Capítulo 0934 - A Sentença de Luz
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No silêncio posterior ao cataclismo, o espaço parecia ter perdido suas leis.
Fragmentos de realidade flutuavam como cacos de vidro em suspensão, curvando luz e matéria em padrões que desafiavam a lógica. O universo havia se calado. Mas o Monarca da Luz… não.
Zaki pairava sobre os quatro guerreiros como um eclipse de carne e poder. Sua armadura dourada estava trincada em alguns pontos. Um pouco de sangue escorria do seu ombro e nariz, como se até sua essência tivesse sido tocada por algo superior.
Ele passou os dedos na ferida do ombro, observou seu próprio sangue com estranha curiosidade... e então sorriu. Não aquele sorriso de deboche que um guerreiro superior oferece ao tolo que o desafia, mas um sorriso genuíno. Quase reverente.
Ele fechou os olhos por um segundo… e falou: “Agora eu entendo.”
A voz dele reverberou como um trovão sussurrado por deuses. Era suave, mas preenchia o espaço, ressoando dentro da mente de cada um deles. Cruz, Yang Chao, Shara’Kala e Yang Hao pararam. E ouviram. Porque mesmo em dor, mesmo em fúria, mesmo em desafio… algumas palavras nascem com autoridade demais para serem ignoradas.
Quando Zaki abriu os olhos, eles pareciam galáxias. Pequenos pontos de luz brilhavam dentro dele como se houvesse um universo inteiro ali dentro.
“Vocês me lembram dos grandes. Dos que deixaram suas marcas no cosmos com garras, chamas, e convicções inquebrantáveis. Alegrem-se, porque se fosse qualquer outro Santo no meu lugar…” Zaki passou os olhos lentamente por cada um enquanto dizia aquelas palavras com sinceridade, antes de completar: “Vocês teriam vencido.”
O coração de Yang Chao bateu forte ao ouvir aquilo. Ele, que sempre fora um pilar da Dinastia Yang, sabia o peso de um reconhecimento vindo de alguém assim.
E Zaki continuou: “Suas armas são mais do que armas. Elas são memórias. Espíritos. Promessas. Vinganças. Vocês não lutam apenas com músculos ou técnicas, vocês lutam com tudo o que são e tudo o que confiaram a vocês. E isso…” Ele ergueu um dos dedos, mostrando o sangue escorrendo por ele, enquanto afirmava: “Isso é raro! Isso é belo! Isso é… quase digno!”
Cruz arqueou uma sobrancelha, mas não interrompeu. Por trás da ironia que o envolvia, havia um respeito silencioso crescendo. Algo que ele já ouviu de outra boca que, coincidentemente, também manipulava a luz.
“Mas não é suficiente.” Zaki elogiava o grupo, mas então sua voz perdeu o calor e ele lamentou: “Porque vocês ainda não entendem o que estão enfrentando.”
Enquanto Zaki dizia aquilo, o brilho ao redor do corpo dele cresceu. Mas não em fúria. Em clareza.
“Vocês são cultivadores poderosos. Extremamente. Estão no topo do que Decarius sonha em produzir. Eu garanto que seus nomes seriam esculpidos nos pilares da história como heróis… se não estivessem diante de mim.
”
Ele cruzou os braços, e o espaço à sua volta obedeceu, girando sutilmente em padrões gravitacionais delicados.
“Eu sou o Monarca da Luz. E este não é um título dado ou herdado. É um título que precisou ser conquistado.” Zaki parecia perigosamente frio, e o silêncio entre suas frases era como o som antes de uma estrela morrer.
“O que vocês enfrentam aqui não é apenas um cultivador com armas forjadas por Hefesto ou bênçãos de deuses. É o ápice de milênios sob um único propósito: Ser aquele que ultrapassará Gold.”
Os olhos de Shara’Kala se estreitaram na hora. O nome Gold ainda ecoava como uma lenda até entre as raças que mais distantes dos cosmos.
Zaki notou. E seu olhar viajou para ela.
“Ah, então vocês sabem.” Ele disse com uma leve inclinação de cabeça: “O homem que moldou a era moderna. Aquele que se sentou sobre as estrelas e fez delas seu trono. Gold foi meu mestre. Meu criador. E tudo o que sou hoje… é a sombra da luz que ele moldou em mim.”
A boca de Shara’Kala se abriu sem que ela pudesse controlar ou perceber. O choque estava estampado em seu rosto e cada fibra do seu corpo parecia reagir de forma intensa às afirmações de Zaki. Ela sabia que aquele humano não era normal, que tamanho poder não era comum nem entre os deuses, mas ouvir que Zaki era discípulo de Gold, o Grande Arcanjo das lendas… Isso era ainda maior e mais impactante do que todo o poder que Zaki demonstrou até agora.
Zaki por sua vez, vendo a surpresa no rosto de Shara’Kala, abriu os braços, como se mostrasse a grandiosidade de sua forma e continuou, com sua voz mergulhando cada vez mais fundo nos ossos dos que o ouviam: “Quando Amara, sua esposa, partiu com ele, ela era temível, divina… mas mesmo ela, com toda a graça dos céus e o poder que fazia os planetas se curvarem, não carregava o que eu carrego. Porque Gold me moldou com as mãos, sim, mas foi o mundo e os meus sonhos que me afiam até hoje.”
Ele então apertou o punho, e uma explosão de luz cintilante se expandiu em silêncio ao seu redor, como se a própria matéria cedesse ao ato.
“Eu sou a soma da perfeição que ele representava, e da imperfeição que ele desprezava. Eu sou o ponto final da linha que ele começou a traçar. E, por isso, eu sou o mais próximo de uma entidade que o resto da existência jamais sonhou tocar.”
Cruz cerrou os dentes enquanto escuta Zaki discursar. Aquelas palavras vinham carregadas de uma verdade que ele não queria aceitar. Mas no fundo… sabia. Zaki não estava mentindo. O poder daquele homem era tamanho que o fazia lembrar de Gold. Em sua forma atual, sem o seu corpo físico, Gold e Zaki provavelmente estavam no mesmo patamar, ou pior, dependendo de até onde o Monarca da Luz estivesse disposto a ir, talvez neste momento, nestas circunstâncias, o discípulo tinha superado o mestre.
Cruz nunca teria a coragem de dizer isso em voz alta, mas seu coração e mesmo as vozes em sua mente sussurrava isso.
“Vocês... são fortes.” Disse Zaki, mais uma vez, quase como um elogio íntimo: “Fortes o suficiente para abalar os pilares do mundo, para me fazer ter que enfrentá-los aqui, longe de tudo, porque para vencê-los eu não posso me segurar demais. Em outro campo de batalha, em outro tempo, talvez fossem vocês os reis desta era. Se lutassem contra Amara... vocês teriam uma chance. Uma chance ínfima, talvez, mas real. Se fosse contra Thanatos, ou Poseidon, ou mesmo contra aqueles tolos que fingem santidade entre os homens… vocês poderiam tê-los esmagado.”
Ele então deu um passo à frente e o espaço gritou.
E os quatro sentiram de novo aquela presença: esmagadora, intransponível, absoluta.
“Mas contra mim… não.” Ele declarou, com uma serenidade mortal: “Porque eu não sou o obstáculo. Eu sou o fim da estrada. Sou o resultado final de cada tentativa, cada sacrifício, cada império construído para alcançar o topo. É em mim que todos param.”
Yang Hao, mesmo ofegante e com metade do corpo queimado, apertou os punhos.
Zaki, então, ergueu a lança com uma lentidão cerimonial, e disse: “E é por isso que eu não posso deixar vocês saírem daqui. Não por ódio. Não por justiça. Mas porque…”
Seus olhos brilharam como se dentro deles acontecesse a fusão de uma estrela morrendo: “A existência de vocês desafia o equilíbrio que eu represento. E o mundo não está pronto para heróis que sangram a luz.”
Ele então apontou a lança para Cruz e disse: “Você. O que fala com os mortos e os transforma em armas. Você não é um guerreiro… é um uma lembrança viva, um aviso de que o caos sempre volta.”
Depois, ele apontou para Shara’Kala: “Você. A orc. A selvagem com armas famintas. Você é uma contradição viva. Uma prova de que até as feras podem ter honra e talento. E por isso... é perigosa.”
Logo em seguida, seu olhar repousou em Yang Chao: “Você… Você é um muro. Aquele que não cai mesmo quando a alma grita que está morrendo e ador consome seus sentidos. Você me fascina. Porque mesmo quando está dentro dos braços da morte, você os rejeita e ainda acredita que pode vencer. Mesmo agora, eu posso ver em seus olhos que está disposto a morrer quantas vezes forem necessárias para dar uma chance de vitória aos outros.”
E por fim, seus olhos tocaram Yang Hao, e pela primeira vez desde que eles se encontram em vários ciclos, ele falou algo que sabia desde o início da luta, mas nunca demonstrou: “E você, imperador que ainda não nasceu... O tolo que tentou desafiar o destino sozinho. Aquele que morreu cem vezes para aprender que viver é o pior castigo para quem não pode vencer. Você se sustentou bem, mas chegou ao fim da jornada.”
O silêncio se alongou por alguns instantes, até Zaki girar sua lança lentamente, com uma expressão quase triste, e completar: “Mas, se serve de consolo… não há vergonha em cair diante de mim.”
Assim que sua última palavra caiu, ele assumiu uma nova postura. Uma que nenhum deles tinha visto ainda. Não era defensiva. Não era agressiva. Era final.
“Agora, apenas... aceitem.” Zaki pediu, instruiu, e o cosmos pareceu se inclinar ao redor dele.
“Se orgulhem. E então… deixem que a luz os apague.” *Zooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooom…* Uma imensa quantidade de energia acumulada começou a girar ao redor do Monarca da Luz. Camadas de espectros fundiram-se em uma espiral de destruição sem precedentes. Aquilo era diferente de tudo até então. Não era uma técnica. Não era um estilo. Era o poder puro. Nu. Sem adornos. Sem nomes.
O silêncio que reinava foi quebrado apenas pela respiração ofegante dos quatro guerreiros.
E então…
Shara’Kala sorriu.
Yang Chao rangeu os dentes e firmou os pés no vazio.
Cruz girou a arma mais uma vez, e as vozes em sua cabeça gritaram de volta com fervor.
Yang Hao cuspiu sangue… e ergueu a espada.
“Você pode estar no fim da estrada, Zaki…” Disse Cruz com um brilho de insanidade nos olhos: “Mas não venha me dizer que ela acabou para mim!”
*Whoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooom…* Assim como Zaki fazia, Cruz, de forma quase nua, se opôs à luz escaldante e cegante com uma escuridão profunda que engolia tudo ao redor.
*Booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooom…*
A luta recomeçou, porque mesmo debaixo de um sol que tudo consome, há sombras que se recusam a desaparecer.
