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Capítulo 0973 - A Origem do Mal 19

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Tenham uma boa leitura!]


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Zao Tian observava. Já não como alguém que tentava entender o passado de seus inimigos... mas como alguém que assistia ao nascimento de uma ameaça em escala cósmica.


As memórias se adensavam e ganhavam velocidade. Aquilo não era mais uma lembrança comum. Era uma corrente de eventos passando rápido demais para um humano comum absorver. Mas Zao Tian não era um humano comum. E aquele fluxo, embora acelerado, o mantinha consciente de cada passo dado pelos três irmãos.


A Trindade havia desaparecido de Decarius, mas não da história.


O primeiro planeta que tomaram foi uma esfera seca, de areia azulada e grandes tempestades de silício. O nome pouco importava. A população era primitiva, tribal, mas com veias espirituais rudimentares. E eles não conheciam os deuses... mas conheciam o medo.


Ali, em um terreno fértil e vulnerável, os irmãos chegaram como fantasmas.


Os três não tocaram ninguém. Não falaram com ninguém. Apenas observaram, a partir da dimensão espelhada da Miragem Eterna. Como predadores em silêncio absoluto que analisam a presa antes de dar o bote.


Por dias, eles assistiram aos rituais de colheita, às reuniões dos líderes tribais, aos combates de iniciação entre jovens guerreiros. Entenderam tudo: sua estrutura, suas crenças, suas fraquezas.


Aos poucos, eles começaram a intervir. Amin foi o primeiro a sair da miragem, aparecendo diante de um velho cego que se dizia profeta. Em questão de horas, o velho gritava aos céus que os espíritos haviam retornado. Em três dias, um culto foi formado. Em sete, o velho foi coroado sumo sacerdote, e Amin, reverenciado como a sombra primordial.


A população jamais soube que havia mais dois.


Enquanto um dominava com palavras, os outros dois manipularam a política, os cultos e até a arquitetura. Rachid moldava os mapas subterrâneos, abrindo túneis entre os locais de influência. Samir sabotava as lideranças opositoras, tomando decisões que ninguém percebia como suas. Tudo… sob o véu do orbe.


Na dimensão paralela, os três agiam como olhos invisíveis sobre o mundo.


Zao Tian os via saltando de um mundo para outro. De um continente ao outro. Desaparecendo na miragem para espiar alianças, ressurgindo para matar silenciosamente aqueles que se opunham.


E por um tempo, aquilo parecia infalível.


Planeta após planeta, culto após culto, o Olho ressurgia. Mais contido. Mais sombrio. E agora, inviolável.


Contudo, havia um detalhe que saltou aos olhos de Zao Tian.


Zao Tian percebeu quando um deles, Samir, tentou assassinar um guerreiro sagrado num planeta vermelho, onde havia um altar de matrizes flutuantes. Samir o seguiu por dias através da dimensão paralela. Observou sua rotina. Sabia a hora que ele comia, que dormia, que meditava.


E então, quando o guerreiro se para meditar diante de um altar, Samir apareceu para matá-lo com um golpe.


Nesse instante, o guerreiro ergueu os olhos e o viu.


Ele o viu.


Samir tentou atacá-lo com precisão, mas, naquele momento, o guerreiro emitiu um rugido e seu corpo explodiu em energia. Aquele não era um guerreiro qualquer. Ele era um protetor treinado para reagir à presença de qualquer ameaça ao seu povo, e por isso, tinha se transformado em uma pedra no sapato dos irmãos.


Ao ser visto, Samir recuou e quase teve o peito perfurado. E, com um salto para trás, ele retornou à miragem. Lá, o guerreiro já não podia tocá-lo. Mas a chance havia passado.


Zao Tian então compreendeu o ponto fraco daquele tesouro divino.


“Eles não podem agir sem se mostrar...” Ele murmurou para si mesmo, mesmo preso na corrente da lembrança.


No interior da dimensão do orbe, eles eram quase oniscientes… mas impotentes. Invisíveis… mas ineficazes.


Toda interferência exigia uma presença no mundo real. E naquele ponto, a vulnerabilidade surgia.


A Trindade sabia disso. E treinava incessantemente a transição entre os planos. Testavam limites, cruzamentos, e até tentavam replicar técnicas para manter um dos irmãos parcialmente no mundo real enquanto os outros observavam de dentro.

No início, não era simples. Não era perfeito. Mas com o tempo, estavam ficando cada vez melhores.


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O tempo passou. Zao Tian via os anos correrem em batimentos lentos de coração.


Planetas mudavam de cor. Povos inteiros se curvavam a crenças fabricadas e ídolos fabricados pelos irmãos. 


Rachid criou um sistema que permitia vincular pontos estratégicos ao plano da miragem, abrindo fendas de entrada onde quer que o orbe fosse levado. Amin refinava os métodos de transição entre as dimensões. Samir, por sua vez, desenvolvia técnicas de assassinato silenciosas que podiam saltar do plano real para a miragem com precisão cirúrgica, mesmo que durassem apenas segundos.


À medida que o tempo passava, Trindade havia se tornado um mito nos planetas que tocavam.


Ninguém os via. Ninguém os ouvia. Mas onde um povo passava a agir de forma estranha, onde cultos cresciam sem explicação, onde líderes mudavam de opinião sem coerência… ali, o novo Olho estava agindo.


Zao Tian sentia nojo e fascínio em partes iguais.


Na memória acelerada, ele viu um planeta onde o Olho manipulava crianças desde o nascimento. Via Amin sussurrando no ouvido de um menino enquanto ele dormia, fazendo um tipo de programação mental. Viu Rachid forjar um exército inteiro através de uma doutrina imposta por seus fantoches. Viu Samir se apoderar de segredos para criar uma equipe de pesquisa altamente treinada.


Eles estavam indo longe demais. E Zeus… ainda os caçava, mas ficava perdido diante da quantidade de braços que eles criaram ao longo do caminho.


Zao Tian viu lampejos da caçada também. Planetas reduzidos a cinzas. Povos inteiros selados e suas almas roubadas. Um templo que guardava uma estátua com o rosto de Amin explodido por relâmpagos. Mas Zeus nunca os encontrava. Eles nunca estavam lá.


A cada nova tentativa do deus, os três já tinham partido. Já estavam dentro da miragem. Já tinham migrado para outro mundo.


E agora, mesmo os deuses que regiam esses planetas… hesitavam em perseguir os irmãos. Porque seus próprios templos estavam sendo infiltrados. Seus próprios segredos, sussurrados para estranhos.


Ninguém mais sabia onde era seguro e com quem era seguro conversar.


E a cada dia, o Domínio da Miragem Eterna tornava-se mais adaptável.


A Trindade já não apenas usava o orbe… eles o moldavam, e, por sua vez, eram moldados por ele. A conexão entre os três e o artefato se tornava quase simbiótica. Em determinados momentos, nem mesmo eles sabiam se estavam no plano real ou no plano da miragem, e pouco importava. Porque os resultados continuavam chegando.


Mas Zao Tian, mesmo dentro das lembranças de Amin, via com clareza crescente a degeneração que aquilo causava em tudo, incluindo nos próprios deuses.


Prometheus, Ares e Hades, os três Grandes Deuses cujos domínios agora hospedavam as ramificações do novo Olho, estavam inquietos. Seus oráculos entravam em transe e gritavam sem parar. Seus sacerdotes perdiam o controle de regiões inteiras. Cidades adoradoras da guerra, que antes cultuavam Ares com oferendas de cinzas e sangue, agora murmuravam preces para entidades invisíveis. 


Os domínios de Hades e Prometheus sofreram o mesmo, mas nenhum desses deuses moveu um dedo para levar o assunto ao conselho maior.


Não porque não sabiam. Mas porque não podiam admitir. 


Admitir que haviam sido enganados… manipulados… invadidos… seria um golpe irreversível à sua autoridade. Seria como arrancar a coroa da própria cabeça e se envergonhar diante do universo.


Prometheus, em sua arrogância de mestre das invenções, acreditava que poderia resolver sozinho. Vasculhava seus domínios em busca de alguma falha nas matrizes de percepção. Ares, em sua brutalidade, atribuía tudo à fraqueza de seus generais e já matara seis dos seus próprios seguidores por “heresia e incompetência”. E Hades… Hades se calava. Como se observasse. Como se esperasse. Mas, no fundo, todos estavam apenas tentando encobrir a ferida com o silêncio.


E esse silêncio era exatamente o que a Trindade queria.


A invisibilidade deles já não era apenas física. Era política. Era estrutural.


Zao Tian sentia que estava observando o nascimento de uma era onde a fé dos povos não seria mais manipulada por divindades… mas por algo ainda mais frio e calculista. Uma entidade feita de segredos e sombras, que fingia espiritualidade apenas para mascarar sua natureza real: o domínio total do comportamento, da memória e da história.


O Olho, antes uma organização que espionava os altos escalões de Decarius, agora se tornava uma doutrina universal sem rosto, infiltrada até nas camadas mais ínfimas da existência. E tudo isso… porque os deuses tinham orgulho demais para admitir que haviam sido enganados.


Enquanto os deuses se engasgavam com o próprio orgulho, a Trindade recuava e deixava a poeira baixar em Decarius.


Nenhum deles ousava retornar ao berço do Olho enquanto Zeus rondava os céus como uma tempestade que nunca cessava. Cada relâmpago nos confins do universo poderia ser um indício de sua ira, e os três sabiam que a menor fagulha de exposição poderia ser o fim. Por isso, eles se mantinham distantes. Observavam. Riam, às vezes. E deixavam que o tempo apagasse seus rastros lentamente.


Mas esse recuo era apenas aparente.


Enquanto o mundo acreditava que o Olho havia sido destruído, os irmãos executavam silenciosamente um novo projeto. Um projeto tão brutal quanto engenhoso.


Eles voltaram suas atenções para outros mundos. Mas não para governá-los, como haviam feito antes. Desta vez, o objetivo era mais direto: capturar.


Munidos do Domínio da Miragem Eterna, os irmãos usavam a dimensão paralela para localizar cultivadores de nível Santo, guerreiros que, em seus próprios planetas, eram considerados lendas, pilares de equilíbrio, mas para a Trindade… Eram apenas peças a serem quebradas e reconstruídas.


Rachid era o caçador.


Dentro da miragem, ele analisava o comportamento de cada alvo. Observava suas rotinas, seus momentos de fraqueza, seus vínculos emocionais. Quando um cultivador revelava a menor brecha… uma visita a um túmulo, uma noite de introspecção, um momento de sono profundo… Rachid surgia. Em segundos, ele os selava com matrizes preparadas especificamente para o tipo de energia de cada um. Nenhum golpe. Nenhum combate justo. Apenas cálculo e execução.


Samir era o carcereiro deles.


Uma vez capturados, os Santos eram levados a um planeta isolado. Ali, Samir colocava para fora toda a sua insanidade e gosto pela dor alheia, para quebrar os espíritos dos prisioneiros com torturas físicas e mentais que se estendiam não apenas a eles, mas a seus entes queridos.


Amin era o doutrinador.


Depois que Samir trabalhava, Amin entrava em ação, porque eles não queriam apenas quebrá-los. Eles queriam utilizá-los. 


Amin treinava os que ainda possuíam alguma vontade, encarcerando-os com Marcas de Controle da Alma. 


Alguns eram reeducados como líderes entre escravos. Outros como assassinos silenciosos. Os mais resistentes… eram estudados. Dissecados. Fragmentados para que suas habilidades únicas fossem copiadas, estudadas, replicadas e, por fim, descartadas.


Nenhum desses Santos jamais retornou a seus mundos.


Zao Tian via tudo. Cada cela. Cada prisioneiro. Cada tentativa de fuga frustrada. Via rostos desesperados que um dia foram heróis. Rostos que já não sabiam se estavam vivos ou presos em um pesadelo contínuo. E via os três irmãos se alimentando disso. Evoluindo a partir disso.


A Trindade criou um exército fantasma, formado por campeões de dezenas de mundos, todos selados por contratos forçados e gravados diretamente na alma. Um exército que não tinha bandeira, mas obedecia a uma única ordem: permanecer escondido, treinando para um único objetivo.


E esse objetivo não era mais dominar o universo. Não ainda. O objetivo… era Hill.


Decarius tinha muitos continentes, mas Hill era o coração. O centro político, cultural e espiritual do mundo civilizado. E, acima de tudo, era o lar de Momoa. Um ser que governava há mais de três mil anos. Um cultivador tão poderoso e tão enraizado em sua terra que sequer era tratado como um rei… mas como uma força da natureza.


Momoa não era adorado, era respeitado. Amado por alguns, temido por todos.


Para muitos, ele era invencível. E foi exatamente por isso que a Trindade o escolheu.


A queda de Momoa representaria mais do que um território conquistado. Representaria a ruptura final da ordem antiga. Um grito para o mundo de que ninguém, nem mesmo os intocáveis, estava a salvo daquilo que espreitava nas sombras.


Mas eles sabiam que Momoa não poderia ser simplesmente eliminado com um golpe súbito. Ele não era como os outros. Não cometia erros. Não repetia rotinas. Seu poder era abismal. Seu corpo, forjado por eras de batalhas e treinamentos árduos.


“Para matar um deus entre mortais, precisamos de mais do que força.” Amin havia dito certa vez, diante de uma mesa onde flutuavam centenas de informações sobre Hill.


“Precisamos de uma guerra civil.” Rachid respondeu: “Deixá-lo cercado por seus próprios.”


“Precisamos virar Hill contra ele.” Samir concluiu, com um sorriso de assassino.


E assim, nasceu o plano.


Usando os prisioneiros capturados, eles formaram um grupo de "rebeldes libertadores", disfarçados de mártires que haviam escapado da opressão do continente central. Fugido de uma das prisões onde Momoa mostrava sua verdadeira face.


Eles estavam tentando transformar um herói em um monstro, mas bateram em uma parede que nem eles esperavam existir… A fé do povo de Hill. 


Momoa era tão estimado em Hill que, além de alguns poucos revoltados, ninguém comprava aquelas histórias. Muito diferente disso, eles riam, tiravam sarro dos agentes que tentavam difamar o herói de e protetor de Hill.


Essa foi uma das derrotas mais frustrantes que os irmãos já tiveram. E por causa dela, eles resolveram atacar diretamente o colosso, para matá-lo e jogar o continente inteiro em uma onda de desespero. 


O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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