Capítulo 0977 - A Origem do Mal 23
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Na memória mais aterrorizante na mente de Amin, Zao Tian quase sentia o gosto da vitória na boca.
Cada soco de Momoa. Cada estocada. Cada osso quebrado. Cada palavra. Tudo parecia um acerto de contas com o universo. Um filme brutal e honesto, onde os vilões finalmente sangravam, onde os sorrisos arrogantes se transformavam em caretas de dor e desespero.
E ele torcia. Torcia como alguém que assiste ao fim de uma era que destruiu tudo de bom. Torcia como um guerreiro que, mesmo de forma indireta, carregava as cicatrizes deixadas por aqueles três.
Ele queria que Rachid morresse ali. Queria que Samir tivesse o coração atravessado mais uma vez. Queria que Amin se visse obrigado a sair da sombra apenas para ser esmagado como os outros.
Seu punho se cerrava involuntariamente. O sorriso em seu rosto não era mais sutil. Era largo. Quase cruel. Ele sentia-se vingado, mesmo que só um pouco.
Mas então… A realidade o atingiu.
Como uma gota de água fria escorrendo por sua nuca, o pensamento inevitável invadiu sua mente. E Zao Tian piscou. A visão diante de si, a floresta, o sangue, os gritos abafados, ainda estava lá, mas agora, ela parecia… distante. Como se algo estivesse errado.
Porque estava.
Ele finalmente lembrou. Lembrou do que era aquilo. Do que estava vendo. Do que estava vivendo.
A memória. Era tudo uma memória.
Não importa o quanto torcesse. Não importa o quanto desejasse ver os três irmãos sendo reduzidos a pó… aquilo já havia acontecido. Aquilo era o passado. E ele sabia, por tudo o que havia enfrentado até então, por cada combate, por cada plano frustrado e por cada movimento do Olho… que Rachid, Samir e Amin ainda estavam vivos.
Eles não morreram naquela floresta.
Empurrado para a realidade, Zao Tian afastou o sorriso lentamente de seu rosto. O punho que havia se cerrado se relaxou. Seus olhos ainda fitavam a cena, mas agora com outro olhar. Não o de alguém que saboreava uma vitória, mas o de alguém que compreendia o que aquilo significava.
“Eles escaparam…” Ele murmurou, com raiva contida: “Eles sobreviveram.”
Era óbvio, ele pensava agora. Se Momoa os tivesse matado ali, a história teria tomado outro rumo. O Olho não teria se reerguido. As células não teriam sido ativadas novamente. Os cultos não teriam voltado à superfície. Eles não teriam forjado um exército de Santos escravizados.
Zao Tian respirou fundo, forçando a si mesmo a absorver o que via sem deixar que a emoção nublasse a razão novamente. As lembranças continuavam. Ele ainda estava dentro da consciência de Amin, vendo tudo do ponto de vista daquele que se escondia, que observava. O único dos três que não havia sangrado… ainda.
E era isso que fazia seu sangue ferver. A frustração queimava como uma labareda sob a pele.
A oportunidade estava ali. Os irmãos estavam ao alcance. Mas, no fim, alguma coisa os impediu de morrer. Seja a misericórdia de Momoa, o que ele duvidava muito, ou alguma intervenção estratégica. Talvez Amin tenha resgatado os dois.
Talvez eles tenham fugido por pouco.
Zao Tian não sabia. Mas o que sabia… era que tudo aquilo era passado.
A tortura de Samir. A humilhação de Rachid. A covardia de Amin. Todas essas peças já haviam sido jogadas. E mesmo tendo falhado em assassiná-los, os irmãos usaram aquilo. Recuaram. Aprenderam. Esperaram. Até estarem prontos para tentar de novo.
“Foi quase…” Zao Tian sussurrou, olhando para o reflexo do colosso naquela lembrança: “Você quase terminou com tudo, Momoa…”
Por um segundo, ele sentiu vontade de gritar. De quebrar aquela memória com os punhos, como se isso pudesse reescrevê-la. Como se pudesse alertar Momoa, naquele passado intocável, para acabar logo com aquilo. Para terminar o trabalho. Para esmagar aqueles vermes e evitar todo o sofrimento que viria depois.
Mas ele não podia. A lembrança não respondia a sua vontade.
Ela apenas se desenrolava, seguindo o fio de uma história que já havia sido tecida. E ele era apenas um espectador naquele teatro de verdades.
Fadado à assistir sem ter como interferir, Zao Tian viu Amin, do lado de dentro da miragem, ainda observando. Sem respirar. Sem piscar.
O sangue dos irmãos no chão era tão real quanto o temor que sufocava seu peito. Zao Tian conseguia sentir o tremor oculto na alma do terceiro irmão. E conseguiu perceber o exato instante em que ele decidiu: “Não. Ainda não.”
Porque ele não tinha plano. Porque não sabia o que fazer. Mas acima de tudo isso, Amin não aceitava morrer.
Momoa permaneceu de pé diante da cratera, com o braço de Rachid ainda preso sob sua mão como uma corrente viva. Seus olhos continuavam voltados para o vazio, para o nada concreto onde Amin se escondia.
"Não vai mesmo sair?" Ele perguntou, como se falasse com a própria floresta: "Ou vai deixar que eu esmague esse aqui até virar parte do chão?"
Do outro lado, dentro do plano da Miragem, Amin cerrava os olhos.
A pressão era sufocante. A cena diante dele não era mais um combate. Era uma execução. E ele sabia que, se não fizesse algo agora, os dois irmãos não sairiam dali vivos. Samir podia já estar perdido. Rachid estava a poucos segundos de seguir o mesmo destino. E ele, Amin... Ele era o cérebro que ainda funcionava.
Ele tinha que se acalmar. Toda aquela tensão o prejudicava. Prejudicava os três. E por isso, quando ele finalmente fechou os olhos, não o fez em rendição. Mas em concentração.
Ali, seguro, ele respirou fundo. Uma vez. Duas. Três vezes. E então, tudo ao redor sumiu. As árvores. Os sons. O colosso.
Agora era apenas ele e sua mente.
Ele precisava de um plano. Rápido. E pensando na urgência da situação, havia apenas uma opção.
O Domínio da Miragem Eterna ainda estava sob seu controle. O orbe pulsava em sua mão como um coração enfermo. Ele não podia usá-lo para lutar. Não podia interferir sem sair. Mas podia invocar.
Ele podia abrir um portal. Não um portal para fuga direta. Mas para o cativeiro. Para onde os Santos estavam presos.
Aqueles guerreiros de dezenas de mundos, escravizados pelas marcas espirituais. A maioria dos quais sequer lembrava seus nomes. Eles eram armas agora armas que apenas obedeciam.
E Amin ia usá-las.
Ainda com os olhos fechados, ele fez uma sequência de selos. O ar ao seu redor estremeceu. A miragem começou a rachar, como vidro sob pressão. A transição não seria sutil.
*Craaaaack…* Quando tudo estava pronto, ele saiu.
Num piscar de olhos, Amin estava lá. No plano real. No campo de batalha. E Momoa o viu.
O colosso virou lentamente a cabeça, ainda com Rachid como uma estaca presa ao chão, e encarou o terceiro.
"Finalmente." Ele disse.
Amin, entretanto, não respondeu. Suas mãos estavam em movimento, formando selos tão rápidos que mal podiam ser vistos.
O ar tremeu. E então, no espaço logo atrás dele, um rasgo se abriu.
Um buraco no tecido da realidade, que conectava diretamente à prisão onde os Santos estavam confinados. Eles surgiram um a um, como um enxame, como sombras derramadas de um pesadelo.
Dezenas. Talvez mais. Cada um deles estava com os olhos vazios e as auras cortadas pelas marcas de controle. Mas eles ainda eram fortes. Fortes o suficiente para conter Momoa por alguns segundos.
"Segurem-no!" Amin gritou. E os Santos atacaram.
Como um enxame, eles investiram contra Momoa de todos os lados. Raios, lâminas, lanças de gelo, chicotes de fogo... tudo caiu sobre o colosso como uma tempestade desesperada.
Amin correu direto para Samir.
Rachid estava mais próximo, mas ainda preso pela mão de Momoa. Não havia tempo para gentileza. Ele tinha que ser prático, então puxou o irmão como uma sombra rasgada do chão, arrastando seu corpo quase sem vida em direção ao portal que ainda zumbia atrás de si.
No centro do campo, Momoa reagia. Cada golpe dos Santos era bloqueado, redirecionado ou simplesmente ignorado. Sua pele era como aço e sua energia como um rio que nunca secava.
Ele não lutava com técnicas elaboradas. Não usava sequências. Apenas esmagava. Um soco em um peito. Uma cabeçada em um rosto. Um chute que jogava dois para o alto.
Era um massacre, mas eles eram muitos. E por três segundos, apenas três, ele foi forçado a soltar Rachid.
Foi o suficiente. Amin se virou para Rachid. Estendeu a mão e o pegou.
Mas naquele exato instante, Momoa percebeu.
Em meio à chuva de golpes dos Santos escravizados, mesmo com sangue escorrendo de um corte no supercílio e o corpo envolto pela pressão de dezenas de cultivadores, Momoa viu. Ele viu o terceiro irmão finalmente tentando recuperar o primeiro. E aquilo foi o suficiente para ele agir.
Com um movimento brusco e repentino, o colosso agarrou a adaga envenenada que havia cravado no chão ao lado de Rachid. Seus dedos envolveram o cabo da arma com uma naturalidade assustadora. E sem medir, sem mirar com os olhos, mas com a precisão instintiva de um caçador, ele lançou a lâmina.
*Vuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuup.* O ar cortado pela arma assobiou como um trovão. A adaga viajava direto para o peito de Amin. Mais precisamente, para o coração.
Zao Tian, observando pela memória, arfou. Aquilo era rápido demais. Não havia como Amin reagir a tempo. A arma voava como um raio, certeira, inevitável, e em seu ponto cego.
Mas então, algo aconteceu.
Um lampejo.
Rachid, ainda semi-consciente, sentindo sua alma se esvair e seu corpo esmagado por dentro, reagiu. Foi um impulso primal, desesperado, um instinto de sobrevivência do vínculo que unia os irmãos. Sua gravidade respondeu como se sentisse o perigo pairando sobre Amin.
Um fraco, mas providencial campo gravitacional foi gerado no exato ponto onde a adaga cruzava o espaço.
*Splaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…* A trajetória da lâmina foi distorcida. Ela ainda atingiu Amin. Mas ao invés de perfurar seu coração, o golpe deslizou, rasgando o lado do torso com brutalidade. Sangue explodiu para fora como uma rajada e o grito de dor veio logo depois.
“Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaargh…* Amin caiu de joelhos, com os dentes cerrados e a pele empalidecendo. A dor era absurda, o sangramento, incontrolável. Mas ele ainda tinha Rachid pela mão. E ainda tinha uma chance.
Com a visão embaçada, ele puxou o irmão para o portal. E de lá o Domínio da Miragem Eterna zumbia, acolhendo-os em seus braços seguros e de onde eles nunca deviam ter saído.
Lá fora, os Santos, mesmo controlados, começavam a fraquejar sob o peso esmagador de Momoa, que agora esmagava cabeças com os punhos e partia torsos com os cotovelos.
Ele avançava como um rolo compressor. Mas já era tarde.
O portal se fechou.
Ele havia impedido o assassinato. Havia enfrentado o que parecia impossível.
Mas não havia conseguido terminar.
O olhar furioso dele pousou sobre o local onde o portal se fechou.
“Covardes!” Ele xingou, como um predador que perde a sua presa.
Enquanto isso, dentro do Domínio da Miragem Eterna, Amin caiu de joelhos.
Sangue jorrava pela lateral do seu corpo. Ele tremia e seu rosto estava sujo e pálido. Mas ele ainda estava consciente.
Rachid, por outro lado, estava inconsciente. Mas respirava.
Samir? Agonizava em silêncio. Quase sem presença vital.
Ferido, mas muito bem em comparação aos seus irmãos, Amin olhou para eles. E, mesmo em meio à dor, a única coisa que conseguiu pensar foi: “Sobrevivemos…”
