Capítulo 0992 - Encontro Inevitável
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Em um dia único na história, o grande portão da Dinastia Yang se abriu com um som abafado e ressonante, como um tambor de guerra tocado apenas uma vez, anunciando que algo inevitável havia cruzado os limites do sagrado. Diante de uma presença forte que adentrava os portões, guardas imperiais se entreolharam, apreensivos, como se suas armaduras tivessem perdido a utilidade e estivessem nús e indefesos.
O céu, até então encoberto, parecia mais escuro do que deveria para aquele horário do dia. Nuvens pesadas se agrupavam como espectadores silenciosos e carrancudos, esperando o primeiro olhar, a primeira palavra, o primeiro confronto.
Zao Tian atravessou o portão principal sem cerimônia, sem pompa, e sem qualquer guarda a escoltá-lo, porque, na prática, ninguém ali se atreveria a conduzi-lo a lugar algum que ele mesmo já não soubesse alcançar. A todo momento, seus passos eram firmes, mas não apressados. As vestes simples que usava contrastavam com a grandeza do local, mas não destoavam. Porque ele era o tipo de homem que, ao entrar em um palácio, fazia o palácio parecer pequeno.
Ragnar e Kyon vinham logo atrás dele, silenciosos como sombras, mas coroando uma ‘escolta’ desnecessária, mas extremamente intimidadora.
Nenhum dos dois tinha expressão de convidado. Eles não estavam ali para proteger, mas sim para interceder e, se preciso fosse, lutar. Tudo o que fosse necessário para o homem em quem eles confiavam suas vidas.
O clima os moldava, e naquele dia o clima era de tempestade se formando.
Zao Tian não estava ali para ser hostil, mas aquele lugar e tudo o que ele significa sempre foi hostil com ele. Certas decisões e ações não têm volta, e quando são tomadas, levantam armas contra elas que dificilmente serão baixadas novamente.
Zao Tian era pura e simplesmente uma dessas armas que se levantaram para se defender da Dinastia Yang, de Yang Hao. Ele era a guarda que, uma vez erguida, não baixava nem que os seus mais confiáveis amigos dissessem para fazê-lo.
Hoje, diferente de tudo o que ele foi no passado, Zao Tian representava muitas coisas: Ele era o único cultivador da luz do universo; Ele matou deuses quando o mundo precisou; Ele lidera os esforços contra o Olho e a luta contra o divino. Zao Tian podia não ter e não aceitar títulos, mas em termos de importância, ele, agora, era muito maior do que um imperador de uma dinastia restrita a um único mundo.
O nome Zao Tian ecoava pelo universo, enquanto o nome Yang Hao… não tinha forças para se propagar tão longe quanto o outro.
As coisas mudaram, e mudaram muito rápido.
Ao mesmo tempo que Zao Tian chegava, nos salões internos do palácio, Yang Hao estava de pé diante de Yang Yin e Yang Fen, ainda ajoelhados, ainda com os fluxos de energia interrompidos pelo Núcleo Cinzento de Orfeu. Ao redor, os Guardiões Imperiais mantinham a formação, com Orfeu imóvel a poucos passos de distância.
“Quem contatou vocês? Como eles fizeram isso?” Yang Hao perguntou pela terceira vez, sem elevar a voz, mas com um tom que ecoava como uma lâmina roçando nas gargantas dos dois.
Yang Yin e Yang Fen o encaravam com feições vazias. Eles não diziam uma palavra sequer. O silêncio deles era quase zombeteiro.
“Seus corpos ainda estão vulneráveis, então prefiro que respondam e nos poupem de métodos mais invasivos.” Yang Hao disse, cruzando os braços: “Ou vocês cooperam, ou terão os ossos partidos um por um até que algo se quebre além do físico.”
Orfeu, mesmo sem ter o mesmo tom de Yang Hao, estreitou os olhos e falou com os dois: “O estado de supressão que vocês estão pode ser mantido enquanto o imperador desejar que eu faça, mas eu aviso que uma hora ou outra isso causará danos irreversíveis às suas Veias Espirituais, tornando-os, eventualmente, aleijados!”
As palavras de Orfeu tiveram a aprovação do imperador e causaram um evidente desconforto e medo nos dois, mas antes que Yang Hao pudesse dizer mais alguma coisa, o som distinto de passos invadiu o salão. Não eram os passos corridos e nervosos de um mensageiro, mas uma marcha lenta e segura, como se o dono dela carregasse não só a própria autoridade, mas o peso de algo maior.
Todos olharam naquela direção. Alguém entrou sem se anunciar, e então, Zao Tian finalmente apareceu no limiar do salão.
Foi somente uma impressão, mas temperatura no ambiente pareceu cair alguns graus. Todos os presentes, inclusive os Guardiões, se viraram com surpresa, e, para alguns, com uma tensão que beirava o incômodo.
Zao Tian cruzou o salão como quem atravessava um campo de julgamento. O silêncio o acompanhava a cada passo, e os olhos de todos pareciam medir não só sua presença, mas a ausência de qualquer sinal de respeito visível.
Ele estava diante do imperador, mas se portava como se estivesse casualmente entrando em um bar.
Ele caminhou, e então, parou a alguns metros de Yang Hao.
“Yang Hao.” Ele disse, com um escárnio contido, mas perceptível.
Yang Hao, com a serenidade gélida de quem já matou reis por olhares, respondeu apenas com os olhos.
Parecia que o ambiente inteiro podia desabar naquele segundo.
“Soube que está interrogando dois supostos traidores.” Zao Tian continuou, sem pressa: “Mas está perdendo tempo.”
“Como ousa entrar aqui e…” Yang Feng, indignado com o desrespeito que Zao Tian mostrava sob o teto do seu imperador, deu um passo à frente e saiu em defesa da honra seu líder, mas Yang Hao prontamente levantou a mão, interrompendo-o.
“Continue.” Disse o imperador, encarando Zao Tian como se analisasse uma arma.
Zao Tian sorriu de canto, mas seus olhos não acompanhavam o sorriso.
“Esses dois...” Ele apontou com o queixo para Yang Yin e Yang Fen, ainda ajoelhados. “Não são seus verdadeiros homens.”
Ao escutar aquilo, todos no salão prenderam a respiração e se olharam.
Foi o próprio Zao Tian que, há poucos dias, atestou os dois como sendo legítimos.
“Eles são cópias. Réplicas. Clones.” Enquanto todos olhavam para ele, Zao Tian declarou, com a convicção que só pode vir de quem viu o que ninguém mais era capaz de enxergar: “Você realmente foi traído, mas não por esses dois. Os verdadeiros Yang Yin e Yang Fen… esses sim… esses traíram você. E escaparam.”
A reação foi imediata. Yang Feng cerrou os punhos. Yang Gengi murmurou algo inaudível. Orfeu franziu demonstrou estranheza e curiosidade pela primeira vez.
O único que não moveu um músculo foi Yang Hao.
“Você está me dizendo...” Ele disse lentamente, como quem limpava a decepção da sua boca: “Que o Olho me enganou com dois substitutos? Que meus homens foram duplicados, mudaram de lado… e ninguém percebeu?”
Zao Tian inclinou levemente a cabeça e confirmou, antes de avisar: “Estou dizendo que essa é a especialidade deles. Não é sua culpa, Yang Hao. Não dessa vez.”
O salão mergulhou em um silêncio profundo, daqueles que não precedem uma calmaria, mas a erupção inevitável de algo que já passou do ponto de contenção. O eco das últimas palavras de Zao Tian ainda vibrava pelas colunas douradas, como se a verdade recém-proferida estivesse tentando encontrar seu espaço naquele templo de poder, honra… e agora, traição.
Yang Hao continuava firme, imóvel como uma estátua esculpida com precisão imperial. Mas seus olhos, aqueles olhos que tantas vezes intimidaram generais e juízes com apenas um olhar, estavam, pela primeira vez em muito tempo, mansos, tentando compreender. Tentando aceitar.
Ele estreitou levemente as pálpebras e disse com a voz mais controlada que conseguia reunir naquele instante: “Você parece muito certo disso, Zao Tian. Mas o que exatamente está dizendo? Que os dois que se ajoelham à minha frente agora… são apenas cópias? E que os primeiros, aqueles que recebemos com desconfiança… eram os verdadeiros?”
Zao Tian assentiu, sem hesitar: “Sim. Os primeiros eram os verdadeiros Yang Yin e Yang Fen. Esses… são espelhos. Cópias extremamente bem-feitas. Quase perfeitas.”
“Quase.” Yang Hao repetiu aquela palavra, baixando os olhos brevemente para os dois traidores ajoelhados. Depois, ele ergueu o olhar novamente e indagou: “E você só descobriu isso agora?”
Zao Tian respirou fundo, cruzando os braços como quem segurava um peso invisível, e respondeu: “Não. Eu já suspeitava de algo do tipo desde o dia em que analisei os dois.”
Yang Feng imediatamente deu um passo à frente, inconformado, e bufou: “Mas você mesmo atestou as memórias deles como verdadeiras. Você, sob o teto desta casa, disse que eles eram legítimos!”
“E atestei.” Zao Tian respondeu, sério, seco e sem se deixar ser intimidado, antes de continuar: “E eu falei a verdade! As memórias deles são reais. O que viveram, o que sofreram, tudo isso aconteceu exatamente como está registrado em suas mentes. Mas as outras lembranças… nunca foram deles. Foram inseridas. Ou melhor, transferidas.”
O salão pareceu balançar por um instante diante dessa revelação. Até os Guardiões Imperiais, treinados para suportar a dúvida e a angústia, trocaram olhares tensos, tentando absorver aquela verdade absurda.
Orfeu, do fundo da sala, estreitou os olhos com uma expressão intrigada. Ele parecia começar a entender o motivo de ter sido enviado sem saber de tudo.
Yang Hao, agora visivelmente incomodado, manteve-se em silêncio por alguns segundos. Mas quando voltou a falar, seu tom carregava um peso que só os anos de comando e perdas podiam conferir: “Você está dizendo que é possível... criar uma cópia perfeita de um guerreiro como Yang Yin? Reproduzir cada emoção, cada detalhe de sua história… e plantar isso em um corpo que não é o dele?”
“Sim.” Zao Tian respondeu, com a gravidade que aquela revelação exigia: “E não é só possível, como eles fizeram.”
“Eu pensei muito nisso, e só me veio uma única maneira disso acontecer… os verdadeiros Yang Yin e Yang Fen colaboraram de bom grado com o Olho e cederam suas memórias para os clones.”
“Não tem outra forma de se fazer isso. Nem eu conseguiria!” Zao Tian finalizou, deixando um ar de autoridade e confiança que beirava a arrogância, mas não era sem motivos provados.
Quando Zao Tian terminou de falar, Yang Hao fez uma expressão de entendimento complexa, que mistura clareza e contrariedade ao mesmo tempo, e então perguntou, sem rodeios: “Foi você?”
Zao Tian franziu levemente o cenho, entendendo o que ele queria saber, mas não respondeu de imediato.
Yang Hao então completou, sendo claro e com a frieza de quem não queria enrolações: “Foi você quem teve a ideia de infiltrar Orfeu na Dinastia Yang?”
