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Capítulo 0968 - A Origem do Mal 14

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Tenham uma boa leitura!]


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O momento havia chegado.


Depois de algum tempo de uma busca insaciável, filtragem cruel de informações e sacrifícios que deixaram cicatrizes em reinos inteiros, a Trindade finalmente começava a traçar o mapa dos seus alvos.


Zao Tian, ainda imerso naquela consciência abissal de Amin, viu os fragmentos de informações se encaixarem como peças de um quebra-cabeça profano.


A primeira essência identificada não era apenas uma promessa vaga. Era uma certeza.


Uma criatura antiga. Uma besta demoníaca moldada nas águas mais puras do planeta.


Uma que havia marchado lado a lado com Moira durante a Grande Guerra, espalhando o terror e o respeito por onde passava.


Uma que foi derrotada… mas não destruída.


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Zaki, o infame carrasco dos heróis e vilões daquela era esquecida, havia sido o responsável por abater a criatura. Mas mesmo Zaki, com todo seu poder brutal e avassalador, não conseguiu eliminar sua essência por completo.


O espírito da besta não se dissipou. Ele adormeceu. E o local de seu repouso era tão hostil quanto o próprio ser.


O deserto de Kaos.


O lugar onde antes se erguia o Mar dos Monstros, governado por Moira, e agora um mar morto, coberto de areia abrasadora e tempestades que mutilavam a alma de quem ousasse atravessá-lo.


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O lugar era hostil, mas o maior obstáculo… não era o deserto.


Era o guardião que pairava sobre ele. Que reinava absoluto sobre o mundo… Zeus.


Não o Zeus de lendas compassivas ou mitos dourados. Mas o verdadeiro Zeus: um sádico colossal, entronado nas ruínas de um continente onde proibira a existência de leis, culturas e reinos.


Kaos, ironicamente batizado, era um território onde o mais forte sobrevivia, onde pactos valiam menos que poeira e onde o mais vil dos assassinos podia ser considerado rei por uma manhã, apenas para ser esquartejado ao meio-dia.


E Zeus observava tudo.


Não para trazer justiça.


Mas para se divertir.


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Zao Tian sentiu a tensão aumentar à medida que a memória mostrava os irmãos reunidos em uma sala escondida nos subterrâneos de Hill, analisando as informações recém-chegadas.


Amin, debruçado sobre o mapa, batia ritmicamente os dedos na borda da mesa. Rachid, calado, observava as linhas de poder espiritual desenhadas em torno de Kaos, que formavam uma rota até a besta.


Samir, com um sorriso discreto, parecia já se deliciar com o desafio.


“Ele vai saber que estamos lá.” Disse Amin, sem levantar os olhos.


“Não podemos impedir isso.” Rachid respondeu com a voz neutra: “Zeus sente a presença dos fortes. Não importa quão discretos sejamos.”


“Então…” Samir brincou com uma moeda dourada nas mãos: “Teremos que ser mais inteligentes do que fortes.”


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Eles sabiam que uma invasão direta era suicídio. Que uma demonstração de poder chamaria Zeus mais rápido do que um grito de socorro em meio ao caos. E que, pior ainda, tentar roubar algo do deserto sob a vigília daquele titã era como assinar uma sentença de morte.


Eles sabiam que ainda não eram fortes o suficiente para aquele desafio, mas também sabiam que Zeus não era um deus tradicional.


Ele não era movido por senso de dever, mesmo que deturpado. Ele era movido por diversão. Por jogos. Por acordos traiçoeiros.


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“Ele é um colecionador. Ele gosta de barganhas.” Disse Amin, pensativo: “De apostas. De desafios idiotas.”


“Ele se considera superior a todos.” Acrescentou Rachid: “Adora ver os outros se humilhando. E mais ainda… adora fazer com que os outros escolham a própria desgraça.”


Samir sorriu largo, com os olhos cintilando: “Então vamos dar a ele um jogo. Algo que pareça vantajoso. Algo que alimente seu ego.”


“E enquanto ele ri…” Amin concluiu: “Nós pegamos o que queremos.”


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O plano não era simples. Nem seguro.


Mas era o único viável.


Eles iriam até Kaos. Se infiltrar entre as massas desordenadas do continente. Disfarçar suas intenções sob pretextos falsos. E, ao final, provocar uma audiência com Zeus.


Uma que parecesse tão inocente quanto possível. Uma que oferecesse a ele algo de valor. Enquanto, nas sombras, seu verdadeiro objetivo avançaria sem alarde.


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Zao Tian via aquilo e entendia.


Os irmãos não eram apenas fortes.


Eles eram sagazes. Calculistas. Infiltradores natos. E, sobretudo, destemidos.


Eles tinham aprendido que o poder bruto é inútil contra um monstro que se alimenta de caos e iriam manipular um deus.


Contra Zeus, não se vencia pela força. Vencia-se pela paciência. Pela dissimulação.  Pela audácia silenciosa.


Eles enganariam um deus estando cara a cara com ele.


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A decisão foi tomada.


Não sem pesar. Não sem cálculo. Mas tomada com a frieza de quem entende o preço de seus sonhos.


Amin, Rachid e Samir sabiam que enganar Zeus não seria uma vitória limpa. Nem definitiva.


Eles poderiam conseguir a essência da besta. Poderiam completar o primeiro passo da evolução que buscavam. Mas também sabiam que, inevitavelmente, Zeus descobriria a traição. Descobriria que foi manipulado.


E quando isso acontecesse… o continente de Kaos, seus agentes, seus aliados, talvez até parte do próprio Olho, pagariam o preço.


Eles não seriam os únicos a sofrer.


Suas redes seriam golpeadas. Muitos de seus seguidores, inclusive aqueles que nada soubessem da missão real, seriam caçados e esmagados pela fúria do deus enlouquecido.


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"Ele virá." Disse Rachid, com a voz tranquila, como quem afirma a chegada inevitável da chuva: "Quando descobrir, virá pessoalmente."


"Vai esmagar o que puder, morder o que puder, antes de aceitar que foi enganado." Complementou Samir, cruzando os braços, com um sorriso torto no rosto.


"Mas…" Amin ergueu os olhos do mapa e cravou seu olhar nos dos irmãos: "Quando ele perceber, já estaremos longe. E já seremos mais fortes."


Ele não disse mais fortes apenas por arrogância. Ele dizia… porque planejava sobreviver àquilo diferente do que eram.


Planos de evacuação, de dispersão da rede, de manipulação de pistas falsas. Tudo isso foi estabelecido com antecedência.


Quando a caçada começasse, eles já teriam desaparecido nas sombras.


Por um tempo. Pelo tempo necessário.


Até que o Olho pudesse se reerguer ainda mais forte. Até que eles próprios… fossem imunes ao toque de deuses.


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O plano era simples em sua estrutura, mas mortal em sua execução.


Amin seria o encarregado de localizar a essência e absorvê-la. Rachid e Samir seriam a distração.


Eles se apresentariam diante de Zeus não como súditos ou inimigos, mas como jogadores.


Ofereceriam a ele o que ele mais adorava: um desafio e um grande prêmio.


Um jogo de vontades, de mentiras sutis e provocações mascaradas. Algo que pudesse manter seu ego inflado e sua atenção desviada.


Enquanto isso, Amin atravessaria as tempestades de areia amaldiçoadas do deserto.


Enquanto isso, ele seguiria para o coração do Mar Morto de Kaos. E ali… tomaria para si a essência da criatura.


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Zao Tian, observando tudo, sabia o risco monstruoso daquilo.


Não era apenas a dificuldade do roubo. Não era apenas a fúria que viriam a desencadear.


Era o próprio processo de absorção. Dominar uma essência pura era como tentar cavalgar um relâmpago.


A criatura adormecida carregava em si a raiva da derrota e a memória do massacre de sua espécie.


Uma existência moldada pela água mais densa, viva e antiga do planeta. Absorvê-la seria como lutar contra o próprio oceano dentro da alma.


Se Amin falhasse, não haveria segundo plano.


Ele morreria. Ou pior… Seria consumido.


Transformado em algo entre homem e fera. Algo que nem mesmo seus irmãos poderiam salvar.


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Mas Amin, diante da lembrança, não demonstrava hesitação.


Ele não se via como alguém arriscando a vida. Ele se via como alguém cumprindo um destino.


“Fogo e água…” Ele murmurou, sozinho, em uma das muitas noites de preparação: “A força que queima. A força que molda.”


Ele sabia o que queria para si.


Ele queria a fusão da agressividade e da fluidez. Queria a capacidade de queimar seus inimigos e, ao mesmo tempo, afogá-los, esmagá-los e congelá-los.


A maleabilidade da água. A ferocidade do fogo. Tudo em um só corpo.


Um ser que não pudesse ser contido. Que não pudesse ser apagado.


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Os dias que antecederam a operação foram tomados por uma tensão densa.


Os agentes do Olho espalharam rumores cuidadosamente plantados para atrair a atenção de Zeus.


Falsas caravanas carregando artefatos lendários foram formadas.


Grupos de cultivadores supostamente em busca de relíquias surgiram como iscas.


Tudo meticulosamente calculado para preparar o terreno. E, por trás de toda essa movimentação, a Trindade se deslocava como uma serpente silenciosa.


Cada passo deles era uma dança entre a vida e a morte. Cada movimento, uma rotação precisa no tabuleiro do caos.


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Quando, finalmente, a notícia da aproximação de Zeus chegou, com uma tempestade elétrica sem precedentes se formando no horizonte de Kaos, os três irmãos se olharam pela última vez antes da separação.


"Você sabe o que fazer." Disse Rachid a Amin, sem cerimônias.


"Pegue a essência. Não hesite." Disse Samir, ainda sorrindo, como se fosse uma brincadeira.


Amin apenas assentiu.


Não havia necessidade de mais palavras.


O destino já estava lançado.


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Zao Tian, acompanhando aquela lembrança como uma sombra silenciosa, sentiu o peso daquele momento.


Aquela era a última vez que os irmãos pisariam em Kaos como simples usurpadores.


Depois daquilo, seriam outra coisa.


Algo novo. Algo mais terrível. Algo que zombou de Zeus e sobreviveu.


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E enquanto Amin desaparecia na vastidão do deserto, como uma faísca engolida pelo calor escaldante, Rachid e Samir seguiram para o centro do caos, prontos para encarar o deus da loucura em seu próprio domínio.


O jogo tinha começado.


E o primeiro movimento… era deles.



O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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