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Capítulo UHL 1011 - Isca

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Tenham uma boa leitura!]


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O silêncio que seguiu à pergunta de Bomani não foi de hesitação, mas de preparação. Era a primeira vez, desde o início da jornada ao Reino da Escuridão, que Ye Yang e Singrid tinham a oportunidade real de dizer por que estavam ali. Não mais provando força, não mais resistindo… mas finalmente falando.


Ye Yang olhou para Singrid. Ela assentiu sutilmente, dando a ele o sinal para começar. E ele começou, com a voz firme, mas carregada do peso de quem não podia errar.


“Viemos pedir algo, mas não um favor pessoal… Nem uma aliança formal. É algo pequeno, à primeira vista. Simples. Mas que pode mudar tudo.”


Bomani arqueou uma sobrancelha ao escutar a introdução. Ele ainda era o mesmo guerreiro milenar, o mesmo homem moldado pela guerra e pela disciplina… mas agora, havia abertura em seu olhar.


“Fale…” Ele disse, sem impaciência, mas com a autoridade de quem espera uma proposta à altura da luta que viu.


Ye Yang respirou fundo e prosseguiu: “O Olho está se movendo de novo. Não em Decarius… não apenas aqui. Eles estão indo além.”


Depois de Ye Yang começar, Singrid então avançou um passo e acrescentou: “Eles começaram com infiltrações. Depois vieram os clones. Agora... estão mobilizando exércitos em outros mundos. Capturando cultivadores Santos. Dominando regiões distantes, muitas vezes sem precisar derramar uma gota de sangue.”


Ela então pausou, como se as próximas palavras fossem difíceis até de pronunciar.


“Eles estão usando o Domínio da Miragem Eterna, um artefato divino que pertencia a Loki, para mapear e manipular não apenas nosso mundo… mas outros. E as engrenagens estão girando mais rápido do que conseguimos reagir.”


Bomani manteve-se em silêncio. Seus olhos, apesar de quietos, não perdiam uma sílaba. Ele entendeu o que Singrid acabara de dizer. Domínio da Miragem Eterna. Outros mundos. Exércitos ocultos.


Ye Yang assumiu novamente a palavra, agora andando em círculo lento, tal qual o General havia feito antes.


“Por isso, fizemos o que ninguém teve coragem de fazer antes. Unimos as pontas. Reunimos os maiores nomes de cada canto. E criamos algo novo.”


Ele parou, encarando Bomani de frente.


“Kaos. A Dinastia Yang. O Vale da Esperança. Hill. Gard. Até Niflheim. Estão todos se preparando. Não é mais uma guerra por território. É uma guerra por existência. Para erradicar essa praga que ameaça consumir e apodrecer tudo o que toca.”


Bomani não se surpreendia com facilidade. Mas ao escutar “Niflheim”, seus olhos cintilaram por um breve instante. Não era só pela presença dos gigantes… mas pela memória antiga de quando até mesmo os esquecidos tinham que ser convocados. Se uma união como aquela estava acontecendo agora, a causa era séria.


No passado, por algo do tipo não acontecer, a Grande Guerra começou e deixou uma mancha negra na história.


“E para o que vocês precisam de mim?” Depois de ver os dois preocupados em introduzi-lo a questão, como se precisassem muito dele, ele perguntou, por fim.


Ye Yang não hesitou em esclarecer: “Não queremos que lute.”


Essa frase, dita com franqueza, pareceu tirar um peso invisível do ar. Estava claro que Bomani não era do tipo que gostava de lutar apenas porque alguém pediu. E Ye Yang, após esclarecer aquilo, continuou: “Você tem seu papel. Mas o que precisamos é algo muito específico… e muito importante. Algo que só você pode fazer.”


Ao escutar aquilo, Bomani o encarou com atenção redobrada. Singrid então se adiantou e explicou: “Queremos que você envie uma mensagem. Uma mensagem destinada a Daren. Uma que peça que ele volte para o Reino da Escuridão. Uma comunicação que pareça legítima, real. Uma convocação urgente.”


Bomani franziu o cenho ao ouvir o pedido, intrigado. Depois, ele perguntou: “Por quê? Vocês acham que Daren abandonaria o território orc agora? Até onde eu sei, ele está mantendo a paz lá.”


Ye Yang balançou a cabeça e respondeu: “Não. Não achamos. E nem queremos que ele realmente volte. O objetivo é outro. Queremos que o Olho intercepte essa mensagem.”


O olhar de Bomani imediatamente se estreitou. Agora ele começava a entender.


“Vocês querem que a Trindade pense que há algo importante demais acontecendo aqui. Algo grande o suficiente para justificar um chamado pessoal. Algo que tire Daren do foco atual.”


“Exato.” Disse Ye Yang: “Se essa mensagem for enviada por outra pessoa, eles vão desconfiar. Mas se for você… a Trindade vai acreditar.”


Ao lado de Ye Yang, Singrid cruzou os braços, com a postura firme de quem aposta tudo no plano, e completou: “Provavelmente eles conhecem sua história com Daren. Sabem que você não se move por capricho e que está fora desta luta. Uma convocação sua significa que algo realmente exige a presença dele. E é isso que queremos que eles pensem.”


“E o que vocês ganham com isso?” Bomani perguntou, com a voz baixa, quase testando os dois.


Ye Yang respondeu sem hesitar: “Vantagem. Uma brecha.”


Ye Yang repetiu aquelas palavras com precisão, como quem delineia a borda de uma lâmina.


Bomani permaneceu calado, mas seus olhos revelavam um lento processo de raciocínio. O homem não era tolo, e aquilo que se desenhava à sua frente era mais do que um simples estratagema. Era um movimento arriscado, em um tabuleiro onde qualquer peça deslocada poderia causar o colapso de todo o plano.


Ye Yang prosseguiu, explicando: “Daren é a força mais poderosa da atualidade. Isso já não é segredo para ninguém. Desde que sua existência se tornou pública, ele se tornou mais do que um cultivador… ele se tornou um evento. Qualquer movimento que ele faz, qualquer respiração diferente… chama atenção.”


Singrid então completou, como se os dois fossem parte de um discurso que havia sido ensaiado em guerras mentais antes de ser dito em voz alta: “E é por isso que, desde que ele assumiu a vigilância sobre o território orc, ele se tornou mais do que um guardião. Ele se tornou um símbolo de dissuasão. Um impedimento vivo para qualquer ação hostil naquele setor.”


Ela fez uma breve pausa, e Bomani percebeu que aquilo não era só análise. Era algo que ela conhecia profundamente. Ela sabia como os símbolos funcionavam. Porque ela era um deles.


“Mas isso tem um preço…” Ye Yang retomou: “Porque se ele se mover… todo mundo vai sentir. E vai querer saber por quê.”


“Então precisa haver um motivo.” Singrid concluiu. “Algo verossímil. Algo urgente. Algo que justifique o deslocamento do homem mais perigoso do universo conhecido. E isso, Bomani, só pode vir de você.”


O homem cruzou os braços, lentamente, e ponderou: “E vocês querem que essa ‘urgência’ seja falsa.” Ele afirmou, com um leve arquear de sobrancelha.


“Sim,” Respondeu Ye Yang, indo direto ao ponto.


“Porque quando a mensagem for enviada…” Singrid explicou: “Os agentes do Olho que estão no território orc, e nós sabemos que eles estão lá, irão reagir. Eles acreditam que Daren é um obstáculo intransponível, e sua simples presença os mantém inativos e presos lá.”


“Mas ao verem que ele está prestes a sair do território…” Ye Yang continuou, com um tom quase ansioso: “Eles vão tentar se movimentar. Vão se reunir. Vão tentar retornar para suas bases.”


Bomani franziu levemente o cenho e questionou: “E essas bases…”


“Já foram mapeadas.” Singrid afirmou: “Espalhadas em camadas subterrâneas e pontos estratégicos. Estão camufladas… mas não mais. Temos os locais. E já posicionamos nossas próprias forças ocultas nas regiões certas.”


Ye Yang então se adiantou e disse com um tom de definição: “Queremos que os agentes do Olho voltem para casa. Queremos que se sintam seguros. Queremos que abandonem o território orc acreditando que o pior passou ou que pelo menos tenham a oportunidade de pensar que conseguirão traçar novas estratégias. E então… vamos derrubá-los. Um por um. Em suas bases. Em seus abrigos. Com tudo preparado para que não escapem.”


“Querem fazer uma limpa.” Bomani concluiu, dessa vez com uma leve inclinação de cabeça: “Cortar as pernas da Trindade.”


“Mais do que isso.” Respondeu Singrid: “Queremos desestabilizar o eixo oculto do Olho. Eliminar seus braços operacionais. Forçá-los a recuar. E por fim… encurralá-los. Porque sem seus espiões, sem seus generais ocultos, sem suas zonas de influência clandestinas… a Trindade vai ter que aparecer. Vai ter que lutar. E quando isso acontecer, nós estaremos prontos.”


Houve um silêncio. Mas diferente do silêncio anterior, este não era de espera, e sim de assimilação. As engrenagens dentro da mente de Bomani giravam com precisão. Ele via as possibilidades, os riscos, as camadas de engano que essa jogada exigia.


Por fim, ele falou: “Essa é uma operação com muitos riscos. A menor falha… e vocês vão perder cultivadores poderosos. Talvez líderes. Talvez desestabiliza regiões inteiras. Um atraso de alguns segundos, e toda essa rede que estão tecendo pode virar uma armadilha contra vocês mesmos.”


“Sabemos disso.” Ye Yang disse com a voz firme: “Mas é justamente por isso que estamos aqui. Porque sem essa isca, sem o movimento de Daren… nada disso começa.”


Singrid então complementou com seriedade: “Esse é o primeiro dominó. Se ele não cair, os outros também não caem.”


Bomani suspirou. Um som raro vindo de alguém como ele. O tipo de som que não expressava fraqueza, mas sim a pressão de quem entende o tamanho da escolha que está diante de si.


Ele então olhou para os dois e perguntou: “E o que garante que Daren aceitará esse chamado?”


Ye Yang sorriu de canto, sem arrogância. “Nada. Mas ele vai entender.”


“Vai entender o que estamos tentando fazer.” Disse Singrid: “Ele sabe que, para combater o Olho, precisamos aprender a jogar com eles. Com manipulação, com encenação, com armadilhas. Se fosse apenas força bruta, Daren já teria vencido essa guerra sozinho.”


Bomani olhou para o horizonte do plano escuro, onde nada existia além de sombras e memória.


“Esse tipo de jogo…” Ele murmurou: “Não foi feito para gente como eu.”


Ye Yang se aproximou um passo e disse com clareza: “Por isso mesmo… é você quem pode fazê-lo funcionar. Porque você não joga com palavras. Nunca jogou. E eles sabem disso.”


O homem permaneceu em silêncio por mais alguns segundos. E então, deu um leve passo para o lado. Um gesto sutil, mas que, vindo de alguém como ele, era quase uma aceitação.


“Está bem.” Disse ele, por fim: “Mas eu farei isso do meu jeito.”


Singrid assentiu: “Desde que a mensagem seja enviada… você pode moldá-la como quiser.”


“E será.” Bomani respondeu: “Mas não digam depois que não avisei: se isso der errado… essa será a última vez que exponho este reino por vontade de outros.”


Ye Yang e Singrid não responderam. Apenas assentiram, sabendo que o acordo estava selado.




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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