Capítulo UHL 1008 - Vontade
[Capítulo patrocinado por Alberto Augusto Grasel Neto.. Muito obrigado pela contribuição!!!
ATENÇÃO: LINK ATUALIZADO. Venham fazer parte da nossa comunidade no Telegram! https://t.me/+tuQ4k5fTfgc1YWY5
ATENÇÃO: OS EXEMPLARES FÍSICOS E DIGITAIS DO PRIMEIRO LIVRO DE O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ JÁ ESTÃO DISPONÍVEIS NAS MAIORES LIVRARIAS DO BRASIL E DO MUNDO. APOIE O NOSSO TRABALHO E GARANTA JÁ UM EXEMPLAR TOTALMENTE REESCRITO E REVISADO, E COM TRECHOS INÉDITOS.
Quer ver um mangá de O Último Herdeiro Da Luz? Então, a sua ajuda é muito importante para que possamos alcançar novos limites!
Para patrocinar um capítulo, use a chave PIX: 31988962934, ou acesse https://www.ultimoherdeirodaluz.com/patrocinarcap para outros métodos de pagamento, que podem ser parcelados em até 3x sem juros.
Para ver as artes oficiais da novel, que estão sendo postadas diariamente, siga a página do Facebook https://www.facebook.com/Herdeirodaluz
Ou a página do instagram https://www.instagram.com/herdeirodaluz/
Todas as artes e outras novidades serão postadas nas nossas redes sociais, e vêm muitas outras por aí, então siga as nossas páginas e não perca a chance de mostrar à sua mente qual é o rosto do seu personagem favorito!
Ps: Link do Telegram atualizado!
Tenham uma boa leitura!]
-----------------------
O braço espiritual feito de gravidade sólida ainda estava presente no campo de batalha, oscilando como um espectro grotesco de massa e destruição. Não havia dúvida… aquilo não era apenas uma técnica de ataque. Era uma extensão do próprio conceito de esmagamento absoluto. E o Grande General ainda não havia terminado de mostrar do que era realmente capaz.
Ye Yang, jogado ao chão com o braço esquerdo destruído até o cotovelo, arfava com os olhos semicerrados. Seus pulmões exigiam oxigênio com desespero, e sua mente oscilava entre foco e torpor, tentando processar a dor e a humilhação que o corpo acabara de sofrer.
Foi apenas um toque, mas o estrago que ele causou foi maior do que qualquer golpe direto que ele já recebeu na vida.
Do outro lado, Singrid finalmente caiu, ese levantava aos trancos, ainda sentindo a reverberação do contra-choque que explodira dentro de si ao tentar cortar aquele braço. O próprio relâmpago a havia traído. As correntes elétricas que ela controlava com tanta maestria lhe viraram as costas quando tocou na gravidade condensada.
Na outra extremidade, O Grande General então fechou os olhos por um breve momento… e respirou de forma profunda.
*Whooooooooooooooooom…* Quando os reabriu, mais duas fendas se abriram sob seus pés. Cada uma delas gerou um novo membro gravitacional. Dois braços adicionais ergueram-se, um de cada lado do corpo dele, como se o universo estivesse cedendo espaço para que ele manifestasse sua supremacia.
Agora, ele tinha três braços gigantes flutuando ao redor de si, cada um com dedos que tremiam sob o peso de sua própria densidade, curvando a luz ao redor. Cada centímetro de suas presenças parecia um aviso cósmico de que aquilo não deveria existir.
Ye Yang e Singrid engoliram seco. Suas vozes simplesmente pareciam não existir, e o silêncio profundo que se instaurou foi cortado por uma única frase, que não veio deles…
“Vocês me obrigaram a lembrar como é esmagar.” A fala do Grande General foi dita sem raiva. Sem pressa. Como quem revela uma lembrança antiga, nostálgica. E depois de dizer aquilo, como um elogio talvez, ele ergueu o queixo e encarou Singrid com um olhar frio, antes de lançar o primeiro dos novos braços em direção a ela.
*Vooooooooom.* O ar chiou por causa daquele movimento. O braço não tocou Singrid diretamente, ele se curvou em volta dela. Como se uma mão tivesse se fechado, e uma pressão instantânea atingiu seu corpo por todos os lados.
*Crakc… crack… crakc…* A armadura dela começou a se deformar instantaneamente. Os metais rangiam como gravetos sendo torcidos. Seu peito afundava levemente, os pulmões não conseguiam se expandir, e o estalo que veio a seguir foi de uma costela.
*Aaaaaaaaaaaargh…* Ela gritou. E não um grito de guerra, mas um grito involuntário, como quem tem a própria vontade suprimida.
Ye Yang tentou se erguer para ajudá-la. Com apenas um braço e sangue escorrendo pelo lado do corpo, ele impulsionou-se com dificuldade até ficar de joelhos. Ele rangia os dentes, rangia a alma, mas, bem lá no fundo, sabia que não havia mais como vencer. Ainda assim, recuar não era uma opção.
“Saia de perto dela!” Ye Yang gritou, com a garganta cheia de sangue e orgulho.
O Grande General então o olhou como se observasse um inseto tentando levantar uma rocha com as próprias pernas e disse: “Vocês são insistentes... Mas não são como ele.”
Enquanto aquele fala soava, o braço mais próximo dele, o terceiro braço espiritual, se virou como um martelo girando sobre o próprio eixo, e em um único movimento, desceu sobre Ye Yang.
*BOOOOOOOOOOOOOOOOOOM…* Por sorte, ou cálculo do Grande General, o impacto não atingiu o corpo diretamente. Contudo, a gravidade ao redor foi suficiente para projetá-lo contra o chão, onde rachaduras se espalharam como uma teia. Ye Yang foi prensado contra a terra, os ossos da perna direita fraturaram sob o peso invisível, e um urro abafado escapou pela boca coberta de sangue.
O Grande General então parou. E por um segundo, não atacou.
Lentamente, as três projeções recuaram um pouco e pairaram ao redor dele como guardiões de um trono sombrio.
*Tap. Tap. Tap.* Ele então caminhou. Não correu, não se teleportou. Apenas caminhou… entre os dois corpos caídos.
Enquanto andava, seus olhos estavam fixos em Singrid. Seu semblante, agora mais calmo, escondia algo que se acumulava há muito tempo.
“Você é uma herdeira.” Ele disse, com uma voz tão sólida quanto a gravidade que manipulava: “Carrega o nome e uma parte de alguém que deveria ter se apagado da história.”
Singrid levantou o olhar. Seus olhos estavam embaçados, mas o orgulho não havia morrido. Ela apertou o punho, como se ainda pudesse se erguer, mesmo que o próprio corpo estivesse quebrado por dentro.
“Zaki era… mais que um nome. Ele era um símbolo.” Singrid afirmou, antes de finalizar: “Ele foi enganado por Loki, que com suas mentiras, usaram sua bondade para fazê-lo se perder!”
“Não.” Imediatamente após Singrid terminar de falar, a resposta do General cortou o ar como uma lâmina. Ele não conseguia acreditar que alguém ainda defendia aquele monstro, e por isso, continuou: “Zaki era uma vergonha. Um tumor que envenenou parte da humanidade. Um desertor... Que escolheu lutar pelos tiranos. Que se tornou um tirano. Que traiu e afastou a última esperança deste mundo!”
“Zaki poderia ter sido tão grande quanto Gold… Mas ele escolheu ser tão repugnante quanto os porcos que se dizem divindades!”
Enquanto dizia aquelas palavras com nojo, ele se aproximou mais e ficou a poucos passos dela.
A gravidade ao redor de Singrid oscilava. Uma das mãos gigantes se aproximou da cabeça dela. As faíscas em seus cabelos tremulavam.
Ye Yang tentou falar, mas mal conseguia abrir a boca. Sua mandíbula estava deslocada e seus músculos já não respondiam bem.
“Eu tentei ignorar isso quando vocês chegaram. Dei uma chance. Mas o sangue dele pulsa em você de uma forma que me ofende.” O Grande General falou. E enquanto ele dizia aquilo, a mão espiritual fez um leve movimento.
*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…* A cabeça de Singrid foi pressionada em direção ao chão, milímetro por milímetro, como se o próprio planeta a estivesse rejeitando.
“Você carrega o símbolo de algo que deveria ter sido enterrado para sempre!” Ele cuspiu no chão: “Zaki morreu como o miserável que foi! E deveria ter continuava em sua cova… envergonhado, odiando cada parte do seu ser… do que ele foi… do que ele fez!”
Enquanto escutava aquilo, Singrid cerrou os dentes. O rosto dela tocava o chão. Os olhos eram pressionados a ponto de quase explodir, mas ela ainda falava, mesmo que em sussurros: “Você… não sabe… o que é… carregar um legado.”
A mão espiritual ainda pressionava Singrid contra o chão quando ela disse aquilo. O peso da gravidade condensada fazia o sangue escorrer de sua testa, e a dor latejava sob os olhos comprimidos. Mas não havia silêncio nela. Mesmo prestes a desmaiar, a mulher ainda falava.
"Você… não sabe… o que é… carregar um legado." Ela repetiu.
As palavras saíram entre dentes cerrados, sufocadas pelo peso invisível, mas seu significado cortou o ar como uma faísca dentro de uma câmara selada. O Grande General não respondeu de imediato. Seus olhos semicerraram e a mão espiritual tremeu por um instante, não por hesitação, mas por atenção. Ele escutava.
Singrid, percebendo que ainda tinha alguma voz, respirou fundo, ignorando a dor lancinante que rasgava seus pulmões, e continuou: "Zaki… foi enganado. Você pode chamá-lo de desertor, de traidor… de tudo o que quiser. Mas você não sabe como é ser manipulado… por alguém como Loki."
Aquele nome ecoou,de novo, pelo plano escuro.
“Você nunca enfrentou o Dom da Mentira. Nunca olhou nos olhos de alguém que pode transformar a verdade com palavras e fazer até mesmo um deus acreditar que é um inseto.” Singrid cuspiu sangue ao falar, mas não parou: “Zaki acreditava que estava fazendo o certo. Que ao lado dos deuses, criaria um mundo de paz. Um lugar onde ninguém precisasse mais lutar como nós lutamos. Ele acreditou nisso porque Loki fez ele ver... o que nunca existiu.”
Enquanto Singrid dizia aquilo, o Grande General não piscava. O braço espiritual ainda pairava no ar, mas já não afundava.
E pouco a pouco… a pressão parou.
Ainda no chão, Singrid então virou o rosto, o suficiente para que um dos olhos, agora inchado, encontrasse o do velho guerreiro.
“Você quer que eu sinta vergonha por carregar algo dele? Então me mate agora.” Ela desafiou, com a voz trêmula mas inflexível: “Porque nunca vou esquecer quem me ensinou a me levantar… mesmo quando eu mesmo me dizia que eu deveria ficar no chão.”
Por um segundo, tudo ficou em silêncio.
Até mesmo as projeções gravitacionais cessaram seus movimentos sutilmente. O Grande General, por sua vez, deu um passo à frente e parou diante dela.
Seus olhos percorriam a jovem mulher como quem busca enxergar além da carne e do espírito. Ele via. Ele sentia. Aquilo não era uma defesa às ações de Zaki. Era um tributo àquilo que sobreviveu nele, mesmo após a queda. O que Singrid via em Zaki não era o monstro… era o mestre. O mentor que ela perdeu, mas cuja presença ecoava em cada golpe, cada defesa, cada sacrifício que fazia por aqueles que amava.
Depois de ver nos olhos de Singrid uma adoração pura, o Grande General ergueu a mão lentamente e a sombra espiritual recuou como fumaça sendo sugada de volta para a escuridão.
Ye Yang arfou ao ver aquilo, ainda preso ao chão, mas vivo. Singrid também permaneceu imóvel, mas seus músculos, agora sem a opressão absoluta, começaram a se soltar, mesmo que ainda ardessem.
O velho guerreiro olhou para os dois por um longo momento. A tensão persistia, mas sua voz, quando voltou a soar, não era de julgamento. Era de verdade.
“Zaki foi fraco… porque se deixou iludir. Mas se há uma fagulha real que sobreviveu dele… então talvez ela esteja em você.” O Grande General falou, e o silêncio caiu mais uma vez.
Ele então virou o rosto para Ye Yang, que ainda sangrava e tentava respirar.
“E você… clone de Yang Hao… não carrega heranças materiais. Mas carrega o desespero de quem busca ser mais do que nasceu para ser. E isso… é perigoso.” Seus olhos brilharam, e por um momento, havia quase respeito neles: “Porque é exatamente isso que transforma homens em lendas… ou em monstros.”
O General caminhou alguns passos, ficando entre os dois novamente, e concluiu: “Vocês dois chegaram até aqui. Enfrentaram um dos melhores de nós. Me fizeram usar técnicas que não uso há séculos.” Ele ergueu o olhar para o plano escuro ao redor, que agora parecia mais calmo… mais ordenado, como se a batalha tivesse forçado até mesmo o mundo a respeitá-los.
“Você estão em um limiar que não têm ideia de quão importante é. Nesse estágio, muitos estagnam… acreditam que é o fim da estrada. Mas se vocês derem apenas mais um passo… apenas um avanço…”
Ele fechou os olhos por um instante, como se saboreasse a lembrança.
“Vocês podem me superar.” Ele falou, e naquela frase havia a certeza de quem viveu o momento que descrevia.
Naquele instante, os olhos de Ye Yang se arregalaram, mesmo cobertos de sangue e dor. Singrid, por sua vez, apertou os dedos contra o chão, buscando a força que ainda não tinha, apenas para ouvir aquilo.
“Mas quase ninguém consegue.” O Grande General continuou: “A maioria… quebra. A alma se parte antes do corpo. Existe força física para continuar, mas a frustração destrói o motor de tudo… A força mental.”
O Grande General permaneceu imóvel por alguns instantes. Sua silhueta imensa, cercada pelas sombras que antes haviam se manifestado em formas colossais de gravidade, parecia agora parte de algo maior… como se fosse apenas um canal para uma verdade mais antiga do que ele mesmo.
Então, sua voz voltou a romper o silêncio. Mas não era mais a voz de um adversário. Era a de alguém que falava de uma fronteira que pouquíssimos alcançaram… e quase ninguém compreendia.
“Chegar ao ponto em que vocês estão não é feito apenas de treinamento, talento ou linhagem. Isso… qualquer um com tempo e oportunidade pode alcançar.”
Ele olhou para o próprio punho, que ainda vibrava com os resquícios da energia espiritual liberada durante o combate, e continuou: “O que separa os homens dos monstros… não é a força. É a mente. A alma. A vontade.”
Seus olhos fitaram o vazio diante de si, como se enxergasse milhares de fantasmas ali, onde ninguém mais podia ver.
“Vocês acreditam que estão à beira de uma nova força. Mas não estão. Vocês estão à beira de um abismo. Um lugar onde o corpo está pronto… mas se a mente duvidar, um único pensamento pode paralisar tudo. Um instante de hesitação é o bastante para que os músculos parem, para que a energia recue, para que a alma… se retraia.”
Ele virou o rosto levemente em direção a Singrid, depois para Ye Yang, alternando entre os dois.
“Já vi guerreiros destruírem montanhas… mas não conseguirem dar um único passo adiante quando chegaram nesse ponto.”
“Porque aqui.” Ele ergueu o pé e o pisou no chão, como se demarcasse um território invisível: “Não importa o quão forte você seja. Importa o quanto você acredita. O quanto você quer. O quanto você está disposto a destruir em si mesmo… para renascer diferente.”
Ye Yang, com um esforço quase impossível, ergueu o tronco. Seus olhos, ainda embaçados pela dor e pelo sangue, miravam o velho guerreiro com atenção, absorvendo cada palavra como se ela fosse um mapa deixado por alguém que já cruzou aquele deserto.
Singrid também respirava com dificuldade, mas mantinha os olhos fixos nele. Pela primeira vez, o Grande General não era apenas um monstro a ser enfrentado… mas uma testemunha viva da transformação que buscavam. Um símbolo do que talvez ainda pudessem se tornar.
“Não é fácil.” O velho continuou: “Vocês vão pensar que estão prontos… mas sempre haverá algo que tentará convencer vocês do contrário. A lembrança de um fracasso. O medo do que pode vir. A sensação de que vocês ainda são os mesmos de ontem. E se acreditarem nisso, por um milésimo de segundo… tudo o que conquistaram vai estagnar.”
Ele então fez algo inesperado. Com um gesto sutil, estendeu a mão aberta na direção deles, não como ataque, mas como demonstração.
No espaço acima da palma, um ponto negro se formou. Uma esfera densa, minúscula, que parecia engolir até a luz. E então, com um estalar de dedos, o ponto se dissipou.
“O que mantém essa esfera existindo… não é o poder bruto. É o foco. A convicção de que ela deve existir. Que ela ‘é’… porque ‘eu’ sou.”
O silêncio retornou por alguns segundos. Até que ele respirou fundo, e sua voz perdeu parte da rigidez, assumindo um tom quase respeitoso: “E eu vejo isso em vocês. Não completamente… mas quase. Vocês ainda não cruzaram o limiar, mas estão diante dele. Não existe treinamento que os leve até lá. Essa fase de suas vidas já ficou para trás.”
“Agora, só existe a escolha. A decisão. E ela tem que vir de dentro. E deve ser inabalável.”
“Alguns se agarram no ódio, nos ressentimentos… outros nas dores, no que perderam ou no que querem proteger…”
“O poder não faz distinção. Não importam as suas intenções e motivações… Ele sempre estará lá… pronto para ser agarrado por qualquer um que vença os obstáculos até ele.”
Depois de dizer aquilo, ele cruzou os braços, e afirmou, sem arrogância, apenas como um fato: “Vocês não me venceram.”
“Mas me fizeram recuar. E me lembraram… de como é estar diante de um guerreiro que pode crescer além de mim.”
Ye Yang rangeu os dentes, tentando ficar de pé. Sua perna falhou, e ele caiu de novo. Mas o olhar… o olhar não caiu.
“Então… o senhor… reconhece a gente?” Ele disse, com a mandíbula quase travada.
O Grande General sorriu de canto, um gesto quase imperceptível: “Reconhecer não é o verbo certo. Vocês ainda não são dignos de nada… mas têm o potencial de se tornarem aquilo que os dignos temem.”
“Eu não privarei o mundo desta oportunidade. Não desta vez.”
“Em suas memórias… levem essas dores. Levem esses ossos quebrados, essas derrotas, essas verdades… E escolham. Escolham o que vão ser. Humanos comuns que chegaram longe… ou monstros que recusaram qualquer limite.”
“Porque a única coisa que separa esses dois… é a vontade.”
Quando o silêncio finalmente se impôs sobre o campo devastado, apenas a respiração irregular de Ye Yang e Singrid preenchiam o ar. As palavras do Grande General ainda reverberavam em suas mentes como ecos gravados a fogo. Ele os havia poupado, mas não por piedade. Era por algo mais raro… mais exigente.
Respeito.
O velho guerreiro permaneceu de pé entre eles por mais alguns instantes, com seus braços cruzados, as sombras da gravidade lentamente recolhendo-se ao seu redor como serpentes obedientes, e os olhos semicerrados, atentos.
Então, sua voz ressoou uma última vez, firme como sempre, mas com um peso diferente: “Vocês ainda não são confiáveis. Ainda não provaram que são mais do que fagulhas à beira do apagamento. Mas… me obrigaram a escutar.”
Ele deu um passo à frente. Depois outro. Sua figura se afastava, mas seu domínio sobre aquele plano ainda era absoluto. E mesmo sem olhar para trás, completou: “Ganharam o direito de falar. De serem ouvidos. Mas ouvir… não significa concordar. E respeito… não é confiança.”
Aquelas palavras caíram como marretas, não de destruição, mas de realidade. Contudo, depois de tanto esforço, eles conseguiram parte do que foram buscar naquele lugar… a atenção do Grande General.
