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Capítulo 0959 - A Origem do Mal 5

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Tenham uma boa leitura!]


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A mente compartilhada da Trindade tremia como uma tempestade concentrada enquanto batalhava contra Gold.


Samir falava, mas era Amin quem movimentava a energia. Rachid tentava manter o campo de lógica estabilizado, mas a sincronia começava a rachar. A presença de Zao Tian nas memórias era uma ferida aberta... mas o que os fazia realmente se contorcer era o outro homem.


Gold.


Aquele nome, que para tantos soava como uma lenda extravagante ou uma ironia viva, agora ecoava dentro da mente deles com uma gravidade incômoda.


"Isso é patético…" Amin resmungou com uma voz embebida de orgulho ferido.


"Ele deveria estar enfrentando-nos sozinho!" Vociferou Samir.


"Ele é um covarde..." Rachid sussurrou, traçando diagramas espirituais para conter uma falha dimensional que se formava em torno do campo de batalha mental.


Do outro lado, parado sobre um platô abstrato formado por pensamento e memória, Gold estalava os dedos como quem marca o ritmo de uma sinfonia improvisada.


"Vocês estão mesmo reclamando sobre eu estar aqui?" Ele sorriu: "Três contra um, e ainda assim… querem alguma justiça? Querem chamar alguém de covarde?"


Ele, então, deu dois passos à frente. O espaço se moldou ao redor de seu corpo como se fosse sua roupa natural.


"Vocês são três, mas pensam como um. Isso deveria ser uma vantagem, não? Um só pensamento, uma só vontade, uma só arrogância." Gold provocou.


Amin, em resposta quase espasmática, lançou um dardo espiritual, que ricocheteou em uma superfície invisível. Gold nem desviou.


"Mas algo está errado…" Gold apenas continuou, apertando os olhos, analisando-os com aquela expressão típica de quem enxerga o que ninguém mais vê: "Não é o fato de eu estar aqui que os irrita… Não é o fato de ter alguém aqui… É quem está aqui. Não é sobre força. É sobre identidade."


A Trindade hesitou por um segundo. Pequeno. Mas Gold percebeu.


"O problema é que sou eu." E ali, Gold tocou uma verdade que eles não queriam admitir. E que doía como veneno.


Não era Zao Tian não estar lutando sozinho.


Não era a interrupção.


Era ele.


Gold.


O fracasso vivo da supremacia deles. O nome que nunca deveria ter persistido. O homem que, por lógica, já deveria estar morto há muito tempo.Alguém reconhecidamente maior do que eles.


Mais polido. Perfeito.


"Vocês sabiam que eu não desapareceria, não é?" Gold perguntou com sarcasmo: "Lá atrás, quando nos encontramos pela primeira vez… vocês sentiram."


"Medo."


"Não." Amin respondeu entre os dentes.


"Não!" Rachid reforçou.


"Mentira!" Samir gritou.


Gold ergueu a mão e todo o espaço ao redor distorceu, criando espelhos feitos de luz, revelando cenas anteriores, momentos em que os três hesitaram. Cenas que eles tentaram enterrar.


"Vocês nunca falaram disso entre si, não é?" Gold provocou, agora andando em círculos: "Essa sensação de que talvez... só talvez... vocês não sejam completos o bastante para me apagar."


As mentes da Trindade se estremeceram.


Zao Tian, ainda conectado a uma porção interior da mente de Amin, sentiu essa rachadura emocional. A dor não era física. Era existencial.


Eles se consideravam um ideal.


Gold era a negação viva desse ideal. A antítese que provava que não precisava ser igual a eles para se tornar superior.


Porque ele era o erro fora da curva. O fator caótico que resistia ao plano matemático da perfeição deles.


"Eu sou o ruído." Gold então disse, como se pudesse ouvir os pensamentos de Zao Tian também: "Sou a parte da equação que vocês não conseguem simplificar."


Um campo mental de terra então se ergueu sob os pés de Gold, um ataque de Samir. Chamas se estenderam como garras sobre o céu de pensamentos, cortesia de Amin. Rachid injetou veneno psíquico diretamente nas conexões espirituais que oscilavam em torno de Gold.


Mas ele apenas suspirou… e tudo se dissolveu em névoa.


"Querem saber o que mais eu sou?" Ele sussurrou, e sua voz explodiu como um trovão na mente coletiva dos três: "Sou o homem que pensa sozinho. Que sente sozinho. Que sofre e evolui... sozinho. Enquanto vocês precisam uns dos outros para existir."


A última frase atingiu fundo.


Porque ela não era apenas um insulto.


Era uma constatação.


Zao Tian viu, pela primeira vez, os três uivando dentro da própria mente.


Não como guerreiros. Mas como garotos que, um dia, decidiram nunca mais estar sozinhos... e agora, pela primeira vez, estavam diante de alguém que havia dominado o isolamento e transformado isso em força.


O campo mental rugia. As estruturas lógicas da Trindade tentavam se recompor. Mas havia uma rachadura ali agora.


Pequena.


Silenciosa.


Mas real.


Zao Tian sentiu. Gold também.


E enquanto o segundo sorria, o primeiro era levado direto para mais um ponto derradeiro da história da Trindade.


O impacto emocional deixado por Gold ainda reverberava como um eco antigo, mas o espaço mental dentro de Amin não dava trégua. Zao Tian sentiu a gravidade mudar ao seu redor, e o cenário foi se dissolvendo como cera exposta à chama.


A nova memória se revelou com o silêncio das decisões que não podem ser desfeitas.


Era noite na antiga casa da família.


A biblioteca, aquela que antes pulsava com luz, debate e vivacidade, agora era uma sala envolta em penumbra. As cortinas estavam fechadas, e as velas que iluminavam o ambiente lançavam sombras longas nas paredes repletas de estantes.


No centro, os três irmãos sentavam-se lado a lado, em absoluto silêncio. Diante deles, sobre uma almofada de linho negro e tecido dourado bordado à mão… o livro.


Aquele livro.


O presente mais simbólico que já haviam recebido do pai.


Não era um livro qualquer.


Era único. Eles sabiam.


O pai deles queria que ele só fosse lido quando os três chegassem a um ponto de estagnação em suas vidas, mas eles não conseguiam mais esperar. A fome era demais. A curiosidade alimentava essa fome, e o desejo era tentador.


Eles então abriram.


Páginas coladas e costuradas à mão, envelhecidas pelo tempo, mas protegidas por camadas de energia seladora. O título, gravado com tinta ferrugem, não se lia. Não precisava.


As memórias de Pemma Wangchuck.


Aquele que, um dia, foi conhecido como o Conquistador. O maior tirano da história de Decarius. O mesmo homem que renunciou à própria tirania para viver como monge em silêncio, depois de matar tudo o que amava e quase extinguir seu próprio povo.


O mesmo homem que, em sua erudição, ousou escrever.


A última coisa que Pemma deixou para o mundo estava nas mãos deles. Transcrito, copiado e envelhecido cuidadosamente pelo seu próprio pai, para parecer o original.


Zao Tian observava da beira da consciência. Ele não era parte da cena. Era uma presença indesejada. Mas também era uma testemunha que não seria ignorada.


Rachid foi o primeiro a tocar o livro.


O selo espiritual se rompeu como um suspiro cansado. Como se o próprio autor, mesmo além da morte, permitisse que aquilo fosse lido apenas por aqueles que realmente precisavam ler.


O pai deles havia deixado claro que aquilo deveria ser lido somente quando estivessem prontos.


Mas eles não pediram permissão.


Estavam fartos de esperar.


A primeira página não trazia prefácio, nem dedicatória.


Era apenas uma frase, escrita com caligrafia irregular, como se cada letra fosse uma ferida: “A primeira pessoa que precisei perdoar fui eu.”


Samir leu em voz alta. A frase pareceu fazer o ar pesar mais.


Amin revirou os olhos, mas não interrompeu.


Rachid virou a página.


O texto era fragmentado. Uma colcha de pensamentos, lembranças, diálogos, reflexões amargas e tentativas de compreensão.


Pemma falava de si como quem fala de um inimigo íntimo. Falava de todas as vidas que tirou. De como acreditava estar certo. De como era venerado, temido e obedecido... até o dia em que ficou sozinho. Com suas armas. Sem seu império. Com sua culpa.


“Eu amei e matei os mesmos rostos. Amei um povo que moldei com punhos de ferro, e destruí porque achei que fosse protegê-los da fraqueza.”


"Eu perdi tudo. E no fim... nem dor eu sentia mais. Sentia vazio. E o vazio... grita. Ele me deixava louco.”


O silêncio dos irmãos se tornava mais denso a cada linha. Nenhum deles ousava comentar.


Mas então, entre relatos e devaneios, surgia algo inesperado.


Pemma falava de alguém com reverência.


Gold.


Zao Tian sentiu o ambiente espiritual estremecer. Amin, mesmo dentro da memória, resistia. Samir franzia o cenho. Rachid apenas observava.


"Encontrei Gold em um dos poucos momentos em que não precisei matar ninguém. Que eu não queria matar ninguém." Dizia a caligrafia curvada sobre o papel: "E pela primeira vez... tive vergonha de olhar para cima."


"Ele era arrogante. E me superava em todos os outros aspectos além desse sentimento frívolo."


"Não só em força. Não só em técnica. Mas em clareza. Em liberdade. Em propósito."


"Eu, com meus exércitos. Ele, com seu silêncio. Com a liberdade de não fazer nada enquanto uma criança destruía o seu quintal."


“Eu era a criança. Eu destruí o quintal dele…”


“Mas ainda assim… Quando seu discípulo veio se vingar por todas as vidas que eu tirei… Ele me protegeu.”


“Ele estendeu a mão para mim.”


“Acreditou na minha mudança.”


“E desde então… Eu jurei nunca mais matar!”


"O mundo não precisava de mim para protegê-lo. Porque o mundo tinha ele!”


“Ele caminhava entre nós como se não pertencesse a este mundo. Mas ainda assim… sabia como ninguém onde colocar os pés."


"Enquanto eu impus o medo por quase toda a minha vida... ele impunha presença."


“Ele só precisava estar em algum lugar para que todos se calassem.”


"Enquanto eu fazia discursos... ele olhava nos olhos."


“Um único olhar dele dizia mais do que qualquer palestra.”


“Eles eram sinceros.”


"Enquanto eu carregava o peso do mundo nas costas… ele sustentava o universo."


"Por anos tentei odiá-lo. Por anos tentei superá-lo. E, no fim… quando eu finalmente o vi… cara a cara… aprendi com ele."


“Porque ele sentiu pena de mim.”


“E eu não me ofendi.”




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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