Capítulo 0969 - A Origem do Mal 15
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O calor de Kaos era incômodo. Mesmo para cultivadores de altíssimo nível, a simples existência naquele lugar era uma provação constante.
A areia, impregnada com vestígios de antigos mares, queimava mais do que o fogo comum. E o ar… o ar parecia vibrar com fúria, como se o próprio continente rejeitasse qualquer tentativa de ordem.
Contudo, após se separarem de Amin, Rachid e Samir caminhavam com calma entre as ruínas do que um dia fora uma grande cidade costeira, agora reduzida a escombros secos e pedras derretidas.
Zao Tian conseguia ver aquilo, por a mente de Amin abria portas paras as memórias de Rachid e Samir.
Eles haviam se anunciado, discretamente, mas propositalmente, espalhando boatos nos círculos certos. Rumores de que dois forasteiros carregavam artefatos de valor inestimável, heranças espirituais de eras esquecidas e de casas muito poderosas em algum ponto da história.
Com aquela isca, eles não precisaram esperar muito. Zeus veio até eles de forma inevitável.
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*Baraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaum…* O céu, até então implacavelmente azul, se rompeu com um trovão que parecia ter sido arrancado das entranhas da terra. E, em meio a uma tempestade de relâmpagos cegantes, ele surgiu.
Zeus.
Não em sua forma divina de velhas lendas, mas como um titã feito carne e trovão. Seus olhos eram fendas azuis, e sua pele pulsava com uma energia que parecia enlouquecer o espaço ao redor.
Quando pousou diante dos irmãos, o chão rachou sob seus pés e um sorriso largo, perigoso e cruel surgiu em seus lábios.
"Vocês são os ratos que andam carregando tesouros sem dono?" Ele questionou com superioridade, e sua voz era como o choque de mil lâminas.
Samir deu um passo à frente com muito respeito e, como se estivesse apresentando uma joia a um rei insano, inclinou-se levemente.
"Não somos nada além de viajantes, senhor dos raios." Disse ele, com a humildade calculada de um diplomata: "Somos apenas guardiões temporários de relíquias que o tempo esqueceu."
Zeus riu diante da submissão de Samir. Uma risada que estalou como trovões em todas as direções.
Ele gostava daquilo. De se sentir superior, de ver as pessoas se curvando diante dele.
"Então entreguem." Zeus então ordenou, estendendo uma mão que parecia capaz de esmagar montanhas.
Rachid, meticulosamente preparado para aquele momento, abriu um dos seus anéis de armazenamento e puxou de dentro dele três objetos cobertos por tecidos luxuosos e macios.
O primeiro era uma máscara negra que pertencia a um antigo assassino do império de Pemma Wangchuck.
O segundo, era uma lâmina de jade que parecia cantar baixinho e exalava uma energia vital pura, feita com a essência de um dragão da vida.
O terceiro, era uma corrente feita de escamas prateadas, pertencente a um clã extinto de domadores de bestas demoníacas. Aquela corrente estava imbuída de muita energia espiritual, e ao ser colocada em alguém dava àquele que a controlava o controle absoluto sobre as dores de quem estava sob o seu comando.
Cada um daqueles itens valeria fortunas em qualquer mercado. Cada um deles poderia mudar o destino de uma seita inteira.
E cada um deles… era irrelevante comparado ao que eles realmente queriam.
"Tesouros menores, claro…" Disse Samir, sorrindo como quem entrega migalhas a um mendigo faminto: "Mas ainda assim, dignos de sua coleção."
Zeus pegou cada objeto sem sequer agradecer. Seu olhar passava pelas relíquias com o tédio de quem examina brinquedos e não estava satisfeito.
Ele queria mais. E eles sabiam disso.
Era hora de lançar a isca.
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Samir, com um ar de fingida casualidade, viu o olhar descontente de Zeus e comentou: "Me perdoe se isso não é de seu agrado, senhor dos raios.”
“Isso é tudo o que mortais como nós podem tocar. Não temos poder suficiente para pegar aquilo que realmente está à vossa altura.
Zeus estava decidindo, naquele momento, se ía embora ou se matava os dois por fazê-lo perder tempo, contudo, Samir continuou: “Se for de vosso interesse… nossa rede nos falou recentemente sobre algo muito maior do que qualquer relíquia que temos. Um tesouro verdadeiro."
Zeus, que já começava a perder o interesse, congelou e olhou para os dois com desconfiança e curiosidade.
Seus olhos, que pareciam refletir o próprio céu em tormenta, se fixaram nos de Samir com súbita intensidade.
Rachid, encenando distração, limpava a poeira das roupas, como se aquilo não fosse grande coisa.
"Sabemos a localização de um artefato… esquecido desde a Grande Guerra." Rachid falou, lançando o anzol com precisão: "Algo que pertencia a um dos grandes deuses do passado."
“A um deus astuto e manipulador…”
Rachid viu no olhar de Zeus que ele foi fisgado e imediatamente parou de falar.
O silêncio que se seguiu foi absoluto.
Eles ficaram se olhando até que Zeus, com um brilho de reconhecimento mal contido, rosnou, completando: "O Domínio da Miragem Eterna."
Zao Tian, assistindo àquela lembrança, sentiu a tensão pulsar na alma de Amin mesmo à distância.
Eles haviam fisgado Zeus. Porque Zeus sabia exatamente o que era aquele objeto.
O Domínio da Miragem Eterna. Uma relíquia criada por Hefesto e dada a Loki em seus dias de glória, antes da queda dos deuses.
Um orbe que concedia ao portador a habilidade de deslizar entre dimensões. De escapar de qualquer prisão. De invadir qualquer recinto sem ser notado. De tornar-se um enigma impossível de capturar. E mais do que isso… um objeto que, em suas mãos, poderia conceder-lhe um status de liderança entre os deuses.
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O peso da revelação pairou entre eles como uma muralha invisível.
Por um instante, o vento parou. Até o calor incômodo de Kaos pareceu hesitar diante da sede avassaladora que brilhou nos olhos de Zeus.
O Domínio da Miragem Eterna. Um artefato feito pelas mãos de Hefesto e concedido a Loki, o deus da trapaça e da fuga. Um objeto de valor incalculável, mesmo entre deuses. E, pior para Zeus… Era um desejo incontrolável.
Zao Tian, ainda atravessando as correntes da memória, sentiu claramente.
Aquilo cortava Zeus em camadas mais profundas do que o orgulho ferido.
Porque, apesar de ser um dos mais poderosos, Zeus estava preso a Decarius. Vigiava um único planeta.
Um único pedaço de poeira cósmica.
Enquanto outros de seu calibre, aqueles que triunfaram e devoraram mundos, reinavam sobre galáxias inteiras, lançando seus nomes através dos sistemas estelares como senhores absolutos… Ele, Zeus, era reduzido a carcereiro de uma raça caótica.
Ele vigiava, porque foi ordenado. Ele permanecia, porque foi humilhado. E embora sua arrogância tentasse esconder, aquilo corroía sua essência mais do que qualquer veneno.
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Samir e Rachid sabiam disso.
Eles não apenas jogavam com o desejo de conquista de Zeus. Eles atiçavam o monstro da humilhação que ardia dentro dele. E Zeus, sendo quem era, não resistiria.
Zeus apertou a máscara negra que ainda segurava em uma das mãos até que a peça rangesse debaixo da pressão.
Seu olhar oscilou entre Rachid e Samir como o de uma fera faminta decidindo se devorava suas presas agora… ou se as usava para caçar algo ainda maior.
"Vocês..." Sua voz trovejou com uma carga elétrica que fez o chão estremecer: "Vocês sabem onde ele está?"
Samir, com maestria teatral, deixou uma sombra de hesitação cruzar seu rosto.
"Sabemos... algumas pistas." Disse ele, cuidadosamente: "O suficiente para localizar o orbe, com os recursos certos."
"Recursos..." Zeus repetiu, cuspindo a palavra como se ela fosse venenosa.
"O senhor dos raios não precisa de ajuda para encontrar nada." Disse Rachid com falsa admiração: "Mas... imagine se alguém tão grandioso quanto você pudesse poupar tempo e esforço. Imagine... reaver o que sempre deveria ter sido de vossa raça, sem levantar um dedo."
Zeus então deu um passo adiante.
O ar ao redor dele se distorceu. Era como se o próprio espaço resistisse à presença daquele ser. Mas ele não atacou. Não ainda.
No fundo, ele queria acreditar. Queria tanto que poderia matar por isso.
"Levem-me até ele." Ordenou Zeus, com sua voz vibrando com a força de uma avalanche.
"Claro..." Samir disse, sorrindo: "Mas precisamos de segurança. De garantias. Há muitos olhos sobre nós... olhos que sequer você, senhor dos raios, conseguiria fechar."
Zeus cerrou os punhos. Relâmpagos serpentearam por seus braços e ombros. Seu domínio sobre os selos era absoluto, ele poderia selar seus corpos, suas almas, até seus nomes em uma palavra. Contudo, aqueles homens ainda falavam como se pudessem entendê-lo. E isso o irritava.
Com o Domínio da Miragem Eterna em mãos, ele poderia ser invencível.
Não apenas em Decarius. Não apenas em um planeta isolado. Mas nas galáxias que ele deveria ter conquistado há eras.
Ele seria livre do fardo imposto pelos outros Grandes Deuses. Ele tomaria o que era seu por direito. E faria o universo ajoelhar-se diante do seu trovão.
“Heimdall não está vendo!” Zeus entendeu a insinuação de Samir e avisou, logo antes de completar: “Ele até pode ver, mas não se importa e não é mais um de nós!”
Samir olhou para Rachid. Um olhar silencioso de confirmação. Eles haviam chegado exatamente onde queriam. Fisgado o deus.
"Nós o levaremos até lá senhor dos raios, mas queremos apenas ter o direito atravessar Kaos em paz." Disse Rachid, com voz serena: "Queremos apenas ter um passe livre por seus domínios. Sem... interrupções."
Zeus riu.
Riu alto. E o chão tremeu.
"Acham que podem negociar comigo?" Ele questionou em desdém. Sua voz era uma explosão de escárnio: "Acham que me enganam como enganariam tolos mortais?"
Rachid apenas se manteve frio e respondeu: "Não queremos te enganar, senhor dos trovões. Queremos apenas... ajudá-lo e nos ajudar no processo."
*Baraaaaaaaaaaaaaaaaaaaum…* No mesmo instante, outro trovão cortou o céu.
Zeus os encarou, e então, em um gesto brusco, ordenou: “Vocês vão me dizer onde está o que eu quero. Ou eu abrirei seus corpos e arrancarei a informação de seus ossos."
Após serem ameaçados por um deus, Samir e Rachid se mantiveram incrivelmente calmos, enquanto o segundo respondia: “Me perdoe se isso soar como desrespeito, senhor dos raios, mas assim como nós temos várias formas de te ajudar e informações valiosas, nós também temos incontáveis métodos de morrer e levar conosco tudo o que sabemos.”
Assim que falou aquilo, a expressão de Zeus se transformou em estranheza, como se ele estivesse diante de dois loucos.
Samir então continuou: “No nosso ramo, sabemos que a pior coisa que pode acontecer é ser capturado. Então, nós carregamos várias formas de impedir que isso aconteça.”
Rachid: “Você pode nos matar, se quiser, mas nunca irá nos capturar ou arrancar qualquer informação nossa.”
“Nós podemos levá-lo até o Domínio da Miragem Eterna… Ou podemos morrer aqui mesmo enquanto o senhor perde para sempre a chance de obter algo realmente valioso.” Rachid encerrou.
Depois de escutar aquilo, Zeus ficou em silêncio por alguns instantes. Suas ameaças não valiam de nada contra aqueles homens. Eles andavam com armas apontadas para suas próprias cabeças e não tinham medo algum da morte, apenas de serem capturados.
Personalidades assim intrigavam Zeus, porque eram disruptivas, e tudo o que era diferente caía em suas graças.
“Hahahahahaha…” De repente, após um silêncio longo, Zeus riu de forma menos ameaçadora e até amigável, antes de dizer: “Vocês são baratas loucas! Eu gosto disso!”
“Pois bem… Levem-me até o Domínio da Miragem Eterna e eu concederei aos dois o que querem. Talvez, eu até dê um bônus, dependendo do meu humor.”
“Mas estejam cientes de que se estiverem me enganando… A aceitação da morte virá aos dois muito mais cedo do que pensam.” Zeus encerrou.
