Capítulo 0931 - O Que Restou do Imperador
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O espaço ao redor tremia com a intensidade da batalha. O tempo parecia se contrair e expandir ao redor de cada golpe entre Zaki e Yang Hao. Como dois titãs cortando a realidade com intenções opostas, suas presenças dominavam o vazio com ferocidade e propósito. Mas havia um detalhe que não podia mais ser ignorado: o ritmo da luta estava mudando.
Yang Hao, mesmo sustentado pela Ressurreição Ardente, estava começando a fraquejar de forma crítica. Seus movimentos, antes firmes mesmo quando desesperados, agora se arrastavam como reflexos instintivos de um corpo exaurido. O braço direito já tremia com o peso da própria espada. O olho esquerdo mal se abria, com um ferimento se abrindo novamente por debaixo da cicatriz.
Zaki, por outro lado, permanecia inabalável. Como uma manifestação de ordem, seus golpes vinham cada vez mais limpos, rápidos e inevitáveis. Era como se seu objetivo estivesse se aproximando do fim. Ele não precisava aumentar sua força. Só precisava esperar que o fogo persistente de Yang Hao apagasse.
Foi nesse momento, no exato segundo em que Yang Hao recuou pela milésima vez com o peito perfurado e o joelho quase cedendo, que três novas presenças surgiram, invadindo o espaço ao redor com suas próprias assinaturas espirituais.
Zaki interrompeu o avanço por um segundo e ficou intrigado, observando por algum tempo.
Yang Hao, depois de finalmente poder respirar sem ter a sombra da morte iminente sobre os seus ombros, se virou com dificuldade e, pela primeira vez em incontáveis ciclos, não estava sozinho.
Cruz, Yang Chao e Shara’Kala flutuavam no vazio, por auras poderosas que acalentavam seu coração. Mesmo assim, o calor da batalha os forçava a manter a atenção redobrada, pois Zaki tinha parado, mas ainda estava lá.
Os olhos de Yang Hao se arregalaram ao ver as silhuetas. Havia confusão, incredulidade e… um traço de alívio.
“Yang Chao…?” Murmurou ele, com a garganta rouca e os lábios rachados pelo calor do sol chamado Zaki, que parecia superar as suas chamas.
Depois de ver um de seus fiéis generais e protetores ali, Yang Hao pousou o olhar sobre o homem ao lado dele, e ficou bastante espantado, também: “Cruz…? Isso… isso é um delírio?”
Yang Chao se adiantou alguns metros no espaço, firme como nos velhos tempos, mantendo a postura respeitosa e a voz firme enquanto o saudava: “Não é um delírio, meu imperador. Viemos buscá-lo.”
Yang Hao arregalou os olhos por um instante. Seus músculos tencionaram como se aquele momento fosse irreal.
Aquela voz. Aquele rosto.
Ele os reconheceu. Pessoas que ele mesmo havia deixado para trás no mundo real, ainda jovens, fortes… inteiros. Yang Chao, seu Guardião de Honra. Cruz, o espinho nas costelas que deu ao Vale da Esperança uma das maiores força do mundo. E… uma orc?
Seus olhos de repente pararam em Shara’Kala.
O calor da chama quase perdeu sentido diante daquilo. Ele não parecia acreditar no que estava vendo.
“Uma… orc?” Yang Hao apertou os olhos, franzindo o cenho. A confusão se misturava ao choque enquanto ele questionava: “O que uma coisa como essa faz ao lado de vocês? Como ela entrou em Singularidade?!”
A velha ira do Imperador, por um instante, ameaçou ressurgir. Aquele instinto que outrora o fazia exterminar qualquer raça que ousasse pisar em seu domínio ainda lutava para sobreviver por debaixo da humildade forçada que foi enfiada em goela.
Mas o tempo, os ciclos, o sofrimento e o peso de sua própria impotência... o impediram de seguir esse impulso. Ele começou ali e foi exterminado no mesmo momento em que o imperador fechou os olhos, se repreendendo pelo que acabara de dizer.
Shara’Kala, por sua vez, manteve-se firme, com olhos fixos em Yang Hao com a postura de uma guerreira. Ela não sentia necessidade de se justificar. E por outro lado, ela estava realmente surpresa com a fisionomia de Yang Hao. Mesmo com todos aqueles ferimentos e cicatrizes, ele era exatamente como Ye Yang.
Por mais que a ideia dos clones tivesse se tornado algo aceitável para ela, ver aquilo ainda lhe causava um grau de desconforto e temor.
Shara’Kala ficou calda por alguns instantes, analisando a postura do imperador que parecia ter se arrependido do que disse, e antes que qualquer resposta pudesse ser dada, uma luz dourada os envolveu.
Zaki, à distância, observava tudo com seu semblante indiferente e ao mesmo tempo curioso. Ele era indiferente à adição de novos inimigos àquela luta, mas estava curioso para saber quem eram aqueles novos rostos.
“Interessante…” Zaki murmurou, girando lentamente a lança em sua mão: “O mundo ainda tenta salvar o que está condenado.”
Yang Hao fechou os olhos por um breve instante e olhou para trás. A presença de Zaki não permitia distrações, e ele tinha se lembrado disso. Aquele mero segundo de pausa já era perigoso demais.
“Yang Chao… Cruz…” Ele disse, agora com a voz mais firme: “Eu não sei como, nem por quê vocês vieram, mas essa luta não pode parar. Ela não vai parar. Se vocês se aproximarem mais, ele vai mirar em vocês também. Vão embora. Eu cuido dele até este ciclo acabar.”
Yang Chao imediatamente deu um passo à frente. Como alguém que jurou defender a Dinastia Yang e seu imperador, ele não podia recuar enquanto o seu senhor estava naquele estado, lutando apenas para sobreviver: “Com todo o respeito, Majestade… nós não nos arriscamos para vir até aqui apenas para assistir o senhor morrer.”
Yang Hao apertou os dentes. Ele queria responder. Queria dizer que não precisava de ajuda. Que aquilo era responsabilidade dele. Que ele era o único capaz de sobreviver tempo suficiente para… para quê mesmo?
Para perder mais devagar?
Com a mente pesada, ele se virou lentamente para Yang Chao.
“Eu… não sou mais o homem que você conheceu.” Disse ele, olhando nos olhos do antigo subordinado: “Eu já morri uma vez e quase morri tantas vezes… Que não sei mais o que me mantém de pé.”
Yang Chao pareceu gostar do que escutou. Não por causa do estado do imperador ou de sua fragilidade, mas pela mudança que visivelmente o tornou diferente. Então, diante do homem que ele admirava, o seu Guardião respondeu com um leve sorriso triste e comovido ao mesmo tempo: “Então que bom que chegamos antes do senhor esquecer de vez.”
Cruz, por outro lado, não disse nada. Apenas flutuou mais próximo, cruzando os braços e observando Zaki com um olhar cuidadoso.
“Aquela coisa é forte demais…” Cruz murmurou sem conseguir evitar fazer comparações entre Zaki e Zao Tian: “E ele ainda nem começou a lutar sério.”
Yang Hao escutou aquilo e assentiu, completando: “Ele nunca luta para matar. Ele luta para esmagar. Quebrar. Desmontar pedaço por pedaço… até você se perguntar por que está resistindo. E é só aí que ele mata.”
Shara’Kala então deu um passo à frente, falando pela primeira vez desde que chegaram: “Então por que você ainda está resistindo?”
Yang Hao a olhou como se visse uma sombra do passado que ele não reconhecia.
E, pela primeira vez em muito tempo, ele não teve uma resposta pronta.
Então, o silêncio do espaço foi rasgado não por som, mas por presença.
Zaki não avançou. Ainda. Mas sua aura se fez presente, preenchendo cada canto do espaço como se ele estivesse por todas as partes.
Aquele segundo de pausa que Yang Hao julgou ser um erro... era na verdade uma concessão. Uma raridade que só se manifestava quando o Monarca da Luz decidia que o espetáculo poderia durar mais um pouco.
Com sua lança girando lentamente, emitindo um sussurro agudo que cortava o tecido do vácuo, Zaki observava os três recém-chegados. Cada movimento seu era suave, quase preguiçoso, mas carregava a mesma tensão de uma flecha prestes a ser disparada com força suficiente para obliterar planetas.
Seus olhos, que naquele instante ficaram dourados devido à sua luz, por fim, repousaram sobre Yang Chao.
“Você...” Disse ele, com um tom sereno demais para o que viria em seguida: “Você se refere a ele como um imperador... Curioso. Um cão fiel que se joga no inferno para lamber as feridas do dono.”
Yang Chao não respondeu, mas seus olhos estavam fixos em Zaki com a calma de um homem que havia feito as pazes com o fardo que carregava. Ele não se envergonhava por estar ali. E ele não se intimidava ou deixava ser insultado com aquelas palavras.
Zaki então virou os olhos para Cruz.
“E você...” Zaki comentou enquanto reconhecia a aura e o poder que Cruz guardava dentro de si. A escuridão era reconhecida pela luz assim como o fogo era reconhecido pela água: “A centelha de caos nunca desaparece... Sempre existe uma escuridão querendo engolir a luz. Ela inevitavelmente falha, mas cotidianamente tenta.”
Cruz, ao escutar aquilo, arqueou uma sobrancelha e respondeu com um sorriso torto e irônico: “Bom saber que deixei uma impressão. Embora, pra ser sincero, não faço a menor ideia do que você quer dizer com ‘inevitável’. Você parece o tipo de cara que fala difícil só pra dar charme à sua egolatria colossal.”
Zaki não demonstrou raiva. Nem sequer frustração. Apenas olhou por um instante mais longo. E então, seus olhos repousaram sobre Shara’Kala.
Ao contrário dos outros dois, sua expressão mudou minimamente. Um ínfimo movimento nos lábios, uma trinca de sobrancelha quase imperceptível. Mas ela percebeu.
“Uma orc...” Zaki murmurou, quase deixando escapar um riso: “Vocês, tão selvagens, sempre aparecendo como abutres quando os homens já perderam toda a esperança.”
Ele a observou de cima a baixo, mais uma vez, e então disse: “Vocês são um lembrete de que o fim nunca vem como esperamos. De que tudo pode piorar, por pior que já esteja.”
Shara’Kala apertou os punhos, mantendo a postura ereta. Ela não conhecia Zaki, mas sentia. Cada fibra de seu corpo, cada instinto de guerra, gritava para ela que aquele homem adiante não era algo que se podia vencer. Ele era uma sentença.
Zaki, sem temer os quatro, fechou os olhos por um instante, como se ponderasse, e então falou: “Três chegaram. Três testemunharam. Três escolheram se unir a um tolo.” Ele apontou para Yang Hao com a lança, que estalava em pequenas rachaduras de luz ao seu redor, e sentenciou: “Então três morrerão ao lado dele.”
Ao cair daquelas palavras, o ambiente ficou mais denso. O espaço, mais quente. Até as estrelas ao redor pareciam piscar com menor intensidade.
Zaki avançou no vácuo. Foi um movimento simples de sua parte. Mas o resultado foi como se um pequeno sol tivesse sido aceso.
“O tempo em que eu assistia… acabou.” Ele disse, e pela primeira vez, havia sede de sangue em sua voz.
Não era raiva. Não era ódio. Era sede. Pura e clara sede de punição.
*Whooooooosh…* Zaki girou a lança em alta rotação, e sua espada, na mão direita, pareceu vibrar em resposta. Como se a energia do universo estivesse sendo absorvida para alimentar aquele ataque.
Yang Hao grunhiu, sentindo, no fundo do peito e de suas memórias, a mudança.
“Esse não é o mesmo de antes…” Ele avisou, com a voz embargada, olhando para os outros: “Até agora ele estava apenas testando… agora ele vai lutar pra matar.”
“Então… Que assim seja!” Shara’Kala respondeu, rosnando com uma empolgação sombria, ativando a aura que carregava o sangue e a glória dos antigos Khans.
Cruz, por sua vez, sorriu como se estivesse entrando num cassino, mesmo sabendo que a roleta estava viciada.
Yang Chao soltou o ar lentamente, e um eestrondo ecoou ao redor do seu corpo, mesmo em silêncio absoluto. As veias espirituais em sua pele brilharam em uma tonalidade verde que inflou os seus músculos e transformou completamente a sua feição, como se o homem calmo tivesse dado lugar a um lunático.
Zaki os observava sem pressa. E então, quando todos mostraram intenção de lutar, ele ergueu ambas as armas.
“Vocês não são especiais.” Sua voz ecoou dentro da alma de cada um deles: “São apenas páginas que se recusam a ser viradas. Mas eu sou o autor do novo mundo. E vou rasgar vocês uma palavra por vez.”
*Swoosh.* E então, ele avançou.
A Lança Dourada foi na frente, cortando o espaço entre as posições de Cruz e Yang Chao antes que qualquer um deles pudesse respirar fundo.
A batalha que marcaria as vidas de cada um dos presentes havia começado.
E naquele momento, não havia heróis. Não havia glória. Havia apenas sobrevivência.
Yang Hao, em sua sina de repetir o mesmo esforço para sobrevier por mais um ciclo, ergueu sua espada com esforço, olhando para os três que agora estavam ao seu lado, lutando a guerra que ele acreditava ser sua e somente sua.
Talvez, no fundo, ele ainda acreditasse nisso. Mas agora… Na vida ou na morte, ele não estava mais sozinho.
