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Capítulo 0963 - A Origem do Mal 9

[Capítulo semanal. 


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Tenham uma boa leitura!]


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O start para a mudança havia sido dado. E não foi um grito. Não foi uma revolta. Foi o silêncio entre uma página e outra.


Foi aquele instante em que três mentes, interligadas por uma técnica, mas divididas por nuances, encontraram um ponto comum tão profundo que nenhuma outra lembrança jamais seria suficiente para desfazê-lo.


A Trindade não apenas compreendeu a história de Gold e Heimdall. Eles a absorveram. A despiram de intenções e lições, arrancaram dela a moral, e deixaram apenas o esqueleto nu de poder e oportunidade.


Heimdall, para o mundo, era o algoz.


Gold, o mártir.


Mas para Amin, Samir e Rachid… ambos eram fracassos.


O primeiro, por precisar de entretenimento para se distrair de sua vigilância absoluta.


O segundo, por ter rejeitado o trono que lhe foi deixado vazio.


Gold viu o olhar como maldição.


Heimdall o usou como arma.


A Trindade viu o olhar como destino.


Ali, naquele ponto da memória onde as páginas já não giravam, mas onde o pensamento ecoava, tudo se solidificou. Não havia mais hesitação. A chave havia sido virada.


E o mundo deles jamais voltaria a ser o mesmo.


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Uma nova lembrança surgiu como um vendaval que invade uma sala silenciosa. Ela não começou com palavras ou imagens, mas com um cheiro. Um cheiro de maresia, de terra molhada, de liberdade.


Era o pátio da casa.


Aquela que fora, um dia, um lar acolhedor que os prepara para o mundo.


O céu estava cinzento, mas não chovia naquele dia. O vento soprava com pressa, como se quisesse levar alguém dali. E ele levaria.


Amin, Samir e Rachid estavam de pé diante da porta principal, com mochilas prontas, selos reforçados, armas ocultas e um silêncio que não precisava ser traduzido. Não era fuga. Não era missão. Era saída. E era um final.


O pai deles estava parado alguns passos atrás, em frente à biblioteca.


Seus olhos não estavam marejados devido às circunstâncias. Estavam secos, fundos, como se há muito tivessem deixado de chorar. Ele os encarava como um homem que vê sombras de um sonho que já foi belo… e que agora ameaça devorar o mundo.


Por um instante, ele quis impedi-los.


Por um instante, quis chamá-los pelo nome, não pelo título.


Mas algo dentro dele, algo forte e protetor, o conteve.


Porque ele já os temia.


Não por seus poderes. Mas por seus olhos.


Aqueles olhos já não brilhavam com a curiosidade dos filhos. Brilhavam com a certeza dos predadores. Com a quietude de quem carrega dentro de si uma convicção que não será quebrada por ninguém.


Eles estavam indo para o mundo.


Não para explorá-lo. Mas para moldá-lo.


Não para crescer. Mas para se posicionar como pilares.


“Vocês…” O pai tentou dizer algo, mas sua voz falhou.


Rachid, com a gentileza cruel que só ele sabia conjurar, sorriu de leve e prometeu: “Não vamos destruí-lo, pai.”


“Ainda não…” Completou Samir, com um veneno poderoso disfarçado de riso.


Amin apenas olhou para trás. E naquele olhar, havia tudo o que precisava ser dito: “Você fez isso. Nós somos o que você construiu. E agora… vamos construir o nosso próprio império.”


O pai deles fechou os olhos. Respirou fundo.


E não respondeu.


Porque, em seu íntimo, havia um alívio sombrio.


Ele não suportava mais estar sob o mesmo teto daqueles três.


Já não sabia onde começavam os filhos… e onde terminava a ameaça.


Ele tinha medo.


Ele temia fechar os olhos e ser apunhalado enquanto dormia.


Ele já não reconhecia seus filhos. Não reconhecia sequer pessoas naqueles três.


Ele não via mais humanidade nos olhares curiosos que um dia ele alimentou. 


Ver a Trindade partir não era perder os filhos.


Era manter vivo o que ainda restava de si.


Eles partiram em silêncio. O chão não estremeceu. O céu não escureceu. Nada no mundo reagiu.


Mas ali, naquele dia… o mundo mudou.


Zao Tian, observando tudo da consciência de Amin, sentia o mesmo arrepio que o pai deles deve ter sentido naquela despedida silenciosa.


Ele viu o que ninguém viu.


O exato momento em que os três deixaram de ser promessas. E se tornaram a sentença.


Eles não saíram de casa como aventureiros, nem como discípulos em busca de sabedoria. Eles saíram como agentes de um ideal silencioso, moldado por dor alheia, e lapidado por escolhas egoístas.


Carregavam consigo a vontade de serem o olho.


E mais do que isso… carregavam a certeza de que o universo merecia ser observado. Julgado. Corrigido.


Por eles.


“Eles não vão parar.” Zao Tian murmurou para si mesmo, ainda sem saber se era uma constatação… ou um presságio.


Não havia nada além da morte que poderia impedi-los de seguir adiante.


Aquela memória não terminou com uma explosão ou um conflito.


Terminou com três figuras se afastando por uma estrada poeirenta, sem olhar para trás.


Porque o passado, para eles, não importava.


A partir dali, só existia o caminho para o trono. Ou melhor… para o ponto mais alto.

De onde poderiam, finalmente, olhar para tudo. Sem jamais precisar piscar.


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Eles partiram como sombras silenciosas.


Sem trilha.


Sem testemunhas.


Sem rastro algum que não fosse deixado de propósito.


Durante os primeiros anos, não se ouviu falar deles. Nenhum feito heróico ou cruel. Nenhuma calamidade anunciada. Nenhuma marca grandiosa que o mundo pudesse registrar.


E isso era proposital.


A Trindade não estava interessada em fama, nem em aclamação.


Eles buscavam mais.


Eles queriam as raízes.


Queriam as entranhas do mundo.


Queriam conhecer, absorver, e então… redesenhar.


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A primeira década foi marcada por passos estratégicos.


Vivendo em ruínas esquecidas, montanhas ocultas, regiões que nem os mapas se davam ao trabalho de mencionar, os irmãos se isolaram de tudo que pudesse interferir naquilo que estavam se tornando.


Eles rejeitaram títulos, ignoraram missões oferecidas por reis, recusaram alianças de grandes casas. Não por orgulho… mas por cálculo.


Porque eles sabiam que todo vínculo era um grilhão. Toda lealdade, um risco. E toda dependência… um ponto fraco.


Eles viveram sozinhos. Mas não como eremitas.


Viveram como estudiosos, caçadores e juízes de tudo que tocava a ideia de absoluto.


Eles não compravam qualquer briga.


Isso era outra lição aprendida cedo.


Jamais enfrentaram alguém que não pudessem vencer.


Jamais se envolveram em conflitos públicos.


Jamais alimentaram guerras que não tivessem sido iniciadas por eles mesmos.


Eles observavam.


Esperavam.


E quando agiam… ninguém percebia.


Naquele tempo, as vitórias da Trindade não eram contadas em corpos ou troféus.


Eram medidas em descobertas.


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Durante uma temporada nos desertos mortos do sul de Gard, Rachid descobriu uma biblioteca soterrada por milhares de anos, construída por uma civilização que caiu sob a campanha de Pemma Wangchuck. 


Os textos eram quebrados, caóticos, mas escondiam fórmulas de conjunção energética. Conceitos, teorias que contrariavam a lógica moderna. 


Eles passaram meses lá. Decifrando. Absorvendo.


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E isso era apenas o começo.


O mundo havia descartado esse tipo de conhecimento. O mundo havia esquecido que a história não se escreve apenas com glória, mas também com obsessão.


A Trindade não queria poder pelas vias convencionais. Eles queriam os atalhos que ninguém entendia.


As falhas da realidade.


Os códigos escondidos atrás da linguagem comum.


Eles andaram entre os loucos e os esquecidos, e neles viram mestres.


Eles ouviram pensadores bêbados, cientistas desacreditados, monges abandonados por seus templos, curandeiros considerados charlatões.


E de cada um deles, extraíram algo.


Porque eles não julgavam pela aparência, nem pelo prestígio.


Eles sabiam que a verdade, às vezes, se disfarça de insanidade.


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Enquanto os impérios se chocavam, enquanto as guerras de sucessão moviam reinos, enquanto grandes clãs disputavam migalhas da história… A Trindade cavava mais fundo.


Em cada ruína, em cada civilização perdida, em cada seita que havia sido exterminada… Eles buscavam aquilo que ninguém mais queria.


Eles queriam a verdade que só os derrotados conhecem. Porque os vencedores escrevem livros.


Mas os vencidos… enterram segredos.




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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