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Capítulo 0967 - A Origem do Mal 13

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Tenham uma boa leitura!]


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A expansão do Olho não era mais uma teoria. Era uma realidade viva, pulsante e inevitável.


Zao Tian, ainda caminhando pelas camadas mais profundas da memória de Amin, viu os primeiros anos daquela nova era passarem como vultos apressados. Um mundo inteiro era reescrito nos bastidores, e o que antes era sussurro agora era doutrina, marca, decreto.


Contudo, com o crescimento da influência veio também a necessidade brutal de algo mais perigoso: poder absoluto. Mais poder do que eles já tinham.


O que a Trindade havia construído era vasto. Porém, vastidão chama guerra. E eles sabiam que, mais cedo ou mais tarde, não bastaria ver tudo. Seria preciso esmagar tudo que ousasse se opor.


Eles já eram fortes. Cada um deles, sozinho, era suficiente para dizimar exércitos médios com facilidade. Juntos, eles eram capazes de se opor até ao reinado de Gard.


Mas ser forte… não era mais suficiente.


Eles precisavam ser perfeitos. E perfeição exigia algo que ainda lhes faltava: uma evolução espiritual.


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A ideia não surgiu num lampejo.


Ela fermentou.


Ela cresceu como uma raiz silenciosa que se espalha sob a terra até encontrar uma estrutura para desabar.


Amin foi o primeiro a vocalizar o que já era inevitável.


“Não podemos permanecer limitados à nossa afinidade única.” Ele disse, em uma noite silenciosa nas profundezas de uma cripta antiga, rodeado pelos irmãos e pelo calor morno de uma fogueira azulada.


Samir, brincando com uma adaga, apenas sorriu.


“Concordo.” Disse ele: “Já cavamos o suficiente para saber que isso é possível.”


Rachid, mais contido, ponderou em voz baixa: “Não só é possível… como é inevitável. Se quisermos ser aquilo que enxergamos.”


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Nos fragmentos de livros proibidos em muitos lugares, nos registros esquartejados de civilizações mortas, a Trindade já havia encontrado teorias e práticas que, para muitos, eram apenas mitos perigosos.


A absorção de uma segunda afinidade elemental.


Um processo contestável. Tortuoso. Quase sempre fatal.


Requeria, entre outros horrores, a integração do que sobrava da alma de um grande cultivador ou de uma besta demoníaca de altíssimo nível, que carregasse o elemento desejado em sua essência.


Não era como aprender uma nova técnica.


Era alterar a estrutura do próprio ser.


Era reinventar a alma.


Era lutar contra uma outra consciência, ainda que morta, pelo controle de seu próprio corpo.


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Zao Tian sentiu o peso daquela decisão com nostalgia.


Ele mesmo tinha feito exatamente o que os irmãos pretendiam. 


Primeiro com Halfkor, cujo legado foi transmitido a ele depois de uma árdua batalha espiritual e mental. Depois, veio Moira, que apesar de não ter sido absorvida como Halfkor foi, lhe concedeu uma grande quantidade de energia espiritual e uma grande resistência ao frio.


Moira foi diferente, porque Zao Tian deu-lhe um novo corpo, usando e aperfeiçoando justamente o que Halfkor lhe deu após sua vitória. Contudo, o processo era parecido, e se não fosse pelo que aconteceu antes, naquele departamento de punição, na Província Dourada, talvez, Zao Tian não teria outro maneira de levar o legado de Moira para frente que não fosse usar os seus poderes, absorvendo seu espírito.


Isso lhe deu muita força, habilidades diversas e uma versatilidade que o diferenciava de um cultivador comum, até daqueles que eram considerados gênios. Ele sabia o quanto aquilo era perigoso em mãos erradas. Ele queria impedir que a Trindade fizesse o que pretendia. Mas aquilo era apenas uma memória.


Imune a interferências, uma memória podia apenas ser assistida como um filme cujo final já está pré definido.


Zao Tian pôde apenas continuar assistindo. E assim ele o fez.


Decididos a alcançar o próximo nível de evolução, os três irmãos, unidos em propósito como nunca antes, estabeleceram as condições perfeitas para eles.


Eles não aceitariam qualquer fonte.


Eles não aceitariam qualquer energia espiritual.


Eles queriam afinidades específicas.


Água. Escuridão. Ar.


Esses eram os elementos escolhidos pela Trindade.


Água, pela maleabilidade e versatilidade.


Escuridão, pela ocultação e força invisível.


Ar, pela velocidade e capacidade de matar sem sequer ser percebido.


Cada um daqueles elementos combinava com aquilo que estavam se tornando: entidades invisíveis, inevitáveis e inescapáveis.


Amin já controlava o fogo. Samir, controlava a terra. Rachid, controlava a vida. Eles já se complementavam em vários aspectos, mas fechando todos os elementos existentes em um único grupo… ou melhor… em um único ser, eles seriam perfeitos.


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Assim que a decisão foi tomada, a máquina de escavação de informações que era o Olho foi acionada.


Zao Tian viu como após uma única ordem a rede se movimentou como uma criatura viva.


Agentes foram mobilizados em todas as regiões conhecidas e desconhecidas. Se espalhando não apenas por Decarius, mas alcançando outros planetas no processo.


Tudo isso para cumprir a ordem da Trindade.


Informantes foram ativados em vilarejos, templos arruinados, mercados negros, bibliotecas escondidas, círculos clandestinos de cultivadores renegados.


Cada membro do Olho, consciente ou não, passou a ser parte da caçada.


O preço? Não importava.


O risco? Não importava.


Eles exigiam informações sobre relíquias espirituais.


Sobre sepulturas proibidas e estranhas.


Sobre regiões místicas e assombradas.


Sobre fragmentos de almas perdidas e locais onde grandes nomes morreram.


Sobre espectros antigos que ainda vagavam pelo mundo sem que ninguém ousasse perturbá-los ou que muitos sequer notassem suas existências.


Qualquer coisa que pudesse levá-los até as essências que carregavam os elementos desejados era válido e importante.


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Tratando-se de algo tão obscuro e místico assim, obviamente a busca não foi rápida. Não foi limpa. Não foi silenciosa.


Zao Tian viu informações chegarem de maneiras calmas, mas ele também viu guerras civis surgirem em vilarejos pequenos por conta de rumores espalhados pela rede.


Ele viu mestres de seitas antigas serem assassinados em noites silenciosas, e seus registros saqueados antes que suas mortes pudessem ser explicadas.


Ele viu pactos serem traídos.


Relíquias serem corrompidas.


Santuários serem profanados.


Tudo em nome de encontrar o que era necessário para a Trindade.


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Os irmãos eram claros em seus comandos.


“Nós não queremos batalhas inúteis.” Disse Amin no primeiro dia.


“Não tragam qualquer espírito de lenda para nós.” Advertiu Rachid.


“Só nos interessa aquilo que seja puro.” Finalizou Samir, com olhos brilhando em animação sádica: “Aquilo que possa sobreviver e complementar à nossa presença.”


Porque eles sabiam. Não era suficiente capturar uma alma. Era preciso domá-la.


Era preciso integrar-se a ela sem ser destruído no processo.


Só assim eles poderiam renascer, não como homens que controlam um império. Mas como entidades que sustentam um mundo.


A ordem era clara.


Encontrem as essências. Mas o método… o método era livre.


A Trindade sabia que ao soltar as engrenagens do Olho sobre o mundo, o processo não seria limpo. Não seria silencioso.


E, acima de tudo, não seria controlado em todos os detalhes.


Mas essa era a beleza do caos. Eles não precisavam sujar as próprias mãos. Bastava permitir que seus seguidores, ansiosos por reconhecimento e recompensas, fizessem o trabalho sujo por eles.


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As diretrizes dadas foram simples:


"Prioridade absoluta a informações relevantes."


"Evitem guerras abertas... se puderem."


"Conservem os alvos espirituais intactos."


"Tragam-nos o que for necessário, não nos tragam desculpas."


Além disso, nenhum dos irmãos disse que não poderiam usar força.


Nenhum dos irmãos disse que não poderiam assassinar, roubar, manipular ou destruir.


Nenhum dos irmãos disse que a vida dos outros importava mais do que os seus próprios objetivos.


Eles apenas sorriram... e deixaram a máquina funcionar.


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Zao Tian viu com clareza como a rede do Olho, descentralizada, autônoma, mas completamente leal, começou a se mover como enxames famintos.


Cada agente, cada informante, cada iniciado via naquela missão uma oportunidade dourada para ascender dentro da estrutura invisível da Trindade.


Os mais astutos sabiam: não era o dinheiro que movia o Olho. Era a chance de ser visto. De ser notado. De ser premiado.


De se tornar indispensável para o Olho, e, quem sabe, ser agraciado com um selo mais poderoso, um artefato, uma técnica rara, ou até um lugar de prestígio permanente sob o olhar benevolente da Trindade.


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As informações começaram a fluir.


E junto delas… a violência.


Não porque fosse ordenada. Mas porque era conveniente.


Porque era mais rápido.


Porque, no final, a Trindade pagava os custos. E quem pagava... não questionava o caminho percorrido.


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Vilarejos foram varridos do mapa por suspeitas infundadas.


Seitas isoladas foram saqueadas sob a desculpa de rumores antigos.


Antigas famílias foram massacradas por carregarem em suas histórias ancestrais lendas sobre pactos com bestas demoníacas.


Mestres cultivadores foram capturados vivos e tiveram suas almas torturadas com métodos cruéis, em busca de qualquer traço que pudesse ser vendido como informação valiosa.


Bibliotecas inteiras foram queimadas para ocultar a origem das descobertas.


Cidades menores, esquecidas pelos grandes reinos, passaram a temer não o exército de Gard, não as guerras dos cultivadores, mas o sussurro. 


A simples menção de que o Olho está procurando algo aqui já era aterrorizante.


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A violência não era apenas tolerada pela Trindade.


Ela era... aceita.


Aceita porque estava dando certo.


Aceita porque, a cada nova carta, a cada novo mapa, a cada novo boato extraído à força, o quebra-cabeça se completava.


Aceita porque os agentes do Olho, esses lacaios cada vez mais devotos, ficavam felizes em derramar sangue, desde que isso lhes rendesse reconhecimento.


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Zao Tian viu com horror o grau de depravação que a rede havia atingido.


Não por ordem dos irmãos. Mas porque eles não impediram. E porque a própria sede de aceitação era uma arma mais poderosa do que qualquer decreto.


Era fácil ser cruel quando se acreditava ser abençoado.


Era fácil cometer atrocidades quando se sabia que a Trindade não puniria, mas, pelo contrário, recompensaria.


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Dentro dos corredores do Olho, um novo ditado surgiu.


Não escrito.


Não dito em público.


Mas murmurando em cada transação obscura, em cada assassinato velado, em cada invasão silenciosa: "Melhor errar por excesso... do que falhar por omissão."


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Zao Tian percebeu então a verdadeira extensão daquilo.


A Trindade havia soltado seus cães no mundo. E, como os melhores mestres do mundo, eles sabiam quando puxar a coleira e quando deixá-los correr livres.


Até que o mundo sangrasse. Até que as essências que eles buscavam viessem à tona, fossem cuspidas das entranhas dos lugares mais secretos por puro medo. Até que, ao final da caçada, eles não precisassem mover um dedo.


Apenas abrir a mão. E receber.


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E Zao Tian sentiu: Daquele jeito, não demoraria.


A primeira essência já estava próxima de ser encontrada.


O eco da alma de uma criatura antiga, moldada na água, já era pressentido por dezenas de agentes.


E os irmãos… Eles já estavam se preparando. Porque em breve… muito em breve… Eles não seriam apenas o Olho que tudo vê. Seriam o mar que tudo arrasta.



O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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