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Capítulo UHL 1004 - Chamado

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Tenham uma boa leitura!]


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Depois de conversar com Kyon, Ragnar, Shara’Kala e se estressar um pouco com Cruz, Zao Tian foi direto para o laboratório, onde praticamente se trasformaria em sua casa pelos próximos dias.


O seu local de trabalho, o interior do laboratório subterrâneo do Vale da Esperança, não era extravagante. As paredes do lugar eram simples, lisas, cobertas por uma tonalidade escura que absorvia a luz de fontes fixadas no teto. Não havia nenhum artefato espalhafatoso, nenhum brilho pulsante ou energia espiritual externa que pudesse interferir nas pesquisas que ele pretendia realizar, contaminando as amostras. Havia apenas bancadas, frascos organizados em sequência, recipientes vedados com cuidados extremos e placas de análise dispostas de forma funcional, como qualquer espaço que Zao Tian respeitaria.


O laboratório era o reflexo do cientista que estava trabalhando nele. Simples, porém organizados, limpo e completo.


Ali, no centro da câmara principal, Zao Tian começou a trabalhar sem pausa.


Seu foco estava totalmente voltado para dois tubos suspensos por suportes reforçados, onde amostras de sangue estavam preservadas em contenção: uma de Yang Hao; Outra de Ye Yang.


Com os antebraços expostos, as veias espirituais ativadas e as mãos banhadas por um leve brilho verde, Zao Tian trabalhava com precisão e cuidado absolutos. Nenhum gesto dele era em vão ou brusco. Nenhuma leitura ou dissonância era ignorada. Os padrões das cadeias genéticas das amostras eram exibidos de forma visível, como sequências matemáticas diante dele, através da combinação de sua percepção sensorial elevada e sua afinidade elemental com a luz, que o permitia fazer aquele tipo de projeção. Era um misto de técnica refinada, memória muscular e anos de dedicação à manipulação biológica com energia espiritual.


Ele já havia feito esse tipo de análise antes. Mas nunca com tanto cuidado. Nunca foi tão necessário que ele não errasse e fosse bem sucedido quanto era naquela ocasião.


As duas amostras estavam ali para uma comparação direta: Yang Hao, um imperador alvo de uma tentativa de golpe estrutural, e Ye Yang, um clone, mas um cultivador íntegro que esteve ombreou ao lado de Zao Tian por tempo suficiente para ser usado como referência segura de identidade genética e espiritual.


O trabalho, para muitos, era chato. Era lento. Era quase uma perda de tempo.


Zao Tian cruzava os dados. Linha por linha. Padrão por padrão. Sequência por sequência. Os pontos espirituais, a assinatura celular, a oscilação da energia vital impregnada em cada célula… tudo estava lá. E tudo era igual. Terrível e frustrantemente igual.


Depois de horas dando de cara com uma parede atrás da outra, ele se afastou por alguns instantes, ajeitando o cabelo desgrenhado e se recostando na bancada, enquanto os olhos analisavam pela enésima vez os registros projetados à sua frente. Nada piscava. Nada saía do lugar. E nada destoava na intensidade necessária que ele precisava.


“Perfeitos.” Em certo momento, ele murmurou, contrariado, e quase elogiando os Shui: “Filhos da puta… Eles foram praticamente perfeitos.”


Mesmo que puxasse em suas memórias e nas memórias do Rei Esmeralda, Zao Tian não conseguia lembrar se houve outro grupo com conhecimento técnico suficiente para fazer aquilo que os Shui fizeram sem deixar rastros evidentes. A metodologia que eles usaram era cruelmente sofisticada e... eficaz.


Cansado e zonzo de tanto pensar e olhar para coisas tão pequenas, Zao Tian caminhou pela sala, respirando fundo e tentando enxergar novos pontos de vista.


Depois de dar uma espairecida, se é que a andar de um lado para o outro pode ser chamado disso, Zao Tian se debruçou sobre as amostra, mais uma vez, e reiniciou suas leituras. Ele tentava ser racional o tempo todo, mas no fundo sentia a frustração começar a se acumular e se transformar em uma bola de neve.


A urgência de uma resolução não podia prejudicar a metodologia. Não podia ter nenhum erro em sua conclusão, porque caso isso acontecesse, alguém poderia acabar sendo morto ao ser identificado erroneamente como um clone.


A resposta não viria da noite para o dia. E encontrar o ponto de disrupção entre as duas amostras era apenas o começo dos longos trabalhos que ainda o aguardavam, mas ele não podia mentir que havia um pouco de torcida dentro dele. Uma torcida por um milagre ou por um erro crasso dos Shui.


“Clones... não deveriam ser tão bons.” Enquanto ficava no zero a zero em outra leitura, Zao Tian disse em voz baixa, quase sussurrando, como se não quisesse que ninguém o ouvisse: “Eles conseguiram forçar os limites da manipulação genética com níveis de precisão que beiram a arrogância. E ainda assim…”


Ele pausou seu pensamento, como se o mero fato de pensar aquilo fosse um insulto ou pelo menos um mau agouro, e afirmou, sacudindo a cabeça, como se tentasse acordar de um sonho ou afastasse os maus pensamentos, os pensamentos que não ajudavam em nada, apenas atrapalham: “Eu não acredito que alguma coisa pode ser perfeita!.”


Zao Tian sabia disso. Ele era inteligente e sabia que não existia clonagem perfeita. Talvez, para pessoas sem cultivo, isso poderia ser possível, mas para cultivadores… Era contra os princípios mais básicos da propagação da energia espiritual.


Ninguém tocava o mesmo rio. Ninguém era perfeitamente idêntico quando o assunto era a assinatura de energia espiritual.


Mesmo com a técnica da família Shui, mesmo com as melhores amostras e fragmentos de consciência copiados até os limites do aceitável… tudo tinha um erro. Nem que fosse um atraso microscópico ou uma sinapse energética, uma reação mínima fora do tempo ideal, uma fadiga espiritual antecipada que só surgiria sob as condições corretas. Alguma diferença existia.


E era isso que ele buscava.


Essa anomalia. Essa microfratura no cristal que parecia liso demais.


Zao Tian se debruçou novamente, perdendo a conta de quantas vezes fez isso e intensificando a filtragem de resposta das amostras. Ele começou a projetar microcombinações para simular estados de estresse, reorganizando os dados em busca de reações fora da curva estatística padrão. Ele não buscava algo visível, buscava a falha escondida, oculta onde só alguém como ele poderia alcançar.


Àquela altura, seus olhos já estavam vermelhos. As suas mãos começavam a sentir o cansaço, não físico, mas mental, porém ele não recuava.


Aquela sua obsessão não era por vaidade, nem por paranoia. Era por dever.


Afinal… se ele errasse… milhares morreriam.


O tempo passou como uma folha sendo levada pela correnteza.


Ele nem percebeu quando foi que as refeições deixaram de ser entregues. Nem quando a iluminação artificial foi reajustada três vezes automaticamente para imitar o ciclo de dia e noite. Seus pensamentos estavam em outro plano. Os dados giravam, os códigos se sobrepunham, as matrizes espirituais eram refeitas de maneira compulsiva. E mesmo assim… Nenhuma resposta surgia.


Alguns tentaram entrar lá para fazer alguma companhia a ele, mas Zao Tian não dava atenção e parecia até estar sendo atrapalhado. Outro evitavam se aproximar, justamente por saberem que não podiam ajudar, e que quem não ajuda, atrapalha. 


Zao Tian ficou totalmente sozinho na maior parte daqueles dias. Ele sequer tomou banho. E foi só quando uma placa metálica ressoou duas vezes com um eco seco, seguida por uma voz familiar, que Zao Tian despertou do transe.


“Irmão... você ainda tá vivo aí dentro ou decidiu virar uma máquina?” Era Gu Ren. Sua voz vinha pelo canal direto de comunicação entre eles.


Zao Tian piscou algumas vezes, como se estivesse escutando coisas. Então, ele olhou para as suas mãos e viu o amuleto de transmissão sonora nelas.


Desde que entrou naquele laboratório, passaram-se dois dias.


Dois malditos dias ali dentro. E Zao Tian parecia continuar na estaca zero.


“Estou aqui.” Zao Tian teve que esfregar os olhos para voltar à realidade e responder, ainda com a voz rouca: “E você demorou pra me chamar.”


A resposta de Gu Ren veio com um tom entre leve e sério ao mesmo tempo: “É que eu achei que você queria descobrir a origem da vida antes de sair daí. Mas, se puder me dar só um minuto da sua atenção... acho que encontramos o momento que esperávamos.”


Zao Tian franziu o cenho, esticou o corpo em alongamento e perguntou: “O que vocês têm para mim?”


Gu Ren respondeu: “Os ativos do Olho estão se movendo.”


Zao Tian imediatamente ergueu as sobrancelhas, e seu corpo, ainda meio rígido pelos dois dias de concentração contínua, ganhou uma postura mais alerta.


“Movendo como?” Ele perguntou, puxando um pano para limpar os braços.


“Como enxames recolhendo pólen.” Respondeu Gu Ren: “As bases que estávamos monitorando entraram em estado que parece ser de esvaziamento coordenado. Não houve sinais de combate. Nem mesmo troca de posição defensiva. Simplesmente começaram a fechar as rotas e recolher os equipamentos.”


Zao Tian silenciou por alguns segundos. Ele sabia o que aquilo podia significar. Mas não queria se precipitar: “Você está dizendo que estão recuando?”


“Estou dizendo que estão desmobilizando.” A palavra de Gu Ren veio com ênfase: “Estão limpando rastros, apagando evidências, redirecionando suprimentos. É o tipo de movimentação que só acontece quando um plano já foi posto em prática... ou quando estão se preparando para desaparecer.”


Zao Tian apertou o pano nas mãos, como se esmagasse algo invisível, e seu olhar se estreitou.


“Ou seja... ou estão se reorganizando para um ataque massivo... ou pretendem sumir antes que consigamos localizá-los com precisão.” Zao Tian comentou.


“Exato.” Confirmou Gu Ren: “Mas há mais. Ming Xue conseguiu interceptar um grupo avançado se reunindo para um deslocamento orbital... e acredita-se que em sua posição pode ter um membro da Tríade.”


Zao Tian não respondeu imediatamente. Ele andou até a extremidade do laboratório, pegou uma maça e mastigou sem vontade, apenas para reiniciar o metabolismo e despertar os sentidos.


Gu Ren aproveitou o silêncio para continuar: “Ming Xiao já preparou o posicionamento das unidades ocultas. Todos estão no ponto. E antes que você pergunte... sim. Ele, Ming Xue e eu achamos que não podemos adiar mais.”


Aquela frase, dita de forma direta, sem rodeios, surtiu um efeito imediato.


Zao Tian parou de mastigar e jogou o resto da maçã no lixo. Depois, ele passou os dedos pelo cabelo suado e colado à testa, caminhou até o canto mais ao fundo do laboratório, olhou para as amostras e perguntou: “Quanto tempo temos antes que eles desapareçam de vez?”


Gu Ren não hesitou: “Menos de três horas. Se minha estimativa estiver correta, vão apagar tudo e depois disso… adeus.”


“Algum movimento de clones?” Zao Tian perguntou, ainda olhando para as amostras.


“Não sei.” Gu Ren respondeu com sinceridade.


“Avise aos outros que eu já estou saindo daqui!” Zao Tian pediu, antes estalar os dedos e dizer de forma casual, mas revigorante: “Eu estava mesmo precisando ver um pouco de sangue diferente.”


O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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