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Capítulo 0976 - A Origem do Mal 22

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Tenham uma boa leitura!]


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Zao Tian observava em silêncio enquanto Momoa surrava Rachid e Samir.


Por muito tempo, ele havia assistido ao nascimento do Olho. Presenciou a ascensão sutil e meticulosa de uma entidade que se espalhava pelo cosmos como um câncer silencioso, corrompendo civilizações, assassinando líderes, escravizando cultivadores. Viu povos inteiros perderem sua identidade sem sequer saberem que estavam sendo atacados. Viu a Trindade crescer, como uma sombra que pairava por detrás da realidade, intocável, inquestionável.


Mas agora… agora tudo era diferente.


Diante de seus olhos, através da memória pulsante e brutal, Zao Tian via Rachid se contorcendo sob os golpes de Momoa. Samir, o assassino de mãos limpas e adorador da dor, agonizando ensanguentado, sujo, afundado em uma terra que nunca o aceitou. E Momoa, por sua vez, imóvel. Firme. Como uma montanha viva, golpeando como uma tempestade que não dava trégua.


Zao Tian não conseguia evitar. Um sorriso surgiu em seus lábios.


Não era escárnio. Não era malícia.


Era purificação. Retribuição, mesmo que mínima.


Por todos os inocentes manipulados. Pelos mestres caídos em silêncio. Pelas linhagens arrancadas de seus caminhos pela intervenção da Trindade, Zao Tian sorriu.


“O predador… virou presa.” Ele murmurou, enquanto os ecos das lembranças continuavam a pulsar ao redor de seu espírito.


Ver os irmãos naquela posição era libertador, prazeroso. Depois de tudo o que eles fizeram, vê-los apanhar era como enxergar o sol depois de uma tempestade.


Eles ousaram enganar até Zeus, mas foi um humano que, no fim, deu-lhes um choque de realidade que eles nunca esperavam ser tão forte.


A entidade de seis olhos, seis afinidades elementais, três mentes e uma sede de poder sem limites estava de joelhos. E Zao Tian queria muito que aquilo fosse visto não apenas por ele, mas por todos lá fora que estavam lutando contra o Olho.


Enquanto ele se esbaldava em retribuição, dentro da memória, Amin ainda pairava na Miragem, como um vulto hesitante que temia a morte. Diferente dos irmãos, ele não possuía o impulso assassino de Samir, nem a arrogância meticulosa de Rachid. 


Naquele momento, ele era o cérebro. O arquiteto. E a única chance dos três.


Contudo, naquele momento, aquele cérebro brilhante estava em pânico.


O suor escorria por sua testa. Uma manifestação simbólica da memória que Zao Tian captava, mas que, para Amin, era quase real. Seus olhos, geralmente frios, corriam em todas as direções, buscando padrões, rotas de fuga, brechas na batalha que pudessem ser exploradas.


Mas não havia brechas.


Momoa era força, sim. Era a vida em sua forma mais brutal e avassaladora. Mas também era percepção. Cada movimento do colosso era como o compasso de um guerreiro que sabia onde pisava, quando bater e o quanto absorver antes de destruir.


Ele não estava um patamar acima dos três… Estava vários.


Amin sabia o que estava vendo: uma criatura que não lutava por raiva, por orgulho ou por glória. Momoa estava ali… porque era necessário. Porque alguém precisava estar. E na suas tolices que agora se demonstraram ingênuas, eles acordaram uma fera que só não queria ser incomodada.


A ambição foi longe demais, pelo menos para o contexto atual. Eles foram precipitados. Confiantes demais em suas novas afinidades elementais e poderes. Tão confiantes que deixaram isso se transformar em arrogância e deram um passo muito maior do que suas pernas.


A visão de Rachid estatelado no chão, preso pelo braço como uma criança teimosa, fez Amin trincar os dentes.


Samir, o irmão que tantas vezes escapou por um fio, agora se afogava no próprio sangue, com o olhar perdido e a respiração falhando, incapaz de sequer voltar à miragem.


“O composto… estava perfeito.” Amin sussurrou para si mesmo, com a voz baixa e incrédula. “Era para matar ele. Era para...”


Ele repetia aquilo, tentando se convencer de que estava sonhando, ou melhor, tendo um pesadelo. Mas no fim, ele parou. Porque, no fundo, ele sabia que não era verdade.


Eles haviam subestimado Momoa. Subestimado Hill. Subestimado o mundo real.


Enquanto observava, Amin tentava manter o controle. Mas o desespero vinha com os sons e sentimentos bem reais. O som do punho de Momoa rasgando o vento. O som e a dor do corpo de Rachid sendo esmagado mais uma vez. O som seco e repetido da lâmina de Rachid perfurando Samir e o veneno correndo por suas veias.


Era como ouvir o fim de um império sem muros. E ele sabia que se não fizesse algo logo, seria o fim da Trindade.


Mas o que ele poderia fazer?


Sair agora era loucura. Ele não sabia até onde ia o alcance daquele monstro. Não sabia nem se Momoa podia sentir a presença da miragem. Se podia tocá-la. Se podia, de alguma forma, arrancá-lo de lá.


O medo fez Amin duvidar até do tesouro divino em suas mãos. Por aqueles longos, dolorosos e aterrorizantes minutos, ele enxergava Momoa como um ser que estava acima de qualquer outro no universo. Alguém onipotente, cuja extensão de seus poderes e alcance não tinham limites.


A conexão com Rachid ainda existia. Ele sentia os meridianos do irmão colapsando, sua energia vital afundando como uma vela prestes a apagar. Samir, por outro lado… era uma chama vacilante, prestes a se extinguir.


E tudo isso, todo esse horror, estava sendo absorvido por Zao Tian. Cada nuance. Cada respiração. Cada dor. Cada verdade escondida.


Naquele instante, como se uma obra de arte tivesse incompleta, a floresta ficou mais silenciosa. Tudo parou.


Não era o mesmo silêncio respeitoso de antes. Era um silêncio de expectativa. Como se tudo ao redor, folhas e criaturas e até o próprio ar estivessem aguardando o próximo ato de Momoa.


Amin prendeu a respiração, percebendo que o colosso havia parado, mas só para fazer algo.


Naqueles segundos de pausa, Momoa agora se inclinava sobre Rachid. A lâmina  em suas mãos ainda estava ensanguentada e foi cravada no chão a poucos centímetros do rosto do irmão. E seus olhos... estavam voltados para o vazio. 


Momoa se manteve imóvel por um instante. A adaga, fincada ao lado do rosto de Rachid, ainda vibrava com os ecos da brutalidade de seus golpes. O sangue, quente e espesso, escorria pela lâmina e manchava o solo já trincado pelos impactos anteriores. Então, o colosso, ajoelhado, girou lentamente o pescoço. E seus olhos, carregados de instinto e precisão, não encontraram mais ninguém. Não porque ele não estivesse atento. Mas porque não havia ninguém ali para ser visto.


Amin, oculto na dimensão da miragem, prendia a respiração. Ele sabia que estava tecnicamente seguro, mas também sabia que Momoa já tinha percebido que existia um terceiro elemento. Alguém que não havia aparecido. Alguém que apenas espreitava.


Momoa então decidiu falar. Ele não falava com o vazio. Não se dirigia ao vento. Mas sua voz carregava o peso necessário para atravessar a alma dos que estavam escondidos: “Tem três de vocês.”


Aquelas palavras não foram acompanhadas por raiva. Nem por escárnio. Mas por algo mais afiado: constatação.


Depois de dizer aquilo, o colosso se ergueu de forma imponente, ainda com Rachid preso pela mão, como um troféu distorcido de uma guerra entre demônios. Seu olhar permaneceu fixo em direção ao vazio. Ele não podia ver Amin, não podia sentir sua presença… mas sabia que tinha mais alguém lá fora.


“Um de vocês achou que podia me envenenar.” Ele então começou, erguendo o corpo retorcido de Rachid um pouco mais. De pois, ele apontou para Samir e disse: “O outro… tentou me acertar pelas costas.”


Ele então deu um passo à frente, sem medo, sem hesitar, sem sequer olhar para os lados.


“E você...” A sua voz ecoou com uma firmeza tão dura quanto pedra: “Você se esconde. Observa.”


Ao ouvir aquilo, Amin, dentro da miragem, cerrou os punhos. Seu coração batia como um tambor em sua garganta. Momoa não sabia seu nome. Mas sabia que ele existia. E agora, chamava por ele.


“Vocês são três.” Momoa repetiu, antes de pontuar: “Dois estão aqui. Apanhando.”


O colosso então inclinou o rosto com um leve gesto, ainda mirando o nada. Seu tom, dessa vez, soou mais fundo. Mais direto.


“E onde está o terceiro?” Ele perguntou, sem se mover: “Será que tem coragem pra sair? Ou vai assistir seus irmãos morrerem um por um enquanto fica lambendo as paredes de um mundo escondido?”


Amin sentiu sua pele formigar naquele momento. Não era só o medo. Era a exposição. Era a certeza de que, mesmo sem ver, Momoa havia compreendido. 


Rachid ainda estava vivo, mas por um fio. Samir… Samir estava aos pedaços. Ele não tinha como responder. Não sem aparecer. E a última coisa que ele queria fazer agora era aparecer diante daquele monstro.


Alguns segundos se passaram e nada aconteceu. Momoa, frustrado, mas já esperando por isso, então abaixou o olhar para Rachid, que arfava com dificuldade. E as palavras que viriam em seguida não foram para o inimigo inconsciente, mas para o irmão escondido.


“Você vai deixá-lo morrer aqui?” Ele perguntou: “É isso que vale a sua Trindade?”


A floresta voltou a silenciar. Momoa sabia quem eles eram. E Amin não se mexeu. Não piscou. Mas seu interior gritava para ele fazer alguma coisa.


Contudo, não havia mais nenhum plano. Não havia tática. E agora, não havia orgulho.


Ele viu os irmãos caírem de forma rápida e brutal. Viu o que era ser arrastado para fora da ilusão da superioridade. Viu que o mundo real, quando bem defendido, não se curva diante de fantasmas.


E Zao Tian, observando tudo, apenas murmurou com o mesmo sorriso leve nos lábios: “Dois já foram. Agora só falta mais um covarde.”




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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