Capítulo 0974 - A Origem do Mal 20
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Hill era silêncio. E a Trindade não gostava disso.
Não era o silêncio da ausência, mas aquele nascido do respeito.
Mesmo nas regiões mais movimentadas de seu vasto território, onde mercados fervilhavam, templos se enchiam e escolas de cultivo ecoavam com os gritos dos jovens em treinamento, havia um limite invisível que todos pareciam obedecer. Como se houvesse uma linha sutil traçada no ar que impedia que se falasse alto demais, que se mentisse descaradamente, ou que se cometesse qualquer ato desonroso. Era como se a própria terra lembrasse todos os dias: Momoa está aqui.
A verdade, porém, era outra.
Momoa quase nunca estava “aqui”.
Recluso, vivendo isolado nos limites de um antigo cânion florestal, cercado por árvores milenares e placas rochosas tão antigas quanto o mundo, ele passava os dias na companhia de animais, meditações e reflexões silenciosas. Ele não comandava conselhos, nem liderava exércitos. Recusava títulos, tronos e cerimônias.
Apenas era quem era. E isso bastava.
Era exatamente esse tipo de postura que irritava a Trindade.
“Ele não deseja poder, e mesmo assim o mundo o oferece.” Rachid disse, frustrado, enquanto observava o ponto vermelho em sua matriz de rastreamento: “Isso o torna perigoso.”
“Isso o torna inalcançável.” Respondeu Amin, de braços cruzados, observando uma projeção holográfica do cânion onde o colosso se refugiava: “Não há como virar Hill contra ele. Nem mesmo os loucos acreditam nas mentiras que plantamos. Restou-nos apenas o caminho direto.”
“Então que seja direto…” Samir murmurou: “Só que direto… não significa honesto.”
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Os irmãos tramaram, e o plano era simples na superfície, mas exigia uma execução cirúrgica.
Momoa era poderoso demais para ser enfrentado em um combate aberto. Qualquer confronto direto terminaria com montanhas rachadas, rios desviados e cadáveres espalhados, e, mesmo assim, era improvável que ele caísse. Por isso, a Trindade optou por uma abordagem que ninguém jamais ousou tentar.
Venenos. Mas não venenos comuns. Eram toxinas cultivadas no próprio corpo de Rachid, que havia transformado seu sistema físico e espiritual em um laboratório vivo. Com o passar dos anos, ele desenvolveu compostos capazes de interromper a circulação de energia espiritual, paralisar meridianos, e corromper até mesmo os centros de consciência.
Eles chamavam aquilo de “Essência Negra”. E uma gota era suficiente para obliterar os nervos de um Santo comum.
O plano era envenenar a terra. Não a água, não o alimento, mas o próprio solo sobre o qual Momoa caminhava. Rachid teria de se infiltrar em seu santuário natural e infundir o ambiente com Essência Negra, usando selos lentos e sutis, de ativação retardada.
A noite caiu como um véu espesso sobre as copas das árvores milenares. Os sons da floresta continuavam ali, o ranger das folhas, o canto dos pássaros noturnos, o tilintar de água em pedras ancestrais, mas havia algo errado naquela noite. Algo que até os animais, sensíveis como eram, sentiram. E fugiram.
Rachid havia chegado. Contudo, sua presença não rompia a quietude do cânion. Nem as folhas estremeciam sob seus pés, pois ele caminhava envolto pela dimensão da Miragem Eterna. Do plano paralelo, ele observava o santuário natural de Momoa, estudando a movimentação dele e da energia ao redor.
A floresta pulsava em vida. Ela estava em equilíbrio absoluto com Momoa. Era como se o próprio ambiente reconhecesse seu protetor e moldasse-se a ele, expandindo seus fluxos, acolhendo seus passos, fortalecendo suas raízes.
“É como se o mundo o quisesse vivo…” Rachid murmurou para si, enquanto deslizava entre galhos e pedras como uma sombra pensante.
“Mas o mundo deve ser forçado a querer outra coisa.” Rachid murmurou em desprezo e até um pouco de nojo.
Com movimentos calculados e sutis, Rachid começou a posicionar os selos. Eram pequenas matrizes para mimetizar a pulsação natural do ambiente. Cada uma carregava uma quantidade minúscula de Essência Negra, cultivada no núcleo do seu próprio corpo.
Ele não as colocava no chão, nem em pedras soltas. Ele as cravava em raízes antigas, em folhas, em pontos centrais da floresta. Ali, a toxina se espalharia lentamente, como um sussurro contaminando uma canção pura. E quando Momoa pisasse naquele solo corrompido... seu corpo começaria a ruir por dentro.
Ele estava confiante, e ao final da operação, Rachid estava satisfeito. A floresta ainda parecia a mesma. Ainda cantava, ainda dançava. Mas agora… ela era uma mentira.
“Plano concluído.” Ele disse, retornando aos seus irmãos dentro da miragem: “O colosso cairá sem nem entender como.”
Depois disso, no coração da floresta, Momoa permanecia imóvel. Sentado sobre uma laje de pedra coberta por musgo, com seus olhos cerrados parecendo ignorar o mundo ao redor. A sua permanecia exposta ao vento fresco que descia pelo cânion como um sopro de eras esquecidas. Seus pulmões se expandiam de maneira tranquila, profunda, como se respirassem não o ar, mas a própria essência do mundo.
E assim, dias se passaram.
A Trindade continuava à espreita e observava. E esperava. E, para sua crescente frustração, nada acontecia.
A Essência Negra havia sido cuidadosamente espalhada por todo o santuário natural. A dose era lenta, gradual, progressiva. Qualquer outro ser já teria demonstrado sinais de colapso. Um tremor. Uma instabilidade no fluxo espiritual. Um vacilo sequer. Mas Momoa… continuava ali. Meditando. Respirando. Vivo.
“Ele está ignorando?” Assistindo Momoa meditar há dias, Samir sussurrou para os irmãos, dentro da miragem, entediado e irritado: “Ou não está sendo afetado?”
“É impossível que não esteja.” Rachid respondeu, com os olhos fixos no colosso: “Ele deveria estar sentindo os meridianos entupirem… ou ao menos a floresta deveria estar definhando. Mas tudo continua igual.”
Amin, um pouco mais distante, cruzava os braços e ponderava em silêncio.
“A floresta não está igual…” Ele corrigiu: “Está mais viva.”
Essa observação ecoou no silêncio dos três como uma maldição.
Rachid estreitou os olhos. Só então notou. As folhas que antes pareciam normais agora estavam mais verdes. As raízes que haviam recebido os selos não secaram. Algumas, inclusive, floresceram. Um fenômeno anormal, principalmente depois da infusão de uma toxina letal.
Foi nesse momento que a dúvida se transformou em um desespero sutil.
Momoa não estava resistindo… ele estava purificando o ambiente.
“Ele é um cultivador da vida.” Amin disse, com a voz baixa e amarga: “Está absorvendo a Essência Negra e curando o ambiente ao mesmo tempo.”
Samir então bufou, impaciente: “Então vamos matar ele de uma vez.”
“Você acha que é tão simples?” Rachid logo retrucou, mordendo as palavras: “Ele sentiria qualquer aproximação… ainda mais agora que ele sabe que o ambiente foi envenenado.”
Enquanto Samir e Rachid discutiam, Amin sugeriu: “Talvez um ataque rápido funcione. Se for com o composto certo.”
Com a proposta de Amin lançada no silêncio tenso da dimensão da miragem, os irmãos se entreolharam.
Rachid entendeu o que precisava fazer.
“Eu entro.” Disse ele, com a voz seca e decidida: “Vocês me observam. Se tudo der errado, vocês me trazem de volta.”
Samir revirou os olhos, mas não protestou. Amin apenas assentiu, com os braços cruzados, frio como sempre.
Rachid então saiu da miragem como uma lâmina viva. Seu corpo atravessou o véu entre os planos como se fosse feito de névoa compactada, materializando-se no mundo real em completo silêncio. O ambiente ao redor não reagiu à sua chegada. Nem os insetos fugiram, nem as folhas estremeceram. Ele havia feito aquilo milhares de vezes e tinha se tornado bom nisso. Mas isso nunca foi feito contra alguém como Momoa.
Durante o ataque, a adaga estava em sua mão direita. Fina, escura como o próprio vazio, recoberta com a Essência Negra em sua forma mais pura, recém-secretada.
Rachid não hesitou nem por um segundo. Ele avançou em um movimento limpo e mortal, com o braço estendido para um golpe certeiro no pescoço de Momoa. O colosso estava parado, ainda de olhos fechados. Seu corpo estava completamente exposto, desprotegido, vulnerável… Aquele era o momento perfeito.
*Swing.* A adaga cortou o ar. Mas antes que pudesse tocar a pele de Momoa, algo o impediu.
*Tap.* Um som seco, quase imperceptível, ecoou e Rachid olhou para sua própria mão.
Ela havia sido parada no ar. Não por um escudo, nem por uma técnica. Mas pela mão de Momoa, que a segurava com uma firmeza esmagadora. Os dedos do colosso envolviam seu punho como se tivessem surgido do nada. Não havia tremor, não havia esforço visível. Era como se aquilo fosse natural. Como se estivesse apenas impedindo uma folha de cair fora do lugar.
Então, os olhos de Momoa se abriram lentamente, e pela primeira vez Rachid os encarou de perto.
Eles não brilhavam com fúria. Não exalavam ameaça. Apenas confiança e vida.
“Estava esperando que você tivesse a coragem de aparecer de novo.” Momoa disse, com uma voz tão profunda que parecia vibrar nos ossos de Rachid.
A mão de Rachid começou a formigar sob a pressão do aperto e ele tentou saltar de volta para a miragem, mas não conseguiu.
“Você tentou envenenar minhas árvores… meu chão… meu ar.” Momoa murmurou, sem alterar o tom: “E agora traz essa sujeira até a minha carne.”
Rachid tentou reunir energia, qualquer coisa para fugir, mas Momoa o puxou.
*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash.* Com um só movimento, ele o tirou do chão, girando-o sobre a própria cabeça e cravando seu corpo contra o solo com uma força absurda. A terra tremeu e uma cratera se formou.
“Me tirem daqui!” Rachid pediu aos seus irmãos enquanto suas ardiam por causa dos ossos quebrados.
