Capítulo UHL 1010 - Bomani Umbra
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Depois daquelas palavras de reconhecimento e talvez uma esperança, o silêncio que surgiu entre os três foi respeitoso, mas repleto de significados. Singrid e Ye Yang não responderam nada após a última declaração do Grande General. Não havia réplica, nem necessidade de palavra alguma. Ambos apenas assentiram levemente, mantendo-se firmes, apesar dos ferimentos, como quem carregava o peso que acabava de ser despejado em suas costas, mas se sentiam bem com aquilo.
O que eles sentiam era orgulho.
Não o tipo arrogante que floresce na juventude, mas o orgulho silencioso e modesto de quem sobreviveu a provas que não deveriam ter fim. Naquele dia, eles haviam vencido mais do que um teste físico. Haviam conquistado algo raro: o respeito de um homem que via todos como indignos.
O Grande General, por sua vez, os observava com olhos atentos. Pela primeira vez desde o início do embate, seus olhos não refletiam apenas superioridade… mas reconhecimento.
Ele inclinou levemente a cabeça, como se rememorasse algo antigo, e então pediu: “Seus nomes. Repitam para mim.”
A pergunta pegou os dois de surpresa. Ele já os conhecia, ou pelo menos deveria lembrar. Mas agora, parecia querer fixá-los de outra forma. Ouvir de verdade. Não mais como inimigos, nem como intrusos, mas como partes de algo maior.
Singrid respirou fundo e respondeu primeiro: “Singrid. Discípula de Zaki, Gold e Elijah.”
Ye Yang respondeu logo em seguida, com um leve levantar de queixo: “Ye Yang. Discípulo de Gold e clone de Yang Hao… mas dono do próprio nome.”
O General repetiu os nomes em voz baixa, como quem grava uma inscrição em pedra: “Singrid… Ye Yang…”
Ele então fechou os olhos por um instante, e, ao abri-los novamente, sua voz ganhou um tom que não haviam escutado antes. Não grave e imponente como antes, mas quase confessional.
“Vocês sabiam que eu também fui como vocês?” O Grande General começou.
O olhar de Singrid e Ye Yang se cruzaram brevemente, surpresos, antes de voltar para o General, que continuava: “Sim… eu era apenas mais um mestre. Bom, talvez ótimo. Dominava técnicas, superava adversários, liderava tropas. Mas eu era só isso. Um cultivador forte, num mar de outros fortes.”
Enquanto falava, sua mão tocou o solo ao lado, e por um momento, ele parecia sentir o peso do tempo em cada grão de poeira.
“Até que um dia… durante um treino na busca de uma coisa maior, algo aconteceu.”
Seus olhos pareceram brilhar no escuro, como brasas antigas reacendendo.
“Eu toquei um rio de energia espiritual… que não conhecia. Uma força que não estava nos livros, nem podia ser guiada por qualquer mapa que porventura pudesse vir a existir. Era como se tivesse quebrado a casca do mundo, e dentro dele houvesse algo… novo. Algo que sempre esteve ali, mas escondido por camadas de medo e ignorância.”
Enquanto ele falava, Ye Yang se inclinou levemente para ouvir melhor. Singrid mantinha os olhos fixos no General, absorvendo cada palavra.
“Meu corpo não suportou de imediato. Ele era forte, mas eu cheguei a sangrar. Meus ossos se despedaçaram… e minha alma quase se rompeu. Mas eu aguentei. E quando a dor cessou…”
Ele se calou por um segundo. Como se tentasse lembrar a sensação com exatidão.
“Eu havia me tornado outro.”
Depois de dizer aquilo, ele levantou a mão e apontou para o próprio peito.
“De um bom Santo, eu me tornei o segundo mais forte do Reino da Escuridão. Logo abaixo de Daren. Meu poder… subiu tanto que eu mesmo não acreditava que cabia dentro de mim.”
Ye Yang franziu levemente o cenho enquanto escutava atentamente, absorvendo o peso daquela confissão. Era raro ouvir alguém tão poderoso admitir surpresa diante da própria força.
O General, vendo o efeito que causava, continuou: “Vocês não chegaram lá ainda. Mas a verdade é que… vocês podem. Com o que passaram. Com os treinamentos que sobreviveram. Com os mestres que os moldaram. Eu vejo isso em vocês.”
“Vocês verão o mundo de uma forma nova. Como se enxergassem as engrenagens ocultas que movem tudo.”
Ele então ergueu a cabeça, olhando para o vazio, e prosseguiu: “Mas cuidado… porque após esse avanço, é fácil acreditar que não existe mais nada acima. E foi isso que me estagnou.”
Quando terminou de falar, ele cerrou os punhos. Havia amargura em suas palavras agora.
“Desde então, não consegui dar o próximo passo. E acreditem… isso consome mais do que qualquer batalha. Porque o corpo está forte, a mente está alerta… mas a alma… a alma começa a duvidar.”
“Eu podia enxergar as engrenagens, mas Daren, por exemplo, enxergava os fios por trás delas. E isso… Eu nunca pude ver.”
Ye Yang e Singrid estavam atentos ao relato. Cada palavra dita ali era uma lição rara. Uma advertência de alguém que chegou alto demais… e ficou preso ali.
“E quando a alma duvida, o caminho desaparece. A estrada se desfaz diante dos pés. Não há mais direção.”
O General se calou. E por instantes, deixou que as suas últimas palavras ecoassem no espaço escuro e silencioso do plano.
Foi somente depois dele terminar e ter um tempo de reflexão que Ye Yang quebrou o silêncio, ainda com respeito, mas sentindo a necessidade de dizer algo. Ele respirou fundo e disse: “Grande General…”
Ye Yang começou, mas não teve tempo de terminar.
A mão do General se ergueu levemente, interrompendo-o, e ele pediu: “Não me chame assim.”
Quando ele falou, sua voz era firme, mas sem dureza. Havia um certo peso nela… e ao mesmo tempo, um certo alívio.
“Esse título… foi dado a mim por necessidade. Por organização. Por medo.”
Depois de falar, ele se virou para os dois, agora com uma expressão mais humana. Havia orgulho ali, mas também uma esperança tímida. Como se algo nele tivesse sido aceso após muito tempo apagado.
“Meu nome é Bomani Umbra.” Ele disse, como se estivesse se apresentando.
O som daquele nome parecia ter peso próprio. Uma mistura de ancestralidade e poder. A escuridão que ele representava estava ali, mas não era destruição. Era firmeza, origem, força bruta canalizada pela vontade.
“Bomani. É assim que me chamavam antes da guerra tomar tudo.”
O silêncio que seguiu àquelas palavras não foi desconfortável, foi respeitoso, quase reverente. Ye Yang e Singrid não disseram nada de imediato, pois sabiam que haviam escutado algo íntimo demais para ser respondido com pressa.
Ye Yang olhou para o homem à sua frente com uma nova compreensão. A figura colérica e avassaladora que havia tentado esmagá-los minutos antes agora ganhava contornos humanos. Bomani não era apenas o “Grande General”. Ele era uma alma moldada em guerras e perdas, em avanços inigualáveis e estagnações torturantes. Ele era alguém que tinha visto mais do que qualquer outro… e pagado o preço por isso.
Singrid não conteve um leve movimento de cabeça, como quem presta continência não a um título, mas a uma história. Seus olhos carregavam o respeito silencioso que só os verdadeiros guerreiros sabem oferecer, aquele que não exige palavras, nem explicações.
“Bomani…” Ye Yang repetiu o nome em voz baixa, saboreando a força que ele carregava. Era um nome que exigia memória, que cravava raízes na história de um povo e de uma era.
Ao ouvi-lo repetir, o próprio Bomani arqueou um leve sorriso, não de prazer, mas de algo mais próximo de redenção. Pela primeira vez em muito tempo, ele voltava a ser chamado por quem era, e não pelo que se esperava dele.
“Bomani Umbra…” Singrid disse em seguida, com a voz firme, como se estivesse selando aquela apresentação com respeito: “É uma honra.”
O General, ou melhor, o homem, se virou completamente para os dois. Seu corpo ainda exalava poder, e sua postura era naturalmente dominante, mas havia uma leveza ali que não existia antes. Um peso que começava a se dissipar.
Ele caminhou por alguns passos, circulando os dois sem pressa. O chão do plano sombrio, antes rachado e em chamas, agora parecia menos hostil. As cicatrizes ainda estavam ali, mas se fechando. Era como se o espaço reagisse à mudança na alma daquele que o controlava.
“Sabem…” Bomani começou, com os olhos no horizonte indefinido daquele mundo: “Poucos têm coragem de vir até aqui. Menos ainda têm a audácia de me enfrentar. E quase nenhum… sobrevive para contar.”
Ele então parou, virando-se de volta para eles, e encarou os dois com um olhar que misturava curiosidade e cautela.
“Por isso, me pergunto…”
As palavras vieram com mais peso agora, carregadas de algo parecido com propósito.
“O que exatamente vocês vieram buscar no Reino da Escuridão?”
