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Capítulo UHL 1024 - Ecos no Vazio

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Tenham uma boa leitura!]


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Enquanto a luta entre Ming Xue e Lucke continuava, os restos de Askyr já não giravam como um planeta. Flutuavam.


Fragmentos do que outrora foram uma esfera gelada, agora vagavam como estilhaços de um espelho quebrado, jogados ao vazio pela colisão de dois monstros que se recusavam a parar.


Ali, entre as ruínas da gravidade, do solo e da atmosfera, a dança caótica seguia, e cada passo era como uma sentença de morte.


*Boooooooooooooooooooooooooooooooooooooooom…*


Lucke avançou com os punhos em chamas, com cada golpe carregado por uma vibração que quebrava até a densidade do espaço ao redor. Seu corpo era uma erupção viva, moldada de brutalidade, calor e instinto assassino. E mesmo com cortes abertos pelo frio, ele sorria.


*Splaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


Ming Xue, do outro lado, não recuava, mesmo não precisando lutar. Ela podia sair dali, porque o trabalho já tinha sido feito, mas a Lágrima da Alma agora mudava de forma a cada ataque, líquido para se moldar, sólido para cortar, gasoso para atravessar. A cada golpe desferido, uma nova silhueta marinha surgia, projetando-se no vácuo ao seu redor… serpentes, lulas colossais e criaturas que nem mesmo os oceanos de Decarius teriam coragem de gerar, bombardearam Lucke.


A cada silhueta, uma parte de Lucke congelava ou era esmagada, e a cada contra-ataque, uma parte de Ming Xue vibrava por dentro.


*Fuuuuuuuuuuuuuuuuuuush…*


Longe dali, a uma distância muito grande, mas que ainda assim parecia ser perigosa, um grupo de guerreiros, estrategistas, cultivadores e oficiais do cerco, assistia em silêncio absoluto.


Ninguém ousava sequer respirar alto.


Uma rocha maior, que servia de ponto de observação improvisado, flutuava próxima à antiga órbita do planeta. Sobre ela, três figuras estavam ajoelhadas, sem saber se oravam ou apenas se mantinham imóveis para não serem percebidas por aquilo que lutava lá em cima.


“Isso é…” A voz de um deles falhou.


Lang, comandante da frente leste de ataque, apertava os olhos como se aquilo o ajudasse a entender o que via. Seus cabelos estavam encharcados de suor, mesmo no frio do espaço, pois o calor vindo dos ataques ainda atingia os detritos a milhares de quilômetros dali.


“Ela está lutando com um deus?” murmurou outro cultivador, com seu corpo envolto em selos protetores, ativados por puro desespero.


“Isso não é um deus… Isso é uma bomba. Uma maldita força da natureza.” Outro respondeu.


“Ela… está vencendo?” alguém ousou perguntar.


E o silêncio veio como resposta.


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*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


Ming Xue cortou uma das pernas de Lucke com a ponta da Lágrima da Alma, que naquela fração de instante virou vapor e se condensou como agulhas líquidas. O corte não atingiu músculos ou ossos. Atingiu o fluxo interno da vibração que ele gerava.


O grito de Lucke foi um rugido seco e furioso. Contudo ,ele girou, incendiando o espaço ao redor, e atingiu Ming Xue com um chute no estômago que não foi apenas físico, veio acompanhado de uma descarga vibracional que estilhaçou todos os ossos de uma das suas costelas.


Ming Xue vomitou sangue. Pela primeira vez. Mas não caiu.


Em vez disso, ela girou no ar com a espada em estado gasoso, cobrindo-se de um véu de vapor cortante que desintegrou as chamas ao redor, e recuou apenas para gerar pressão.


Quando avançou, ela o fez com três silhuetas: uma arraia gigantesca, uma serpente azul e um golfinho que parecia sorrir enquanto rasgava o vazio.


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“Meu Deus…” disse uma mulher de pele escura e olhos marejados que assistia a batalha, mas não conseguia parar de pensar em como teve sorte de ainda estar viva: “Se ele tivesse vindo atrás de nós… Estaríamos todos mortos.”


“Não… mortos não. Nem isso. Nem daria tempo pra morrer.” respondeu um homem mais velho, que até então não havia dito uma palavra.


Um dos soldados, ainda jovem, soltou um riso nervoso e brincou, para não chorar: “E a gente achando que estava vencendo, né?”


“Se não fosse por ela…” Uma mulher ao lado murmurou, como se agradecesse ao destino por estar na mesma equipe que Ming Xue.


“Ela… Ela está lutando por todos nós.” Um oficial de alta patente de Hill, que já tinha conquistado fama no exército por suas ações em batalha, deixou aquelas palavras escaparem de sua boca enquanto se sentia pequeno demais para tocar os pés de Ming Xue.


Ninguém respondeu.


Ali, naquele momento, entre o silêncio dos destroços e a fúria cósmica do confronto, todos entenderam que não estavam apenas diante de uma batalha. Estavam testemunhando a colisão de dois absurdos.


Aquelas eram forças que jamais deveriam ter se cruzado.


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*Boooooooooooooooooooooooooooooom…*


Enquanto isso, na luta, Lucke ativou algo.


Uma pulsação de energia diferente percorreu os escombros.


Não foi calor.


Não foi vibração.


Foi… frequência.


As partículas soltas no ar começaram a vibrar como se obedecessem a uma batida única. Mesmo os detritos ao redor começaram a tremer, e os corpos daqueles que assistiam, a quilômetros de distância, sentiram a pele formigar.


“Ele está sincronizando…” Ming Xue sussurrou, e então, com um giro no punho, fez a Lágrima da Alma evaporar e condensar em mil agulhas.


*Splaaaaaaaaaaaash…*


Ela lançou a lâmina em forma líquida contra Lucke, que atravessou uma fissura rochosa e retornou como um redemoinho de formas espectrais. Um caranguejo gigante. Uma baleia de olhos vazios. Um enxame de criaturas que só existem no fundo de um pesadelo oceânico.


Lucke grunhiu. E respondeu com os punhos.


*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


Ele socou o espaço à frente com tanta força que a vibração percorreu os próprios fragmentos do planeta, reorganizando parte deles em linhas perfeitas, apenas para explodirem um segundo depois.


A colisão entre a explosão e as silhuetas da Lágrima da Alma gerou algo completamente novo.


Silêncio.


Um silêncio tão profundo que nem o som do próprio sangue circulando dentro dos corpos era mais audível.


Até que ele falou: “Esse mundo morreu, Ming Xue. E você vai com ele.”


Ela sorriu, cuspindo sangue e se erguendo no vazio enquanto respondia: “Não. Eu vou te enterrar nele.”


*Booooooooooooooooooooooooooooom…*


As palavras de Ming Xue ainda estavam no ar quando Lucke desapareceu em um impulso vibracional, surgindo na frente dela como uma labareda viva. O punho dele se ergueu com tamanha força que a própria curvatura do espaço se dobrava em volta de seu braço, como se o universo tentasse escapar daquele impacto.


Ela cruzou os braços em forma de guarda e recobriu o próprio corpo com um casulo líquido espesso, mas quando o golpe a atingiu, mesmo com as defesas erguidas, Ming Xue foi cuspida pelo vácuo, lançada contra um pedaço do núcleo planetário que ainda resistia.


*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


O impacto rachou o fragmento do núcleo como uma casca de ovo, lançando lava congelada em todas as direções.


Do outro lado, Lucke permaneceu no ar, girando lentamente, com a respiração pesada e os olhos em brasa. Seus músculos tremiam, não de exaustão, mas de excitação bruta, animalesca. O sangue que escorria pelas laterais do rosto evaporava antes de pingar, consumido pelo calor que ele mesmo emanava.


“Você aguenta mais do que qualquer outra maldita que enfrentei.” Disse ele, enquanto estalava os ossos do pescoço: “Mas vai quebrar. Tudo quebra.”


*Splaaaaaaaaaaaash…*


Ming Xue surgiu do meio dos escombros, com metade do rosto coberto por um líquido denso e prateado. Não era sangue. Era um derivado da Lágrima da Alma que se expandira por reflexo, salvando sua coluna de ser esmagada.


Ela não respondeu.


A espada voltou à sua mão, com doze silhuetas marinhas ao redor, cada uma delas mais abstrata e monstruosa que a anterior.


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Enquanto isso, em um dos fragmentos maiores de Askyr, estabilizado por uma formação conjunta dos cultivadores que assistiam ao combate, o clima era de um desespero silencioso. Não havia mais gritos, nem tentativas de recuo. Só havia estupefação.


Lang, o comandante, agora estava de joelhos. Não por ferimento, mas por reverência.


Ele não acreditava que estava presenciando aquilo.


“Vocês… vocês estão vendo? Estão vendo o que ela está segurando sozinha?” Sussurrou ele, como se quebrar o silêncio fosse um crime.


Um cultivador mais jovem, com olhos arregalados e mãos tremendo, respondeu sem encarar ninguém: “A gente achou que o Olho só criava soldados, né? Que usavam números… armadilhas… selos...”


“Esse homem… esse monstro… está fazendo o universo vibrar.” Outro concordou.


“Se ele tivesse vindo primeiro…” Murmurou outro, deitado com uma perna fraturada por detritos: “A gente não estaria aqui. Ninguém teria escapado.”


Uma mulher com um tapa-olho olhava fixamente para Lucke, a uma distância que não deveria permitir tamanha clareza, e ainda assim seus olhos brilhavam com uma certeza absoluta.


“Ele… é uma arma. Não uma pessoa. Ele foi moldado para isso. E alguém decidiu soltar ele agora.” Ela falou.


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*Booooooooooooooooooooooooooooom…*


O som parecia vir de dentro do próprio peito de quem assistia.


Lucke ativou novamente sua pulsação vibracional, mas agora com uma nova camada de poder. Ondas visíveis começaram a surgir em volta dele, com marcas tribais esculpindo-se sobre sua pele como se fossem queimadas à força em seu corpo. A cada nova marca, uma lembrança do planeta morria.


Uma cordilheira desapareceu.


Um campo de cristais colapsou em poeira.


Ming Xue sentiu o mundo tremer de novo, mesmo que não houvesse mais um mundo. E então, como resposta, ela canalizou seu poder na Lágrima da Alma.


*Fuuuuuuuuuuuuuuuush…*


A espada se desfez em vapor, que se condensou em um gigantesco vórtice, ocupando metade do campo de batalha. Um redemoinho de energia espiritual começou a se formar, onde vozes de criaturas esquecidas pareciam sussurrar nas profundezas.


Do vórtice, surgiu o Leviatã.


Não uma simples silhueta, mas a manifestação plena da arma.


A criatura marinha era translúcida, feita de energia, e do tamanho de uma cidade. O vácuo se dobrava ao seu redor, e o próprio Lucke recuou, não por medo, mas por instinto.


“O que é isso?” Ele rosnou, apertando os punhos.


Ming Xue respondeu, com os olhos brilhando em tom turquesa e sangue escorrendo pelos lábios: “É o peso de tudo o que você nunca vai entender.”


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Naquele momento, na rocha de observação, alguns caíram de joelhos. Outros desmaiaram. Havia um tipo de terror que só se sentia quando o universo deixava claro que você era pequeno demais para merecer estar ali.


“Ela… ela invocou um Leviatã.” Murmurou o jovem que antes havia brincado para não chorar.


“Ela é o Leviatã agora.” Corrigiu um oficial veterano, com os olhos lacrimejando, não por emoção, mas por não conseguir manter a própria respiração diante da pressão espiritual.


“Ela está lutando por todos nós…” Repetiu a mulher de antes, como uma prece.


E Lang, com o queixo tremendo, apenas balbuciou: “Se ela cair… não sobra nada.”


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*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


Enquanto isso, Lucke disparou contra o Leviatã com tudo que possuía.


Chamas que atravessavam a barreira da luz. Vibrações que distorciam o tecido do espaço-tempo. Impactos que cortavam o nada.


Mas o Leviatã reagia.


Com movimentos fluidos, mas inescapáveis. Correntes de energia que puxavam Lucke para uma prisão sem grades, feita de pressão líquida.


Ming Xue não atacava mais como uma guerreira.


Ela fluía como um oceano. Ela era o próprio abismo.


Enquanto isso, Lucke gritava. E o grito dele derretia pedras espaciais.


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De longe, a voz de Lang ecoou entre os espectadores atônitos: “Guardem isso. Cada detalhe. Cada segundo. Porque quando tudo isso acabar, se ainda estivermos vivos… o mundo vai ter que lembrar que um dia existiram dois seres que lutaram até não restar nada, apenas pelo direito de não deixar o outro vencer.”




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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