top of page
Garanta o seu exemplar.png

Capítulo 0970 - A Origem do Mal 16

[Capítulo semanal. 


ATENÇÃO: LINK ATUALIZADO. Venham fazer parte da nossa comunidade no Telegram! https://t.me/+tuQ4k5fTfgc1YWY5


ATENÇÃO: OS EXEMPLARES FÍSICOS E DIGITAIS DO PRIMEIRO LIVRO DE O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ JÁ ESTÃO DISPONÍVEIS NAS MAIORES LIVRARIAS DO BRASIL E DO MUNDO. APOIE O NOSSO TRABALHO E GARANTA JÁ UM EXEMPLAR TOTALMENTE REESCRITO E REVISADO, E COM TRECHOS INÉDITOS.


Quer ver um mangá de O Último Herdeiro Da Luz? Então, a sua ajuda é muito importante para que possamos alcançar novos limites!


Para patrocinar um capítulo, use a chave PIX: 31988962934, ou acesse https://www.ultimoherdeirodaluz.com/patrocinarcap para outros métodos de pagamento, que podem ser parcelados em até 3x sem juros.


Para ver as artes oficiais da novel, que estão sendo postadas diariamente, siga a página do Facebook https://www.facebook.com/Herdeirodaluz


Ou a página do instagram https://www.instagram.com/herdeirodaluz/


Todas as artes e outras novidades serão postadas nas nossas redes sociais, e vêm muitas outras por aí, então siga as nossas páginas e não perca a chance de mostrar à sua mente qual é o rosto do seu personagem favorito!


Ps: Link do Telegram atualizado!


Tenham uma boa leitura!]


-----------------------


Após a melindrosa conversa com Zeus, Rachid e Samir o guiaram até o espaço, onde o paradeiro real do tesouro divino apontava.


O vazio entre galáxias era um véu sombrio onde a luz demorava a nascer e o tempo parecia hesitar. Entre as dobras daquela vastidão, uma estrutura incomum flutuava sem rumo: um asteroide de coloração esverdeada, coberto por um musgo mineral que pulsava como se respirasse.


Aquele era um corpo celeste pequeno, do tamanho de uma montanha, mas que não seguia nenhuma órbita. Ele se arrastava lentamente pelo espaço como se fosse guiado por alguma vontade pré definida pelas leis da física. Havia algo... vivo, ou pelo menos consciente, em sua existência errante.


Zeus, ao chegar próximo com Rachid e Samir, observava aquilo com a desconfiança de um examinador de artigos antigos diante de uma arma que não compreendia por completo, mas que reconhecia ser perigosa.


Loki sempre foi um dos mais misteriosos deuses, e mesmo entre eles, ele mantinha segredos sobre suas habilidades e os poderes reais do tesouro divino que recebeu.


“É isso…” Enquanto Zeus olhava fixamente, Rachid confirmou, apontando com o queixo para o asteroide: “A fonte do Domínio da Miragem Eterna está lá.”


“Mas ninguém pode se aproximar” Complementou Samir, antes de avisar: “Algo no núcleo daquele asteroide repele tudo. Não é uma barreira comum… É um selo.”


Zeus cerrou os olhos e sua percepção espiritual se expandiu num instante. Ele sentiu a vibração do selo do qual os irmãos falavam. Era como um som abafado dentro d’água. Familiar… antigo… impossível de imitar.


Seu olhar se transformou naquele momento. Ele não precisava de mais confirmações verbais. Aquilo era mesmo o orbe de Loki.


“Não resta dúvida…” Disse Zeus, mais para si do que para os outros: “É a assinatura energética dele… misturada a de quem o matou.”


Após dizer aquilo, ele pousou os pés em um fragmento de rocha flutuante e cruzou os braços, contemplando o asteroide com uma intensidade quase devota.


“Esse selo…” Ele murmurou: “É um dos mais perfeitos que já vi. Loki... ele sempre preferiu que seus tesouros morressem com ele.”


“O senhor consegue rompê-lo?” Enquanto Zeus murmurava, Samir perguntou, com uma prudência que já se tornara habitual.


Zeus ergueu o queixo, com orgulho esculpido em cada traço do rosto. Ele olhou para o asteroide e para os irmãos, até que um sorriso surgiu em seu rosto.


Aquele era o sorriso de alguém que tinha acabado de ganhar na loteria, mas que não queria que muitos percebessem. Ele era contido, mas impossível de ser totalmente ocultado.


“Eu sou o portador do Dom dos Selos. A única entidade no universo capaz de romper qualquer selo que já foi criado… ou que ainda será inventado.” Ele respondeu, orgulhoso, enquanto sorria: “Esse pedaço de rocha pode enganar e afastar o tempo e criaturas mortais como vocês, mas não pode me impedir.”


“Como seres assim… Mortais e imperfeitos iguais a vocês, conseguiram encontrar isso? Algo que meus irmãos buscam há milhões de anos sem sucesso?” Ele então perguntou de forma arrogante.

 

Rachid se manteve em silêncio por um tempo, respeitoso ao discurso e ego exacerbado do deus, e então, com um tom neutro, ainda cuidadoso para não soar arrogante ou ofensivo, ele respondeu: “Com todo respeito, senhor dos raios… talvez o motivo pelo qual esse artefato permaneceu perdido por tanto tempo seja mais simples do que parece.”


Zeus arqueou uma sobrancelha e questionou intrigado: “E que motivo seria esse?”


Samir acompanhou seu irmão, complementando: “Porque os deuses… são poderosos, inegavelmente. Mas também são impacientes. Não têm o mesmo foco para longas buscas. Quando algo se esconde por tempo demais… vocês simplesmente deixam para trás.”


“A imortalidade lhes dá tempo o suficiente para postergar tudo pela eternidade. O interesse de vossa divina raça se desvia com prazeres imediatos.”


Ao escutar aquilo, Zeus manteve o olhar fixo neles. Eles fizeram uma dura crítica aos deuses, mas sua expressão não era de raiva, mas de uma estranha contemplação.


“Vocês têm coragem para dizer isso a mim?!” Zeus comentou num tom dúbio de reconhecimento e afronta.


“É só uma observação, senhor dos raios.” Rachid disse, inclinando a cabeça com respeito: “Nós não estamos aqui para ensinar… apenas para servir e observar. Mas se for permitido… acreditamos que o asteroide se formou ao redor do orbe. No início, ele provavelmente era só o objeto, vagando à deriva. Com o tempo… poeira cósmica, minérios e energia se condensaram em torno dele e o ocultam assim.”


“E o selo absorveu tudo. Protegeu o núcleo… e criou um casulo.” Samir completou a fala de seu irmão.


Zeus olhou novamente para o asteroide e não pôde evitar de dar razão aos dois, apesar de relutar em mostrar tal sentimento a eles.


Agora fazia sentido.


Aquilo era um túmulo, mas também um cofre. Um esconderijo perfeito para um artefato que nem mesmo os deuses conseguiram rastrear em mais de dois milhões de anos.


Enquanto refletia, seu olhar se suavizou. Por um instante, ele pareceu menos um deus… e mais um conquistador diante do portão de uma cidade lendária.


“Vocês dois… são inteligentes. Inteligentes demais para simples mortais.” Zeus falou em um tom que elogiava, mas desdenhava ao mesmo tempo.


“Temos nossos meios e motivos para sobreviver. Cada um usa as armas que tem para se manter vivo neste nosso mundo caótico. E essas são as nossas.” Respondeu Rachid, sem orgulho, mas com firmeza.


“E é por isso que ainda estão vivos.” Zeus murmurou, antes de estender a mão direita na direção do asteroide.


*Dzzzt… Dzzzt…* Depois de fazer aquilo, uma runa de relâmpago se formou diante de sua palma, girando lentamente, brilhando como uma aurora. Era um selo de contramandato, uma runa de autoridade. Algo que rasgava as leis espirituais e físicas e que só Zeus era capaz de manifestar.


“Fiquem atrás.” Zeus ordenou, e sua voz, agora grave e concentrada, não admitia discussão.


Zao Tian, vendo tudo por meio da mente de Amin, entendeu que a Trindade havia levado seu blefe longe demais… mas agora o risco se tornava real.


Eles estavam diante de um artefato que, se libertado, não apenas daria poder absoluto a Zeus… mas também o libertaria de sua prisão imposta pelos seus irmãos.


Por causa de um benefício que os irmãos buscavam para si, o mundo inteiro poderia mudar naquele instante. Para ser mais exato, toda a estrutura divina poderia ser chacoalhada por causa da ambição deles. 


De posse daquele tesouro e com o seu dom de selar qualquer coisa, Zeus se tornaria invencível. Ele poderia selar qualquer ser e alma sem sequer poder ser combatido. Ninguém seria capaz de pará-lo. E uma mente sádica como a dele, com tanto poder, se tornaria a ruína de tudo o que a criação conhecia naquele momento.


Eles eram loucos a ponto de balanças as chaves da porta que liberava o apocalipse para um louco que queria usá-las.


O espaço parecia suspenso no tempo durante aquele ato inconsequente.


Enquanto Zeus avançava com sua mão estendida em direção ao asteroide selado, o ar ao redor se distorcia, como se o universo resistisse diante do que estava prestes a acontecer. O selo, antes inerte, começou a responder. Camadas de matrizes desconhecidas aos irmãos emergiam da superfície esverdeada do asteroide, girando como engrenagens de um mecanismo que nunca deveria ser tocado.


Rachid e Samir, com os olhos fixos na manifestação do Dom dos Selos, mantinham a postura serena. Mas por dentro, a tensão e a expectativa eram absolutas.


Porque naquele exato momento, a mente dos dois estava conectada à de Amin. E o que viam… era preocupante.


----------------------------------------------------


No coração do deserto de Kaos, Amin lutava.


O espírito da besta demoníaca não era um espectro passivo. Era uma consciência ativa, moldada em água primordial e fúria ancestral. A criatura, que havia servido a Moira e sido abatida por Zaki, despertou com violência ao ser perturbada. 


Mesmo enfraquecida, era um colosso espiritual que rugia em forma líquida, tentando invadir e dominar o corpo de Amin com todas as suas forças.


O espírito sentia que Amin era mau e rejeitava cada aspecto de sua presença, mas Amin… estava travado em uma guerra ferrenha, tentando subjugar o espírito na base da força bruta.


Por fora, ajoelhado em uma cratera do antigo Mar dos Monstros, seu corpo tremia. Gotas de suor evaporavam antes de tocar a areia, o céu sobre ele fervia com nuvens aquáticas e escuras, formadas pela influência espiritual da criatura que tentava resistir à absorção.


Por dentro, a batalha era muito pior.


Sua alma estava submersa. Preso em um oceano interno onde a besta se multiplicava como tentáculos de água viva, tentando afogar sua consciência. A pressão esmagava seus pensamentos. E cada recuo mental era como ceder espaço a um maremoto em fúria.


Contudo, ele não recuava. Ele queimava tudo a todo instante.


O fogo espiritual de sua própria afinidade surgia como resposta às investidas do espírito da besta. Chamas mentais e internas que secavam parte da fúria líquida da criatura, abrindo clareiras dentro da possessão e deixando a alma de Amin respirar.


No entanto… aquilo ainda não era suficiente. A fusão era lenta. A dominação exigia mais tempo. Tempo que ele não tinha. Que nenhum dos três tinha a favor deles.


--------------------------------------------------


“Ele está resistindo… mas a criatura é instável.” Disse Rachid, com os olhos semicerrados enquanto sentia a dor e o esforço de Amin pela conexão espiritual.


Samir, observando Zeus aplicar a runa de rompimento final no selo, respondeu mentalmente: “Se ele não terminar antes de Zeus abrir aquilo… perdemos mais do que a essência.”


“Perdemos o mundo e uma oportunidade única.” Rachid completou.


A aura de Zeus estava agora insuportável. Correntes de raios giravam ao redor de seu corpo, formando uma espiral de energia que rompia lentamente as camadas místicas do asteroide. Cada camada estalava com um som profundo, como se o próprio espaço chorasse vendo o que estava acontecendo.


Uma, duas, três camadas… O selo já havia perdido metade de sua resistência e Amin ainda não tinha dominado o espírito da besta.


Samir cerrou os punhos e praticamente ordenou a Rachid: “Ajude ele. Agora.” 


Rachid fechou os olhos, afundando-se por completo na ligação mental com Amin. A dor foi imediata. Era como afundar no mesmo oceano de pressão que o irmão enfrentava.


Mas ele não hesitou e mergulhou.


“Amin!” Sua voz ecoou na alma do irmão como um trovão: “Ele está abrindo! Zeus está quase rompendo o selo! Você precisa terminar! AGORA!”


Do outro lado, Amin não respondeu com palavras. Mas a resposta veio na forma de uma explosão espiritual interna.


A urgência dos dois era a urgência dele, e a urgência de Amin era a urgência dos dois. E quando um precisava reagir, os três reagiam juntos.


Com Rachid suportando a dor mental de Amin enquanto ele finalmente conseguia se concentrar em atacar sem distrações, o oceano mental onde a fera de água se expandia como um tsunami foi atingido por uma rajada de fogo espiritual que ascendeu do núcleo da alma de Amin, criando uma fornalha em forma de dragão que se lançou sobre a criatura.


Chamas e mar esmagaram-se como dois deuses em guerra.


A besta rugiu. Não em palavras, mas em puro desespero. Ela sentia sua essência sendo arrastada, sugada, moldada. Sentia a chama invadir suas memórias, sua dor, sua identidade. E antes que pudesse escapar para a inconsciência… Amin falou: “Você não vai fugir. Nem me engolir. Nós vamos coexistir. Mas sob minhas regras.”


Com um último grito ensurdecedor dentro daquele plano espiritual, a criatura de água se curvou de dor. A alma de Amin explodiu em calour. E o mar… tornou-se vapor.


------------------------------------------


Do lado de fora, no deserto de Kaos, o corpo de Amin, antes tremendo, se ergueu lentamente. Renovado, reconstruído, aperfeiçoado.


Seus olhos brilharam em azul profundo. O ar ao seu redor mudou. A areia, antes incontrolável, pareceu se acalmar. Pétalas de névoa surgiam sobre suas vestes, mas não o molhavam. E em suas costas, as brasas que sempre o acompanhavam agora flutuavam dentro de gotas de água em suspensão.


A fusão estava completa.


Ele havia conquistado a afinidade com a água.


------------------------------------------------


Logo após ajudar Amin, Rachid abriu os olhos, sentindo uma dor terrível. Samir então piscou por um instante, e para aliviar o fardo de seu irmãos, tomou para si metade do processamento da dor que Rachid sentia.


Os danos estavam em outro corpo, outra alma, mas um podia transferir a dor para o outro. E assim o que antes era quase insuportável, se tornava aceitável. Incômodo e doloroso, mas aceitável.


E enquanto os irmãos faziam tudo aquilo em silêncio, Zeus estava rompendo a última camada do selamento que aprisionava o tesouro divino. O prêmio estava bem diante dos olhos azuis e eufóricos do deus.


Contudo, no ambiente mais protegido e seguro do mundo, onde segredos podiam ser guardados e tramas feitas bem debaixo dos olhos e narizes de todos… Rachid, Amin e Samir conversavam em suas mentes, e os dois mais próximos de Zeus perguntavam ao seu irmãos que acabara de vencer a batalha em solo humano: “Você está pronto?”


“Sim!” Amin respondeu, antes de completar: “Assim que ele terminar, eu trago vocês!”


O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
bottom of page