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Capítulo 0938 - O Último Ciclo

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Tenham uma boa leitura!]


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A revelação caiu como uma rocha no centro de uma superfície calma. A palavra "clones" ecoou nas mente de Yang Hao, despertando um silêncio mais denso do que qualquer abismo.


Yang Hao demorou a processar. Os músculos de seu rosto se contraíram, como se o próprio conceito fosse um insulto. Ele imediatamente se lembrou de Ye Yang quando viu uma cópia de si na antiga Província Dourada, quando quase dizimou todos que Zao Tian amava.


Clones. Réplicas de homens que ele conhecia. Réplicas de si. Réplicas de aliados. De traidores. Tudo isso era possível agora.


Yang Chao o observou com cautela, compreendendo que o choque era inevitável. Então, com voz firme e pausada, ele começou a relatar os horrores do que estava acontecendo fora dali.


“O primeiro caso… foi com ela.” Ele apontou com um gesto de queixo para Shara’Kala, que abaixou os olhos, como se ainda sentisse o gosto amargo daquela lembrança.


“Um clone do Cruz apareceu em Uhr’Gal… encarnando ofensiva brutal. Usando o mesmo estilo de combate. As mesmas palavras. A mesma personalidade.” Yang Chao fechou os olhos por um instante, se remoendo por tudo o que aconteceu, afinal, foi ele quem conseguiu trazer os orcs de Uhr’Gal para a aliança: “Ele massacrou idoso, mulheres, crianças e jovens guerreiros em uma data sagrada para os orcs. O pacto foi rompido. E, vendo que todos estavam cometendo um erro, Shara’Kala, a Khan de Uhr’Gal… foi acusada de traição por impedir que eles executasse o verdadeiro Cruz. Ela foi exilada para salvá-lo, e por isso que está aqui conosco hoje.”


“O ataque aconteceu no dia em que tomei as rédeas do meu mundo… No dia em que provei ser maior do que qualquer outro orc de Uhr’Gal e me tornei Khan.” Shara’Kala confirmou as palavras de Yang Chao.


Yang Hao manteve os olhos fixos nela, como se já pudesse sentir a dor. A mesma dor de ver algo precioso... ser distorcido.


“O que veio depois foi ainda pior.” Yang Chao prosseguiu, com sua voz perdendo parte da serenidade: “Dois dos nossos Guardiões Imperiais... Yang Yin e Yang Fen... voltaram da Singularidade diferentes.”


“Voltaram diferentes?” Yang Hao franziu o cenho.


“Sim.” Yang Chao confirmou: “Eles voltaram da Singularidade com personalidades bastante alteradas. Eles sempre foram leais, mas quando voltaram… algo estava errado.”


“Eles estavam provocativos, desrespeitosos… Soberbos.”


“Nós os seguimos e eles fizeram contatos com pessoas que desapareceram, que parecem nunca ter existido e que eles se recusavam a dizer quem eram.”



“Tudo neles gritava perigo… Fraude.” Yang Chao explicou, antes de prosseguir: “E então, Yang Feng, Yang Gengi e eu decidimos prendê-los, por precaução.”


Yang hao estreitou os olhos, preocupado com o fato de Guardiões Imperiais tendo que prender uns aos outros.


“Eles continuaram do mesmo jeito, até que… Um dia, quando fomos vê-los, eles simplesmente desapareceram.”


“Eles não forçaram nenhuma porta ou parede, eles simplesmente desapareceram, deixando mendigos nas celas onde eles deveriam estar.”


O relato de Yang Chao se instalou no peito de Yang Hao como um punhal feito de memória e frustração. Mas quando as palavras “desapareceram” foram ditas, algo dentro dele paralisou. Seus olhos se estreitaram com tamanha força que parecia que estavam tentando rasgar a realidade à sua frente para entender o absurdo.


“Desapareceram…?” Ele repetiu, como se precisasse da confirmação para aceitar o que seus ouvidos acabaram de captar.


Yang Chao assentiu, com pesar: “Sem rastros. Sem energia. Sem sinais de combate. Eles simplesmente sumiram. E no lugar deles... mendigos.”


“Mas… as celas...” Yang Hao murmurou, mais para si do que para os outros: “Aquela prisão foi desenhada para conter Santos de alto nível. Ela suga toda e qualquer conexão com energia espiritual. Isola cada centímetro cúbico. Nenhum som entra. Nenhuma transmissão sai. Somente alguns de vocês sabem sobre ela… Ela foi feita para conter pessoas como nós!”


Ele silenciou por um instante, tentando encaixar as peças.


“E mesmo assim, eles sumiram.” Completou, quase como uma constatação fatal.


Um arrepio percorreu a espinha de Shara’Kala. Cruz rangeu os dentes em silêncio. O peso das implicações era grande demais.


“Então os clones não só estão andando por aí… como já superaram nossas defesas e se infiltraram em nossas fileiras.” Yang Hao declarou, com uma frieza assombrosa na voz.


“Sim.” Yang Chao respondeu, antes de continuar: “Mas algum tempo depois… Yang Yin e Yang Fen saíram da SIngularidade, de novo. Machucados. Exaustos. Mas vivos. E eles… eram eles.”


Yang Hao voltou franziu o cenho e continuou escutando Yang Chao, que dizia: “Eles disseram que estavam presos, não mortos. Que haviam sido capturados dentro da própria Singularidade. Que viram os clones deles saindo em seus lugares.” 


“Os dois passaram por todas as provas possíveis. Provas mentais, provas de energia, até de assinaturas espirituais…”


Ele respirou fundo, e então disse, com medo do imperador se enfurecer: “E então… Zao Tian os examinou pessoalmente.”


O nome fez os olhos de Yang Hao se apertarem. Havia respeito e rivalidade naquela reação. Uma espécie de reconhecimento silencioso entre titãs que nunca jogaram no mesmo time, mas sabiam quem o outro era.


“Ele leu a mente deles até o fundo. Buscou memórias que nem mesmo eles lembravam. Procurou eventos compartilhados, traumas ocultos, momentos de infância… tudo. E então, ele nos deu a resposta.”


Yang Chao ergueu o olhar para o imperador com solenidade: “Eles são os verdadeiros.”


O silêncio que se seguiu foi diferente de todos os anteriores. Não era vazio. Era cheio. Carregado de significados, de medos e de descobertas.


Yang Hao se virou lentamente e ficou de costas para os três por um tempo. O suficiente para que ninguém visse os músculos de seu rosto se contorcendo em conflito. A dor de ver seu império corrompido por dentro. A revolta de saber que inimigos que ele exilou voltaram com uma arma que desafia a lógica do mundo espiritual. E a humilhação silenciosa de saber que, enquanto estava preso ali, alguém vestia o rosto de seus aliados… e talvez até o dele.


“A Família Shui.” Ele sussurrou, como se cuspisse veneno.


Yang Chao assentiu: “Eles lideram a engenharia dos clones. Desenvolveram técnicas que não foram compartilhadas nem com o Olho. Técnicas próprias. Assim como fizeram com Ye Yang… eles fazem imitações perfeitas.”


“E por quê?” Yang Hao então se virou, furioso: “Por vingança? Por poder? Eles sempre foram cães. E agora…?”


“Agora eles são mestres em um jogo silencioso.” Shara’Kala respondeu: “Eles não querem tomar o trono. Eles querem estar do lado que lhes dará mais regalias.”


Yang Hao inspirou profundamente, sentindo um gosto metálico que não vinha de sangue, mas de uma fúria contida por ciclos demais.


A menção da Família Shui rasgava a parte mais amarga de sua memória.


Ele os conhecia bem.


Sabia o quanto eles rastejavam por poder, o quanto se curvavam sorrindo, enquanto cravavam facas pelas costas. Foram exilados por ele com todos os motivos possíveis: traição política, alianças veladas, manipulação de registros internos da dinastia… Mas ele jamais imaginou que eles teriam coragem o suficiente para fazer algo assim. Nunca.


Os Shui se unindo ao Olho, isso era impensável, porque até gananciosos como eles têm algum bom senso. Mas agora, eles estavam no coração do problema mais profundo de toda a guerra.


“Eles eram servos.” Yang Hao disse com uma amargura tão densa que parecia que o espaço em volta se tornava mais frio: “Servos que fingiram humildade enquanto acumulavam conhecimento que não lhes pertencia. Quando os expulsei, achei que havia dado ao mundo um presente... mas, na verdade, libertei a praga.”


“Eles não querem poder direto.” Completou Yang Chao, com os olhos semicerrados: “Eles querem influência. Eles se posicionam atrás de outros. Sempre atrás. Sempre nas sombras. Deixam que os monstros façam o trabalho enquanto colhem os lucros.”


Yang Hao assentiu com a cabeça, e Yang Chao prosseguiu: “Eles não estão na frente das tropas do Olho. Não gritam slogans. Não se banham em glória. Eles estão sempre um passo atrás, moldando… simulando… substituindo.”


“E agora…” Cruz completou, com os olhos ainda sombrios: “Eles têm uma fábrica de versões imperfeitas da gente. Espalhadas como peças de xadrez.”


Yang Hao cerrou os punhos. O calor da Ressurreição Ardente ainda pulsava dentro dele, mesmo que fraco. E aquele calor crescia à medida que as palavras se organizavam em sua mente como uma sentença.


“Eles querem apagar nossa história… Sempre quiseram” Ele disse, encarando o vazio: “E substituí-la por uma narrativa onde cada nome importante pode ser moldado, alterado ou simplesmente... descartado.”


O silêncio que caiu depois disso era tão grosso que parecia absorver o som da respiração.


Até que, enfim, Yang Hao olhou de volta para os três.


“Eles mexeram com o nome da minha dinastia… com os rostos dos meus guardiões… com o corpo do Cruz… com o destino da Khan dos orcs…” A voz dele baixou de tom, tornando-se quase um rosnado: “E fizeram isso enquanto eu estava preso nesse ciclo.”


Depois dizer aquilo, ele ergueu o queixo e falou: “Pois então que o ciclo acabe. Seja lá o que precisam que eu faça para acabar com isso, eu estou dentro!”


Yang Chao se ergueu de imediato. Shara’Kala também. Cruz demorou um segundo a mais, mas seu corpo respondeu àquela energia como um cão velho reconhecendo o chamado da guerra.


“Vamos queimar a mentira até sobrar só a verdade.” Completou o imperador.


E naquele momento, pela primeira vez em incontáveis ciclos, quando a realidade de seu próprio tempo bateu à porta, Yang Hao deixou de ser apenas o sobrevivente da Singularidade.


Ele voltou a ser o Imperador.



O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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