito bem." A voz de Yanor soou novamente, como um trovão em meio ao silêncio: "Se um humano tentar pisar em Niflheim, esmagarei seus ossos com minhas próprias mãos. Se tentarem erguer fortalezas perto de minhas fronteiras, eu as derrubarei pedra por pedra."


*Clang. Clang.* Os orcs rugiram em aprovação, alguns até batendo suas armas no chão. Mas Yanor não havia terminado.


"No entanto…" Sua voz baixou levemente, tornando-se mais cortante: "Se eu fizer isso, esperarei o mesmo de vocês. Se um humano for visto em suas terras, vocês o matarão. Se tentarem qualquer acordo com eles no futuro, a aliança estará quebrada, e então serei eu quem marchará contra vocês."


“Vocês querem que eu declare guerra a eles. Pois bem… Então façamos isso juntos! Nós não seremos usados como iscas!”


Os krovackianos imediatamente franziram o cenho e os orcs hesitaram por um momento. A imposição de Yanor era perigosa. Eles estavam acostumados a exigir lealdade, mas agora eram eles que estavam sendo testados. 


Com o ‘passeio’ de Daren pelas divisas dos territórios orcs gerando tanta apreensão, todos ali tinham receios contra os humanos, mas ninguém queria entrar em uma guerra direta contra eles. 


Atrair aquela força contra suas casas não era uma decisão inteligente. Todos queriam isolar os humanos, mantê-los sob controle e delimitar até onde eles poderiam ir, mas ninguém estava disposto a levantar a mão contra eles. Não agora que Daren se revelou.


Aquela era uma batalha muito mais estratégica e diplomática do que física. Contudo, enquanto eles jogavam um jogo muito mais seguro, eles exigiam de Yanor uma postura direta, um confronto que nenhum deles estava disposto a começar.


Os elfos, até aquele momento silenciosos, finalmente se moveram. Um deles, de feições finas e olhos verdes, avançou alguns passos à frente, com seus movimentos leves e calculados contrastando com a brutalidade dos orcs e a altivez dos krovackianos. Sua voz, diferente dos trovões dos guerreiros, era afiada como uma lâmina fina, perfurando o silêncio com precisão cirúrgica.


"Interessante…" Murmurou ele, observando as reações dos outros e Yanor como se o gigante fosse uma peça de xadrez sendo movida no tabuleiro: "Muito interessante."


Os orcs imediatamente rosnaram em impaciência, enquanto os krovackianos lançaram olhares de desagrado para os elfos, como se suas meras presenças fossem um incômodo. Entretanto, Yanor não se desviou. Ele apenas ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços, esperando que o elfo falasse algo de valor.


"Vocês percebeu, não percebeu?" O elfo olhou para o gigante, ignorando completamente os orcs e krovackianos: "Que estão tentando usá-los?"


A reação foi instantânea. Os krovackianos bufaram e trocaram olhares rápidos, enquanto os orcs, sempre mais explosivos, soltaram grunhidos raivosos. O líder orc deu um passo na direção do elfo, cerrando os punhos, e avisando, com sua voz reverberando pelo salão: "Cuidado com sua língua, elfo! Você está insinuando que estamos manipulando os gigantes?!"


O elfo apenas sorriu, inclinando levemente a cabeça, como se estivesse saboreando a tensão crescente. Contudo, em meio àquele sorriso, uma aura discreta, mas afiada como uma lâmina prestes a ser desembainhada, foi exalada por ele, fazendo com que o orc parasse.


"Insinuando? Não. Estou afirmando." Ele então retornou seu olhar para Yanor, e prosseguiu: "Eles querem que você seja a primeira peça do jogo. A linha de frente. A isca para provocar os humanos e medir sua força real antes que eles mesmos tomem qualquer ação direta."


O silêncio caiu no salão.


Yanor não precisou responder de imediato. Ele já sabia disso. Desde o momento em que os orcs e krovackianos pressionaram para que ele cortasse os laços com os humanos e declarasse abertamente sua oposição, a intenção ficou clara. Eles não estavam ali porque queriam uma aliança verdadeira. Eles estavam ali porque queriam um escudo, alguém para absorver o primeiro impacto caso a guerra com os humanos se tornasse inevitável.


Os elfos perceberam o mesmo. E agora, ao expor isso para todos, estavam empurrando a negociação para um novo patamar.


O líder krovackiano riu, quebrando o silêncio. Sua risada era carregada de escárnio.


"Oh, e então os elfos agora decidiram bancar os sábios?" Ele passou a língua pelos dentes pontiagudos e apontou para o elfo com um olhar predatório: "E o que sugere? Que os gigantes se tornem submissos aos humanos? Que se curvem e aceitem o avanço deles, como vocês provavelmente farão?"


O elfo deu de ombros, com seu sorriso não se desfazendo.


"Não estou sugerindo nada. Apenas apontando a realidade. Você está de pé sobre uma terra que mal acabou de ser arrasada por uma guerra e já quer que os gigantes voltem a sangrar para que possam avaliar se vale a pena lutar. Se Yanor aceitar esse acordo, o próximo passo de vocês será observar de longe, esperando para decidir se se juntam à luta ou se simplesmente deixam os gigantes se enfraquecerem."


O líder orc rosnou novamente, com sua paciência se esgotando.


"E se for esse o caso?" Ele admitiu, sem rodeios: "Isso não é como qualquer outra guerra? Alguém tem que ir primeiro! Se os gigantes não conseguem resistir aos humanos, então por que deveríamos arriscar nossas próprias forças por eles?"


"Ah, então finalmente admitiu." O elfo inclinou a cabeça ligeiramente para o lado, com seu tom de voz frio: "Os gigantes são apenas uma ferramenta para vocês. Carne para o abate. O primeiro passo de uma guerra que vocês não querem lutar."


Yanor finalmente se mexeu.


"Eu já sabia disso." Sua voz cortou todas as conversas no salão. Ele olhou para os orcs e os krovackianos, com sua expressão inalterada enquanto prosseguia: "Não sou ingênuo. Sei muito bem que vocês querem que sejamos o primeiro impacto contra os humanos. Querem usar minha terra e meu povo como campo de testes."


O líder krovackiano estreitou os olhos, com sua expressão se tornando séria.


"E se for o caso?" Ele repetiu as palavras do orc: "Você acha que está em posição de ditar os termos aqui, Yanor? Acredita que pode recusar nossa aliança e sair ileso?"


Yanor soltou uma risada seca.


"A questão não é se posso ou não recusar." Ele se levantou lentamente de seu trono, com sua silhueta colossal projetando uma sombra gigantesca sobre o salão. "A questão é que vocês querem que eu tome a primeira ação. E isso significa que vocês têm medo. Têm medo dos humanos."


Os krovackianos ficaram em silêncio. Os orcs cerraram os dentes.


Os elfos sorriram.


"Se não tivessem medo…" continuou Yanor: "Vocês já teriam marchado contra eles. Mas não fizeram isso. Por quê? Porque Daren andou sobre seus territórios e vocês viram algo que os congelou. Porque os humanos enfrentaram os deuses e ainda estão de pé. Porque, no fundo, vocês não sabem se podem vencê-los."


Aquelas palavras deixaram o salão em um silêncio sepulcral.


O líder orc apertou os punhos, com seu rosto vermelho de fúria. Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Yanor deu um passo à frente.


"Se vocês querem uma aliança, então será nos meus termos." Ele disse, com sua voz reverberando como um trovão: "Niflheim não será jogado no fogo para que vocês avaliem os humanos. Se quisermos lutar, será porque EU decidi, não porque vocês querem me usar como um peão."


“Caso contrário… Vocês não têm força alguma para tocar em Niflheim, porque assim como essa aliança está sendo mediada hoje, uma nova alternativa pode ser explorada amanhã, em caso de fracassarmos.”


“Ou vocês aceitam os meus termos, ou os humanos aceitarão.”


Os elfos pareciam satisfeitos com a resposta. Os krovackianos se entreolharam, com seus rostos fechados em expressões calculistas. Os orcs pareciam prontos para explodir, mas se contiveram.


O líder krovackiano foi o primeiro a falar.


"Muito bem, Yanor." Sua voz era fria, mas havia um certo respeito nela: "Você quer jogar este jogo em seus próprios termos? Então terá que mostrar seu valor quando o momento chegar."


Yanor assentiu.


"Quando o momento chegar." Ele disse: "Vocês verão do que os gigantes são capazes."


O líder orc soltou um rosnado, mas não argumentou mais.


A reunião não havia terminado com um pacto definitivo, mas Yanor havia vencido uma batalha crucial naquele dia. Ele havia evitado que seu povo fosse usado como peões e, ao mesmo tempo, mantido a ilusão de que estava disposto a cortar os laços com os humanos.


E enquanto tudo isso acontecia, escondido nas sombras do salão, Zao Tian observava.


Ele não precisou de palavras para entender o que havia acontecido ali.


Yanor havia se tornado uma peça-chave. E o tabuleiro de guerra havia acabado de mudar.



O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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