top of page
Garanta o seu exemplar.png

Capítulo 0964 - A Origem do Mal 10

[Capítulo patrocinado por Alberto Augusto Grasel Neto. Muito obrigado pela contribuição. 


ATENÇÃO: LINK ATUALIZADO. Venham fazer parte da nossa comunidade no Telegram! https://t.me/+tuQ4k5fTfgc1YWY5


ATENÇÃO: OS EXEMPLARES FÍSICOS E DIGITAIS DO PRIMEIRO LIVRO DE O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ JÁ ESTÃO DISPONÍVEIS NAS MAIORES LIVRARIAS DO BRASIL E DO MUNDO. APOIE O NOSSO TRABALHO E GARANTA JÁ UM EXEMPLAR TOTALMENTE REESCRITO E REVISADO, E COM TRECHOS INÉDITOS.


Quer ver um mangá de O Último Herdeiro Da Luz? Então, a sua ajuda é muito importante para que possamos alcançar novos limites!


Para patrocinar um capítulo, use a chave PIX: 31988962934, ou acesse https://www.ultimoherdeirodaluz.com/patrocinarcap para outros métodos de pagamento, que podem ser parcelados em até 3x sem juros.


Para ver as artes oficiais da novel, que estão sendo postadas diariamente, siga a página do Facebook https://www.facebook.com/Herdeirodaluz


Ou a página do instagram https://www.instagram.com/herdeirodaluz/


Todas as artes e outras novidades serão postadas nas nossas redes sociais, e vêm muitas outras por aí, então siga as nossas páginas e não perca a chance de mostrar à sua mente qual é o rosto do seu personagem favorito!


Ps: Link do Telegram atualizado!


Tenham uma boa leitura!]


-----------------------


Zao Tian ainda flutuava pela consciência de Amin, avançando através das camadas de memórias como um espectro silencioso que observava, sem ser percebido, o lento e inexorável crescimento da Trindade.


Os anos se sucediam em flashes rápidos, como páginas viradas depressa em um livro que ninguém mais ousava ler. E cada página nova, cada imagem, cada sensação… era uma revelação.


Os irmãos, inicialmente estudiosos e silenciosos, começaram a se aventurar pelo mundo dos homens novamente. Mas desta vez, eles não buscavam aceitação ou qualquer tipo de validação externa. Eles não precisavam mais disso. Sua identidade havia sido forjada em segredo, em isolamento, longe dos olhos do mundo.


Agora eles estavam prontos para dar um passo à frente.


Não em direção ao palco principal, mas para os bastidores. Para onde as verdadeiras decisões eram tomadas.


-------------------------------------------------


A primeira memória a emergir nessa nova fase era a de uma pequena taverna, localizada em um porto sujo e esquecido nos confins de Gard. Amin estava sentado à mesa, com Samir ao seu lado. Rachid permanecia de pé próximo à porta, atento, com olhos que não se fixavam em nada, mas percebiam tudo.


Um homem de aparência frágil entrou e sentou-se à mesa. Ele não ergueu os olhos, apenas empurrou um pedaço de papel velho na direção de Amin, como se aquilo lhe queimasse as mãos. Sua voz carregava o medo de estar ali, era apenas um sussurro trêmulo.


“Está aqui. O que vocês procuram. Mas também tem… outras coisas.” O homem disse.


Amin abriu o papel com indiferença e começou a ler. O que ele buscava eram mapas antigos, rotas esquecidas para artefatos místicos que muitos julgavam serem apenas lendas. Mas seus olhos logo pararam nas outras anotações espalhadas pelas margens.


Informações sobre um lorde do sul que tramava matar seu próprio filho por ciúme; um general do exército de Gard que escondia sua fraqueza em combates noturnos; detalhes sobre o verdadeiro passado de um lorde cuja linhagem havia sido falsificada; até mesmo intrigas amorosas que poderiam ruir famílias tradicionais inteiras estavam naqueles papéis.


Amin não pediu aquilo. Nenhum deles pediu. Mas ele leu e pagou mesmo assim. Porque ele sabia que qualquer segredo tinha valor, bastava esperar o tempo certo.


“O preço combinado. Mais um bônus pelo material extra.” Amin deslizou um saco de moedas para o informante, que pegou e se levantou imediatamente, quase correndo para longe, com medo de ficar mais tempo do que o necessário perto daqueles homens que transpiravam um perigo silencioso, mas pagavam muito bem.


-----------------------------------------


Em outro momento, Zao Tian viu Samir negociando com uma mulher velha, em uma cabana afastada em meio a florestas densas. Eles buscavam registros antigos, textos que falavam sobre pesquisas de controle de veias espirituais que haviam se perdido no tempo.


Mas, mais uma vez, ela entregou junto um segundo pacote: cartas privadas entre dois governantes de Hill que planejavam dividir terras secretamente, informações sobre um golpe interno iminente em um clã de renome e até mesmo a lista dos filhos ilegítimos de um influente chefe militar.


Samir, sem demonstrar surpresa, pagou pela informação sem hesitação, guardando os papéis com a mesma seriedade de quem manuseava armas afiadas.


Rachid, parado à porta, sorriu discretamente para a mulher e disse apenas: “Você fez um bom trabalho. Se tiver mais informações do tipo, você sabe como entrar em contato conosco.”


A mulher acenou enquanto parecia sentir um misto de medo e ganância ao mesmo tempo.


Amin, entretanto, avisou: “Nós pagamos por informações, não por traições! Se tiver algo bom para nós, será paga. Se tiver algo mau para nós, será cobrada!”


A mulher acenou repetidamente em medo. 


-------------------------------------------


Zao Tian testemunhou repetidas cenas semelhantes, em lugares variados, de informantes assustados trazendo aos irmãos mais do que eles buscavam. E sempre, sem exceção, a Trindade pagava o preço justo por todas as informações, independentemente de sua relevância imediata.


No começo, parecia apenas um acaso, mas logo ficou claro para Zao Tian que não havia nada acidental nisso. A reputação deles já havia crescido. Os irmãos não eram apenas clientes comuns de informações. Eles eram colecionadores de segredos. Guardiões de verdades perigosas.


A palavra havia se espalhado no submundo e todo ganancioso e traidor de plantão tinha algumas certezas: “A Trindade paga bem. Não fazem perguntas. Não exigem explicações. Apenas recebem informações e pagam por elas.”


E assim, um mercado inteiro de segredos se abriu para eles, como um rio que encontrava seu curso natural.


------------------------------------------


Em uma memória especialmente clara, Zao Tian viu o trio reunido em uma caverna, protegidos por uma tempestade feroz do lado de fora. Uma fogueira crepitava, projetando sombras nas paredes irregulares enquanto eles discutiam calmamente, separando os papéis em pilhas metódicas.


Rachid lia cuidadosamente uma carta que revelava o ponto fraco estratégico de uma grande cidade. Amin estudava outro documento que expunha traições dentro de famílias nobres. Samir organizava informações pessoais que poderiam manipular indivíduos influentes.


“Isso tudo veio até nós sem que precisássemos pedir…” Amin murmurou, pensativo, folheando lentamente um diário roubado de um general que confessava seus maiores medos.


“Eles nos entregam suas fraquezas por um punhado de moedas…” Samir acrescentou com um sorriso frio: “Nós nunca tivemos que sujar as mãos.”


Rachid olhou para os irmãos e concluiu com uma certeza calma e profunda: “Porque já não somos vistos como ameaça para eles. Somos vistos como oportunidade.”


Naquele instante, algo estalou na mente de Zao Tian.


Eles não estavam apenas acumulando conhecimento. Eles estavam tecendo uma rede. Uma teia invisível e gigantesca, feita de verdades ocultas e pecados confessados em sussurros. Informações que, no momento certo, poderiam derrubar reinos inteiros sem a necessidade de levantar uma única espada.


-----------------------------------------


As memórias aceleraram novamente, mostrando reuniões secretas, trocas silenciosas de documentos em vielas escuras, encontros em templos abandonados, mercados clandestinos sob luas escuras.


E em cada um desses momentos, a Trindade parecia crescer não apenas em força e recursos, mas em controle.


A verdadeira força deles não estava na violência, nem na energia espiritual. Estava na informação e na sedução.


E eles tinham uma quantidade imensurável delas.


-------------------------------------------


Zao Tian continuava imerso naquela espiral de lembranças, sentindo o mundo girar ao redor das intenções da Trindade como se o universo fosse apenas mais um arquivo a ser lido, interpretado e usado. As camadas da mente de Amin, ou talvez da mente coletiva dos três, revelavam uma estratégia impecável de paciência, precisão e pagamento.


Eles pagavam bem.


Pagavam rápido.


Pagavam sempre.


E isso… criava laços.


--------------------------------------------


Os informantes começaram a voltar.


Não porque foram convocados. Mas porque queriam mais.


Mais moedas.


Mais reconhecimento.


Mais “agradecimentos”.


Eles começaram a trazer informações antes mesmo que fossem solicitadas. 


Verdades recém-descobertas, segredos arrancados à força, cochichos colhidos atrás de tapeçarias ou em alcovas reais. Era como se o mundo conspirasse para contar à Trindade tudo que não deveria ser dito.


E eles, como bons ouvintes, recompensavam.


Rachid inteligentemente passou a oferecer mais do que dinheiro para essas pessoas. Armas espirituais de valores astronômicos. Técnicas de ocultação para melhorar suas capacidades de obter informações. Pílulas de cura e de aceleração de cultivo. Itens que nem grandes clãs ousavam distribuir livremente, eles davam como se fossem pais orgulhosos de seus filhos.


A Trindade fazia questão de presentear além da quantia combinada, afundando os informantes em uma dívida silenciosa, da qual jamais poderiam sair.


Cada novo presente, cada nova troca, era uma âncora.


Uma corda invisível puxando aqueles homens e mulheres para um relacionamento que eles sequer sabiam que era um cativeiro.


Eles sorriam enquanto se prendiam. E a Trindade sorria de volta.


----------------------------------------


Zao Tian viu as mesmas faces voltarem repetidamente.


O mesmo homem da taverna de Gard, agora mais limpo e vestido como um mercador próspero, entregando segredos de senadores corruptos de Hill.


A mulher da floresta, agora acompanhada por jovens aprendizes, oferecendo mapas militares roubados de dentro do palácio de Gard.


Outros vieram. De todos os cantos. Forasteiros, nobres decadentes, filhos ilegítimos de reis e nobres. Todos unidos por uma certeza: a Trindade pagava melhor que qualquer um. Mais do que os reis. Mais do que os criminosos.


E eles sabiam o que fazer para manter esse fluxo de dinheiro e presentes entrando em seus bolsos: entregar verdades.


-----------------------------------------


Seus informantes começaram a criar pequenas organizações por conta própria. Tudo para ter mais acesso a mais informações, melhor qualidade nos seus serviços e, consequentemente, maior prestígio e lucros com a Trindade.


Foi nesse ponto que Rachid viu mais uma oportunidade balançar diante dos seus olhos como o sino no pescoço de uma cabra.


Ele tinha algo muito bom para usar, para explorar, então, Rachid instituiu a "Mão de Ouro", um sistema de reconhecimento e recompensa.


Todo informante fiel recebia uma moeda forjada em prata negra, com uma pedra dourada no centro. Um artefato simples, mas imbuído de energia espiritual que os reconhecia como fornecedores de confiança e dava-lhes acesso a outros com a mesma moeda.


Eles podiam negociar entre si, traçar planos mais ousados e com maiores ganhos. Rachid facilitou as vidas deles, porque, no fim, ele sabia que tudo o que eles conseguissem terminaria nas mãos da Trindade. O esforço deles aumentava, enquanto o da Trindade diminuía.


Com o tempo, essas moedas viraram símbolo de status no submundo.


Quem carregava uma… era intocável.


Quem tentava forjar uma… era caçado.


Mas quem tentava trair…


--------------------------------------


A lembrança seguinte veio e essa era diferente.


Zao Tian percebeu de imediato. O ar ao redor estava mais denso. O calor havia se tornado incômodo. Era como respirar cinzas.


Ele estava em uma espécie de salão subterrâneo, iluminado por cristais vermelhos cravados nas paredes. A Trindade estava reunida.


Os olhos dos três estavam baixos, mas não havia cansaço. Havia cálculo. Frieza.


Diante deles, uma pilha de papéis ainda estava sendo organizada por Samir.


“É isso.” Disse Rachid: “É oficial.”


“Ele tentou nos vender.” Amin concluiu, sem emoção alguma.


“Para quem?” Perguntou Samir, embora já soubesse.


“Para um grupo de caçadores de recompensas. Ofereceu nosso paradeiro, nossos métodos… e uma lista dos nossos fornecedores.” Rachid respondeu.


“Por quanto?” Samir quis saber.


Rachid respondeu, olhando fixamente para os irmãos: “Por três mil moedas e imunidade diplomática em Andros.”


Houve um segundo de silêncio. Mas não foi o silêncio de surpresa.


Foi o silêncio de frieza.


O de quem já sabia que algo assim aconteceria. Mais cedo ou mais tarde.


Amin puxou um pergaminho do manto e o esticou sobre a mesa. Era um mapa detalhado.


“Ele está aqui.” Apontou para um pequeno oásis ao sul de Gard, próximo da fronteira com Kaos: “Achou que poderia se esconder num lugar que ninguém se importa.”


Samir fechou os olhos e murmurou: “Foi burro.”


“Não…” Rachid corrigiu, enquanto se levantava e dizia: “Foi ganancioso.”


“E agora…” Amin disse, com um leve sorriso: “Ele vai descobrir o que acontece com os que não honram a Trindade.”


O clima da memória então escureceu.


A energia espiritual que emanava dos três começou a pulsar com um tipo de fúria não explosiva… mas profunda. Silenciosa. Mortal.


Eles não gritariam.


Não ameaçariam.


Não dariam aviso algum.


Apenas… iriam.


E o mundo, mais uma vez, veria que o preço da traição não era a morte. Era o medo de tudo que vinha antes dela.


Zao Tian sentiu aquela lembrança estremecer.


A Trindade havia tolerado erros. Havia perdoado imperfeições. Mas traição?


Traição custava mais do que a vida.


Custava o direito de ser esquecido.


E agora… eles iriam cobrar.



O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
bottom of page