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Capítulo 0988 - Traidores

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Tenham uma boa leitura!]


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O jardim, antes silencioso e envolto na calma das fontes e do canto distante dos pássaros, foi subitamente engolido por uma aura conjunta, densa e grotesca, como se algo profano tivesse despertado sob a terra sagrada do palácio. O perfume das flores desapareceu. O som da água foi engolido por uma vibração quase imperceptível, mas profundamente incômoda, como uma afinação sinistra prestes a estourar as cordas do mundo.


Yang Yin e Yang Fen, ajoelhados até um instante atrás, estavam agora de pé. Seus corpos emanavam uma energia espiritual de natureza híbrida, com padrões caóticos que se entrelaçavam como serpentes. As vestes dos dois tremulavam mesmo sem vento, como se a própria atmosfera ao redor deles estivesse sendo distorcida. A luz do sol filtrada pelas copas das árvores os evitava.


Guardas imperiais deslizaram as mãos para as empunhaduras de suas armas, mas ainda assim não se moveram, porque eles não tinham chance alguma de parar os dois. Eles estavam diante de duas forças distorcidas que um dia haviam sido seus líderes e irmãos de armas.


Cruz, posicionado a poucos metros da cena, apertou os olhos ligeiramente. Sua expressão naquele momento era dura, fria, e sua mão se moveu levemente para a lateral, como se sinalizasse algo a Shara’Kala. A líder orc, por sua vez, endireitou os ombros e o machado que carregava às costas pareceu tremer sozinho ao sentir a energia vinda daqueles dois.


Yang Chao deu um passo à frente, com seu semblante impassível, mas com o olhar fixo em Yang Yin, e sua voz foi firme e cortante: “Yin. Fen. O que estão fazendo?”


Contudo, antes que qualquer dos dois respondesse, a voz grave e autoritária de Yang Hao rompeu o silêncio: “Não.”


Ele falou aquilo para Yang Chao, e o Guardião Imperial parou no ato. Todos os outros também. 


“Não vale a pena apelar para o que não existe mais.” Yang Hao disse com uma firmeza inquebrantável: “Esses dois... não são mais os homens que deixei aqui.”


Aquela declaração foi como um selo. Todos os presentes entenderam na hora que o momento agora ultrapassava laços pessoais ou juramentos antigos. Agora, eles estavam diante de um enigma que envolvia as profundezas da Trindade. E Yang Hao, mesmo com a morte piscando diante de seus olhos, não se curvou.


Ele encarou os dois com uma calma fria, mas cheia de presença. Em sua voz, havia um tipo de autoridade que não parecia arrogância, mas sim uma clareza incontestável. Um peso construído ao longo de séculos de comando. E, ao contrário de muitos reis, ele não precisava gritar para dominar.


"Quero que me digam por quê." A pergunta de Yang Hao veio como uma ordem: "Por que estão fazendo isso? Por que transformar lealdade em traição? Por que se voltarem contra a Dinastia... contra mim?"


Yang Yin e Yang Fen se entreolharam. Sequer uma sombra de hesitação surgiu nos seus semblantes. E o que veio a seguir foi ainda mais desconcertante.


Com vozes sincronizadas, como se fossem uma única mente dividida em dois corpos, ambos sorriam e responderam: “Porque é para isso que nascemos.”


A resposta foi mecânica, fria, desprovida de emoção. E foi nesse momento que todos entenderam: aquilo não era apenas uma escolha. Era um comando. Uma programação. Uma distorção tão profunda que os dois haviam deixado de ser apenas traidores. Eles eram armas.


O chão ao redor deles começou a rachar rapidamente. Pequenos fragmentos de pedra se ergueram do solo e pairaram no ar, girando lentamente sob a pressão brutal de suas auras. Rachaduras surgiam no solo como veios de relâmpago escuro, se espalhando pelo jardim com uma ameaça crescente.


Eles estavam prestes a dizimar tudo, mas mesmo assim, nenhum dos presentes recuou.


A pressão aumentava como se o próprio planeta estivesse prestes a explodir por dentro. O jardim que antes simbolizava paz e recuperação agora parecia o centro de uma calamidade em formação. O solo já não era estável. As flores haviam murchado, as fontes estavam rachando e os pássaros haviam desaparecido completamente, como se o instinto da vida já soubesse o que estava para acontecer.


Yang Yin e Yang Fen estavam prestes a romper os limites da existência. Suas auras, agora tão densas e flamejantes que tornavam o ar irrespirável, assumiam formas abstratas, serpenteando em direções opostas como duas entidades que não apenas queriam morrer… mas levar um terço do mundo com elas.


E mesmo assim, ninguém recuou.


Porque não havia como recuar. Qualquer passo para trás seria em vão. A energia acumulada nos corpos dos dois Guardiões era como um segundo sol prestes a nascer, e todos ali sabiam: quando aquele sol nascesse, seria o fim.


Yang Hao não se moveu. Ele continuava sendo segurado por Yang Yin, com o braço preso com uma força absurda, como se o toque daquele traidor tivesse raízes na terra. Seus olhos, porém, ainda estavam firmes. Não havia medo, pânico ou desespero. Havia apenas uma convicção absoluta de que ele veria aquilo até o fim.


Ao seu redor, os Guardiões Imperiais se moveram em círculo.


Yang Chao, Yang Feng e Yang Gengi assumiram suas posições, formando uma triangulação ao redor dos dois traidores. Nenhum deles disse uma palavra, e tampouco tentaram conversar. Seus olhos comunicavam o que palavras jamais conseguiriam: eles estavam prontos. Não para impedir a explosão, porque sabiam que não havia como, mas para estar ali até o último segundo, para salvar o imperador. 


Cruz fechou os olhos por um instante, sentindo a energia anormal saturar sua pele. 


Shara’Kala cravou o machado no chão, como se estivesse se preparando para o choque. Não haveria fuga. Não haveria medo. Somente resistência.


Enquanto isso, Yang Hao, ainda imóvel, manteve o olhar firme nos olhos de Yang Yin e Yang Fen, enquanto a terra vibrava de forma mais intensa. Os dois Guardiões pareciam prestes a se desintegrar, como tochas humanas prestes a explodir do núcleo para fora.


E então, ambos falaram.


“Majestade…” Disse Yang Yin, com sua voz reverberando com distorções que não pertenciam a este mundo.


“Receba nossas últimas palavras.” Completou Yang Fen, cuja aura já começava a queimar o gramado abaixo de seus pés.


Ambos sorriram largamente. Mas não era um sorriso de desprezo. Era vazio. Um sorriso quebrado, mecânico, como uma máscara presa no rosto de um cadáver.


“A Trindade manda lembranças…” Eles disseram em uníssono: “E disse que nos vê no inferno.”


*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…* Foi nesse instante que a realidade começou a rachar.


O céu acima deles escureceu. As nuvens abriram-se, não para a luz, mas para uma sombra infinita. O som cessou completamente, como se o próprio espaço tivesse se recusado a vibrar. Os corpos dos dois Guardiões então começaram a se abrir, como se estivessem se desfazendo por dentro, com uma quantidade massiva de energia espiritual pulsando de seus núcleos, distorcendo as leis do mundo.


Então, Yang Hao falou. Sem gritar, sem suplicar, apenas com a firmeza de quem sabia que aquela era a última coisa a ser dita: “Vocês foram criados para morrer por eles. Mas eu fui criado para viver pelo meu povo.”


Quando escutaram aquilo, Yang Yin estreitou os olhos e Yang Fen abriu a boca para dizer algo, mas...


*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…* Antes que o apocalipse pudesse acontecer e varrer toda a Dinastia Yang, algo estranho aconteceu.


Um dos guardas posicionados ao longo do jardim, um homem magro, de pele clara e cabelos grisalhos presos num coque baixo, com olhos afiados, deu um passo à frente.


A princípio, ninguém notou. Ele era só mais um guarda. Apenas mais uma sombra sem rosto entre tantas. Mas então, ele levantou as mãos.


Seus dedos giraram como se estivessem moldando o ar. Lentamente. Com precisão absoluta. Como um escultor moldando o vazio.


E no exato instante em que ele completou o movimento, como se um selo tivesse sido ativado, as auras de Yang Yin e Yang Fen... desapareceram.


Elas não foram apenas dissipadas. Elas desapareceram, como se nunca tivessem existido.


Em uma questão de segundos, o chão rachado estancou. O ar voltou. A luz retornou às flores. O céu clareou como se a tempestade tivesse sido apenas um sonho.


Yang Yin e Yang Fen cambalearam para trás, com seus olhos arregalados e seus corpos tremendo. A força nos músculos dos dois desapareceu e suas bocas se abriram em um misto de choque e desespero.


“Não... isso não é possível.” Yang Fen murmurou, levando a mão ao próprio peito, onde sentia... nada.


Yang Yin tentou reativar sua energia, mas ela não respondeu. Era como se algo, ou alguém, tivesse cortado o fluxo diretamente da fonte. Não era apenas um selo. Era um apagamento absoluto.


Todos os presentes estavam paralisados com a cena. Até mesmo os Guardiões Imperiais. Até mesmo Yang Hao.


O silêncio agora era de perplexidade, não de medo.


Cruz foi o primeiro dentre todos a mover-se, lentamente, olhando para o guarda com o cenho franzido. “Quem é você…?”


O homem girou levemente o corpo, mas não respondeu. Seus olhos ainda estavam fixos nos dois traidores. E quando finalmente falou, sua voz foi baixa, controlada e perfeitamente firme: “Eles não são mais uma ameaça. A explosão foi cancelada. O comando de execução não se completará novamente.”


Yang Hao, por sua vez, encarou o homem com um semblante enigmático, e perguntou: “De onde você saiu?”


O homem, que não demonstrava agressividade contra o grupo, se curvou levemente em cumprimento e respondeu: “Meu nome é Orfeu, vossa majestade! Sou um membro do Esquadrão da Noite, cuja missão foi dada pelo próprio Daren, para ficar de olho nesses dois.”


O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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